VASO PARA HONRA - rebecca Brown

 

Digitalização: Sandra

 

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© Rebecca Brown, M.D., 1990

Título do original em Inglês:

Becoming a Vessel of Honor in the Master's Service

Whitaker House 580 Pittsburg Street Springdale, PA 15144 USA

 

Tradução:   César de Azevedo Gil

Revisão:     Milton Azevedo Andrade

Supervisão editorial e de produção: Lidia Mello

1a edição brasileira: Outubro de 1998

 

Publicado no Brasil com a devida autorização e com todos os direitos reservados por Danprewan Editora e Comunicações Evangélicas Ltda.

Caixa Postal 29.120 - Rio de Janeiro - RJ 20.542-970 - Telefax (021) 570-3291

 

Os textos bíblicos utilizados neste livro são da versão Almeida, Revista e Atualizada, 2a. Edição, da Sociedade Bíblica do Brasil, exceto quando outra versão é indicada:

SBTB: Almeida, Corrigida e Revisada, da Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil.

EC: Almeida, Edição Contemporânea, Editora Vida.

NVI - Nova Versão Internacional - Sociedade Bíblica Internacional.

IBB - Almeida, Revisada, da Imprensa Bíblica Brasileira.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

(Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ, Brasil)

 

CONTRACAPA

 

          Este livro foi escrito para todos os filhos de Deus que têm fome e sede de um relacionamento pessoal, íntimo com ele. É para aqueles que anseiam "escutar" a sua voz no mais íntimo do seu ser, e que não se contentarão com nada menos do que a experiência da sua presença e da sua glória. É para aqueles que valorizaram um relacionamento assim com o nosso maravilhoso Criador, o suficiente para estarem dispostos a pagar em sua própria vida o preço para obtê-lo - a dor de diariamente carregar a cruz.

          É para aqueles que estão dispostos a buscar a santidade em obediência ao nosso amado Senhor, Jesus..

          Meu propósito é ajudá-lo a entender o mundo do ocultismo, que está em rápida expansão, de forma que você possa, não somente purificar-se de qualquer envolvimento com ele, como também evitar as suas armadilhas.

Rebecca Brown

 

* O segredo para se ter poder espiritual: santidade pessoal

* A armadura de Deus: como usá-la eficazmente

* A natureza do pecado: como compreendê-la e como controlá-la

* A profanação do templo de Deus: como evitá-la

* O Espírito Santo em comparação com os guias demoníacos: saiba diferenciá-los

* Libertação: casos reais e exemplos de como ministrar

 

          Este livro contém estratégias satânicas de guerra anteriormente não publicadas. Revela como os seguidores de Satanás estão abertamente confrontando os seguidores de Jesus Cristo. Você tem que saber como ter poder espiritual, antes que venha a precisar dele!

          Se você é filho de Deus, não dá para não ler este livro!

 

 

 

 

         Pai, em nome de Jesus, coloco-me humildemente diante do teu trono para fazer-te um pedido. Tenho plena consciência da minha total incapacidade de, sem ti, realizar alguma coisa. Sei que as palavras nas páginas deste livro não têm valor a menos que tu faças a obra. Por isso, peço com reverência que tu envies o Espírito Santo com cada livro, para operar com poder na mente e no coração de cada leitor.

         Que o bendito Espírito Santo faça a sua obra, apesar das imperfeições deste livro. Que possa dar enten­dimento aos leitores e semear, no coração de cada um deles, fome e sede de um conhecimento ainda mais profundo de ti e das riquezas que estão em Cristo Jesus.

         Que todo o poder e glória e honra sejam dados a ti para todo o sempre!

         Tudo isso te peço, no nome precioso de Jesus. Amém,

Rebecca.

 

 

 

"... e qualquer que profere o nome de Cristo aparte-se da iniqüidade. Ora, numa grande casa não somente há vasos de ouro e de prata, mas também de pau e de barro; uns para honra, outros, porém, para desonra. De sorte que, se alguém se purificar destas coisas, será vaso para honra, Santificado e idôneo para uso do Senhor, e preparado para toda a boa obra."

(2 Timóteo 2:19-21-SBTB)

 

 

Prefácio

            Conheço Rebecca Brown há bastante tempo e ela tem sido sempre uma fonte de inspiração e desafio. Tem sido para mim um privilégio trabalhar com ela em várias ministrações de libertação e ver as pes­soas libertarem-se do cativeiro demoníaco através do poder do precioso sangue do Senhor Jesus. Creio que Rebecca é uma serva de Deus! Ela foi usada por Deus no passado, e ainda está sendo usada por Deus neste tempo presente para revelar verdades que precisam ser com­partilhadas, e continuará a ser usada por Deus até que ele resolva chamá-la à morada que lhe preparou, para a sua recompensa celestial.

            Trabalhei durante mais de 25 anos como ministro da Palavra de Deus. Tenho conferido nas Escrituras o que Rebecca ensina e alegro-me por ver que ela é bastante coerente com as Escrituras e que as conhece bem. Os cristãos fariam bem em prestar atenção à mensagem que Deus deu a ela para compartilhar.

            O problema da nossa geração mo­derna de cristãos é que, muitas vezes, queremos alienar-nos em nosso próprio mundo e fingir que as coisas que estão acontecendo em nossa sociedade na realidade não existem Queremos sentir que as coisas são "como costumavam ser" e que o mundo "está ficando melhor"!

            O fato é que Satanás e suas forças aceleraram suas atividades e estão prepa­rando-se para tentar assumir o controle do mundo, como está previsto nas Escrituras. As coisas não são mais como costumavam ser. Pode­res demoníacos estão atuando nesta geração com mais intensidade, fervor e de forma mais explícita do que nunca.

            O cristão que se encon­trar adormecido e desatento ao que está ocorrendo algum dia lamentará a sua decisão de ter se escondido dos fatos e de não ter se preparado. Rebecca é uma das servas de Deus que está soando o alarme para que a Igreja desperte!

            Agradeço a Deus por Rebecca ter a coragem de falar abertamente, apesar da oposição, da perseguição e da ignorância por parte das pessoas que deveriam estar ajudando a anunciar a mensagem dos tem­pos do fim. Seria bom se no mundo cristão as pessoas parassem de beliscar e de brigar umas com as outras e todos trabalhassem juntos para realizar uma colheita de almas para Jesus.

            Leia o que Rebecca tem a dizer. Compare com o que é revelado na Palavra de Deus. E então esteja pronto para agir, fazendo a sua parte para alcançar um mundo pelo qual Jesus morreu para salvar. Creio que oração e obediência a Deus farão muito mais para cumprir a Grande Comissão de Cristo do que fofocas e divisões entre o povo de Deus.

            Se a Igreja não se despertar em breve e parar de fingir que tudo está como estava e que temos todo o tempo do mundo - então seremos as vítimas e Deus dirá: "Eu enviei meus servos para avisar vocês, mas vocês não lhes deram ouvidos". O povo de Deus estava adormecido quando Cristo veio para pela primeira vez e eles perderam aquele maravilhoso evento. A Igreja está adormecida novamente - parece que nunca vão aprender! Obrigado, Rebecca, por despertar-nos!

 

Rev. William W. Woords

Igreja do Nazareno

Stevenson, Washington

Estados Unidos

 

 

 

 

 

 

 

Introdução

            Eu não queria escrever este livro! Eu não queria publicar este livro! Na verdade, pouco tempo atrás eu havia pedido intensamente ao Senhor que me liberasse de dar palestras.

            Eu pensava que tinha razões muito boas para isso. Isto é, até o Se­nhor me mostrar a verdade.

            Nos últimos anos o antagonismo contra mim na comunidade cristã cresceu muito. Sou odiada por muitas pessoas. Por toda a parte são impressos jornais e periódicos com a pretensão de "expor a verdade a meu respeito". Mentiras e falsas acusações estão sendo disseminadas - especialmente através de livrarias cristãs, por cartas e através de comentários entre os cristãos.

            Ninguém dentre os que imprimiram um boletim ou jornalzinho de igreja entrou em contato comigo para procu­rar saber se havia um outro lado da história! Raramente algum cristão se dá ao trabalho de falar comigo para saber se o que está sendo dito é verdade. Poucos param para pensar que Satanás, freqüentemente, destrói pessoas colocando-as na mira e levantando toda sorte de acu­sações contra elas. Foi isso o que aconteceu comigo. Na verdade, tenho descoberto que muitos cristãos amam a maledicência acima de qualquer coisa. Eles a justificam dizendo - com suas mentiras - que estão "expondo a verdade".

            Mas realmente a gota d'água para tudo isso foi alguns contatos que meu marido e eu tivemos, há pouco tempo, com algumas pessoas em posições muito altas no reino de Satanás. Elas disseram: "Na verdade, nós não temos mais que despender muito tempo e esforço procurando destruir os cristãos. Eles estão tão ocupados golpeando uns aos ou­tros pelas costas e destruindo-se mutuamente que nós não temos mais que nos preocupar com eles. Nós ouvimos o que vocês dizem, mas não podemos ver nenhuma vantagem em optar por servir ao seu Deus. Os servos do seu Deus não são diferentes de nós. De fato, a maior parte deles é pior do que nós. Ao menos nós temos algum código de honra. Eles não têm nenhum, até onde podemos ver. Seu Deus é um Deus fraco; só pode ser, para tolerar o que está acontecendo em seu próprio reino."

            Fiquei de coração partido! Tenho, durante tanto tempo, sentido muito peso pela salvação dessas pessoas. Minhas lágrimas escorriam, mas o meu horror aumentou quando tentei compartilhar a minha tristeza com um outro cristão, de um ministério conhecido.

            - Você não pode deixar que isso a perturbe, - disse ele - você não pode dar ouvidos ao que eles dizem. Afinal, são apenas satanistas. Eles mentem.

            Passei diversos dias em lágrimas e em oração. De que adiantava? Muitos cristãos nem mesmo se importam se suas vidas estão levando outros para longe de Cristo, e não parecem querer escutar ou saber o que está acontecendo de fato no mundo. Verdadeiramente, este versículo tem se cumprido em minha própria vida:

            "E sereis entregues até por vossos pais, irmãos, paren­tes e amigos; e matarão alguns dentre vós." (Lucas 21:16)

            "Oh, Senhor", implorei. "Deixa-me sacudir de meus pés a poeira das igrejas cristãs organizadas, e ir por estradas e atalhos aos pagãos, que nunca ouviram falar de ti. É nesses lugares que o meu coração anseia estar".

            Silêncio.

            Finalmente, um dia, há cerca de um mês, enquanto eu, com o Se­nhor, observava o sol nascer, ele falou comigo muito claramente:

            "Filha, eu sou Deus".

            "Sim, Pai, eu sei que tu és Deus", respondi.

            As seguintes e poucas palavras foram repetidas:

            "Filha, eu sou Deus".

            Sentei-me, pensativa, por um instante.

            "Bem, Senhor, deve haver algo que eu não estou percebendo. O que é que não estou percebendo sobre o fato de que tu és Deus?"

            Pensamentos vindos do Espírito Santo inundaram a minha mente, ao mesmo tempo convencendo-me e dando-me uma abençoada esperan­ça. Os pensamentos eram mais ou menos assim:

            "Você tem me pedido para liberá-la de falar ao meu povo, deixando de adverti-los de que precisam colocar o pecado fora da vida deles, para que estejam preparados para permanecer firmes diante da perse­guição que virá. Eu não a liberarei disso, pois eu sou um Deus santo. Eu disse em minha palavra:

            "Porque a ocasião de começar o juízo pela casa de Deus é chegada; ora, se primeiro vem por nós, qual será o fim daqueles que não obedecem ao evangelho de Deus?"    (1 Pedro 4:17)

            O fim dos tempos está próximo. Este mundo cairá. Mas, como o julgamento começa em minha casa, o meu povo será perseguido antes que os descrentes sofram. Por isso você, e outros, precisam ir avisar o meu povo primeiro."

            Enquanto eu permanecia sentada pensando nisto seriamente, o Se­nhor voltou a falar comigo.

            "Não despreze o meu povo. Você está caindo nessa armadilha. Diga-me, se eu tivesse agido em juízo contra você por suas maledicências e por falar pelas costas, quinze anos atrás, onde você estaria hoje?"

            "Eu estaria numa posição terrível", foi a minha resposta imediata.

            "Não se esqueça, eu não sou apenas um Deus de santidade e de justiça, mas também um Deus de misericórdia. É por misericórdia que eu demoro em agir, esperando que o meu povo se arrependa do mal que está fazendo. Satanás não tem nenhuma misericórdia. De fato, Satanás tem sempre interpretado misericórdia como fraqueza. Seu povo segue um certo código de honra porque não há misericórdia no reino de Satanás. Se desobedecem aquele código, são mortos. É simples as­sim. Portanto, os servos de Satanás pensam que misericórdia é um sinal de fraqueza. Mas eu lhe digo que demonstrei o meu poder como nunca quando permiti que o meu filho, Jesus, fosse torturado e morto numa cruz cruel! Minha misericórdia pagou o preço pelos pecados de vocês."

            "Lembre-se sempre", continuou, "eu amo o meu povo! Mesmo que eles sejam orgulhosos, pecadores e até destruam meus servos, eu ain­da os amo e aguardo, em misericórdia, que se arrependam de suas práticas erradas. Um dia eles me prestarão contas do que fizeram. O sangue de muitos deles será requerido no trono do julgamento de Cristo, mas não despreze o meu povo, porque eu os amo." (Ver 1 Coríntios 3:13-15,Romanos 14:10.)

            Eu me arrependi da ira que estava sentindo em relação a muitos por causa do terrível testemunho que estavam dando ao mundo. Mas o meu coração ainda estava pesado.

            "O que posso dizer àqueles que têm tropeçado por causa dos peca­dos dos cristãos, Senhor? Como posso efetivamente trazê-los a Je­sus?", perguntei.

            Uma vez mais a minha mente e o meu coração foram inundados por aquela declaração simples, porém sublime:

            "Filha, eu sou Deus. É sua responsabilidade compartilhar as boas novas com essas pessoas, falar-lhes a respeito de Jesus Cristo. A mi­nha responsabilidade é dar-lhes provas de mim mesmo. Você não pode me provar para ninguém. Somente eu posso fazer isso. Conte as boas novas, e depois ore, e desafie-os a orar e a pedir-me que eu me faça real para eles. O resto é comigo."

            Louvado seja o Senhor! Que grande verdade! Nós, seres humanos, não podemos provar Deus para ninguém. O próprio Deus deve fazê-lo, e o fará. Nós somos responsáveis por pregar o evangelho a todos os homens. Deus fará o resto. Aleluia! Que Deus maravilhoso é este a quem servimos!

            Eu não tenho necessidade de defender-me. O Senhor é o meu de­fensor.

            Por que deveria eu correr de um lado para outro tentando defender-me, quando não fiz nada de errado? Aqueles que quiserem ouvir, ouvirão, aqueles que quiserem falar maledicências, falarão. A minha oração é que os cristãos, em toda parte, ouçam com atenção a advertência que o Senhor fez a mim e a outros quanto ao seu serviço. Uma perseguição está aproximando-se rapidamente de nós.

            Eu oro para que você, que é filho dele, esteja preparado para permanecer firme, trazendo glória a este nosso maravilhoso Deus. Fique firme no poder de Jesus Cristo, Deus todo-poderoso, trazendo glória a Deus Pai para todo o sempre. Amém.

            Rebeca Brown

 

Capítulo 1

Testando a Aliança

 

            As sombras avançavam naquele frio anoitecer, enquanto o sol se pu­nha rapidamente por detrás do horizonte de áridas montanhas de rocha.

            O pôr-do-sol, no inverno, dura apenas alguns minutos na região desértica onde Elaine e Rebecca moravam. Nessa noite de 21 de dezembro de 1988, em particular, o vento estava tranqüilo e tudo parecia estar em silêncio, à espera dos eventos daquela noite. O mal sempre avança sob a cobertura da escuridão. Essa noite tinha um significado especial, pois 21 de dezembro é a noite do solstício de inverno, um dia importante para os satanistas.

            Esse dia também deveria ser o dia da morte de Elaine e Rebecca. Mais uma vez as velhas frentes de batalha estavam alinhando-se: as forças de Satanás contra as forças de nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo.

            A aliança que Deus havia feito recentemente com Rebecca seria testa­da. (Ver Prepare-se para a Guerra, capítulo 2, "Fazendo Alianças com Deus", e capítulo 7, "Escutando Deus"- Danprewan Editora). Em 1 de dezembro de 1988, Deus havia feito uma aliança com Rebecca, dando-lhe a sua promessa de que o vale onde elas viviam seria um refúgio seguro para as pessoas que renunciassem ao Satanismo. O Senhor prometeu a ela, diretamente, as vidas de todos os que estivessem sob seus cuidados ou trabalhando com ela no ministério. Ele disse a Rebecca que ela passaria por muitas batalhas e que algumas vezes a "chamada da morte" passaria bem perto, mas que, por fim, suas vidas (a dela e a de Elaine) seriam salvas. Em breve, elas veriam o braço forte de Deus guerreando contra Satanás por elas.

            Enquanto a escuridão do crepúsculo daquela tarde aumentava, Rebecca levantou-se, ungiu e selou novamente a casa. As luzes quen­tes brilhavam através das janelas, contrastando com o mal, tenebroso e frio, que pairava do lado de fora. Tudo estava quieto quando silhue­tas escuras começaram a reunir-se ao redor da propriedade. A casa de Rebecca e Elaine ficava numa área campestre, num terreno de apro­ximadamente 4000 metros quadrados. Sheba, a cadela, começou a correr de um quarto para o outro, com um grunhido contínuo em voz baixa. Este era o seu aviso de perigo na propriedade. Mas todos na casa já tinham sentido o mal crescendo do lado de fora.

            Como eles atacariam? Elaine e Rebecca eram os alvos. Um dos mais hábeis assassinos de Satanás, com seus ajudantes, planejava uti­lizar as duas como sacrifícios de solstício de inverno, naquela noite.

            Ester (não é este o seu nome real), Elaine, Rebecca e Betty (não é este o seu verdadeiro nome) uniram-se na sala para um breve momen­to de oração. Não havia muito o que dizer, além de agradecer ao Senhor por sua aliança e por sua promessa de mantê-las vivas, e pedir a ele que agisse naquela situação da forma que quisesse, para que toda a honra e glória lhe fossem dadas.

            Quando a escuridão tornou-se com­pleta, Sheba acelerou os passos e os grunhidos. As moças olharam pelas janelas da frente e viram algumas figuras sombrias no limite da propriedade. Havia um furgão preto na rua, em frente da casa, e outro na rua lateral. Vários homens pareciam estar armados com fuzis, mas era difícil, no escuro, dizer com certeza.

            Ester começou a chorar.

            - Estou com muito medo. Esses homens parecem ser perigosos. Será que Deus é suficientemente forte para nos proteger deles?

            Seu corpo esguio tremia de medo. Rebecca foi até ela e pegou-lhe na mão.

            - Escute, Ester, você sabe que Jesus é mais forte. Você já viu demons­trações do poder dele muitas vezes. Agora permaneça firme na fé, junto conosco, e repreenda o medo em nome de Jesus. O Pai prometeu-nos que estaríamos seguras aqui e ele nunca volta atrás em sua palavra.

            - Mas você tem certeza de que ele ouviu direito? - foi sua resposta amedrontada.

            - Sim, tenho certeza. Ele também confirmou a promessa para Elaine e para Betty. Não temos dúvida em nossa mente. Venha, Ester, vamos cantar louvores ao nosso Senhor enquanto esperamos, para ver como ele lutará esta batalha por nós.

            Betty colocou uma música de louvor suave e elas começaram a can­tar, todas juntas. O tempo passava e a tensão aumentava. Todos do lado de fora estavam terrivelmente quietos, mas a pressão demoníaca crescia rapidamente. De novo elas foram olhar pelas janelas. Parecia haver ainda mais figuras sombrias do lado de fora, na grama, e algu­mas estavam vindo em direção à casa.

            - Escutem, - disse Betty - é tolice ficarmos aqui nervosas e assusta­das. Vamos fazer alguma coisa construtiva, como preparar biscoitos de chocolate.

            As outras riram.

            - Biscoitos! - exclamou Elaine.

            - Bem, e por que não? Só espero que o Senhor não deixe esses caras entrarem para comer alguns.

            E, assim, foram todas para a cozinha. Tão logo elas haviam começado a preparar os biscoitos, ouviram subitamente o som de um grande im­pacto que abalou a casa. E depois, outro, outro, e outro, e outro. Cinco ao todo. Ester encolheu-se, com medo, junto à bancada da cozinha.

            - Aposto que eles planejam colocar fogo no teto. É a maneira típica de como esse pessoal trabalha, - Elaine disse cautelosamente. - O que faremos agora?

            - Esperar! Simplesmente esperar! - foi a resposta de Rebecca. - Se o Pai permitir que eles entrem na casa, então saberemos que devemos compartilhar o evangelho com eles, mas não penso que ele os deixará entrar, e muito menos que os deixará atear fogo na casa.

            Tão logo foram ditas essas palavras, elas escutaram o som de uma tremenda confusão vindo de cima, do teto. A casa delas era como a maioria das casas típicas do deserto - uma casa térrea, com um teto plano, de pedra. O ruído da confusão e da luta percorria o teto de um extremo ao outro.

            A preparação dos biscoitos foi suspensa e as moças ficaram orando e olhando para o teto, enquanto o barulho aumentava. De repente, depois de cerca de cinco minutos, houve um grito, uma voz que pra­guejava alto e o som de um impacto seco, bem em frente da casa. Ali, diante de seus olhos surpresos, elas viram que cinco homens, prague­jando horrivelmente, levantavam-se do chão. Um deles havia pousado sobre um grande cacto plantado bem em frente da casa. Este prague­java mais alto do que os demais! As moças gritaram de alegria e lou­varam ao Senhor, enquanto os homens retornavam ao furgão para re­cuperarem-se. Ainda rindo, elas voltaram à cozinha para continuar a fazer os biscoitos.

            - Uau! Eu gostaria de ver o que esses homens viram! - exclamou Betty.

            - Eu gostaria de saber se o Senhor permitiu que eles vissem os anjos com quem lutavam! - Rebecca comentou, pensativa. - Espero que sim. Isso é que acabaria com eles. Se eles não viram os anjos, receio de que pensem terem estado lutando apenas contra demônios mais poderosos.

            - Oh, não tenho dúvidas de que foi assim - disse Elaine. - Eu me recordo claramente da ocasião em que fui contra os anjos de Deus! Foi uma experiência humilhante, para dizer o mínimo. Nós não podíamos passar por eles, não importava o que fizéssemos. Isso certamente me fez começar a pensar. Satanás não ia me dizer quem eles eram, mas, dentro de mim, eu sabia que eram anjos de Deus. Isso, sem dúvida, me fez perceber que Satanás não era todo-poderoso, como dizia ser.

            Cerca de uma hora depois, elas ouviram os homens subindo no teto novamente. Sons de uma intensa batalha vieram novamente de lá de cima. Logo os homens foram arremessados do teto novamente. Mas desta vez os homens não se puseram de pé. Ao invés disso, cada um foi agarrado, sob os braços, por uma força invisível e arrastado até para fora do limite da propriedade. As moças não viram os anjos, mas não havia, na mente delas, dúvida alguma de que tinham sido eles. Os homens foram largados na rua, sem cerimônia. A luta estava terminada. Os satanistas ainda ficaram em torno da propriedade por mais duas horas, mas não puderam colocar novamente os pés dentro da propriedade. Finalmente desistiram e foram embora.

            As moças comeram os biscoitos e louvaram ao Senhor pela maravi­lhosa libertação das mãos de seus inimigos. Como sempre, o Senhor havia sido fiel à sua aliança.

            Tendo obtido esta vitória, elas logo teriam que se deparar com um novo ataque, com novas lições a serem aprendidas.

 

 

                Nota da autora: Escrevo algumas de nossas aventuras com um propósito. Quero que você, leitor, saiba que o nosso Deus ainda vive e que hoje atua da mesma maneira que atuava ao longo das páginas das Escrituras. ‘Temos um Deus que ainda opera milagres! Nós estamos vivas hoje somente por causa da sua proteção direta, e por ter agido em nossa vida. Temos também um Deus que fala ao seu povo hoje como ele o fez no tempo das Escrituras. Temos de depender da sua direção diariamente. Satanás tem um vasto reino, mas o nosso Deus assenta-se acima da terra e do céu. O nosso Deus é o Criador de tudo. Ele tudo vê e tudo conhece. Satanás faz planos e esquemas sem fim, mas o nosso Capitão, Jesus Cristo, estende a sua mão e toca uma pessoa aqui. E outra ali. Frustrando os planos mais bem elaborados de Satanás.

 

 

Capítulo 2

Alfinetes

            Rebecca, esta ligação é para você - disse a recepcionista esten­dendo o fone.

            Rebecca tinha ido ao veterinário em busca de remédios para seus gatos. Elas tinham estado sob um ataque tão forte de feitiçaria que todos os animais da casa estavam doentes. O coração de Rebecca estava pesado quando ela foi ao balcão atender o telefone.

            - Rebecca, - uma voz fraca disse do outro lado - venha rápido, acho que Elaine está morta e creio que não vou agüentar por muito tempo. Eles estão aqui para nos pegar. Estão do lado de fora. Eu... -sua voz desvaneceu do outro lado e o telefone fez um ruído, como se tivesse caído ao chão.

            - Annie! (não é este o seu nome real), - gritou Rebecca - Annie, responda-me, o que está acontecendo?

            Houve silêncio, exceto por algum estranho ruído no fundo. Annie não pegou de novo o telefone. Rebecca devolveu o fone à recepcionista.

            - Desculpe-me. Vou ter que pegar os remédios depois. Estou tendo alguns problemas em casa. Tenho que correr.

            Dizendo isso, saiu correndo pela porta até o carro. Estava a cerca de dez minutos de distância de casa.

            O sol estava pondo-se rapidamente e as sombras estendiam-se en­quanto Rebecca corria para casa.

            "Oh, Pai - ela orou. - Venho diante do teu trono firmando-me na tua aliança comigo. Satanás não pode tirar a vida de ninguém em minha casa. Intercedo contra o pedido de Satanás, Pai, em nome de Jesus. Tu me prometeste a vida de todos os que estivessem sob os meus cuidados, e agora eu confio nessa promessa."

            Rebecca dirigiu tão rápido quanto pôde. O breve percurso parecia interminável. Sua mente rodopiava. O que estaria acontecendo? O que poderia ter acontecido no curto espaço de tempo em que ela esteve fora de casa? Ela só havia estado ausente por cerca de 30 minutos.

            A intensidade da guerra espiritual havia aumentado rapidamente nas últimas semanas, desde que Annie e seu filho Timmy (não é este o seu nome real) tinham vindo morar com elas. Annie havia passado todos os seus quase trinta anos de vida no Satanismo. Ela era o que se cos­tuma chamar de "procriadora". Ela havia sido dada à suma sacerdoti­sa do grupo local quando criança, para crescer e ser educada com esse propósito. Ela não conhecia nada além de terríveis abusos, desde as suas mais antigas lembranças. Tinha sido muito usada em pornografia infantil, e depois como geradora de filhos. Ela teve o primeiro bebê aos onze anos. Teve dez filhos, dos quais nove foram sacrificados.

            O déci­mo, Timmy, não havia sido sacrificado e estava agora com seis anos de idade. Annie tinha entrado em contato com Rebecca, desesperada para sair da feitiçaria. Quando ela aceitou o Senhor, Rebecca a trouxe para morar em sua casa. Os satanistas não estavam nada contentes!

            Quando Rebecca virou a última esquina antes da sua rua, o sol desapareceu atrás das montanhas. A escuridão estaria completa em pou­cos minutos. Essa hora, do pôr-do-sol, parecia ser o momento em que os satanistas sempre lançavam seus mais fortes ataques. Quando Rebecca chegou em sua rua, viu um helicóptero voando baixo ao re­dor de sua casa. Ia tão baixo que as árvores estavam sendo sacudidas pelas hélices e muitos dos galhos menores estavam quebrando-se e sendo arremessados por toda parte, na grama. Quando ela se aproxi­mou da entrada da casa, notou um furgão escuro estacionado à beira da propriedade e três homens postados a uma certa distância uns dos outros, guardando o caminho para a sua garagem.

            A pressa de Rebecca era tão grande que ela apenas agiu, sem perder muito tempo pensando. Retirou o cinto de segurança e saltou do carro, gritando de forma a ser ouvida, acima do barulho ensurdecedor do helicóptero:

            - Eu os repreendo em nome de meu Senhor Jesus Cristo! Vocês têm 20 segundos para sair do meu caminho ou eu os atropelarei! Em nome de Jesus Cristo eu ordeno a todos vocês, demônios, que fiquem amar­rados e que desfaçam todos os encantamentos que fizeram! Agora, saiam do meu caminho!

            E, tendo dito isso, ela saltou de novo para dentro do carro e recuou um pouco até a rua. Então acelerou, dirigindo-se à entrada da casa. Os homens estavam, obviamente, surpresos. Eles saltaram para os lados, escapando apenas por poucos centímetros, enquanto Rebecca passava correndo. Ela acionou o controle para abrir a porta da gara­gem e entrou rapidamente, fechando a porta em seguida. Deu uma brecada que fez os pneus guincharem, e saltou do carro. Com o cora­ção batendo forte, disparou para a porta da casa e entrou correndo.

            "Puf!'' Assim que entrou, Rebecca foi atingida e derrubada ao chão. Por alguns segundos ficou ali deitada, imóvel, ofegante, tentando recuperar o fôlego. Ela não esperava um ataque desses. Era extremamente raro acon­tecer de os demônios atingirem-na e derrubarem-na fisicamente. Sacudin­do a cabeça para tentar pôr a mente em ordem, ela falou em voz alta:

            - Vocês, demônios, eu lhes ordeno que se afastem de mim, em nome de Jesus!

            Com isso, ela levantou-se do chão e dirigiu-se à sala de estar.

            A opressão demoníaca na casa era tão grande que era difícil respi­rar. O mal estava em toda parte. O barulho do helicóptero em cima da casa tornava difícil ouvir qualquer coisa. O medo era palpável.

            Rebecca, ao entrar na sala de estar, rapidamente avaliou a situação. Elaine estava azul por falta de oxigênio, estendida no chão, com um sério ataque epiléptico. Annie estava caída inconsciente na cozinha. Seu filho estava sentado perto dela, gritando e chorando. Rebecca sabia que não poderia ressuscitá-los todos ao mesmo tempo. Seu co­ração clamava ao Senhor por orientação.

            Rapidamente virou Elaine de lado, inclinando a cabeça dela para trás para abrir a passagem de ar, para que pudesse respirar. Em nome de Jesus ordenou aos demônios que causavam a asfixia que saíssem. Ime­diatamente os movimentos convulsivos começaram a diminuir. Então o Espírito Santo lhe falou:

"Sele a casa, filha, sele a casa!"

            Rebecca pulou, pondo-se de pé. Apanhou o frasco de óleo e esta­beleceu um novo recorde do tempo de unção de casas. Correu tão rápido quanto pôde, da porta para a janela, para outra janela, para a porta, orando enquanto se movia, pedindo ao Senhor que limpasse e selasse a sua casa. Quando chegou à última porta, gritou:

            - Em nome de Jesus eu ordeno a cada demônio e espírito humano nesta casa que saia de imediato! Esta casa pertence a meu Deus, e vocês não têm o direito de estar aqui.

            "Pai, - orou ela - em nome de Jesus, peço-te que limpes totalmente esta casa e a santifiques para ti. E, Pai, toma-nos invisíveis ou algo assim para que nos livremos desse helicóptero aí em cima. Não posso escutar nem mesmo os meus pensamentos, com o barulho dessa coisa!"

            Rebecca voltou então correndo às moças que estavam deitadas no chão. Alegrou-se ao ver que Elaine estava de novo respirando nor­malmente. Sua cor começava a melhorar e Annie gemia em voz baixa, começando a voltar à consciência. Rebecca pegou Timmy no colo, segurando-o em seus braços, tentando acalmá-lo.

            Subitamente o helicóptero se foi, deixando-as num silêncio mortal. Rebecca movia-se silenciosamente entre os três, ungindo cada um deles, enquanto orava. Todos estavam sentindo muita dor, mas estavam vi­vos! O Senhor havia novamente cumprido a sua promessa. Eles esta­vam vivos e em segurança.

            As duas horas seguintes foram muito árduas. Rebecca ajudou cada um a ir para a cama. Telefonou para Betty, pedindo-lhe que a ajudas­se, a qual chegou cerca de meia hora depois. A essa altura já estava completamente escuro e o furgão tinha recuado para uma posição mais distante na rua, mas ainda permanecia lá, ameaçador.

            Finalmente, todos estavam mais ou menos recuperados e deitados na cama. Betty e Rebecca sentaram-se na sala para conversar. Rebecca rapidamente expôs a Betty todos os eventos que haviam ocorrido.

            - Parece que estamos entrando numa fase diferente da batalha -disse Rebecca pensativamente. - Há muito tempo que um demônio não me derrubava, e todas foram salvas realmente por um triz, especi­almente Elaine. Eu não gosto disso; não gosto nem um pouco disso!

            - O que está me preocupando é: como eles conseguiram entrar? A casa estava selada, não estava? - perguntou Betty.

            - Sim, estava. De fato, eu havia acabado de ungir a casa na noite anterior porque estava sentindo muita opressão - disse Rebecca en­quanto meditava nos eventos da noite. - Aquele helicóptero também me incomoda. Annie disse que a suma sacerdotisa do seu grupo já havia usado helicópteros antes. O que é ainda mais preocupante é o fato de que a casa estava, obviamente, como um campo aberto de batalha para todos os demônios que eles quisessem mandar. Algo deve ter quebrado o selo, mas o quê?

            - Sim, o quê? Esta é a questão que vale dez mil dólares - disse Betty, enquanto ria entre os dentes.

            - Sim, eu sei - replicou Rebecca. - Não quero passar uma outra noite como esta. Passou perto demais para o meu gosto! Rebecca mal sabia quantas vezes ainda teria que passar por esse tipo de ataque.

            No dia seguinte ela foi ao veterinário novamente em busca dos re­médios. Desta vez foi numa hora em que o sol brilhava bem forte. Todos os animais estavam doentes, e Rebecca não tinha dúvida de que era devido a maldições que estavam sendo lançadas contra eles. Mais tarde, naquela noite, enquanto ela preparava o jantar, todos sen­tiram a opressão crescendo de novo. Rebecca tinha pedido a Betty para que viesse passar a noite com elas e ajudar.

            - Parece que é hora dos feitiços de novo - resmungou Rebecca com Betty, enquanto trabalhavam na cozinha. - Isto está rapidamente tor­nando-se uma coisa rotineira.

            - Sim, eu sei - disse Betty. - Gostaria de saber o que eles vão tentar esta noite.

            Mal essas palavras tinham saído de sua boca e... crash! Um som veio da sala de estar. Betty e Rebecca largaram o que estavam fazen­do e correram para ver o que acontecia. Elaine estava no chão, com um abajur por cima. Ela tinha segurado o abajur ao cair, tentando re­cuperar o equilíbrio. Estava gemendo e rolando no chão.

            - Elaine, o que está acontecendo? - Rebecca perguntou-lhe, ajoe­lhando-se ao lado dela.

            - Eles estão me rasgando por dentro - Elaine murmurou, toda retorcida.

            Betty correu para pegar o óleo. O mal estava invadindo a casa. No­vamente, o ar estava como que denso pela presença do mal, de forma que parecia difícil mover-se e respirar.

            - Oh não! De novo, não! Ajuda-nos, Senhor! Como eu posso parar com isto? -exclamou Rebecca desesperada.

            "O selo em sua casa está quebrado de novo" - foi a resposta imedi­ata do Espírito Santo.

            - Rebecca, onde está você? - chamou Betty.- Annie foi atingida também.

            Rebecca correu para a cozinha.

            - Tenho que ungir a casa, cuide deles o melhor que puder - gritou para Betty.

            Mais uma vez, Rebecca correu pela casa, ungindo-a, selando-a e limpando-a. Quando terminou, elas puderam assumir o controle da situação e pôr um fim aos ataques demoníacos. As moças estavam ficando muito fracas e doentes, pelo dano causado pelos demônios.

            Rebecca e Betty trabalharam juntas, incansavelmente, até consegui­rem colocar os três - Elaine, Annie e Timmy - na cama. Haveria pou­co repouso para eles naquela noite. Rebecca e Betty passaram a mai­or parte da noite em oração. Com certeza elas estavam deixando es­capar alguma coisa importante. O que é que vinha quebrando o selo na casa? Por que os satanistas podiam enviar demônios e causar toda aquela confusão? Com empenho elas buscaram respostas do Senhor.

            No final da tarde do dia seguinte, tão logo o sol começou a se pôr, Rebecca percorreu, ungiu e selou a casa novamente.

            - Ninguém saia de casa - disse ela aos demais. - Quero ver se podemos impedir que um ataque aconteça.

            Elas prepararam o jantar e comeram em um silêncio desconfortável. Finalmente, Rebecca falou:

            -Estamos, com certeza, deixando escapar algo importante, em algum lugar. Aqueles demônios têm direito legal para entrar aqui, ou então o selo em nossa casa não poderia ter sido quebrado. Alguma de vocês tem alguma idéia do que é? (Direito legal é uma "porta" ou "brecha" de pecado que permite a Satanás acesso legal à sua vida. Ver Prepare-se Para a Guerra, capítulos 9 e 10, para explicações adicionais).

            As duas moças sacudiram a cabeça.

            - Não, eu não sei - disse Elaine.

            - Nem eu - acrescentou Annie.

            - Bem, nós nunca passamos por um ataque assim antes de você vir para cá, Annie. Tem que haver algum direito legal para eles na sua vida, em algum lugar! Quero que você realmente se coloque diante do Senhor e busque-o pedindo-lhe uma resposta.

            Annie concordou em buscar uma resposta do Senhor.

            Ninguém dormiu muito naquela noite. Por cerca da meia-noite, Sheba começou a grunhir. Rebecca levantou-se e olhou pelas janelas da fren­te. Novamente havia homens nas proximidades da propriedade, mas aparentemente eles não conseguiam colocar os pés dentro dela. Rebecca suspirou. Alegrava-se agora por ter obedecido ao Espírito Santo, an­dando por toda a propriedade naquela noite, declarando-a santa para o uso do Senhor e pedindo a ele que a selasse com os seus anjos.

            De repente, o Senhor deu a Rebecca, por um breve momento, uma visão do mundo espiritual. Ao redor de toda a propriedade havia uma fileira brilhante de enormes anjos. Eles estavam ombro a ombro, volta­dos para o lado de fora. Estavam vestidos de branco, com cintos dou­rados e com espadas em suas mãos. Estavam em silêncio, imóveis, esperando. A luz irradiava-se deles. Toda a propriedade parecia estar

            coberta com uma suave luz azul. Havia muitos outros anjos em cima da casa, também. Rebecca ofereceu uma oração de intensa gratidão ao Senhor por sua maravilhosa provisão.

            "E, Pai, queira também agradecer aos anjos por mim- ela orou. -Eles certamente têm estado aqui muito ocupados ultimamente. Apre­cio o que estão fazendo. Muito obrigada, Pai, por tua fidelidade em cuidar de todos nós. Eu te agradeço em nome de Jesus."

            Bastante reconfortada, ela voltou para a cama.

            A batalha estendeu-se por mais três semanas. Cada vez as moças eram atingidas por demônios e derrubadas ao chão. Todos estavam continuamente doentes. Noite após noite, Rebecca punha-se de joe­lhos, clamando ao Senhor por respostas e por graça para continuar a luta. Elas estavam ficando cada vez mais fracas. Parecia não haver fim para a luta, e tampouco respostas.

            Finalmente, o Senhor falou com Rebecca e disse-lhe que pegasse Ester, Annie, Betty e Elaine e deixassem a cidade por uma semana, para descansarem.

            - Nosso Pai diz que devemos permanecer alguns dias longe daqui para um breve descanso - disse Rebecca, discutindo o assunto com Elaine e Betty. - Deus sabe que nós todas necessitamos de um des­canso. Mas como vamos poder descansar com os satanistas nos se­guindo por toda parte?

            - Bem, em primeiro lugar, não vamos contar antecipadamente para ninguém para onde estamos indo - sugeriu Elaine. - Não acho que as pessoas iriam deixar deliberadamente que os satanistas soubessem, mas eles parecem ter alguma forma de descobrir.

            - Para onde iremos? - Betty perguntou.

            - Oh, creio que o Pai está me mostrando que devemos ir para o Havaí - disse Rebecca. - Lá eu tenho um refúgio especial. Até agora o Pai nos tem protegido completamente, a mim e a Elaine, nesse lugar. Ainda bem que não é tão caro pegar um avião para lá, daqui da Califórnia. Vou tomar as providências e procurar manter tudo em segredo, tanto quanto possível. Vamos também orar e pedir ao Senhor que feche os ouvidos dos demônios e dos satanistas, para que não possam saber para onde estamos indo. Estamos todas exaustas, isto é certo.

            - Sinceramente espero que você consiga- disse Betty.

            Os planos foram executados com todo o cuidado. Finalmente che­gou o dia em que tomaram um avião para o Havaí. Elas alegraram-se por ver que aparentemente ninguém as estava seguindo. De fato, os dois primeiros dias na ilha foram completamente tranqüilos. Mas... essa paz teria curta duração.

            Na terceira noite, durante o jantar, Rebecca e Elaine viram dois homens que não lhes eram desconhecidos, mas que criam tê-los visto antes, seguindo-as, na Califórnia. Quando pergunta­ram a Annie, ela disse que não os conhecia, mas recusou-se a olhar para Rebecca nos olhos. Seu comportamento foi claramente diferente. Naquela noite, não ficaram por muito tempo em seus quartos antes de serem atacadas por demônios. Depois que a situação foi controlada, Rebecca fez Annie sentar-se.

            - Agora, escute aqui, disse. - Eu já estou farta de tudo isso! Não tenho dúvidas de que você conhece esses homens. E também estou certa de que você sabe como esses satanistas sabiam onde estáva­mos! Eles só levaram dois dias para nos descobrir. Então deve haver alguma forma de transmissor demoníaco, ou dispositivo de localiza­ção, em você. É melhor que você comece a falar, e rápido, ou eu vou colocá-la lá fora e deixar que a levem. Nós já jogamos este jogo por muito tempo! Na volta do jantar, esta noite, o Pai me disse que você sabe muito bem como eles a encontraram.

            Annie abaixou a cabeça.

            - Estou esperando, Annie - disse Rebecca num tom exasperado.

            Finalmente Annie falou:

            -Bem,... é verdade; aqueles dois homens são satanistas. Eu estava com receio de contar para você.

            -E como eles ficaram sabendo onde nos encontrariam?

            Annie olhou para baixo e mexeu os pés, embaraçada. Finalmente, voltou a falar:

            - Bem, devem ser os meus alfinetes inseridos.

            - Alfinetes inseridos?! O que é isso? - Rebecca e Betty perguntaram a uma só voz.

            Elaine bateu na testa:

            - Claro! Como é que eu não pensei nisso?

            Rebecca voltou-se para Elaine.

            - Você sabe o que são esses alfinetes inseridos?

            - Sim.

            - Então, por que você não me contou antes?

            -Bem, primeiro porque você não perguntou, e eu não tinha pensado neles.

            Rebecca caiu para trás, no sofá.

            - Essa não!! - disse. - Estivemos lutando com unhas e dentes por mais de um mês e vocês simplesmente não se lembram de um peque­no detalhe como esse dos alfinetes inseridos! - Ela estava tão exaspe­rada que quase não conseguia falar.

            Betty tomou a palavra:

            -Exatamente, o que são alfinetes inseridos?

            - São uns pequenos alfinetes sem cabeça ou pinos de metal que são inseridos sob a pele num ritual especial. E demônios aderem a esses alfinetes com diversas finalidades - disse Annie. - Eles entram na pes­soa quando o alfinete é inserido.

            - Será que eles funcionam como uma forma de dispositivo de loca­lização por radar, será isso? - Betty perguntou, secamente.

            - Sim, e também com propósitos de destruição. O que dizem é que os demônios ligados aos alfinetes destroem a pessoa se ela sair da bruxaria ou se os alfinetes forem retirados - disse Annie, demonstran­do sentir-se muito incomodada.

            - Posso perguntar-lhe por que você nunca pensou em contar-nos essas coisas? - perguntou Rebecca.

            - Eu não sabia o que fazer. Eles me disseram que os demônios dos alfinetes inseridos me matariam antes que eu os pudesse retirar. São como bombas-relógio, não há como se livrar deles.

            - Annie, Annie - Rebecca suspirou.- Como você pode acreditar numa mentira dessas depois de já ter tido o privilégio de ver o Senhor operar com tanto poder, de tantas formas maravilhosas?

            Annie olhou para as mãos.

            - Bem, eu estava com medo - murmurou.

            Uma vez mais Rebecca deparou-se com a teimosia e com o medo que são a marca registrada de todo aquele que vem do Satanismo.

            "Não é de se admirar que não conseguíamos manter a casa selada -pensou ela. - Cada vez que Annie entrava e saía de casa ela quebrava o selo trazendo consigo demônios para dentro da casa."

            Tudo começava a fazer sentido. Era por isso que as moças podiam ser afetadas de uma forma tão devastadora pelos ataques demoníacos.

            Um outro pensamento ocorreu a Rebecca. Ela virou-se para Elaine:

            - Você também recebeu em si esses alfinetes?

            - Sim, recebi, - disse Elaine acenando afirmativamente com a cabe­ça- mas tive receio de lhe contar. O que fiz foi pedir ao Senhor que me ajudasse a retirá-lo. Ele o fez. Ele literalmente o puxou para fora através da pele. Doeu muito, mas eu me livrei dele. Faz tantos anos, que eu já havia me esquecido de tudo isso. Eles são algumas vezes chamados de "inserções", ou de "alfinetes enfeitiçados", em algumas linhas da feitiçaria. (Ver o Capítulo 6 para uma discussão mais aprofundada sobre as inserções). Em outros países, utilizam-se coisas diferentes, ao invés de metal. Algumas vezes são pequenas lascas de pedra, um pequeno pedaço de madeira, um dente, ou um pedaço de osso humano. Entretanto, o propósito é o mesmo: exercer controle. Um dente ou um pedaço de osso humano também são usados freqüentemente nos Estados Unidos. Quando alguém recebe um alfi­nete desses, as pessoas na feitiçaria sempre sabem onde ele está. E quando essa pessoa deixa a feitiçaria, os demônios ligados ao alfinete entram em ação, e tentam matá-la fisicamente.

            - Bem, agora que nós finalmente sabemos qual é o problema, o que podemos fazer a respeito? - perguntou Betty.

            - A vontade que eu tenho é de pegar uma faca e extraí-los agora! - foi a resposta exasperada de Rebecca.

            - Não, você não vai fazer isso! Não em mim! - exclamou Annie. Betty riu e disse:

            - Você vai ter que segurar ela primeiro, Rebecca.

            Rebecca não respondeu, porque estava sentada orando, perguntan­do o que fazer naquela situação. Todos ficaram em silêncio por alguns minutos, escutando o som ritmado das ondas da praia e o suave sus­surro das folhas de palmeira. Finalmente, Rebecca as repreendeu.

            - O Senhor tem sido tão fiel conosco até agora. Creio que ele será fiel mais uma vez. Devemos lidar com este problema, imediatamente. A nossa vida está em perigo enquanto os alfinetes inseridos não forem retirados.

            - Mas como você vai extraí-los? - perguntou Annie.

            - Não sou eu que vou extraí-los, e sim o Senhor - foi a resposta de Rebecca. - Não seria prudente ir a um médico e contar uma história como esta. Não, vou pedir ao Senhor que os queime. Eu creio que ele o fará. Agora, quantos alfinetes você tem e onde eles estão?

            Annie não queria sentir dor, e principalmente não se agradava com a idéia de ter algo sendo "queimado" ou "vaporizado" sob a sua pele.

            - Vai doer? - perguntou ela.

            - Não sei, isso quem sabe é o Pai. Você, menina travessa, depois de todas essas dificuldades por que passamos, porque se recusou a nos contar estas coisas, eu deveria pegar uma faca e retirá-los! Entretanto, você tem sorte de servirmos a um Deus muito misericordioso. Agora, onde se localizam os alfinetes?

            - Há um na minha perna e outro na minha mão - disse Annie, apon­tando para eles.

            Rebecca pegou o óleo e sentou-se próximo de Annie.

            - Muito bem, - disse-lhe - vejamos o que o Senhor fará.

            Ela tomou o óleo e cobriu a área sobre o alfinete na perna de Annie. Então orou:

            "Pai, viemos a ti em nome de Jesus. Tu conheces o nosso problema. Estou te pedindo que faças fluir o teu poder na perna de Annie e vapo-rizes ou queimes este alfinete de metal, fazendo o que for necessário para isso. Também te peço que removas completamente todos os demônios ligados a este alfinete."

            - Pare! Ai! - interrompeu Annie. - Rebecca, a minha perna parece estar pegando fogo. Peça ao Senhor para parar! Está doendo demais!

            - Isso é o que eu não vou fazer! Se você me tivesse dito antes, nós poderíamos tê-lo extraído por um médico, com uma anestesia local. Agora, simplesmente você vai ter que agüentar a dor.

            Annie continuou a contorcer-se e a mexer-se, mas Rebecca a segurou com firmeza. Agradeceu ao Senhor por responder à sua oração. A dor ardente permaneceu por cerca de dez minutos, e então sumiu. Antes de pedir ao Senhor que removesse o alfinete, Rebecca podia senti-lo facilmente sob a pele de Annie. Agora ele havia desaparecido com­pletamente. A pele estava vermelha, mas não se podia sentir nenhum alfinete. Elas alegraram-se e louvaram ao Senhor por sua maravilhosa provisão. Um a um, todos os outros alfinetes foram também destruídos.

            Mais uma vez o Senhor havia sido fiel. Elas foram para a cama, para a primeira noite tranqüila de repouso depois de muito tempo.

 

Capítulo 3

Memórias

 

            Rebecca pôs mais um pedaço de madeira no fogo que estalava alegremente na lareira. Chamas azuis, verdes e alaranjadas envolve­ram o novo pedaço de lenha enquanto ela cuidadosamente recolocava o anteparo na lareira.

            - Isso deve dar para algum tempo" - disse ela, sentando-se na pol­trona próxima à de Joyce (não é este o seu nome real).

            A casa estava em silêncio, pois todos os demais já dormiam. O ven­to frio do inverno soprava ao redor da casa, do lado de fora, e as som­bras das chamas dançavam no aposento. Tudo estava confortável e calmo, enquanto Joyce e Rebecca se assentavam com canecas cheias de café, para uma tranqüila conversa. Elas tinham muito para compar­tilhar. Porém não tinham idéia de quão rápido sua paz seria abalada pelos acontecimentos da noite que rapidamente se aproximavam.

            Joyce era uma mulher jovem, com seus trinta e tantos anos de idade, que estivera envolvida com bruxaria por 12 anos. Ela escalara a hie­rarquia da WICCA, tornando-se uma suma sacerdotisa, e, por fim, um "correio" entre a WICCA e uma grande rede de grupos de feitiça­ria. Ela tinha aceito a Jesus Cristo como seu Senhor e Salvador por volta de seis meses atrás, antes de conhecer Rebecca, que a ajudou a livrar-se de todos os demônios. Agora, cerca de um mês depois da sua libertação, Joyce tinha vindo visitar Rebecca e Elaine. (Joyce, no momento em que este livro foi escrito, estava fora da bruxaria há pouco mais de dois anos.)

            - Rebecca, você não pode imaginar o impacto que a capa do seu primeiro livro teve em mim - Joyce comentou. - Eu recebi Cristo, e então quase fui morta pelos demônios, que me espancaram. Pensei que não sobreviveria. Um homem na igreja falou-me das Publicações Chick, eu telefonei para eles e perguntei se eles tinham algo sobre Satanismo. Eles disseram que sim, e eu pensei "Será?!..." Pensei que fosse algo superficial. Mas, quando vi a capa daquele livro, estremeci. Dava para ver, sem sombra de dúvida, que alguém conhecia a verdade acerca do Satanismo. Então, quando comecei a ler sobre a irmã Cora­gem, eu mal podia acreditar em meus olhos! Haviam-me dito que ela estava morta. Eu mal podia acreditar que ela estava viva.

            - Você quer dizer que conheceu Elaine quando ela ainda estava na feitiçaria? - perguntou Rebecca, surpresa.

            - Oh, sim. E conheci Sedona, a associada de Elaine. Sedona (seu nome de bruxaria) era totalmente odiosa. Ela parecia odiar-me de for­ma especial. Puxa, como fiquei feliz quando Sedona perdeu a sua po­sição, pouco tempo depois de eu receber a Cristo!

            - Eu também já tive uns poucos encontros com Sedona - disse Rebecca sorrindo. -Isso foi anos atrás, quando Elaine tinha acabado de sair da bruxaria. De fato, Elaine levou-me à casa dela uma vez. Puxa, que lugar maligno! Recentemente fiquei sabendo, através de uma pessoa que está abandonando a bruxaria, que Sedona ainda está mui­to furiosa comigo.

            - O que você quer dizer com isso? - perguntou Joyce.

            - Bem, sabe, um dia Sedona veio em projeção astral à minha casa, para tentar matar-me. Ao invés disso, eu acabei forçando-a a dobrar-se a Jesus, com o seu nariz bem no chão. Eu descrevi esse incidente em meu primeiro livro, Ele Veio Libertar os Cativos, só que eu dei a ela o. nome de Sally naquele livro, em vez de utilizar o seu nome de bruxaria.

            - Eu me lembro - disse Joyce, e sorriu. - Você quer dizer que aquela era Sedona? Não me admira que ela a odeie tanto! Dobrar-se diante de Jesus seria para ela um insulto de que nunca poderia esquecer-se! Eu fiquei surpresa quando li sobre o incidente. A projeção astral para dentro de uma outra pessoa é muito rara.

            - Eu sei disso agora, - continuou Rebecca - mas não sabia na época do incidente. As pessoas que desenvolvem esse grau de habilidade na projeção astral pagam um preço muito alto em seu corpo físico. Sedona envelheceu muito rapidamente como resultado disso.

            - Sim - confirmou Joyce, movendo a cabeça. - Eu levei muito tem­po aprendendo afazer projeção astral. Meu cabelo começou a embran­quecer, quando eu ainda tinha vinte e poucos anos, por causa disso. - Joyce riu de novo. - Então você fez Sedona curvar-se diante de Jesus! Não me espanta que ela a odeie tanto!

            - Bem, creio que é bom que ela comece a acostumar-se com isso; ela certamente irá dobrar-se perante ele e, no final, terá que confessar que Jesus é o Senhor! - disse Rebecca, rindo. Mas em seguida ficou séria e continuou:

            - Sabe, Joyce, eu não tenho nenhuma dúvida de que Sedona teve uma participação na estratégia que os satanistas armaram contra mim, quando eles destruíram a minha carreira como médica e tudo o que eu tinha. Sei que um membro bastante proeminente da feitiçaria tentou recentemente armar um novo plano, acusando-me de vender drogas ou algo do gênero. Ele conseguiu alguma proeminência a nível nacional no meio judicial, viajando por toda parte e atuando na avaliação de crimes relacionados com o ocultismo. Ele faz isso para proteger sua rede de grupos de ser exposta, e para manter as pessoas acreditando que os satanistas não têm, de fato, poder algum.

            - Há uma outra pessoa atuando dentro desse esquema, que se faz passar por pastor "evangélico"- continuou Rebecca. - Ele também está envolvido na CIA. Sei também que Sedona está na Califórnia atualmente. Se ela continuar a vir contra nós, irá aprimorar o seu apren­dizado, experimentando o poder de Jesus Cristo.

            Joyce acenou com a cabeça, pensativamente, e disse: - Infelizmente, o que esses satanistas não entendem é que eles não podem tocar-nos a menos que o Senhor permita.

            - Sim, e algumas vezes ele de fato permite - prosseguiu Rebecca. - Sou um bom exemplo disso. Tenho certeza de que eles pensaram que haviam obtido uma tremenda vitória quando eu perdi o direito de exer­cer a medicina e conseguiram ver todas aquelas mentiras sobre mim sendo publicadas. Mas o que eles não entendem é que o meu Deus estava no controle de tudo. O que Satanás tencionou fazer para o meu mal, Deus fez com que se transformasse em bem. Eu estava num mi­nistério escondido e um pouco restrito na época, e, apesar de ter al­cançado muitos no Satanismo enquanto exercia a medicina, agora es­tou literalmente num ministério mundial, alcançando muitos milhares a mais do que poderia ter alcançado se tivesse permanecido em minha extenuante prática médica.

            - Esse foi um dos testes mais difíceis por que eu jamais tive que passar, - continuou Rebecca, depois de um suspiro - mas é maravi­lhoso poder descansar no fato de que o Pai é todo-poderoso e infini­tamente sábio. Tudo o que acontece conosco tem um propósito.

            - O que me irrita é que toda a comunidade cristã está tão ansiosa por passar adiante essas falsas acusações contra você, sem nem mes­mo parar para perguntar por que os documentos submetidos em sua defesa não são incluídos no pacote de acusações. As pessoas sim­plesmente não param para pensar! - disse Joyce.

            - Eu sei, - comentou Rebecca, vagarosamente - mas Deus é o meu defensor. Estou tentando alcançar os que estão no Satanismo, ganhá-los para Cristo. Os que estão envolvidos no Satanismo sabem sobre a ar­mação e sabem que as acusações contra mim são falsas. Eles sabem que eu sou uma serva de Jesus Cristo. Isso para mim é o bastante, porque os satanistas são as pessoas a quem Deus me chamou para ministrar.

            As duas ficaram em silêncio. Após uma pausa pensativa, Rebecca falou de novo:

            - Você sabe, Satanás apela às pessoas com tais promessas glamourosas de poder e riquezas. Muitas pessoas engolem a isca com a linha, vara e tudo! Alguns, de fato, ganham incrível poder e riqueza por meio de seu serviço a Satanás. Mas, na realidade, o preço que têm que pa­gar para conseguir a cooperação dos demônios é enorme! O so­frimento, a degradação e a corrupção que os demônios trazem à vida deles é terrível.

            - Você está completamente certa - Joyce comentou estremecendo.

            - E, falando de escravidão, a feitiçaria é uma terrível escravidão! Eu sempre tinha que me preocupar se estava realizando cada encanta­mento corretamente, em todos os mínimos detalhes. Um pequeno des­lize e os demônios espancavam-me horrivelmente. Eu estava totalmente escravizada a toda sorte de rituais, festivais e dias cerimoniosos. E, além de tudo isso, eu sempre tinha que estar atenta. Havia sempre alguém que desejava a minha posição e estava disposto a me matar para consegui-la. Eles me levavam cada vez mais fundo no pecado. Pouco antes de eu aceitar a Cristo, eles me forçaram a participar de sacrifícios de sangue. Eu não podia suportar isso, mas parecia não haver escapatória. Todo dia havia rituais que eu tinha que fazer. Como é diferente agora que eu sirvo a Jesus!

            - Sim, e você realmente pode apreciar aquele versículo em Mateus 11, não é? - comentou Rebecca. - Em voz baixa citou então essa maravilhosa passagem:

            "Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarre­gados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de cora­ção; e achareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve."(Mateus 11:28-30)

            Joyce moveu a cabeça, em concordância, e disse:

            - Todo aquele que sai do ocultismo sabe realmente apreciar esta promessa. É difícil expressar o alívio que senti ao compreender que não tinha mais que fazer rituais, observar dias especiais, estar sempre atenta se era dia de lua cheia ou lua nova, ou um milhão de outras coisas. Esta é a diferença básica entre bruxas brancas ou pagãs, e os satanistas. Os satanistas fazem sacrifícios de sangue para estimular os demônios, para fazê-los cooperar com eles e dar-lhes poder. As cha­madas bruxas "brancas" e pagãs têm que realizar intermináveis rituais para conseguir a mesma coisa. E vestem os demônios com nomes fantasiosos e os chamam de entidades espirituais, ou deuses, ou energias e vibrações, ao invés de demônios.

            - Basicamente, - continuou - os satanistas não têm paciência e dis­ciplina para gastar tanto tempo e esforço realizando rituais meticulo­sos. É muito mais rápido e mais fácil para eles fazer sacrifícios. Assim eles conseguem a cooperação de demônios mais poderosos. Os ou­tros lidam com os demônios menos poderosos, mas são demônios da mesma forma, não importa como se queira chamá-los. Aprende-se muito rápido, na feitiçaria, que não existem energias impessoais. Todas elas são muito pessoais. Ou você está lidando com demônios ou com o poder de Deus, e os humanos não podem controlar o poder de Deus. Assim, todo aquele que estiver controlando uma "energia" ou "poder", de qualquer tipo, está lidando com demônios. É simples assim. É com­pletamente diferente servir um Senhor que vai perdoá-lo, ao invés de ter grande deleite em puni-lo por qualquer coisa mínima. Jesus dá a vida. Os demônios sempre trazem a morte.

            Rebecca, pensativa, encarava o fogo que oscilava suavemente.

            - Que diferença enorme entre servir a Jesus e servir a Satanás! - disse ela. - Se já houve alguém nesta terra tendo o poder para fazer tudo o que Satanás e seus demônios podem fazer, e muito mais, esse tal foi Jesus. Ele criou tudo. Mas quando veio à terra, nunca quis aparecer. Quando fez milagres, freqüentemente os realizou de uma forma tão mo­desta que as pessoas algumas vezes questionaram se de fato havia ocor­rido um milagre. Que exemplo Jesus deixou para nós seguirmos!

            Rebecca fez uma pausa, e então continuou a falar bem devagar:

            - Todos os satanistas gostam de se mostrar e de estar no centro das atenções. Mas qual o ser humano que não gosta disso? Naturalmente, todos nós gostaríamos de estar em evidência, e todos nós gostaríamos de ter poder. Qualquer um de nós usaria o poder para aparecer e para fazer-nos parecer grandes. Não tenho dúvida alguma quanto a isso. O desejo de se mostrar e de parecer ser grande é a própria raiz da nossa natureza pecaminosa. Satanás teve esse problema também, e foi lan­çado fora do céu por isso. Os demônios cooperam com as pessoas para fazê-las parecer poderosas diante dos outros, apenas para fazê-las cair na armadilha e na destruição eterna. Mas o nosso Deus nos conhece muito bem. É por isso que Jesus nos deu tamanho exemplo de humildade. Se vamos servi-lo, temos que seguir o seu exemplo. Em que pecados terríveis cairíamos se nos fosse dado o tipo de poder que os demônios dão aos seus servos!

            - Quando nos tornamos servos de Jesus, - continuou dizendo -rapidamente reconhecemos que nada somos além de pecadores sal­vos pela graça! Nós não temos nenhum poder em nós mesmos, nem tampouco controlamos o poder do nosso Senhor.

            - Há uma mudança radical para quem abandona a feitiçaria - Joyce falou seriamente. - Eu estava acostumada a ter o poder de fazer o que quisesse, no momento em que desejasse. Agora sou completamente dependente do Senhor, sem nenhum poder em mim mesma. Oh, eu via que os demônios cooperavam comigo, mas imaginava que o poder deles estava sob o meu controle, isto é, enquanto eu fosse obediente a eles. Agora que o meu Senhor é Jesus, e não Satanás, estou apren­dendo o que é esperar que se cumpra a vontade de uma outra pessoa, em vez de fazer o que eu quero.

            - Sim, - disse Rebecca - mas, infelizmente, sendo a natureza huma­na pecaminosa como é, muitos cristãos tentam desenvolver formas de forçar Deus a fazer o que eles querem. Veja quantos líderes assim chamados cristãos reúnem milhares de pessoas para dar um espetáculo. Se o Senhor realmente cura por meio deles, por que não vão discreta­mente de pessoa a pessoa, ao invés de chamar tanta gente para assistir a um espetáculo? Eu me sinto muito pouco à vontade com essas lon­gas assim chamadas "filas de oração para receber a cura" e coisas como tais. Ir à frente como indivíduos para dobrar-se diante do altar e tratar com Deus sobre um assunto é uma coisa; mas enfileirar um mon­te de gente diante de uma multidão e então orar sobre todos e fazer com que todos caiam é outra. Parece-se muito com um show, para o meu gosto. Isso chama demais a atenção sobre a pessoa que está ministrando a oração e a cura. Todos olham para ela como sendo "um poderoso homem, ou mulher, de Deus".

            - Jesus, por outro lado, - continuou - passava quieto por entre as multidões, curando. Muitas vezes, a pessoa nem mesmo sabia quem a havia curado. Freqüentemente, nos evangelhos, Jesus evitou a aparição pública, e certamente nunca deu um espetáculo. Nosso Deus sim­plesmente não vai atuar quando somos nós que queremos que ele faça isso ou aquilo! Quando as pessoas pensam que podem controlar o poder de Deus, ou mesmo usá-lo quando são elas que querem alguma coisa, elas acabam por ver demônios realizando-lhes os supostos mi­lagres, empurrando-as cada vez mais para dentro do engano. Depois de um momento Rebecca falou de novo:

            - Sabe, nos dez anos em que estive nesta terrível batalha, nem uma vez sequer estive "no controle", por assim dizer. Eu sou somente uma serva, e isso é tudo. Eu não tenho poder algum, e nenhum controle. Simplesmente faço o que o meu Senhor me diz para fazer. Às vezes fico impaciente e gostaria de ter o controle de uma determinada situa­ção, mas no final das contas fico contente que o Senhor opere dessa forma. O tremendo poder de Deus é tão maior do que tudo que Sata­nás, ou os demônios, ou qualquer um de nós, seres humanos, podería­mos pensar em ter. Sabe, Joyce, estou orgulhosa do meu Senhor! Ele é tão profundamente maravilhoso, sábio, poderoso e glorioso que sim­plesmente não tenho as palavras para descrevê-lo! O meu coração qua­se arrebenta quando paro para pensar nele. Ele é tão incrivelmente forte, e ainda assim pode ser tão gentil e terno. Que combinação! Estou tão orgulhosa dele! Em Isaías 42:8, Deus diz que não dará a sua glória a ninguém, e isso me satisfaz! Como me alegro com isso! Deus é tão tre­mendamente glorioso, que estou grata do mais profundo do meu ser, porque ele nunca muda e não dará a sua glória a quem quer que seja!

            Lágrimas escorreram pela face de Rebecca. Então ela prosseguiu dizendo:

            - É difícil dizer a você como eu me sinto privilegiada por este grande Deus permitir que eu seja serva dele! Como sou grata por ele me ter criado com o objetivo de me dar este glorioso privilégio de experi­mentar o seu agir na minha vida! Não importa que eu não seja nada. Não importa que eu não tenha poderes. O meu Senhor tem tudo isso! Posso descansar completamente na segurança total de saber que ele é profundamente sábio e que sempre atua na minha vida da forma certa, da melhor forma. Ele está com o controle total de cada situação. Você sabe que Satanás tem ardis bastante complicados, e complexas cons­pirações. Nós nem podemos fazer idéia dessas coisas. Mas, para o meu Senhor, é tudo muito simples. Oh, como anseio por aquele dia em que finalmente poderei ir para a morada celestial e vê-lo face a face!

            - Digo amém a isso! - disse Joyce com um profundo sentimento.

            Depois de ficarem em silêncio por alguns minutos, Joyce disse:         

            - Infelizmente, são poucos os cristãos que de fato apreciam o mara­vilhoso privilégio que Deus nos deu, de estarmos a seu serviço; muitos recusam-se a admitir a realidade do mundo espiritual, não se impor­tando com o que diz a Bíblia!

            - Sim, o meu coração realmente se entristece pelo número de cris­tãos que querem enterrar a cabeça na areia como faz o avestruz, recu­sando-se a acreditar que todas essas coisas são reais - comentou Rebecca. - A Bíblia tem tanto a dizer sobre o mundo espiritual, e sobre Satanás e seu reino. É espantoso ver quantas pessoas preferem ignorar isso, em vez de aprender como vencer tudo isso por meio do poder e da autoridade de Jesus Cristo.

            - Eu bem que sei - disse Joyce. - Como vim da feitiçaria, tenho me espantado com a resistência de tantos cristãos a coisas simples, tais como a realidade da infiltração satânica nas igrejas evangélicas. A Bí­blia tem muito a dizer sobre isso, mas eles não querem escutar. Você sabia que os associados da WICCA também são treinados para in­filtrar-se e destruir as igrejas cristãs?

            - Sim, sabia. De fato, conheço uma pessoa que acessou um dos computadores centrais da WICCA. Foi encontrada uma lista cheia de cristãos a quem eles querem desacreditar e destruir.

            - Maria (não é este o seu nome real), foi uma das pessoas que me treinaram para que eu me infiltrasse nas igrejas. Essa era a sua especi­alidade. Estive também num dos numerosos acampamentos especiais para bruxas, onde se ensina como destruir igrejas. O professor que ministrou aquelas lições é um dos "cristãos" bem conhecidos na TV.

            - Realmente, isso não me surpreende, - disse Rebecca. - Paulo escreveu que os servos de Satanás alcançariam posições de liderança dentro das igrejas. Disse aos anciãos de Éfeso que do meio deles, dos líderes da igreja, sairiam lobos ferozes para destruir as ovelhas [ver Atos 20:30]. Mas, diga-me, o que Maria lhe ensinou?

            Joyce riu.

            - Eu nunca vou me esquecer da primeira vez em que Maria me man­dou ir a uma certa cidade em Kansas, onde estava havendo uma gran­de campanha evangelística. O evento estava sendo realizado por uma determinada denominação. Maria orientou-me dizendo que usasse mangas compridas, uma longa saia, e me apresentasse com o cabelo comprido. Tive que colocar uma peruca de cabelos naturais porque o meu cabelo estava bem curto na época. Eu nunca tinha vestido roupas tão recatadas em minha vida. Pensei que a minha aparência estava horrorosa! Naturalmente minhas idéias sobre como vestir-me muda­ram muito desde que comecei a servir a Jesus.

            - De qualquer forma, - prosseguiu - eu tinha que encontrar Maria em seu quarto do hotel. Ela conhecia algumas das pessoas importantes envolvidas na organização daquela campanha e estava ali para certifi­car-se de que elas seguiriam suas ordens. Quando cheguei no quarto dela, pensei que eu estava muito bem com as roupas que vestia. Eu nunca havia estado numa igreja daquela denominação antes. Quando Maria abriu a porta, ela deu uma olhada em mim e pegou o meu braço, dizendo: "Venha cá, garota. Você não pode ir desse jeito! Lembre-se, você deve vestir-se e agir como eles ou eles não a aceitarão". Ela arrastou-me até o banheiro e pegou um pano limpo, lavando então todo vestígio de maquiagem do meu rosto. Eu fiquei horrorizada. "Mas Maria", protestei, "eu fico horrível sem maquiagem, eu nunca vou a lugar nenhum sem colocar pelo menos um pouco".

            Maria estava muito impaciente. "Quantas vezes eu tenho que lhe dizer que você tem que se vestir e agir de acordo com as expectativas deles? Se você se pare­cer com eles e agir como eles, ninguém irá questioná-la querendo sa­ber se você é cristã ou não."

            - E, - continuou - você sabe, ela estava certa. Nós podíamos mo­ver-nos livremente entre as muitas pessoas que estavam na campanha evangelística, e todos nos aceitavam como sendo cristãs, sem nos questionar de forma alguma. Foi durante aquele fim de semana que Maria me ensinou mais sobre "cair no espírito". Oh, eu já podia fazer as pesso­as caírem inconscientes apenas por tocar nelas; mas Maria disse-me que isso não era suficiente. Ela me disse que, como eles estavam violando as suas próprias Escrituras (Tiago 5:14), ao permitir que qualquer um im­pusesse as mãos sobre eles e orasse por eles sem ao menos procurar saber se eram verdadeiros servos de Deus ou não, nós estávamos portanto livres para fazer o que quiséssemos. O Deus deles não os protegeria porque eles estavam em desobediência direta à sua Palavra.

            Joyce continuou:

            - Maria compreendeu que quando as pessoas se ajoelhavam diante de nós, ou apenas curvavam a cabeça diante de nós, estavam ativamente se submetendo a nós, e aceitando tudo o que quiséssemos dar a elas. Naturalmente, pensavam que estávamos orando por elas, mas a sua submissão deu-nos o direito legal de colocar demônios nessas pessoas. Elas também abriram diretamente a porta para isso, permitindo que sua mente ficasse passiva, sem provar o espírito que as deixava inconscien­tes. Maria mostrou-me os encantamentos apropriados e como fazer com que as pessoas levantassem as mãos assim. [Ver a figura 3-1.]... Então ela tocava, primeiro numa das mãos e depois na outra, e em seguida na testa, fazendo o sinal da cruz invertida. [Ver a figura 3-1.]... Todas as vezes eles caíam. Ela então fez isso comigo e eu caí inconsciente. Acho que fiquei assim por uns cinco minutos. Quando despertei, notei que havia adquirido um novo demônio. Maria disse-me que esse demônio especial colocaria mais demônios nas pessoas por quem eu orasse. E assim ele o fez. E estou certa de que esta não é a única forma pela qual as pessoas colocam demônios em outros, fazendo-as levantar as mãos daquela forma, mas era assim que nós fazíamos.

            Rebecca então disse:

            - Sabe, eu sempre indaguei sobre a larga aceitação desse "cair no espírito" pelos cristãos. Você já parou para pensar que todos eles caem para trás? Na Bíblia, em todas as ocasiões, quando o povo de Deus caía diante da sua presença, eles caíam para a frente, prostrados sobre suas faces em uma atitude de adoração. Por exemplo, João 18:6 diz:

            "Quando, pois, Jesus lhes disse: Sou eu, recuaram e caíram por terra."

 

 

Figura 3-1.

A palavra grega correspondente a "terra" neste versículo é "chamai" (n°. 5476 na concordância de Strong), que significa prostrado. Uma definição de prostrar-se num dicionário contemporâneo é: "Manter-se com o rosto voltado para baixo em demonstração de grande humilda­de ou submissão abjeta".

 

 

 

 

            - A impressão que tenho é a de que este versículo está dizendo que os homens realmente recuaram e então caíram para a frente sobre sua face. Eu nunca vi ninguém "cair no espírito" para a frente" - comentou Rebecca, pensativa. - Eu não tenho as respostas para esta questão, mas posso dizer a você que estou realmente buscando. Sinto-me mui­to pouco à vontade com essa prática. Não estou surpresa quanto aos servos de Satanás tirarem vantagem dessa prática.

            - Sim, você está certa - disse Joyce. - Eu fico horrorizada agora quando olho para trás e penso no número de cristãos em que coloquei demônios através dessa prática! Eles estavam tão dispostos e ansio­sos por ficar inconscientes que aceitavam tudo que eu quisesse colo­car dentro deles. Eu freqüentemente colocava demônios de falsas lín­guas neles. Então eles despertavam falando em línguas e pensavam que haviam sido batizados pelo Espírito Santo.

            - Sim, isso é triste - concordou Rebecca. - Todos os dons do Espí­rito Santo são reais, e operam hoje. O dom de línguas é real. Mas muitos cristãos tentam colocar Deus numa caixa, exigindo que ele atue quando e como eles pensam que deveria atuar, e assim aceitam toda forma de engano demoníaco como sendo obra do Espírito Santo. Na­turalmente, Satanás vai tentar reproduzir os dons do Espírito Santo. Satanás conhece o poder que eles têm. Que vitória Satanás obtém quando consegue fazer com que um cristão aceite as contrafações de­moníacas em lugar dos verdadeiros dons!

            - Isso é uma grande verdade - disse Joyce. - E também aqueles a quem eu dei demônios de adivinhação recebiam toda espécie do que pensavam ser "palavras de conhecimento" do Espírito Santo. Aquelas assim chamadas "palavras de conhecimento" nada mais eram que in­formações dadas por um demônio de adivinhação. Eram precisas, naturalmente, mas afinal de contas os demônios têm muita informação sobre as pessoas!

            - Sim, eu sei - disse Rebecca. - Fico algumas vezes estupefata por ver quantos cristãos aceitam falsas palavras de conhecimento como sendo de Deus, simplesmente porque a informação é acurada. Eles ignoram completamente esta passagem de Deuteronômio:

            "Quando profeta ou sonhador se levantar no meio de ti e te anunciar um sinal ou prodígio, e suceder o tal sinal ou prodígio de que te houver falado, e disser: Vamos após outros deuses, que não conheceste, e sirvamo-los, não ouvirás as palavras desse profeta ou sonhador; porquanto o Senhor, vosso Deus, vos prova, para sa­ber se amais o Senhor, vosso Deus, de todo o vosso coração e de toda a vossa alma. Andareis após o Senhor, vosso Deus, e a ele temereis; guardareis os seus manda­mentos, ouvireis a sua voz, a ele servireis e a ele vos achegareis. Esse profeta ou sonhador será morto, pois pregou rebeldia contra o Senhor, vosso Deus, que vos tirou da terra do Egito e vos resgatou da casa da ser­vidão, para vos apartar do caminho que vos ordenou o Senhor, vosso Deus, para andardes nele. Assim eliminarás o mal do meio de ti." (Deuteronômio 13:1-5)

            - Esta passagem mostra claramente que os servos de Satanás po­dem realizar toda sorte de sinais e maravilhas, e profetizar profecias que se tornem realidade. Isso não os valida como servos de Deus. Como deve entristecer o coração de Deus Pai ver seus filhos correndo atrás de sinais e milagres e aceitando toda sorte de sinais demoníacos e milagres como vindos dele - disse Rebecca.

            - Sim, - disse Joyce - e as Escrituras mostram que Deus permitiu que pessoas como eu e Maria agíssemos dentro da sua igreja para testar seus filhos e ver onde estava o coração deles. Eles literalmente exigiam sinais e milagres do Senhor. Nós tínhamos todo o prazer em dar-lhes esses sinais e milagres. Eles nunca nos testaram. Se podíamos fazer os sinais, então concluíam que tínhamos que ser de Deus. Isso apenas demonstrou que eles desejavam tanto um milagre que estavam dispostos a aceitar um milagre demoníaco, ao invés de testar para des­cobrir a verdadeira origem do milagre. Nós servimos de fato a um Deus de milagres, mas ele nunca os realiza quando nós os exigimos. Esta é a grande diferença entre servir a Satanás e ao único Deus ver­dadeiro. Satanás e os demônios freqüentemente nos davam os mila­gres que nós queríamos, quando nós queríamos, para encorajar o nos­so egoísmo, o nosso orgulho, e a vida centrada no nosso "eu". Deus sempre opera para disciplinar a nossa carne (natureza pecaminosa) e ajuda-nos anos tornarmos semelhantes a Jesus Cristo.

            Rebecca acenou em concordância, com seriedade, e disse:

            - Eu sei, e o trágico é que muitos cristãos só estão dispostos a servir a Jesus Cristo enquanto isso os beneficiar. Eles se negam totalmente a sofrer de qualquer forma, especialmente física ou financeiramente.

            - Você sabe - disse Joyce - foi nesse ponto que Maria foi tão útil a Satanás. Ela procurava estudar a Bíblia para descobrir os lugares onde os cristãos estavam indo contra a Palavra de Deus. Ela era suficiente­mente inteligente para saber que no instante em que os cristãos fossem desobedientes a Deus, nós, feiticeiros, poderíamos ir contra eles com eficácia. Satanás ensinou-nos que ele tinha direito legal, ou base legal, como ele dizia, para colocar demônios neles, ou afligi-los com demônios, quando eles andassem em desobediência ao seu Deus. Esta é uma ocasião em que sei que ele estava dizendo a verdade. Eu vi isso acon­tecer repetidas vezes. É algo muito sério para se pensar, agora que sou cristã. Como eu gostaria que mais pessoas ouvissem os testemunhos daqueles que deixaram de servir a Satanás.

            -Sim, - disse Rebecca, sacudindo a cabeça - nunca vou entender por que tantos cristãos pensam que estão automaticamente protegidos de Satanás e de seus demônios mesmo pecando contra Deus! Igno­ram completamente a passagem em Gálatas 6:7-8, que diz que colhe­remos o que semearmos. Há uma outra prática nas igrejas que é muito comum, porém contrária às Escrituras. Eu a considero muito perigosa. E a prática de qualquer pessoa na congregação poder levantar-se e impor as mãos, e orar por aqueles que estão no altar. Em algumas igre­jas, não importa se alguém é um visitante pela primeira vez, mesmo assim eles permitem que todos, inclusive aquele visitante, façam o que quiserem. Isso dá plena liberdade aos satanistas infiltrados.

            -Você sabia que foi assim que eu consegui o poderoso demônio de adivinhação que eu tinha? - perguntou Joyce.

            - Não sabia; conte-me como foi.

            - Bem, eu estava justamente numa igreja que permitia essa prática. Eles ignoravam completamente a passagem de Tiago 5, que diz que devemos chamar os anciãos para ungir com óleo e orar pelos outros. Havia uma mulher na congregação que era cristã. Ela havia herdado um demônio muito poderoso de adivinhação. Eu o reconheci imedia­tamente, é claro. Então, um dia ela foi ao altar para receber oração. Eu fui à frente e disse ao pastor que "deus" havia me dito para orar por essa senhora, e que ela estava tendo um problema com um demônio de adivinhação. A senhora sabia que estava tendo problemas, e então eles prontamente concordaram comigo. Eu coloquei as mãos sobre ela e ordenei ao demônio que a deixasse. O que eles não sabiam é que eu tinha, com meu espírito, chamado o demônio para vir para mim porque eu o queria. O demônio prontamente a deixou e entrou em mim. Eles pensaram que eu era uma cristã muito poderosa porque a mulher sentiu um grande alívio quando o demônio saiu. Eles nunca vieram a saber que eu, na verdade, era uma bruxa que queria o demônio de adivinhação que estava nela! Com certeza não fazemos idéia de quantas vezes tais coisas ocorrem, todos os dias, nas igrejas cristãs.

            As duas moças ficaram em silêncio por alguns minutos, cada uma ocupada com seus pensamentos. O fogo já estava apagando, deixan­do apenas a luz de uma pequena lâmpada que havia no aposento. Subitamente o relógio começou a bater... bong, bong, bong...

            - Oh, meu Deus, já é meia-noite e esqueci-me de telefonar para casa para avisar meu marido que cheguei aqui em segurança - excla­mou Joyce, pondo-se de pé com um salto. - Preciso deixar pelo me­nos uma mensagem em nossa secretária eletrônica. Posso usar o seu telefone?

            - Claro, - respondeu Rebecca - use o telefone do dormitório. Quando Joyce deixou o aposento, Sheba subitamente se levantou e começou a dar um grunhido de alerta.

            "Hummmm, o que estará acontecendo?", pensou Rebecca. Logo em seguida a voz de Joyce veio do dormitório:

            - Rebecca, o seu telefone normalmente não dá um sinal para discar? Perguntou.

            - Claro que sim. Tente com o telefone da cozinha.

            O pelo de Sheba eriçou-se nas costas. Ela começou a correr entre a porta, uma janela e outra, apressadamente. Uma presença maligna começou a invadir o aposento. Rebecca levantou-se de um salto.

            - Este telefone também não funciona! - exclamou Joyce.

            Então Rebecca foi até o interruptor de luz, desligando-a, colocando a casa em completa escuridão.

            - E agora, o que está acontecendo?! - murmurou, dirigindo-se para as janelas da frente da casa. - Raios! - exclamou em voz baixa, ao olhar para o lado de fora.

            No gramado em frente da casa havia cinco figuras escuras. Duas pareciam estar carregando fuzis. Uma sexta figura veio rastejando dos fundos da casa.

            "Este deve ser o que cortou a nossa linha telefônica", pensou Rebecca. "Isto quer dizer que planejam entrar para uma visita e aposto que o propósito dessa visita não é nada amistoso."

            Elaine despertou-se de seu sono, levantando-se da poltrona da sala de estar, onde dormia.

            - O que está acontecendo? - sussurrou.

            - Não acenda a luz, - avisou Rebecca - eles estão com fuzis. Elaine uniu-se a ela na janela.

            - O quê?

            - Cortaram a linha telefônica - disse Rebecca em voz baixa.

            - Oh! Que ótimo! E agora?

            Rebecca orou rápida e silenciosamente: "Oh, Senhor, qual é a tua von­tade? A tua vontade é que entreguemos a nossa vida neste momento?" "Não!" foi a resposta imediata. "Permaneçam firmes". Rebecca soltou um grande suspiro de alívio.

            - Ouça, Elaine, eu sei que você está doente. Volte a dormir e eu vigiarei. O Pai está dizendo que ele vai nos proteger.

            Elaine acenou com a cabeça em concordância e voltou, sonolenta, para a poltrona.

            A esta altura, as figuras no lado de fora haviam colocado cinco velas pretas acesas no gramado da frente, em forma de pentagrama. En­quanto pronunciavam suavemente os seus encantamentos, demônios foram entrando na casa. Rebecca sentiu a presença maligna deles. Su­bitamente pensou em Joyce e nas duas outras moças: "É melhor eu ver se elas estão bem".

            Ela foi apalpando, no escuro, até a cozinha.

            - Joyce, - sussurrou - onde está você?

            Ouviu então um gemido em voz baixa e tropeçou em Joyce, que estava presa ao chão da cozinha, por um demônio. Rebecca ajoelhou-se ao lado dela e colocou as mãos sobre os ombros de Joyce.

            - Demônios, eu os repreendo no nome de Jesus Cristo, meu Senhor - disse ela, com firmeza. - Vocês não têm direito algum sobre Joyce. Saiam daqui agora. Eu ordeno em nome de Jesus.

            Joyce começou a mover-se e esforçou-se para colocar-se de pé.

            - Aquela gente está enviando contra nós chumbo grosso! - Rebecca sussurrou.

            - Eu sei - respondeu Rebecca - mas o Pai prometeu proteger-nos. Vá para a sala e espere lá. Tenho que ver o que está acontecendo com as outras moças.

            Rebecca encontrou Sue (não é este o seu nome real) presa ao chão no corredor, e Rita (não é este o seu nome real) presa ao chão no outro dormitório. Ambas estavam extremamente assustadas. Ela as ajudou a repreender os demônios que as prendiam e as levou à sala. Reuniram-se todas em oração, pedindo ao Pai que as protegesse. Ficaram em silêncio. A presença do mal continuava a aumentar. Rita e Sue estavam tremendo de medo.

            - Ouçam, isto não faz sentido! - exclamou Rebecca. - Não há razão para ficarmos sentadas aqui com medo. O Pai prometeu proteger-nos, portanto nós temos muito mais poder em nosso favor do que eles. Vamos usá-lo!

            - Isso me soa bem, mas como? - perguntou Sue.

            Sue e Rita estavam morando com Rebecca e Elaine havia dois meses.

            - A Palavra de Deus, esta é a nossa força - respondeu Rebecca. -Vamos ver quantos versículos bíblicos podemos recitar. Não nos ar­risquemos a acender as luzes para ler, e portanto vamos ter que citá-los de memória.

            Joyce logo compreendeu.       

            - Boa idéia, - disse - nós já repreendemos os demônios e ordena­mos que saíssem daqui, mas eles não estão se movendo. Se vão ficar por aqui, então terão que escutar a Palavra de Deus.   

            - Só uma coisa, Joyce, não ouse recitar nenhum versículo sobre "ir para a cova". Se você fizer isso, eu agarro o seu pescoço... - disse Rebecca, rindo.

            E assim elas começaram a recitar as Escrituras, versículo após versí­culo. Rita e Sue não tinham memorizado nenhum versículo, mas Joyce havia começado um programa intensivo de memorização das Escrituras sob a orientação de Rebecca e havia memorizado bastante. A medida que as duas moças permaneciam sentadas e recitavam as maravilhosas palavras das Escrituras em voz alta, todas podiam sentir a densa presença da maldade retrocedendo, recuando, recuando até as janelas da frente e, finalmente, saindo completamente da casa.

            De repente o Espírito Santo falou a Rebecca: "Vá até a janela agora, quero que você veja o meu poder." Ela compartilhou isso e todas foram de um salto espiar nas janelas da frente. As seis figuras estavam de pé com suas velas. Subitamente, todas as cinco velas apagaram ao mesmo tempo! As figuras tentaram reacendê-las, mas em vão. Nada funcionava. Não podiam reacender as velas. Começaram a olhar em volta e de repente todos eles começaram a correr para fora da propriedade. Correram pela rua e desapareceram dobrando a esquina. As moças gritaram de alegria, louvando e agradecendo ao Senhor por sua maravilhosa operação.

            Então elas foram para a cama e dormiram em paz no restante daquela noite.

            Rita e Sue aprenderam uma dura lição. Elas haviam se recusado a memorizar as Escrituras. Na hora em que mais precisaram, não as tinham à disposição, para poderem utilizá-las. E não podiam acender as luzes para ler a Bíblia.

            A Palavra de Deus é uma espada. É muito poderosa. A única forma de tê-la constantemente à sua disposição é memorizá-la.

            Você, leitor, teria tido a Palavra de Deus em sua memória, se tivesse estado lá?

 

Capítulo 4

Jaulas e Maldições

 

            Trim... Trim... Trim... Rebecca tateava no escuro quarto do hotel, à procura do telefone. Trim...

            - Estou indo, estou indo - dizia ela. Finalmente encontrou o telefone. Do outro lado, escutou a voz de Betty.

            - Desculpe incomodar, mas acho que você deve saber o que está acontecendo.

            - Que horas são? - perguntou Rebecca, procurando o interruptor de luz.

            - Bem, aqui são dez horas - foi a resposta de Betty. Rebecca acendeu a luz e olhou para o seu relógio de pulso.

            - Opa!, aqui já é uma hora da madrugada. O que está acontecendo?

            Rebecca e Elaine estavam na parte leste dos Estados Unidos, dando palestras. Tinham se deitado havia apenas uma hora, o suficiente para que fosse muito difícil acordar. Ambas estavam exaustas, pois estavam chegando ao fim de uma semana exaustiva de seminários.

            - Ester e eu fomos à sua casa esta noite. Estou muito preocupada com o casal que Sara (não é este o seu nome real) está hospedando lá.

            Rebecca ainda estava um pouco confusa de sono.

            - O que você quer dizer com isso? Sara sabe que quando está cui­dando da casa para nós não deve permitir que ninguém entre em casa sem a nossa a permissão pessoal.

            - Eu sei, mas acho que ela está sendo ludibriada e controlada - explicou Betty. - Ela acha que este casal serve a Jesus Cristo. O ho­mem diz ser um "profeta de deus", mas eu realmente questiono a que deus ele está servindo.

            Rebecca pôs-se sentada, agora bem alerta. O que acabara de escu­tar despertou toda a sua atenção.

            - De onde veio esse sujeito, e há quanto tempo ele já está lá? -perguntou.

            - Bem, não sei exatamente de onde ele veio, mas já está lá há dois dias. Ele e a esposa viajam em um trailler. Parece que Sara os conheceu há uns dois ou três anos. Esse "profeta" diz que foi enviado à sua casa por "deus".

            - Então o que fez ele, que a levou a crer não ser ele um verdadeiro servo de Jesus Cristo? - perguntou Rebecca.

            - Várias coisas. Em primeiro lugar, a esposa dele senta-se no sofá revirando os olhos para cima e para dentro, murmurando algo pareci­do com encantamentos, agitando-se para a frente e para trás cada vez que o marido dela está explicando algo. Tentei duas vezes falar com ela, mas ela não respondeu. Parecia estar em alguma espécie de tran­se. O que mais me chamou a atenção foi quando ele começou a nos contar que havia tido um cachorro, que amava muito. Ele nos disse que "deus" havia lhe dito que ele amava aquele cachorro em demasia. Então teria que sacrificá-lo, tal como Abraão teve que sacrificar Isaque. Ele disse que levou o cachorro para fora, matou-o e sacrificou-o! Ele também nos disse que vê o mundo espiritual o tempo todo. Falou mui­to de ter visto lobisomens. Disse que vê demônios o tempo todo e que vê os lobisomens no plano do espírito. Os cristãos não vêem no mun­do espiritual o tempo todo dessa forma. Eu nunca consegui obter uma declaração dele a respeito de a quem ele serve. Ele sempre se esqui­vou de minhas perguntas dizendo ser "um profeta de deus".

            - Oh, não! - Rebecca lamentou. - Sara não achou isso bastante estranho? Especialmente essa história de sacrificar o cachorro?!

            - Não; é aí que reside o problema - foi a resposta cautelosa de Betty. - Eu não ficaria surpresa se ela nem mesmo o tenha escutado dizer isso. Ela parece estar totalmente controlada por aquele sujeito. Ela pensa que tudo o que ele diz é maravilhoso. Eles intercalam um "glória a Deus", e um "aleluia" a cada coisa que dizem. Mas posso afirmar a você que há uma opressão demoníaca terrível em sua casa.

            - O que está acontecendo?"- perguntou Elaine, que agora havia se despertado também. Rebecca contou-lhe rapidamente o que Betty lhe havia dito.

            - Bem, nós sabemos que Sara é uma verdadeira serva de Jesus Cristo -comentou Elaine.- Esse tal "profeta" deve tê-la posto numa jaula.

            - Opa!, espere um minuto, que negócio é esse de "pôr numa jaula"? - perguntou Rebecca. - Você nunca me disse nada sobre isso antes.

            - Eu sei, eu sei, mas eu nunca tinha tido uma razão para pensar nisso antes - disse Elaine.

            Rebecca voltou-se para o telefone, pois Betty estava falando de novo:

            - Jack os conheceu hoje no trabalho, e também não sentiu paz algu­ma com relação a eles. Não conseguiu nem mesmo fazer com que o homem desse alguma declaração sobre a quem ele serve. Ele também disse a Jack que é um "profeta de deus". Jack pensa que ele pode ser servo de Satanás.

            - Isso traz confirmação. Alegro-me de que Jack tenha se encontra­do com esse homem - disse Rebecca pensativamente.

            - Ele também dizia que "deus" dissera a ele para não trabalhar. Isso decerto vai contra 2 Tessalonicenses 3:10 ! - disse Betty.

            - Ester está com você? - perguntou Rebecca.

            - Oh, sim, eu não poderia deixá-la lá, da forma como me sentia com relação a esse sujeito.

            - Ótimo! - disse Rebecca aliviada. - Mantenha-a com você em sua casa até voltarmos. Vou ligar a Sara para dizer-lhe que aquele casal deve sair de casa imediatamente. Nem sei o que vai se passar em nossa casa quando estivermos de volta.

            Rebecca não tinha idéia do que teriam que enfrentar quando voltas­sem para casa!

            Depois de desligar o telefone, Rebecca voltou-se para Elaine.

            - Agora, fale-me mais sobre esse "encantamento de jaulas" que você mencionou.

            - É um encantamento muito poderoso que é usado comumente pe­los servos de Satanás. A pessoa é literalmente colocada numa jaula, espiritualmente, para que não possa ver as ações erradas de alguém, ou para que acredite nas mentiras sobre alguém. É como colocar antolhos mentais em alguém. Sabe daqueles antolhos que se costumavam pôr nos cavalos, de forma que só pudessem ver em uma única direção? É muito comum satanistas usarem isso contra os cristãos, para que os cristãos não possam ver que eles não são servos verdadeiros de Jesus Cristo. Quando alguém está "enjaulado", torna-se fácil para o satanista colocar toda espécie de pensamentos errados na mente dessa pessoa e ela não perceberá que os pensamentos são inconsistentes com a Palavra de Deus. Esta é uma forma pela qual muita doutrina demonía­ca torna-se aceita em igrejas cristãs.

            - Esse parece ser um encantamento muito perigoso... isto é, para os cristãos - disse Rebecca, preocupada. - Como podemos nos prote­ger de sermos aprisionados "numa jaula"?

            - Não tenho certeza - disse Elaine. - Eu apenas aprendi a usar os encantamentos, não como impedi-los. Quando eu estava na feitiçaria, estava sempre alerta com relação a outras pessoas que tentassem influ­enciar-me ou controlar-me. Eu sempre enviava um encantamento de "enjaulamento'' antes, para impedir que eles me aprisionassem numa jaula.

            - Puxa, que confusão! - exclamou Rebecca.

            - De fato era. A minha vida era inteiramente dominada pelo medo. Eu tinha que estar sempre atenta porque muitas pessoas queriam der­rubar-me da minha posição. Não há paz quando se serve a Satanás!

            As duas ficaram sentadas em silêncio por alguns minutos pensando e orando. Finalmente, Rebecca falou:

            - Bem, um encantamento pode ser quebrado em nome de Jesus, mas receio que a pessoa que está aprisionada seja quem deve quebrá-lo. Não há uma forma simples de fazer alguém que já esteja aprisionado reconhecer que precisa quebrar tal encantamento. A pessoa não acreditará que está sob qualquer tipo de influência demoníaca, por estar "enjaulada".

            - Exatamente - disse Elaine. - Mas, quando eu estava na feitiçaria, descobri que não podia aprisionar cristãos que se recusassem a aceitar qualquer coisa ou qualquer pessoa pela aparência, mas que testa­vam tudo por meio da Palavra de Deus. Esses eram os que não confi­avam cegamente em alguém apenas por causa do carisma da pessoa. Creio que posso dizer que eles são como os cidadãos de Beréia, que Paulo tanto elogiou, por examinarem as Escrituras para ver se o que Paulo pregava era verdade. Eu podia facilmente aprisionar numa jaula os que realmente não pensavam por si mesmos e que eram suscetíveis a seguir pessoas com muito carisma.

            - Sim, - concordou Rebecca - este é precisamente um dos maiores problemas na igreja cristã hoje. Muitas pessoas obtêm posições de liderança simplesmente porque têm personalidades muito carismáticas que naturalmente atraem as pessoas. Tenho muitas vezes me pergunta­do o quanto desse assim chamado "carisma" não é na verdade um poder demoníaco. Estou certa de que parte dele é natural, mas eu apostaria que muito disso pode ser demoníaco.

            - Creio que você está absolutamente certa. Um satanista que sabe utilizar bem os seus demônios terá pessoas amontoando-se ao seu redor, pensando que ele é a pessoa mais gentil e bondosa que conhe­cem. É como o mel para as abelhas.

            - Bem, as Escrituras são claras. Satanás sempre agiu por meio do engano e sempre o fará. E assim fazem seus servos. Mas estou muito preocupada. Vou orar regularmente contra quaisquer encantamentos de "enjaulamento" que possam ser enviados contra mim - disse Re­becca, deitando-se novamente.

            Mais dois dias e elas estariam de volta para casa. Rebecca ficou considerando o que elas teriam que enfrentar, quando lá chegassem.

            O "profeta" e sua esposa já tinham ido embora quando Elaine e Rebecca chegaram em casa.  Sara também foi embora logo depois.

            Betty e Ester vieram para o jantar naquela noite. A opressão demoníaca dentro da casa era muito intensa. Rebecca e Elaine estavam exaustas.

            - Não dá! - exclamou Betty quando passou pela porta. - Esta casa está cheia de demônios!

            - Sim, eu sei - disse Rebecca lamentando. - O problema é que estou tão cansada que não tenho forças para examinar toda a casa minuciosamente nesta noite.

            - Planejei passar esta noite com vocês - disse Betty. - Creio que vocês estão precisando de reforços. Começarei percorrendo e ungin­do a casa enquanto vocês terminam de preparar o jantar.

            Ela apanhou o frasco com óleo e começou a ungir a casa.

            - Acho que apenas ungir não vai ser suficiente - disse Ester. - En­quanto eu estava aqui, aquele "profeta" andou por toda parte e ungiu e "abençoou" cada cômodo da casa. Ele também disse que iria andar pela propriedade e "abençoá-la"  também.

            - Oh, não! Ele fez um serviço completo! - queixou-se Rebecca. -Isso significa que vamos ter que purificar todos os lugares onde ele possa ter colocado óleo, para remover as maldições.

            Estava ficando tarde e escurecendo quando elas terminaram o jan­tar. A medida que o sol se punha, a opressão demoníaca começou a aumentar dentro da casa. Todas sentiam-se fracas, doentes e exaus­tas. Decidiram então que teriam que sobreviver àquela noite e que começariam uma grande purificação no dia seguinte, que era um sába­do. Joyce estaria chegando pela manhã para ficar com elas durante o fim de semana. Ela também ajudaria.

            Todas resolveram dormir no chão da sala de estar, para poderem estar juntas no mesmo local durante a noite, já que achavam que have­ria uma batalha. Elas mal tinham começado a adormecer quando Ester se levantou.

            - Olhem - ela apontou com o dedo.

            Rebecca sentou-se. Uma mancha de luz azul veio flutuando através da porta do pátio.

            - Eu repreendo você em nome de Jesus Cristo. Em nome de Jesus eu ordeno que vá embora! Saia de minha casa imediatamente!

            A luz azul extinguiu-se.

            - Dá para ver que esta vai ser uma noite daquelas... - resmungou Rebecca, deitando-se novamente.

            Elas conseguiram dormir por duas horas. Então a luz azul entrou de novo no quarto, acordando primeiro Rebecca, e então as outras. A luz extinguiu-se tão logo Rebecca a repreendeu. O resto da noite passou, mas ninguém dormiu bem.

Joyce chegou na manhã seguinte. Elas sentaram-se para discutir o que deveriam fazer. Betty tomou a palavra.

            - Antes de mais nada, eu gostaria de saber mais sobre esses encan­tamentos de "enjaulamento".

            - Oh, eles são muito comuns na feitiçaria - disse Joyce. - Eles são fáceis de fazer mas difíceis de quebrar. Quero dizer, é difícil reconhe­cer quando você está sendo afligido por um.

            Elaine apanhou uma folha de papel.

            - Aqui, - disse ela- deixe-me mostrar a vocês alguns dos símbolos que vocês devem procurar. Vocês podem encontrar um pedaço de pa­pel com símbolos como estes. [Ver figura 4-1.]

 

 

Figura 4-1 - Símbolos comuns de encantamento de "jaulas".

 

            - É isso mesmo - Joyce concordou. - Muitas vezes, entretanto, os encantamentos são colocados na propriedade da pessoa. Aposto que poderemos encontrar alguns deles na sua propriedade se procurarmos com suficiente cuidado. Pode ser feito simplesmente com quatro pali­tos, galhos ou gravetos. Eles são colocados no chão assim. Eles pare­cem-se com gravetos que simplesmente caíram naturalmente no chão". [Ver figura 4-2.]

 

 

Figura 4-2 -Gravetos utilizados em encantamentos de "jaulas".

 

 

Figura 4-3 - Linhas Riscadas

 

            - Correto! - exclamou Elaine. - No centro do quadrado ou retângulo é colocado algum objeto relacionado com a pessoa, tal como cabelo, ou botão, ou ainda algo tão pequeno como fragmentos que se soltam do tecido de uma roupa. Eles também podem escrever o nome da pessoa ou suas iniciais no chão, em vez de colocar um objeto ali.

            Joyce concordou.

            - O pedaço de papel tem que ser colocado na casa da pessoa ou na sua propriedade para que o encantamento funcione? - perguntou Rebecca.

            - Não - disseram Elaine e Joyce a uma só voz. - Essas são apenas coisas que se pode esperar encontrar. Se forem vistas, então se saberá com certeza que um encantamento desse tipo foi feito.

            - Devemos também procurar linhas riscadas - disse Joyce.

            - O que é isso? - perguntou Rebecca.

            - Para fazer linhas riscadas, é feito um encantamento sobre uma vara que é então usada como uma vara mágica. Ela é arrastada pelo chão, levando-a junto ao corpo. Parece como se estivesse brincando ao acaso com a vara. Mas nos lugares onde a vara toca o chão um risco é traçado.

            Olhando com bastante cuidado, algumas vezes poder-se-á ver uma linha muito fina na terra onde a vara foi arrastada". [Ver figura 4-3].

            - Quando o feiticeiro anda em torno de uma propriedade e coloca linhas riscadas ao redor dela toda, - prosseguiu Joyce - é como se toda a área compreendida se tornasse uma gigantesca jaula. Isso é feito pelo feiticeiro pelas seguintes razões:

            1. Para reclamar o local para si e para Satanás.

            2. Para pôr demônios ao redor de todo o limite da propriedade com o objetivo de guardá-la.

            3. Para colocar demônios especiais que dão acesso à entrada, ou "abridores", como às vezes são chamados, de forma que o satanista possa facilmente chegar à propriedade em projeção astral. Sabe, não é tão fácil assim ir a um lugar determinado quando se está em projeção astral. Assim, deixando demônios específicos nos lugares aonde se quer ir, pode-se simplesmente ir em projeção astral aonde se encon­tram esses demônios.

            4. Colocar sentinelas específicas. Trata-se de demônios vigias. Esses informam ao satanista sobre quem entra na propriedade, ou qual­quer coisa que acontece dentro dela.

            5. E , por último, os demônios colocados ali deverão amarrar e cegar todos os que entrarem na propriedade. Vão aprisioná-los em jau­las, em outras palavras.

            - Entendo - comentou Rebecca. - Nós, cristãos, vamos andar pelo terreno para declará-lo santo ao Senhor, pedindo-lhe que coloque os seus anjos ao redor do mesmo. Os satanistas fazem essencialmente a mesma coisa, só que eles colocam demônios e reivindicam o local pa­ra si mesmos e para Satanás.

            - Sim, é exatamente isso - disse Joyce.

            - Muito bem - disse Rebecca. - A primeira coisa que vamos fazer é examinar cuidadosamente toda a área externa da propriedade, para remover todas as maldições. Quero ter certeza quanto a ter mandado embora todos esses demônios "abridores", para que essa gente não possa entrar em projeção astral em nossa propriedade assim tão facil­mente. Aposto que é por isso que temos tido tantos problemas com espírito humanos em projeção astral nestes últimos meses. Eu não sa­bia como me livrar desses demônios abridores. Depois de limparmos a área externa, vamos fazer a limpeza também dentro da casa.

            Todas concordaram e foram para fora. Levou cerca de uma hora para andarem atentamente por toda a propriedade. Elas viram em di­versos lugares cera de vela negra derretida, e encontraram pequenos gravetos dispostos, como ilustrado na figura, em cada um dos quatro cantos da propriedade. Os gravetos foram removidos, os encanta­mentos quebrados e aos demônios foi ordenado que fossem embora.

            Em seguida as moças voltaram sua atenção para o interior da casa. Essa não era uma tarefa fácil, pois havia uma multidão de lugares onde objetos ocultistas poderiam ter sido escondidos. A medida em que o dia avançava, a opressão demoníaca tornava-se cada vez maior den­tro da casa. Um terrível odor de podridão repugnante de enxofre co­meçou a permear cada compartimento da casa. Os demônios fedem! É por essa razão que se acendem incensos nas livrarias ocultistas. É para disfarçar o fedor dos demônios.

            Durante a procura, as moças encontraram uma maçaneta de porta de cristal no quarto de Elaine.

            - Eu não via uma destas desde que era menina - comentou Rebecca.

            - Sei, com certeza, que nunca tivemos nada parecido com isso aqui. Que coisa estranha esta que nos deixaram!

            - Na verdade, nem tanto - disse Joyce. - Qualquer coisa feita de cristal pode ser usada para se comunicar com os demônios. Quem suspeitaria que uma maçaneta de porta poderia ser usada para isso? É por isso que os cristais são tão populares no movimento da Nova Era. Nós costumávamos chamá-los apenas de "pedras de bruxaria", antes do movimento da Nova Era popularizá-los. Este tipo de maçaneta de porta é freqüentemente colocado nas casas dos satanistas de nível su­perior. É uma espécie de símbolo de status.

            A maçaneta da porta foi destruída.

            Ao cair da noite, todas se sentiram mal, principalmente Ester.   Reuniram-se então na sala para orar. Elaine levantou-se para pegar o óleo e ungir Ester. Betty, Joyce e Rebecca puseram-se de pé para ficar em redor de Ester.

            Quando Elaine voltou da cozinha, ela foi subitamente empurrada por trás por uma força invisível e lançada de cabeça sobre as costas do sofá, gritando durante todo o tempo. Ali ela ficou, com a cabeça afundada nas almofadas e os pés chutando agitadamente no ar! Todos caíram em gargalhadas. Elaine é tão baixa que se encaixou perfeitamente no canto do sofá.

            - Ei..., parem de rir e ajudem-me a levantar!- gritou ela.

            Joyce e Betty ajudaram-na a pôr-se de pé novamente.

            - Bem, esses demônios certamente não estão satisfeitos com a nossa pequena reunião de oração - disse Rebecca, ainda rindo.

            O riso ajudou a aliviar o humor e elas começaram a sentir-se um pouco encorajadas. Depois de orarem, as moças jantaram e foram dormir. Estavam todas exaustas. Novamente a luz azul se mantinha flutuando pela casa acordando-as. Algumas vezes ela começava a piscar como uma luz estroboscópica. Ela extinguia-se quando repreendida, mas rapidamente voltava.

            Por volta de meia-noite, Ester levantou-se para ir ao banheiro. Ouviu-se se então um barulho: Crash!

            - Ei, parem com isso! - gritou ela. - Crash!

            - Ordeno que parem, em nome de Jesus!

            Betty e Rebecca correram como uma flecha para a porta, somente para descobrir que não podiam abri-la.

            - Ester, abra a porta - gritou Betty.

            A maçaneta da porta agitava-se, ruidosa.

            - Não consigo! - disse Ester. - Não está trancada, mas não consigo abri-la. Esses demônios miseráveis derrubaram-me na banheira.

            Rebecca apanhou o óleo. Somente depois de ungir a maçaneta da porta e ordenar aos demônios que fossem embora elas puderam abrir a porta. Ester tinha se machucado, mas não eram ferimentos sérios.

            De manhã, bem cedo, Joyce levantou-se para ir ao banheiro e trope­çou nalguma coisa macia que estava no caminho, no quarto de dormir.

            - Não é possível!... - exclamou ela quando acendeu a luz. A casa havia estado completamente fechada e trancada por toda a noite, mas ali, no meio do chão do quarto de dormir, estava um passarinho morto. Suas asas estavam abertas, e havia penas cuidadosamente colocadas debaixo delas, na forma de um pentagrama. Isso foi o fim do sono delas naquela noite.

            O mau cheiro na casa piorou. As moças lavaram as paredes, esfre­garam os tapetes, olharam em baixo dos móveis, desfizeram as camas, mas ainda assim não encontravam as últimas portas de entrada que os demônios estavam usando para ter tamanho livre acesso à casa.

            Tomar banho foi um verdadeiro desafio, pois os demônios reviravam a ducha do chuveiro para todo lado, espirrando a água nas paredes e no teto. A água ficava quente e fria, quente e fria. Elas tiveram que aprender a tomar banho com uma das mãos na ducha do chuveiro.

            Alguns dias depois, estavam quase em desespero. Tinham orado in­tensamente, pedindo ao Espírito Santo para mostrar-lhes o que estava faltando. Finalmente, Betty encontrou o último problema.

            - Ei, vejam o que eu encontrei! - gritou ela do quarto de Ester. Todas foram ver. O teto de todos os quartos era de reboco branco. Ali no reboco havia pequenos alfinetes, enterrados no teto, na forma de um pentagrama. Elas olharam nos outros quartos, e seguramente havia um pentagrama feito com alfinetes no teto de cada quarto. Essa foi a chave final. Quando os alfinetes foram retirados e jogados fora, e as maldições associadas a eles foram quebradas, a casa ficou final­mente limpa.

            Ao todo, foram necessárias quase duas semanas de busca para que a casa de Rebecca ficasse totalmente limpa. Elas encontraram símbo­los em óleo nos quadros que estavam emoldurados com vidro sobre­posto. Eram bem difíceis de ver, a menos que se olhasse de um ângulo em que a luz incidisse bem sobre o óleo.

            Maldições haviam sido colocadas nos espelhos para serem usados como portas de entrada para que os demônios pudessem se introduzir na casa.

            Essa parecia ser a porta de entrada principal para o demônio que se manifestava como uma  luz azul que vinha e ia embora. Depois que elas limpaam todos os espelhos, a luz azul não mais apareceu. Os espelhos são uma porta de entrada muito comum, pois bruxas iniciantes freqüentemente usam espelhos para estabelecer comunicação com o mundo espiritual.

            A casa de Rebecca ficou limpa e a paz novamente foi restaurada. Mas todo o dano causado pelos encantamentos de jaula que aquele casal trouxe a outras pessoas com quem se relacionaram, isso provavel­mente nunca será reparado neste lado da eternidade.

            Todos nós, cristãos, temos que estar alertas para esta fonte de pro­blemas, especialmente os pastores e os líderes cristãos. Nunca subes­timem a possibilidade de terem sido afetados por um encantamento de jaula. Este encantamento pode cegar-nos para que não vejamos as ações malignas de alguém, pode fazer-nos ir contra quem não nos tenha feito nada de errado, para que aceitemos como verdade toda sorte de mentiras ditas a respeito dessa pessoa.

            Se você acredita que alguém possa estar enviando-lhe um encanta­mento desse tipo, simplesmente ordene que todo e qualquer encanta­mento seja quebrado em nome de Jesus Cristo. Ordene a todos os demônios associados com tais encantamentos que saiam da sua vida e não voltem mais, em nome de Jesus. Um dano terrível está sendo realizado nas igrejas cristãs e nos relacionamentos entre as pessoas devido a esses encantamentos. Devemos estar sempre alertas e sensíveis à orientação do Espírito Santo.

            Ninguém está imune a esse tipo de ataque!

 

Capítulo 5

A Armadura de Deus

 

            Quando a última secadora foi desligada, o silêncio caiu como um manto sobre a lavanderia. Joyce saiu de seus pensamentos, desperta­da pelo silêncio. Ela estava dobrando a última leva de roupas. Olhou para cima e ao redor, percebendo que era a única pessoa que ainda estava no prédio. Ela começou a sentir-se intranqüila. Rapidamente pegou a última leva de roupas e a jogou na cesta, sem dobrar. Ao fazer isso, viu que a porta do fundo se abriu.

            Ela olhou para fora e gelou.

            Ali, do lado de dentro, junto à porta, estavam dois jovens bem altos, Eles ficaram de pé, lado a lado, olhando para ela em silêncio. Eles irradiavam maldade!

            "Oh, Senhor, ajuda-me!"-orou Joyce. Ela pegou sua cesta de rou­pas e as chaves do carro e andou em direção à porta da frente. Os dois homens na porta do fundo não se moveram.

            Enquanto ela corria para a porta de frente, uma limusine branca parou em frente da lavanderia. Mais dois homens altos dirigiram-se à porta da frente e tomaram posição, um em cada lado da porta, do lado de fora.

            "Senhor, ajuda-me a passar por eles!" - gritou Joyce em sua mente. O medo lhe assaltava.

            Quando alcançou a porta da frente e pôs os pés do lado de fora, na calçada, a porta de trás da limusine abriu-se e uma mulher desceu. A primeira vista, não havia nada especial nela. Estava vestida de forma meio relaxada, com calças compridas pretas apertadas, que revelavam que era um pouco gorducha. Seu cabelo, na altura dos ombros, era predominantemente grisalho. Ela irradiava, porém, demônios po­derosos e malignos.

            Joyce parou de andar, e balançou quando a força demoníaca do senhor príncipe demônio Dantallion a atingiu. A mulher era Sedona - aquela que era inimiga mortal de Joyce desde quando esta ainda esta­va na bruxaria.

            Ondas de medo repentinamente tomaram conta de Joyce. Imagens do passado vieram à sua mente numa rápida sucessão: cenas horripi­lantes de torturas e tormentos. Joyce esforçou-se para pensar, esfor­çou-se para respirar. Era como se estivesse mergulhando num mar de tormento mental.

            Reunindo toda a sua força e disposição contra a investida daquela mulher, Joyce forçou seus pés a dar dois passos para a frente, agarrando-se na cesta de roupas e nas chaves do seu carro, temendo por sua vida. Sedona avançou à frente, bloqueando o seu caminho.

            - Aonde você pensa que vai? - disse-lhe bruscamente.

            Joyce sacudiu a cabeça - tentando desanuviar as idéias. - Estou indo para casa - gaguejou.

            - Oh, não, nem pense nisso! Você é minha!

            Com o último resto de força que lhe sobrava, Joyce falou tão firme­mente quanto pôde:

            - Sua? Não, não sou! Eu te repreendo em nome do Senhor Jesus Cristo. Eu pertenço a Jesus!

            Sedona hesitou por um momento, mas somente por um momento. Ela avançou e agarrou o braço de Joyce no cotovelo, com uma força cruel. Joyce inclinou-se para trás e tentou soltar-se, mas não conse­guiu livrar-se. A dor atingiu o seu braço e a envolveu em ondas. Era uma dor lancinante. Instantaneamente a dor mental aumentou cem ve­zes mais. Imagens rodopiavam em sua mente, de cenas terríveis de demônios e torturas de outros seres humanos. Ela inclinou-se para trás novamente, mas foi incapaz de pronunciar qualquer palavra.

            Sedona soltou o seu braço e lhe disse:

            - Eu a apanhei agora! A lua cheia será em quatro dias; você agora é o meu troféu, o meu sacrifício ao senhor Satanás.

            Novamente Joyce sacudiu a cabeça, mas não teve força para falar. Sedona continuou; suas palavras vinham como tiros rápidos:

            - Eu conheço cada movimento seu. - E então começou a descrever com total precisão tudo o que Joyce havia feito na semana anterior.

            - Posso pegar você a qualquer hora que eu quiser - vangloriou-se.

            Algo moveu os pés de Joyce. Ela começou a andar, não sabendo como. Estava fora de si, incapaz de controlar a si mesma. Em seu interi­or, clamava ao Senhor por ajuda. Mas simplesmente ela não podia pen­sar! Aquelas cenas horríveis continuavam a encher a sua mente.

            Sedona estava furiosa, mas parecia estranhamente incapaz de fazer qualquer coisa.

            - Você é minha! - disse com deboche. - Vou pegar você no mo­mento em que eu quiser! Eu a farei pagar pela humilhação que você me fez passar! Eu apegarei... em breve!

            Enquanto cuspia essas últimas palavras, retornou à limusine.

            Joyce, quando se deu conta, estava correndo. Atravessou apressa­damente todo o estacionamento. Seu carro estava estacionado no final do terreno. Pareciam quilômetros o que teve que percorrer, mas final­mente ela chegou até o carro. Enquanto abria a porta com mãos trêmulas, a limusine saiu ruidosamente do estacionamento. Joyce en­trou no carro e pôs a chave na ignição. Então ela desmaiou e não se lembrou de mais nada.

            Quanto tempo havia se passado? Joyce não sabia. De repente abriu os olhos. Surpreendida com o que acontecia, piscou os olhos ao per­ceber que estava guiando o carro, já chegando em casa! Ela não tinha recordação alguma de todo o caminho percorrido até a sua casa. Co­locou o carro na garagem e, de alguma forma, saiu do carro e entrou no apartamento. Ali ela desmoronou-se, em lágrimas, no chão.

            - Obrigada, Senhor Jesus! - soluçou. - Obrigada por me ter permi­tido chegar em casa.

            Foi só até onde ela conseguiu ir. Dantallion atacou-a com fúria redobrada. A dor explodia em sua cabeça e descia para o braço e para o estômago. Ela curvou-se de dor. Aquelas horríveis imagens horripi­lantes permaneciam vindo à sua mente, umas após outras. Eram cenas terríveis demais para descrever.

            - Eu repreendo e amarro vocês, demônios, em nome de Jesus, -Joyce murmurou fracamente. O ataque diminuiu ligeiramente. Ela ar­rastou-se na direção do telefone. Os demônios a atacaram novamen­te. Ela começou a bater com a cabeça no chão.

            - Não! Em nome de Jesus, Não! - gritou.

            Segurou então a cabeça com as duas mãos, forçando-a a parar.

            - Eu ordeno que você pare, em nome de Jesus - disse ela de novo, desta vez com um pouco mais de força.

            Mais uma vez continuou a arrastar-se até o telefone. "Tenho que telefonar para Rebecca e Elaine para pedir ajuda", pensou.

            Finalmente alcançou o telefone, mas estava fraca demais para ficar de pé. Com o tato procurou alcançar o telefone na bancada da cozinha. Final­mente sua mão o encontrou. Ela fez o telefone cair no chão, sobre si. Um frasco de óleo que estava na bancada junto ao telefone caiu junto com ele.

            "Obrigada, Jesus" - suspirou, quando sua mão fechou-se ao redor do frasco de óleo, somente para em seguida vê-lo cair de suas mãos, quando os demônios a atacaram novamente, tirando-lhe o fôlego. Ela sentia como se garras enormes estivessem rasgando os seus órgãos.

            "O óleo, pegue o óleo. Amarre os demônios colocados em seu bra­ço por Sedona." O pensamento do Espírito Santo abriu caminho atra­vés do caos de cenas tortuosas que explodiam no cérebro de Joyce.

            "Sim, Senhor - disse ela chorando. "Por favor, ajude-me Jesus!"

            Ela arrastou-se para a frente e apanhou o frasco de óleo de novo.

            - Parem, em nome de Jesus! - ela ordenou de novo.

            Desta vez tirou a tampado frasco de óleo e o derramou sobre o seu braço, onde Sedona o havia agarrado.

            - "Aaaaaaai! - gritou ela.

            Uma dor terrível atingiu o seu braço.

            - Em nome de Jesus eu ordeno que todo demônio colocado em mim por Sedona seja amarrado! E vão embora, em nome de Jesus!

            A dor diminuiu e a sua mente começou a clarear um pouco. Ela pegou o telefone e discou. Elaine respondeu Rebecca não estava em casa, mas Elaine uniu-se a Joyce em oração. Os demônios foram for­çados a recuar um pouco, mas não foram embora.

            -Vou telefonar para Rebecca- disse Elaine. - Ela está no trabalho, mas vou pedir para ela ligar para você.

            Joyce desligou e esperou, orando por forças. A oração com Elaine tinha ajudado. Pelo menos ela agora era capaz de pensar. Estava ganhando forças. Levantou-se do chão e sentou-se no sofá. "Bem, pelo menos es­tou fazendo progresso", ela pensou, com um sorriso amarelo.

            Trim!... era Rebecca. Joyce descreveu em poucas palavras o que tinha acontecido.

            - Diga-me, Joyce, Sedona pôs um alfinete de maldição em seu bra­ço? - Rebecca perguntou.

            Joyce não havia pensado nisso. Cuidadosamente apalpou o braço. Ali estava ele!

            - Sim - disse devagar. - Posso senti-lo, agora vejo onde ele pene­trou. Sinto que está entrando mais a fundo.

            - Sim, era o que eu pensava. Os demônios gostam de fazer isso. Esse alfinete tem que sair e rápido. Você tem algum óleo aí?- disse Rebecca.

            - Sim, e já ungi o braço - respondeu Joyce.

            - Ótimo!, mas você terá que fazer isso de novo. Temos de pedir ao Senhor para que impeça essa coisa de penetrar mais a fundo. Vou também pedir-lhe que o puxe todo para a superfície. Torne a ungir o braço e eu ficarei com você em oração.

            - Está bem - concordou Joyce.

            Ela espalhou o óleo sobre o braço novamente, na área onde estava o alfinete enfeitiçado. Rebecca começou a orar:

            "Pai, em nome de Jesus nós nos apresentamos diante do teu trono. Eu intercedo contra Satanás, por minha irmã Joyce. Ela pertence a ti, Senhor. Satanás não tem direito sobre ela. Em nome de Jesus eu te peço que detenhas esse alfinete de maldição e que o tragas para a superfície. Em nome de Jesus ordeno que todo demônio associado com esse alfinete seja amarrado!"

            Joyce gemeu. Seu braço começou a arder de novo, e os demônios se agitaram no seu estômago. Então a dor começou a diminuir.

            - Estou sentindo-me melhor agora - disse a Rebecca. - Dá para ver uma manchinha negra; acho que é a ponta do alfinete.

            - Bem, fique aguardando. Eu estarei em casa logo que puder - será dentro de mais ou menos uma hora.

            - Tudo bem - disse Joyce. - Estou realmente me sentindo melhor agora.

            Quando Rebecca chegou em casa, Joyce havia melhorado a ponto de ter-se dirigido até lá. Rebecca ficou esperando por ela. Joyce ainda estava sendo atormentada por lembranças que voltavam, mas não tão fortemente. O alfinete de maldição podia facilmente ser visto, sob a superfície de sua pele, e foi facilmente removido. Era um pequeno pino de metal, com pouco mais de um centímetro, do tamanho de uma far­pa- mas muito mortal. Tão logo o alfinete foi retirado, Joyce orde­nou, em nome de Jesus, que Dantallion e todos os demônios associ­ados com o alfinete de maldição fossem embora imediatamente. Eles saíram e ela finalmente ficou livre. (Ver a figura 5-1.)

            - Não estou certa de que isso é o fim de tudo - disse Rebecca ponderadamente.

            - Bem, se for o tipo de encantamento que eu estou pensando, provavel­mente não é - concordou Joyce. - Sedona sabia que seria bom usar Dantallion porque ele é, particularmente, um príncipe demoníaco que realmente me odiava. Eu o reconheci imediatamente. Ele tem uma habili­dade peculiar para afligir a mente. Este alfinete parece-se com uma efígie usada no vodu. Acho que conheço o encantamento que Sedona fez.

            - Estou com medo porque passei por diversos rituais anteriormente que me prepararam para este encantamento. Foram colocados fios neste braço, que poderiam ser usados. Nunca imaginei que alguém os fosse usar, mas Sedona tinha conhecimento deles.

 

Figura 5-1 (Fotos de alfinetes de maldição)

 

            - Por que foi que você fez isso, conhecendo as possíveis conse­qüências?

            - Em troca de poder.

            -É claro! - suspirou Rebecca. - Os servos de Satanás fazem qual­quer coisa para conseguir mais poder. Bem, eu não tenho dúvida de que Sedona pode ter feito este encantamento de morte - comentou Rebecca. -Vejamos, depois desta noite haverá ainda mais três noites, antes da próxima noite de lua cheia. Creio que então este encantamen­to deveria estar completo. Isso seria coerente com a ameaça que ela fez, de ter você como sacrifício nesta lua cheia.

            - Sim, é isso mesmo! Este tipo de encantamento acontece após três ou quatro dias. Adquire-se uma grande vela preta na forma de um homem ou mulher. Então é feito o encantamento, que inclui algum tipo de sacrifício de sangue. Parte do encantamento envolve acender a vela e pôr nela de seis a nove alfinetes com efígies, em posições específicas, dependendo do que se quer que seja feito. Todos os alfinetes, me­nos um, devem ser inseridos na vela. O último alfinete deve ser inserido na pessoa contra quem se está fazendo o encantamento. Então, neste encantamento específico de morte, à medida em que a vela vai se quei­mando continuamente durante três ou quatro dias, o alfinete na pessoa é manipulado pelos demônios. Ele literalmente semeia outras peças de metal que correspondem ao número total de pinos. Os pedaços de ara­me previamente colocados no meu braço passam a ser controlados por demônios após a inserção do alfinete. À medida que a vela se derrete, as peças de metal crescem junto na pessoa, na forma de uma cruz inverti­da. Na primeira noite de lua cheia, o encantamento é completado e a cruz invertida é formada na pessoa. Quando a vela se extingue, a pessoa morre. É uma praga de vodu muito antiga e poderosa.

            - Bem, nós retiramos o alfinete principal de você, mas eu ainda estou preocupada com esses outros fios de arame e as sementes do alfinete - disse Rebecca. - Você acha que os demônios tiveram tempo de colocá-las em você?

            - Não sei, mas eu não ficaria surpresa- disse Joyce pausadamente.

            - O que podemos fazer?

            - O que sempre fazemos, - disse Rebecca - vamos pedir ao Pai para cuidar disso. Vamos ungir todo o seu braço e pedir-lhe que traga à superfície quaisquer outros alfinetes ou metais antes da última noite.

            E assim elas ungiram todo o braço de Joyce e oraram nesse sentido. (De fato, três dias depois, na primeira noite de lua cheia, uma cruz invertida, empolada e avermelhada, começou a formar-se no braço de Joyce. Mais três pedaços de arame foram removidos do seu braço ao longo das linhas da cruz invertida. À medida que os arames iam sendo removidos e tendo Rebecca ungido novamente o braço de Joyce, as linhas vermelhas foram desaparecendo e a maldição foi completamen­te quebrada! Joyce está viva e passando bem. Somente o poder de Jesus Cristo pode quebrar uma maldição poderosa como essa!)

            Após orar e ungir o braço de Joyce, elas ficaram sentadas em silên­cio por alguns minutos. Então Rebecca falou de novo:

            - Ouça, Joyce, - disse serenamente - há uma lição a ser aprendida com o que aconteceu. Para o meu gosto, esta passou raspando...

            - Sim, eu sei - disse Joyce enfaticamente. - Foi somente a mão do Senhor que me salvou! O Pai honrou a sua aliança com você novamente. Ele salvou a minha vida. Somente Deus impediu Sedona de me raptar ali mesmo. Ela parecia incapaz de fazer qualquer coisa além de ameaças.

            - Sim, eu sei - Rebecca acenou afirmativamente. - Mas, Joyce, não era para ela tocar em você!...

            - Como eu poderia tê-la impedido? - perguntou Joyce. - Eu estava cercada de todos os lados por aqueles homens.

            - Você deveria ter começado a lutar imediatamente. Lembra-se de como eu tenho lhe dito que a armadura de Deus é real? Ela é real no mundo espiritual mas afeta o plano físico também.

            - Sim, mas eu não entendo como eu poderia tê-la usado. Eu a repre­endi em nome de Jesus.

            - Isso não foi suficiente. Você assumiu uma postura puramente de­fensiva. Você apenas ficou ali, parada. Como você não lutou, subme­teu-se a Sedona. Por isso ela pôde fazer o que fez. Você permitiu que o medo a dominasse. Você devia ter assumido uma atitude agressiva e ofensiva desde o começo. Se você tivesse feito isso, ela nunca teria conseguido pôr as mãos em você. Não teria como pôr aquele alfinete de maldição em seu braço.

            - Sinto muito, mas simplesmente não entendo - disse Joyce enquan­to esfregava a testa, cansada.

            Rebecca pôs-se de pé e colocou o braço ao redor dela, dando-lhe um abraço.

            - Está bem. Você está muito cansada para isso esta noite. É tarde e você tem que ir trabalhar amanhã de manhã. Vá para a cama e falare­mos sobre isso amanhã, quando você estiver mais descansada. En­quanto isso, vamos orar e pedir ao Pai que a ajude a entender. Fique aqui esta noite, pois aqui estará segura.

            Exausta, Joyce concordou e lançou-se na cama.

            No dia seguinte, Joyce retornou à casa de Rebecca na volta do tra­balho. Ela estava excitada.

            - Rebecca, ouça isto. Esta noite o Senhor me deu um sonho, mos-trando-me a armadura e como usá-la. Eu entendi, finalmente. E hoje ele me deu uma chance de experimentá-la.

            - Fantástico! Conte-me tudo.

            - Eu fui trabalhar esta manhã e descobri que eles estavam com ex­cesso de pessoal. Então, ofereci-me voluntariamente para tirar o dia de folga. Enquanto eu passava pelo corredor, em direção ao vestiário das enfermeiras, para trocar de roupa, vi um homem vestido com o uniforme do pessoal da manutenção, vindo em minha direção. Não havia ninguém mais no corredor. Quando ele me viu, acelerou o passo. Eu imediatamente o reconheci como sendo um dos homens que havi­am estado com Sedona ontem. Ele tinha algo em sua mão que parecia ser uma faca. Eu decidi que não passaria pelo que passei ontem!

            - Então, o que você fez? - Rebecca perguntou.

            - Quando ele chegou perto de mim, eu disse: "Pare, em nome de Jesus! Você não vai tocar em mim!" O Pai me havia mostrado como pôr o escudo em meu braço. (Ver a figura 5-2). Levantei o antebraço diante de mim e avancei diretamente em direção a ele. Ele pareceu estar espan­tado. Eu não via o escudo, mas não tenho dúvidas de que ele o viu. Literalmente o empurrei contra a parede sem tocar nele fisicamente. Ele ficou achatado contra a parede, boquiaberto. Ordenei então a todos os demônios dele que fossem amarrados no nome de Jesus e disse-lhe que não podia tocar-me. Ele apenas ficou ali, parado, contra a parede. En­tão dei meia volta e corri para o vestiário. Quando saí de lá ele já tinha ido embora. Não voltei a vê-lo novamente.

            - Maravilhoso! - exclamou Rebecca. - Era isso exatamente o que eu estava tentando dizer-lhe na noite passada. Apesar de não podermos ver a armadura de Deus, ela é uma armadura real no mundo espiritual. Podemos usá-la no mundo físico se o Espírito Santo assim nos dirigir.

            - Sim, foi precisamente isso que o Pai me mostrou naquele sonho. Ele me mostrou como o capacete da salvação é colocado sobre a nossa cabeça para protegê-la. Ele me disse que quando aqueles demônios de medo me atingiram, naquele dia, imediatamente eu os devia ter repreendido, em nome de Jesus, ordenando-lhes que fossem embora, recusando-me a aceitá-los, porque eu estava protegida pelo capacete. Eles me acertaram porque eu aceitei o ataque, em vez de repeli-lo. Depois o Senhor me mostrou a couraça da justiça, e como ela protege o nosso peito. O cinturão da verdade é como uma faixa e é a única parte da armadura que passa atrás, em nossas costas. Você sabe, é como a armadura que os solda­dos romanos usavam. O escudo é grande, quase da nossa altura. E a espada é exatamente como a que aparece desenhada na capa dos seus dois primeiros livros. É pura luz branca com o punho dourado.

 

 

Figura 5-2 (o escudo da fé)

 

            - Sim - assentiu Rebeca. - Como você acha que eu sabia como encomendar ao artista o desenho da espada?

            - Você nunca me disse que a havia visto - disse Joyce. - Mas, pen­sando bem, suspeito que há muita coisa que você ainda não me disse.

            - Sim, - riu Rebecca - acho que sim. Lembro-me muito bem de algumas ocasiões em que tive que usar a armadura de Deus no mundo físico. Aprendi pela primeira vez sobre a realidade da armadura quan­do o Senhor permitiu que alguns demônios se manifestassem fisica­mente e tentassem me matar. Então o Espírito Santo mostrou-me que temos esta armadura por fé e que podemos usá-la quando ele nos orientar nesse sentido.

            - Então, quando foi que você a usou? - perguntou Joyce.

            - Bem, uma vez foi há muitos anos, quando eu ainda exercia a medi­cina. Eu tinha retornado ao hospital para ver um paciente, no meio da noite. A parte do estacionamento reservada para os médicos ficava a uma pequena distância, a pé, do hospital, e o hospital não ficava numa área muito boa da cidade. Tive que andar a pé até o carro, sozinha, naquela noite. Eram cerca de três horas da madrugada. Senti-me inco­modada. Tudo estava quieto demais, e faltavam apenas duas noites para a lua cheia. Os satanistas estavam realmente irados comigo por­que eu estava trazendo muitos a Cristo.

            - Naquela noite em particular, - continuou - cheguei ao carro e parei para olhar em volta porque sentia que alguém estava no estacionamen­to, mas eu não podia ver ninguém. Tentei colocar a chave no buraco da fechadura, mas ela não entrava. Algo a estava bloqueando! Orde­nei a quaisquer demônios que estivessem interferindo na fechadura que fossem embora imediatamente, mas não adiantou. Ouvi um som e olhei ao redor, e vi quatro homens grandes e ameaçadores vindo em minha direção. Os seus demônios brilhavam. Eu não tinha dúvida alguma de que eles planejavam servir-me como o prato principal em seu sacrifí­cio a Satanás na lua cheia. E de admirar que eu não tenha tido um ataque do coração na mesma hora, pois estava tão amedrontada! Es­tou certa de que eles estavam lançando contra mim todos os demônios de medo que podiam.

            - O que você fez? - Joyce perguntou impacientemente.

            - Ordenei-lhes que parassem e ordenei aos seus demônios que fos­sem amarrados, em nome de Jesus, mas isso parecia não perturbá-los. Eles apenas continuaram a vir em minha direção. Eu continuei a repreendê-los, e eles começaram a rir. "Você está tristemente equivo­cada se pensa que o seu Jesus pode protegê-la de nós" - disse o líder, sarcasticamente. - Eles estavam a cerca de três metros de mim a essa altura. De repente o Espírito Santo falou comigo: "Não se esqueça da armadura." Assim, em fé, simplesmente pedi que o Senhor colocasse a sua espada em minha mão e que fizesse com que aqueles sujeitos a vissem. Então mantive a minha mão à minha frente como se estivesse segurando uma espada. Imediatamente os homens se detiveram, sur-presos. Eles protegeram os olhos como se estivessem frente a uma luz muito brilhante. Eu estava maravilhada. "Muito bem, rapazes" – eu disse. “Se vocês querem uma luta, venham! Eu vou enfrentá-los com isto." — Eles ficaram parados por um minuto e então o líder falou bem alto: "Vai mesmo? Aposto que você não sabe usar isso aí." - "Quer apostar?" - disse eu. "Então venha e eu lhe mostrarei. Eu não luto com o meu próprio poder, mas com o poder do meu Senhor Jesus Cristo. Vocês e seus demônios não são páreo para ele!"

            Rebecca prosseguiu:

            - Eles demonstraram estar hesitantes a essa altura. Aproveitei a minha vantagem e dei alguns passos em direção a eles, repreendendo-os em nome de Jesus. Eles recuaram um passo, e então eu continuei a andar em direção a eles, ainda mantendo a mão à minha frente. Ainda bem que eles não sabiam o quanto meus joelhos estavam tremendo! Com isso, rapida­mente aprendi que eu não podia nunca demonstrar dor ou medo. Eles arrastaram os pés, incomodados. Então, de repente, eles se dispersaram e saíram correndo. Eu voltei depressa para o carro e desta vez a chave entrou perfeitamente na fechadura. E saí dali o mais rápido que pude!

            - Você viu a espada? - perguntou Joyce.

            - Não, eu não a vi. Tive que permanecer na fé de que ela estava lá porque o Espírito Santo me havia dito para usar a armadura. Mas eles obviamente a viram. Os satanistas, de qualquer forma, podem ver no mundo espiritual a maior parte do tempo, mas os demônios manipulam o que eles vêem. Foi por isso que eu pedi que o Pai os fizesse ver a espada. Eu receava que, de outra forma, os demônios pudessem im­pedi-los de vê-la. Eu gostaria de ter podido vê-la, mas não a vi. Acho que, se a tivesse visto, a fé não teria sido necessária. Temos que andar sempre esta nossa jornada em fé.

            - Sim, e muitas vezes isso é muito difícil - comentou Joyce. - Conte-me sobre algumas das outras vezes.

            - Bem, em vez de falar sobre mim mesma, vou contar-lhe uma expe­riência que uma outra pessoa, que também saiu da feitiçaria, teve re­centemente. Você se lembra de Annie? (Não é este o seu nome real.) Acho que você a encontrou uma vez quando ela esteve aqui, não foi?

            - Sim, lembro-me dela.

            - Annie ficou conosco por cerca de cinco meses. Ela tinha sofrido terríveis abusos na feitiçaria. Quando tinha sete anos de idade, sua mãe tentou fugir com ela. As duas foram apanhadas e levadas de volta. Annie foi então forçada a assistir ao sacrifício de sua mãe, como puni­ção. Ela foi usada para ter bebês e em todas as formas de pornografia, tanto quando criança, como na idade adulta. Uma vez tentou sair, cer­ca de três anos antes de eu a conhecer. Dois grandalhões da feitiçaria apanharam-na, levaram-na de volta, e abusaram dela sexualmente como punição. No entanto, quando ela veio até mim, ela aceitou Jesus como seu Senhor e Salvador. Isso faz toda a diferença do mundo!

            - É para mim que você diz isso?!, - disse Joyce emocionada. - É impossível sair da feitiçaria e viver, de qualquer outra maneira. Somente o poder de Jesus pode libertar alguém de lá permanentemente!

            - Cerca de um mês depois de Annie ter sido inteiramente liberta, aconteceu de um dia ela precisar ir ao shopping, e eu não podia ir com ela. Eu não posso proteger todo o mundo o tempo todo. São momen­tos como esse que realmente provam a minha fé. Mas sei que as pes­soas têm que aprender a ficar de pé por si mesmas, com o Senhor. Deixei Annie ir, mas eu estava muito preocupada. Ester foi com ela.

            - Mais tarde, naquela noite, - continuou Rebecca - o Espírito Santo falou comigo dizendo-me para orar, pois Annie estava em perigo. Eu estava com visitas em casa, então pedi-lhes que fizéssemos uma pausa para orarmos todos pela segurança de Annie. Cerca de uma hora de­pois, Annie e Ester chegaram em casa. Annie mal podia sair do carro e caminhar. Eis o que aconteceu, conforme ela e Ester me contaram:

            - Exatamente naquela manhã, no dia em que Annie saiu pela primei­ra vez sozinha - foi dizendo Rebecca - eu tinha falado com ela sobre a armadura de Deus, citada em Efésios 6. Disse-lhe sobre a realidade da armadura. Lembro-me de lhe ter dito que, quando se está numa situação difícil, algumas vezes é útil passar a mão de alto a baixo à frente de si mesmo e dizer algo como "Eu sei que tenho um escudo aqui à minha frente, um escudo de fé em Jesus Cristo". Não é necessário fazer isso, naturalmente, mas isso nos ajuda a permanecer em fé numa situação difícil. O que eu não sabia é que Annie teria que usar o escudo naquele mesmo dia, mais tarde. Enquanto Annie e Ester esta­vam andando pelo shopping, repentinamente Annie parou, confrontada por três grandalhões. Annie é uma coisinha minúscula, ela é baixi­nha e pesa apenas uns 40 quilos. Os três homens tinham bem mais de um metro e oitenta de altura cada um. Dois deles eram os mesmos satanistas que a haviam apanhado três anos antes, quando ela tinha tentado fugir. Eram os mesmos que haviam abusado dela sexualmente de maneira tão cruel, por tentar fugir do meio dos satanistas. O shopping estava movimentado, como de costume, e centenas de pessoas pas­savam por eles sem nem sequer notar a incrível cena que se desenrolava ali. Ester deu dois passos para trás com medo, não sabendo exatamente o que fazer. Annie apenas ficou ali em silêncio, olhando para aqueles três homens. O líder falou, num tom ameaçador: "Você vem conosco!" Annie estava tremendo de medo, mas ela conseguiu falar: "Não, eu não vou! As coisas são diferentes agora. Agora eu sirvo a Jesus. Não sirvo mais a Satanás." O homem então zombou: "E daí? Você vai vir conosco. Você não vai escapar assim tão facilmente desta vez!"

            - Annie estava tão assustada - continuou Rebecca - que ela não sabia o que fazer. Subitamente o Espírito Santo despertou em sua mente o que eu tinha dito sobre o escudo da fé, naquela manhã. Ela respirou profundamente e passou a mão de cima para baixo em frente de si mesma, dizendo: "Não vou, não! Vocês não podem me levar. Como vocês vêem, eu tenho um escudo à minha frente. O escudo é o poder de Jesus Cristo, meu Senhor." Os três homens riram. "Que escudo? Eu não vejo nenhum escudo", disse o líder. "Mas eu vou lhe dizer, se você quer uma luta, eu concordo. Meu poder contra o seu poder!"

            - Mesmo quando Annie estava na feitiçaria, - continuou a relatar Rebecca - ela não era páreo para aquele homem. Ela nunca tivera demônios tão poderosos como ele tinha. Annie tremia tanto que mal podia falar, mas ela disse: "Está bem, mas como eu não tenho mais poderes, então terá que ser o meu Deus contra seu deus!"

            - Os homens riram e zombaram novamente - observou. - Annie apenas ficou ali. Quando os homens começaram a enviar demônios contra ela, ela foi tomada por terríveis imagens do passado. Ela me disse que a única passagem das Escrituras de que podia lembrar-se naquela hora era Lucas 10:19, que então ela ficou repetindo quietamente sem parar:

            "Eis aí vos dei autoridade para pisardes serpentes e es­corpiões e sobre todo o poder do inimigo, e nada abso­lutamente vos causará dano." (Lucas 10:19)

            - A batalha prosseguia no mundo espiritual, enquanto Annie sim­plesmente permaneci a firme. Os demônios a afligiam horrivelmente. Eles atormentavam a sua mente e o seu corpo. Ela balançou sob o furi­oso ataque, mas continuou firme. Os homens foram ficando confusos, e então começaram a demonstrar estarem inseguros. Depois de dois minutos eles deram um passo para trás, depois outro. Annie continuou a permanecer firme. Subitamente, todos os três homens deram meia volta e literalmente correram para fora do shopping!

            - Louvado seja o Senhor! - exclamou Joyce.

            - Amém! Que vitória! - concordou Rebecca. - Annie foi atingida, mas ela permaneceu de pé! O escudo da sua fé em Jesus Cristo a protegeu. Nosso Senhor foi fiel como sempre. Ela ficou com marcas de mordidas de demônios em seu pescoço e estava muito fraca e sen­tindo-se mal, mas estava viva, e eles não a levaram! Ungimos então as feridas com óleo e ordenamos a todos os demônios que a deixassem, em nome de Jesus. Uma hora depois as marcas tinham desaparecido completamente, e ela se recuperou.

            - Sei de um outro incidente que aconteceu recentemente com T.G. -disse Rebecca. (T.G. é um jovem que recentemente saiu de uma alta posição da feitiçaria.) - Depois de sua libertação, eu falava com ele sobre a realidade da armadura de Deus. Disse-lhe que não ficaria sur­presa se os demônios o atacassem com manifestações físicas, assim como no plano espiritual. Uns poucos dias depois, ele compartilhou este incidente comigo:

            - T.G. estava dormindo no banco de trás de um furgão - Rebecca começou a relatar- No meio da noite ele foi acordado com um puxão, quando as portas do furgão se abriram com uma tremenda força e ele foi sugado para fora do veículo e foi cair no chão, a cerca de quatro metros e meio de distância. Enquanto se esforçava para pôr-se de pé, foi confrontado com um dos demônios que havia sido um de seus espíritos-guias. O demônio estava se manifestando de forma física e disse a T.G. que ia matá-lo. T.G. disse-me que, de alguma maneira, tinha se agarrado ao travesseiro ao ser lançado para fora do furgão. Ele estava tão assustado que naquela hora dificilmente saberia pensar no que dizer. Ele re­preendeu o demônio em nome de Jesus, mas este continuou a vir em sua direção. Então ele se lembrou da armadura de Deus.

            - T.G. me disse - continuou Rebecca - que não tinha fé para apenas permanecer ali, sem nada à sua frente, e assim ele segurou o travesseiro dizendo: "Veja, isto é o escudo do Senhor. Você não pode tocar-me porque estou protegido por Jesus." O demônio apenas riu e disse: "Você pensa que esse pequeno travesseiro vai protegê-lo de mim? Eu vou lhe mostrar!" Então o demônio passou a atingir o travesseiro com suas garras, violentamente. O travesseiro foi rasgado em pedaços, mas o demônio não pôde passar além dele! Claramente havia um escudo à frente de T.G., apesar de não poder vê-lo! Por mais que tentasse, o demônio não podia passar por aquele escudo invisível! Não demorou muito e o demônio desistiu e desapareceu. T.G. veio para casa na manhã seguinte e mostrou-me o travesseiro todo despedaçado. Ele me disse que, em todos os seus anos na feitiçaria, ele jamais tentaria manter um demônio à distância com um travesseiro tão somente! Mas louvado seja o Senhor, por trás daquele travesseiro havia um escudo muito real! Era o precioso escudo de sua fé em seu novo Senhor, Jesus Cristo! Se tão somente os cristãos percebessem a realidade do mundo espiritual e da armadura de Deus, haveria muito mais vitórias contra o reino de Satanás.

            - Sim - concordou Joyce com austeridade. - Estamos rapidamente entrando numa época em que estaremos vendo cada vez mais con­frontações diretas entre os satanistas e o povo de Deus.

 

 

Nota da autora: minha oração é que os cristãos em toda parte comecem a despertar e a perceber as maravilhosas provisões que o Senhor fez para nós. Não precisamos temer Satanás e seus servos. Entretanto, nunca devemos subestimá-los. porque eles são poderosos e o seu poder é real. Mas, louvado seja o Senhor, eles não têm absolutamente nenhum poder, comparado ao tremendo poder do nosso Senhor Jesus Cristo!

 

 

Capítulo 6

Ferimentos Demoníacos

 

            Quanto mais eu trabalho neste ministério, ajudando pessoas a sair do Satanismo, mais aprendo sobre ferimentos demoníacos. Refiro-me com isso a lesões provocadas diretamente por demônios. O Senhor nos tem provisionado, pela sua graça, a cura desses ferimentos, mas temos de ter a capacidade para reconhecê-los e saber como tratá-los.

            Aqueles dentre nós que nunca estiveram envolvidos com o Satanismo precisam entender que esses irmãos e irmãs em Cristo que anterior­mente estiveram a serviço de Satanás são particularmente vulnerá­veis a ferimentos demoníacos. Eu não sei o motivo, a menos que isso seja parte do processo de colher o que plantaram, pelo qual têm de passar.

A primeira característica de todo ferimento demoníaco é que a pes­soa ferida é incapaz de reconhecer a causa demoníaca do ferimento. O que os demônios fazem antes de mais nada é tentar cegar a pessoa para o fato de que ela está sendo objeto da ação de demônios. En­quanto a pessoa ferida não reconhecer que a causa primária do ferimento é devida a demônios, ela não os irá repreender nem expulsá-los. Isso deixa os demônios livres para continuar a causar dano.

            "Jesus prosseguiu, dizendo: Certo homem descia de Jerusalém para Jericó e veio a cair em mãos de salteadores, os quais, depois de tudo lhe roubarem e lhe causa­rem muitos ferimentos, retiraram-se, deixando-o semi-morto... Certo Samaritano, que seguia o seu caminho, passou-lhe perto e, vendo-o, compadeceu-se dele. E, chegando -se, pensou-lhe os ferimentos, aplicando-lhes óleo e vinho; e, colocando-o sobre o seu próprio animal, levou-o para uma hospedaria e tratou dele." (Lucas 10:30-34)

            "Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e estes façam oração sobre ele, ungindo-o com óleo em nome do Senhor. E a oração da fé salvará o enfermo, e o Senhor o levantará; e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados." (Tiago 5:14-15)

            As chaves para lidar com feridas criadas por demônios são encon­tradas nestes dois versículos. O Senhor indicou claramente nestes versículos que a utilização do óleo e a oração da fé no nome de Jesus são necessários. Entretanto, o que muitas pessoas ignoram é: Se a pessoa que foi ferida, ou que está doente, tem um pecado não confes­sado ou permanece em algum pecado, é preciso tratar desse pecado na mesma ocasião, ou ela não será curada.

            A minha experiência tem sido, muitas e muitas vezes, que, se alguém que abandonou a feitiçaria fica ferido freqüentemente, há base legal na sua vida para que os demônios o aflijam. As pessoas nessa condição talvez não saibam a origem do seu problema todas as vezes, mas se pedirem ao Senhor que lhes revele, ele sempre será fiel em fazê-lo. Algumas vezes as pessoas são feridas simplesmente porque se esquecem de pedir ao Senhor para revesti-las com toda a armadura, a cada dia. Não tenho como ressaltar, com a ênfase necessária, a importância da armadura de Deus.

            Há quatro tipos básicos de ferimentos demoníacos:

  • Dano físico direto .
  • Envenenamento
  • Inserções
  • Doenças

Dano Físico Direto

            O ferimento mais comum nesta categoria ocorre no que parece ser um acidente, mas na verdade é causado por um demônio. Vou dar-lhe um exemplo. Há dois anos apressava-me para aprontar-me para ir a um casamento. Terminei de passar o meu vestido e inclinei-me para puxar a tomada do ferro da parede. Subitamente meu braço esbarrou e ficou encostado no ferro. Meu reflexo natural não foi suficiente para afastar o meu braço do ferro. Tive que usar a minha outra mão para isso. Naturalmente o que resultou foi uma profunda queimadura lateral no meu braço esquerdo.

            Como o meu reflexo natural não foi suficiente para afastar o meu braço do ferro quente, eu deveria ter percebido imediatamente que o ferimento era demoníaco, além de ser uma queimadura física. Foi mais do que apenas um acidente. Entretanto, eu estava terrivelmente apres­sada, e os demônios tudo fizeram para bloquear a minha mente de for­ma que eu não reconhecesse que eles tinham estado envolvidos na­quele ferimento. Apressadamente coloquei uma atadura em torno da queimadura e corri para o casamento. Eu tinha uma palestra a dar na­quela noite e outra no dia seguinte. Meu braço estava extremamente dolorido, mas eu não parei para pensar sobre isso o suficiente para re­conhecer o componente de origem demoníaca daquela lesão.

            Finalmente, dois dias depois, quando tive uma chance de me aquie­tar, comecei a pensar sobre a queimadura. Eu havia aplicado um, me­dicamento que normalmente alivia a dor de uma queimadura. No meu caso, a dor aumentou! O mesmo ocorreu com todos os outros medi­camentos que passei. Além disso, percebi que a área da queimadura aumentava e, a essa altura, estava tão dolorida que eu não mais podia suportar. Isso não é normal para uma queimadura de segundo grau. A dor deveria ter começado a diminuir no terceiro dia, no caso de uma cura normal. Mas essa não era uma queimadura normal.

            Quando olhei para a queimadura e comecei a orar a respeito, o Espírito Santo trouxe à minha mente as circunstâncias do "acidente", especialmente o fato de que o meu reflexo natural não tinha sido rápido o suficiente para retirar meu braço do contato com o ferro. Imediatamente percebi que se tratava de um ferimento demoníaco.

            Peguei o meu frasco de óleo e literalmente encharquei toda a quei­madura, dizendo: "Em nome de Jesus Cristo, ordeno que todo demônio associado com esta queimadura me deixe imediatamente. Ordeno que pare de me afligir e aumentar esta queimadura, e, em nome de Jesus, ordeno à dor que vá embora agora! Pai, em nome de Jesus eu te peço que tragas a cura e o alívio da dor a esta queimadura. Agradeço-te por isto, em nome de Jesus."        Imediatamente a dor diminuiu, e a queimadu­ra começou então o processo normal de cura. Porém, como eu havia permitido que tanto tempo tivesse passado, a queimadura havia se estendido por quase o dobro da área inicial e levou quase três sema­nas para sarar, deixando uma cicatriz. Não tenho dúvida de que, se eu tivesse parado e ungido a queimadura imediatamente, eu não teria tido uma queimadura tão severa.

            Tenho constatado que óleo de oliva puro não é prejudicial em cortes abertos ou em queimadura. Eu o tenho usado repetidas vezes em tais casos. Na parábola do bom Samaritano, o álcool do vinho foi usado para limpar a ferida e o óleo foi usado para curá-la. Eu sempre passo o óleo primeiro, e então limpo a ferida com algum tipo de anti-séptico, e acrescento qualquer medicamento curativo que esteja à disposição e protejo o ferimento. Eis aqui um outro exemplo.

 

Sam

            Sam (não é este o seu nome real) era um especialista em artes mar­ciais antes de aceitar Jesus. Depois que aceitou a Cristo, ele estava aparando a grama da casa do seu pastor, numa certa tarde. O demônio que costumava ser o seu espírito-guia apareceu a ele e ameaçou matá-lo se ele não renunciasse a Cristo e voltasse a servir Satanás.

            Sam, sendo um cristão muito novo, ao invés de simplesmente repre­ender o demônio e ordenar a ele que fosse embora, em nome de Je­sus, disse algo como:

            -De jeito nenhum, cai fora!

            O demônio avançou e atingiu Sam na cabeça com suas garras, deixando três cortes até o osso, ao longo de toda a extensão do couro cabeludo. Sam caiu inconsciente ao chão. O Espírito Santo alertou o pastor de que Sam estava com problemas. Ele saiu e encontrou-o inconsciente numa poça de sangue no chão.

            O pastor levantou Sam e o levou a um hospital próximo onde os três cortes em seu couro cabeludo foram fechados com pontos. Porém a dor não diminuiu. Pelo contrário, ela continuou a aumentar nos dois dias seguintes. Foi quando Sam veio ver-me.    

            O pastor havia ungido Sam com óleo, mas ele e o pastor estavam receosos de colocar óleo sobre os cortes por causa dos pontos. A dor de Sam era extremamente aguda quando eu o vi. Não havia evidência de inflamação em redor dos cortes, apesar de o ferimento não apresentar a recuperação nor­mal que deveria após um período de três dias. Peguei então óleo de oliva e o derramei sobre os três cortes, cobrindo-os completamente. Ao mesmo tempo, repreendi os demônios e orei como no caso anteri­or, da minha queimadura.        Dentro de poucos segundos a dor de cabeça de Sam havia passado. Apenas usamos gaze limpa para absorver o óleo dos cortes e para deixá-los em contato com o ar, como haviam feito no hospital. Depois disso os ferimentos tiveram um processo de cura normal.

 

O Ácido de Ágar

            Há um outro tipo comum de ferimento físico direto causado pelo que na bruxaria se chama ácido de ágar.

            Os que têm experiência em projeção astral usam-no muito. É uma simples mistura de ácido clorí­drico (algumas vezes algum outro tipo de ácido é usado), misturado com ágar-ágar. O ácido clorídrico queima a pele da mesma forma que uma chama. É facilmente obtido em qualquer fornecedor de material para laboratórios. Ágar, ou ágar-ágar, é um agente que dá consistência a misturas, sendo usado como ingrediente básico em meios utilizados como culturas de bactérias em laboratório. É barato e fácil de obter.

            O ágar-ágar faz qualquer solução ficar espessa, de forma semelhante a uma gelatina. A mistura de ácido e ágar-ágar tem a consistência apro­ximada de uma gelatina aguada. É transparente e fácil de aplicar em qualquer superfície. Quem tocar no ácido, ou colocar as mãos nele, poderá ter uma séria queimadura do ácido.

            Os satanistas viajam em projeção astral e colocam este ácido de ágar em coisas tais como: maçanetas das portas de carros, maçanetas de portas de casas, superfície de balcões, etc. Aqueles que são extre­mamente habilidosos em projeção astral podem levar o ácido de ágar e colocá-lo diretamente, ou esfregá-lo, em uma pessoa no plano físico.

            A pessoa não pode ver fisicamente o espírito carregando o ácido, e o ácido não pode queimar um espírito. (Sei que isso soa muito fantástico para aqueles que nunca estiveram envolvidos em bruxaria, mas os que serviram a Satanás sabem que o que estou escrevendo é verdade).

            O ácido é utilizado também no plano físico, naturalmente. Nós o temos encontrado freqüentemente nas maçanetas das portas do nosso carro. É fácil de remover com jatos de água, mas não se pode tocá-lo com a pele desprotegida. Comumente lavamos a área com bastante água e então a lavamos com sabão e água, ungindo depois com óleo. Se você tiver uma queimadura desse ácido, você deverá imediatamen­te lavar a parte afetada com grande quantidade de água e depois ungi-la com óleo, como descrevi. Então trate a queimadura da mesma for­ma como trataria qualquer outra queimadura.

            Uma vez tive uma terrível queimadura em minha boca, com pasta de dente. Estávamos viajando para dar palestras. Tudo indica que alguém entrou em nosso quarto no hotel e injetou ácido em meu tubo de pasta de dente. Desde então eu nunca mais deixei medicamentos ou pasta de dente num quarto de hotel em minha ausência.

 

Outras Ações Demoníacas

            Tenha também cuidado com picadas de insetos incomuns. Demônios podem usar insetos tais como aranhas, mas não é muito comum. Se você suspeita de algum envolvimento demoníaco em uma picada de inseto, simplesmente cubra a mordida com óleo e ordene aos demônios que vão embora. Picadas de insetos causadas por demônios sempre produzirão uma reação e uma inflamação muito mais graves do que uma picada normal.

            Mordidas de demônios também são uma realidade. Elas aparecem na pele como uma marca física de mordida, ou, algumas vezes, como pequenos pontos avermelhados, chamados petequias, em um padrão circular. Essas também podem ser tratadas simplesmente ungindo-se com óleo.

            Outro tipo de ferimento demoníaco que é muito comum é uma lesão física de cuja origem você não se recorda. Não é comum que um de nós fique muito fraco ou doente. Quanto isso acontece, a primeira coisa que fazemos geralmente é procurar por qualquer lesão no corpo. Freqüentemente é um corte significativo em algum lugar e não temos lembrança de quando o corte aconteceu. Normalmente uma lesão desse tipo causaria dor suficiente para que nos lembrássemos da ocasião em que ela ocorreu. Tais lesões também devem sem ungidas com óleo.

 

Envenenamento

            Quase desde o início dos tempos o envenenamento tem sido um método muito popular de causar dano a um inimigo. Isso certamente se aplica também aos que estão envolvidos em feitiçaria. Entretanto, seus venenos são todos misturados com demônios e com poderes demoníacos. Portanto, há duas coisas com que lidar: com o veneno físico e com os demônios.

            Algumas substâncias comuns que se encon­tram na maioria das lojas esotéricas não são, por si mesmas, muito tóxicas. Mas quando combinadas com encantamentos especiais, elas podem ser letais. Outras são muito letais e precisam ser encomenda­das ilicitamente, "por trás dos panos", em livrarias ocultistas ou através de lojas de materiais ocultistas.

Algumas das substâncias comuns usadas em poções venenosas são:

  • Óleo de uva ursi                    
  • Raiz de tânis
  • Raiz de valeriana                   
  • Espigélia
  • Óleo de verbena                     
  • Cianureto
  • Erva de esterco                       
  • Cicuta
  • Mandrágora                         
  • Curare
  • Sangüinária do Canadá        
  • Raiz de ginseng
  • Azougue (mercúrio)              
  • Pó traiçoeiro (cianureto)

 

            Infelizmente, à medida em que a pesquisa científica avança, a feitiça­ria tira vantagem de todos os avanços. Um dos mais significativos exem­plos é o uso do DMSO. Esta sigla quer dizer dimetilsulfóxido. É uma substância química que foi desenvolvida originalmente para uso em cavalos. É um excelente agente anti-inflamatório. É friccionado nos ligamentos irritados, juntas inflamadas, etc. Em 1988 foi finalmente aprovado pela Administração Federal de Medicamentos dos Estados Unidos, para uso em seres humanos.

            O DMSO possui uma proprie­dade que o torna particularmente valioso para os ocultistas e usuários de drogas. É absorvido através da pele, entrando na corrente sangüínea em vinte segundos. Assim, quase qualquer coisa misturada com o DMSO é também absorvida através da pele e entra na corrente san­güínea em vinte segundos.

            Os ocultistas adoram misturar seus diversos venenos com o DMSO. A desafortunada pessoa que receber na pele uma solução venenosa com o DMSO terá problemas muito rapida­mente. O DMSO é prontamente encontrado na maioria das lojas de produtos para veterinária. Freqüentemente um veneno e o DMSO são misturados com goma arábica para ficar mais aderente e mais difícil de retirar da pele.

            Seja cuidadoso! Se você suspeita que um veneno foi colocado em algum lugar ao seu alcance, use luvas de borracha para lidar com a substância, lavando-a e removendo-a. Se você tocou em algo que continha o DMSO, lave a área suavemente com muita água e, em se­guida, com sabão e água. Se você esfregar a pele contaminada com o DMSO asperamente, bolhas se formarão e a taxa de absorção será maior. Você poderá ser alertado de que entrou em contato com DMSO pelo fato de que, à medida em que ele é absorvido através da pele para dentro da sua corrente sangüínea, você sentirá um odor peculiar, semelhante ao de ostras ou peixe, causado pelo DMSO viajando em seu sangue, ao passar pelo nariz. Muitas vezes sentirá um gosto de peixe também.

            Alguns venenos também vêm em forma de pó e podem ser colocados sobre papel ou em papéis de lembrete gomados, ou em etiquetas. Os venenos podem ser absorvidos através da pele a partir do contato com o papel, ou levados para o sangue ao lamber os adesivos, etc. Tem havido casos de crianças envenenadas com LSD através de adesivos gomados ou estrelas que elas lamberam para colar em papéis, ou através de selos.

            Aqueles que, como nós, estão envolvidos num ministério como este, devem sempre estar alertas à direção do Espírito Santo. Somente Ele pode nos alertar para esses perigos. Uma característica comum à maioria dos envenenamentos ocultistas é que os sintomas de mal-estar frequentemente vêm todo dia, na mesma hora em que o envenenamen­to ocorreu, tais como dores de cabeça intensas, dores musculares, febre, fraqueza, etc. Freqüentemente, também, os sintomas ficam piores ao pôr-do-sol, pois os demônios tornam-se muito mais ativos ao anoitecer e durante a noite.

            Alguns dos encantamentos de envenenamento mais poderosos vêm de escritos chamados Os Grimories. São livros muito antigos que foram escritos pelos alquimistas da Idade Média na Europa. Eles eram os "cientistas" que tentaram transformar substâncias comuns em ouro, e dar vida a substâncias inanimadas. Eles eram, na realidade, feiticeiros muito poderosos. Ainda se pode ter acesso a esses volumes hoje, por um preço, mas são materiais vendidos estritamente de forma sigilosa.

            Fui informada de que três dos demônios comumente usados nos vári­os encantamentos de envenenamento mencionados nos Grimories são:

 

  • Valefor, rei de toda medicina ocultista e da morte. Valefor não pode ser invocado sem um sacrifício humano.
  • Aloces, rei do tormento.
  • Andrés, senhor da destruição rápida, especialmente mental.

 

            Envenenamentos ocultistas predominantemente demoníacos têm in­tervalos de tempo limitados em que podem funcionar. São governados pelos signos astrológicos e pela astronomia. A maior parte dos encan­tamentos de envenenamento são feitos na ascensão de um determina­do planeta, como Saturno, e perdem o efeito quando o planeta se põe.

          Esse período é, em geral, de um a três meses. Se for uma época ruim do ano para atuar através dos astros, então usarão um veneno físico mais letal. A porção demoníaca de um veneno pode ser repreendida e afasta­da pela oração e pela simples unção com óleo. Mas os efeitos do veneno físico podem demorar a passar. Eu sei disso porque estive, pessoalmente, muito perto da morte quatro vezes no último ano, por causa de venenos físicos. Entretanto, creio que estou viva hoje porque nunca coloco nem mesmo um gole de água em minha boca sem antes orar e pedir ao Senhor que a purifique e santifique, conforme 1 Timóteo 4:5. Marcos 16:17-18 já se cumpriu em minha própria vida algumas vezes.

          Em envenenamentos puramente demoníacos, muitas vezes a pessoa pode realmente sentir uma queimação ou sensação de formigamento percorrendo o braço imediatamente depois de colocar os dedos num veneno, ou se algo como uma farpa entrou em sua mão. É necessário ungir imediatamente com óleo para deter a disseminação do poder demoníaco pelo resto do corpo. Aprendi essa lição na prática. O óleo deve ser aplicado como se fosse um torniquete acima do nível do pon­to de disseminação do poder demoníaco, e então conduzir os demônios para fora, descendo até a extremidade. (Ver figura 6-1).

 

                      Figura 6-1

 

          Se a pessoa estiver sozinha e não tiver alguém para ajudá-la, ela deve aplicar o "torniquete de óleo" primeiro, e então lavar a área meticulosa­mente para remover todo o veneno físico, ou remover a farpa ou inser­ção, e então conduzir os demônios para fora descendo até a extremida­de, como na ilustração.

          Além disso, seja cuidadoso. Se você estiver envolvido em um minis­tério similar ao nosso, a bruxaria colocará pessoas por ela controladas como empregados em todos os restaurantes da sua localidade. Nós já fomos seriamente envenenadas mais de uma vez em restaurantes de fast-food. Nunca desenvolva uma rotina! Os restaurantes mais segu­ros para se comer são os do tipo com buffet (auto-serviço ou "a qui­lo"). É impossível aos empregados bruxos envenenar toda a comida em um bufê. Nós raramente comemos fora, exceto quando viajamos. Eu costumo cozinhar tudo em casa. É muito mais seguro desta forma.

 

Inserções

          Inserções são tudo que seja inserido sob a pele ou dentro do corpo, que tenha um demônio, e, algumas vezes, contendo uma carga de ve­nenos físicos (os mais comuns são: cianureto ou mercúrio).

          Não somente é impossível limpar completamente uma pessoa dos demônios enquanto essas inserções ainda estiverem presentes na pes­soa, como também os demônios associados com as inserções freqüen­temente causam amnésia. A pessoa às vezes não conseguirá lembrar-se de todas as inserções que possui, e/ou rituais importantes de que participou.

          Se você observar outras culturas ao redor do mundo, você verá o uso de inserções em toda aparte. Por exemplo, as mulheres hindus na Índia freqüentemente usam uma determinada gema ou pedra embutida na pele, no centro da testa. Esta é a posição do "terceiro olho" (veja o Capítulo 10). Isso as liga com o seu "deus" e supostamente lhes dá visão especial do mundo espiritual. Várias tribos africanas são bem conhecidas pelos pedaços de osso que inserem em suas narinas, ore­lhas ou lábios.

          Creio que não é uma casualidade o movimento "gay" ter popularizado brincos nas orelhas para os homens. Que efeito tem a colocação de tais brincos nas orelhas de um rapaz que não é homossexual? Eu ficaria muito preocupada com isso se eu fosse homem. Não estou dizendo que toda jóia é demoníaca. Mas uma parte delas o é. Nós, como cristãos, precisamos estar em muita oração por quase tudo que fazemos.

          Há pelo menos sete categorias de inserções:

          . Alfinetes inseridos (ver capítulo 2)          

          . Alfinetes de maldição (ver capítulo 5)    

          . Alfinetes de unha                                   

          . Cristais

          . DIU's demoníacos                                 

          . Farpas

          . Inserções dentais

          . Tela de Satanás

 

          Os alfinetes de unha são, basicamente, o mesmo que os alfinetes inseridos. Eles são colocados na base das unhas dos dedos das mãos ou dos pés. Mais comumente, nos dedos das mãos. Eles têm a mesma função que os alfinetes inseridos.

          A tela de Satanás é um pedaço de tecido sedoso fino com cerca de 5 a 7 centímetros de tamanho. Ela é engolida em um ritual. A tela é colocada como uma espécie de bomba-relógio que é acionada se al­gum dia a pessoa voltar-se contra Satanás. Ela produz um ácido inten­so no estômago e finalmente destruirá completamente o estômago. Produz toda sorte de dores agudas no estômago e até mesmo sangramento, mas pouco ou nada é encontrado em exames físicos porque o processo é puramente demoníaco. A pessoa deve renunciar espe­cificamente à tela de Satanás e pedir ao Senhor para removê-la com­pletamente. Uma vez que isso seja feito, os sintomas desaparecem rápido.

          Os cristais são extremamente pequenos e são, na verdade, parasitas demoníacos. Apesar de serem cristalinos por natureza, são um parasi­ta vivo. Eu já os vi em um microscópio. Eles são normalmente inseri­dos atrás do tímpano do ouvido, na corrente sangüínea, ou simples­mente sob a pele. São aproximadamente do tamanho de um a três grãos de sal. Alguns são vermelhos, alguns brancos.

          Na bruxaria, os cristais vermelhos são freqüentemente chamados de "cristais verme­lhos do diabo". Se uma mulher tiver um bebê que for consagrado em um altar satânico, ou na presença de outros satanistas, estes cristais serão freqüentemente inseridos na artéria e veias do cordão umbilical do bebê, quando o cordão for cortado. Tanto o bebê quanto a mãe ficam afetados por demônios por esses cristais. Não é possível purificar completamente uma pessoa de demônios até que a pessoa renun­cie especificamente a esses cristais e peça ao Senhor para removê-los. Se possível, devem ser removidos fisicamente. Eles são capazes de criar doenças devastadoras, e até mesmo a morte, dentro de 4 a 6 meses após a sua colocação.

          Os DIU's (dispositivos intra-uterinos) demoníacos são freqüentemente colocados por meio de vários procedimentos. Eles podem ser feitos de metal, mas sempre têm uma componente demoníaca. Tanto o metal quanto os demônios devem ser removidos. De fato, mais do que uma pessoa de alta posição no Satanismo, após a entrega da sua vida a Jesus, me contou que todo o conceito de dispositivos intra-uterinos foi inicialmente concebido por médicos envolvidos na bruxaria. (Uma des­sas pessoas foi um médico que participou de extensas pesquisas nos diversos procedimentos médicos satânicos. Ele também me disse que há muita pesquisa em andamento hoje em dia que, em comparação, faz o que Hitler fez nos campos de concentração parecer brincadeira).

          Um DIU não impede a concepção. Ele impede a implantação do feto no útero. Em essência, causa um aborto. Os médicos da bruxaria consideraram que os abortos causados por DIU's seriam sacrifícios para Satanás. Os DIU's eram grandes no início, mas logo muitas mu­lheres começaram a ter problemas sérios com eles: sangramento inten­so, câncer, etc. Finalmente, o governo retirou a aprovação para eles por causa desses problemas. Por quê tantos problemas? Foi apenas por causa da presença física do DIU? Duvido. Creio que pode bem ter sido também por causa da componente demoníaca. Quantas mu­lheres inocentes tiveram um DIU colocado simplesmente para contro­le da natalidade, sem jamais perceberem o propósito original para o qual foi desenvolvido! Por favor, note que eu não estou dizendo que as companhias que manufaturaram os DIU's estavam trabalhando para Satanás. Elas podem muito bem não ter tido nenhuma idéia do propósito original do projeto do DIU. Lembre-se, Satanás sempre opera através do engano.

          Toda mulher cristã que teve um DIU implantado deveria removê-lo fisicamente e então fechar a brecha. Lembre-se, todos os abortos são sacrifícios humanos a Satanás. Se você já usou um DIU, deve pedir ao Senhor que a perdoe e a purifique, e então ordenar a todos os demônios que entraram em você por meio do DIU, e dos abortos causados pelo DIU, que saiam imediatamente, em nome de Jesus.

          Inserções dentais são comuns nos altos satanistas. São usualmente chips de computador que podem ser literalmente rastreados por saté­lite. Assim, até que sejam removidos, a pessoa pode ser rastreada em qualquer lugar do mundo. Sua localização é conhecida o tempo todo.

          Uma variação desses chips de computador está atualmente sendo introduzida na população em geral dos Estados Unidos e de outros países. Já têm sido utilizados em animais por vários anos. No inverno de 1989 e 1990, a bruxaria começou a pressionar pela implantação de microchips em crianças, seja sob a pele da mão direita ou na testa. O propósito apresentado foi o de impedir os numerosos raptos de crian­ças nos Estados Unidos.

          O microchip contém informações sobre a identidade da criança e de seu histórico médico. A localização da cri­ança pode ser acompanhada por satélite rapidamente no caso de ela ser seqüestrada. As numerosas organizações de "Localização de Cri­anças" já estão começando a solicitar a utilização desses microchips.

          Eu também ouvi, de alguns membros de alta posição na bruxaria que vieram a Jesus recentemente, que esses chips de computador serão co­locados nas carteiras de motorista e nos cartões de crédito em futuro próximo. Assim, a pessoa portadora da carteira de motorista ou do cartão de crédito poderá ser localizada o tempo todo. Fui informada de que a única coisa que pode impedir a detecção destas pastilhas pelos diversos dispositivos de varredura é o chumbo. O chumbo também é eficaz para impedir a detecção por dispositivos de luz infravermelha que podem localizar qualquer criatura viva pelo calor emitido pelo seu cor­po . Seria por isso que tem havido recentemente movimentos para reco­lher todo o chumbo e declarar ilegal o uso de chumbo?

          Serão esses microchips de computador a "marca da besta"? Penso que bem poderiam ser. Uma pessoa que tem um chip desses em si não pode esconder-se em nenhum lugar do mundo por causa do acesso por satélite. A tecnologia científica está tão avançada que o mundo pode ser fotografado e mapeado por satélite com uma resolução de polegadas ou menos. Com a rápida transição para uma sociedade sem dinheiro, o que poderia parecer mais lógico do que a implantação de uma tal marca para registro pessoal e para identificação? Afinal, cartões de crédito podem facilmente ser perdidos ou roubados.

          A Nova Zelândia, está rapida­mente passando a ser uma sociedade sem dinheiro. Todos utilizam um cartão de banco ou um cartão de crédito. Jornais seculares, tanto na Austrália como na Nova Zelândia, estão correntemente colocando arti-gos e ilustrações mostrando a transição do cartão de crédito para uma marca de alguma espécie na mão ou na testa da pessoa. As Escrituras estão se cumprindo em nossos dias:

          "E eu vi subir do mar uma besta... Foi-lhe dada uma boca para proferir arrogâncias e blasfêmias, e deu-se-Ihe autoridade para continuar por quarenta e dois me­ses... Também foi-lhe permitido fazer guerra aos san­tos, e vencê-los. E deu-se-lhe poder sobre toda tribo, língua e nação. E todos os que habitam sobre a terra a adorarão, esses cujos nomes não estão escritos no li­vro da vida do Cordeiro que foi morto desde a funda­ção do mundo...E fez que a todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e escravos, lhes fosse posto um sinal na mão direita, ou na testa, para que ninguém pu­desse comprar ou vender, senão aquele que tivesse o sinal, ou o nome da besta, ou o número do seu nome..." (Apocalipse 13:1-17-EC)

 

          Observe que as Escrituras dizem que o sinal deve ser recebido na mão ou na testa, não sobre. Será que é porque o Senhor sabia que uma inserção poderia ser usada, em vez de uma simples marca sobre a superfície? Creio que poderíamos dizer que o "sinal da besta" é a inserção satânica definitiva.

          Muitas coisas demoníacas diferentes são implantadas nas pessoas através do "sexo ritual". Durante o sexo ritual, geralmente uma mulher é colocada sobre um altar e/ou é usada como sendo o altar. Essa pes­soa é então abusada sexualmente por homens, demônios ou animais.

          Descobri que a libertação completa não é possível até que a pessoa renuncie a tudo o que se passou nos rituais de sexo e até que todo demônio que foi colocado na pessoa durante esses rituais seja expul­so. Muitas vezes alfinetes inseridos são colocados em várias partes do sistema reprodutor durante esses rituais. Crianças abusadas em rituais satânicos freqüentemente descrevem "agulhas quentes" sendo coloca­das em várias áreas de seu sistema reprodutivo e genital. São referên­cias a inserções.

          A forma mais simples de lidar com isso é pedir ao Senhor que queime ou remova esses alfinetes ou implantes, e ordenar a todo demônio asso­ciado com os mesmos que saia, em nome de Jesus Cristo. Sei que a lembrança de tais rituais é extremamente dolorosa para a pessoa que deles participou.

          Normalmente explico à pessoa que ela deve suportar a dor de lembrar-se dessas coisas pelo tempo suficiente para podermos lidar com o problema. Então, à medida em que cada episódio de sexo ritual é confessado e os demônios são expulsos, sempre oro e simples­mente peço ao Senhor que remova completamente da memória, da mente da pessoa, esse ritual para sempre. Nosso Senhor é tão misericordioso que tem sido fiel em responder minhas orações nesse sentido.

          Crianças que sofrem abusos em rituais passam sempre por alguma forma de sexo ritual. É comum que inserções sejam colocadas nessas crianças. Alfinetes inseridos são freqüentemente colocados nos siste­mas reprodutivo e urinário. São difíceis de observar com raios-X por causa da componente demoníaca. Demônios podem e de fato ocultam coisas dos raios-X. Esta situação é uma fonte de problemas que com grande freqüência passa desapercebida em crianças que sofreram abu­sos. Mais uma vez, eu tenho descoberto que o Senhor é muito miseri­cordioso e que removerá os alfinetes diretamente. Nosso Senhor tem um amor muito especial pelas crianças. Ele lida com esses pequeninos de forma muito gentil e terna.

          Farpas de madeira ou de metal são muito comuns. Os demônios são especialistas em lidar com elas. Novamente, na maioria das vezes, o ferimento parece ser "apenas um acidente". Entretanto, as conseqüên­cias podem ser muito graves.

          Nos casos de inserções, os demônios não podem ser removidos da pessoa até que a substância física colocada sob a pele seja removida.

 

Doenças Demoníacas

          São doenças físicas causadas por demônios. As vezes os demônios simplesmente iniciam um problema físico que então se desenvolve por si mesmo. Outras vezes, os demônios permanecem e dão prossegui­mento ao problema. No primeiro caso, repreender e afastar o demônio não interromperá o processo da doença física.

          Um método muito co­mum de disciplina demoníaca dentro da bruxaria é usar pedras nos rins. Os demônios podem com muita facilidade criar cálculos renais. Sua saída é extremamente dolorosa. Entretanto, uma vez que a pedra física no rim tenha sido criada, remover o demônio não irá afetar o curso do problema. A pedra ainda terá que ser eliminada, a menos que o Senhor escolha intervir diretamente e de forma sobrenatural para dissolvê-la.

          Freqüentemente tenho visto cruzes invertidas empoladas na pele de alguém que abandonou a bruxaria, como resultado de um encanta­mento. O resultado de tal ferimento é, normalmente, algum problema com o órgão localizado sob a cruz como, por exemplo, o rim ou o estômago. Tais sinais sempre devem ser completamente cobertos com óleo, ordenando-se aos demônios que saiam, em nome de Jesus. Sempre ordeno também que todos os encantamentos sejam quebra­dos, em nome de Jesus.

          Lembre-se, os demônios podem causar doenças, e isso eles fazem mesmo. Mas nem todas as doenças são essencialmente demoníacas. Lembremo-nos de que a morte física, assim como a espiritual, foi con­seqüência da queda de Adão. A alteração em nosso corpo físico cau­sada pelo pecado torna-nos vulneráveis a uma série de doenças físi­cas. Devemos sempre buscar uma causa puramente física para toda doença, e buscar o discernimento do Espírito Santo para nos alertar quanto a haver também uma componente demoníaca.

          Ao longo dos anos tenho visto que uma das primeiras coisas que os demônios afetam são as células novas, que se reproduzem rapidamen­te. Elas são encontradas em lugares como a medula e as paredes do aparelho digestivo. É muito comum que as pessoas que são afligidas seriamente por doenças demoníacas sejam completamente incapazes de digerir ou absorver proteínas complexas ou gorduras. Isso ocorre porque os demônios podem muito prontamente afetar e danificar as células do estômago e dos intestinos. Costuma ser uma piada entre meus amigos (alguns deles médicos, também) que todo aquele envol­vido em guerra espiritual costuma usar Tagamet ou Tanzac, remédios que ajudam a reduzir a acidez excessiva e as úlceras, que são comuns devido à habilidade peculiar dos demônios em atingir essa área.

          Todas as doenças demoníacas criam uma tremenda perda de prote­ína. As defesas naturais do corpo são rapidamente afetadas por defici­ência de proteína. Os glóbulos brancos do sangue, que combatem as infecções, rapidamente tornam-se incapazes de funcionar como funci­onariam normalmente, quando há uma deficiência de proteína.

          Descobri dois produtos que são muito eficazes em lidar com esse tipo de problema. Eles requerem uma prescrição médica, mas espero que alguns médicos cristãos prestem atenção à minha experiência. Es­ses produtos são o Vivonex HN e o óleo MCT. Vivonex é um prepa­rado puro de aminoácidos, os blocos construtores das proteínas. É absorvido diretamente pelo organismo através da mucosa gástrica e duodenal sem requerer nenhum processo digestivo. Vem em apresen­tação oral. Mas o seu paladar é terrível! A forma de torná-lo mais agradável à ingestão é misturá-lo com gelatina e adicionar algo para dar sabor (sem açúcar). O óleo MCT é freqüentemente usado com bebês prematuros. E um triglicerídeo de cadeia média, que é uma gor­dura essencial. Ele também é absorvido diretamente sem necessidade de digestão. Quando eu exercia a medicina, salvei a vida de muitos pacientes usando esses dois medicamentos simples.

          Tenho também constatado que os demônios adoram criar parestesias muito dolorosas. Parestesias são dores de queimação muito severas em várias áreas da pele, algumas vezes acompanhadas por coceira intensa. Usualmente não há nada de anormal na aparência da pele, mas ela fica muito sensível ao toque e extremamente dolorida. Nestes casos, tenho observado que, quando a unção com óleo não faz cessar a dor, a vitamina B12 injetável, dada em grandes doses durante sete dias ou mais, freqüentemente ajuda. (Um dos poucos usos que eu já encontrei para a B12). Usualmente, em quantidades de 1000 mcg. por injeção por dia. Quando ungir com óleo, é importante que toda a área dolorida seja coberta com óleo.

          Herpes também é comum na aflição demoníaca. Toda vez que al­guém tem repetidos casos de herpes deve imediatamente ir ao Senhor para ver se a origem é demoníaca.

          Juntas doloridas são outro problema demoníaco comum. Algumas vezes a junta estará inchada ou se apresentará inflamada, mas muitas vezes parecerá estar completamente normal. Novamente, tudo o que se precisa fazer, em geral, é cobrir a junta inteira com óleo e ordenar aos demônios que saiam. Entretanto, se isso não resolver completa­mente o problema, e não houver algo como infecção, ou problema de cartilagem, etc, uma mistura de DMSO com 10% de hidrocortisona é muito eficaz. O DMSO foi finalmente aprovado pela FDA em 1988. Está disponível mediante prescrição. Use um cotonete para colocar suavemente a solução três ou quatro vezes por dia. Em geral a dor e/ ou inflamação passará em um ou dois dias. Não se deve, porém, utili­zar a solução por mais de uma semana.

          Sei que a maioria dessas substâncias necessita de prescrição médi­ca, mas escrevo sobre elas aqui na esperança de que as pessoas que precisam delas possam encontrar um médico em algum lugar que as ajude a obter o de que necessitam. Não há essencialmente efeitos colaterais em nenhuma delas, e portanto nenhuma delas é perigosa de se utilizar.

          Uma última palavra aos médicos. Devemos entender que os demônios são especialistas em lidar com vírus e bactérias. Essas infecções são difíceis de tratar. O erro de tratamento mais comum que já encontrei quando exercia a medicina foi o uso de doses de antibióticos excessivamente pequenas.

          Converse com seus pacientes e ore com eles. Se você sente que um paciente seu está sendo afligido por feitiçaria, trate da infecção agressivamente. Qualquer coisa inferior a 500 mg por dose, na maior parte dos antibióticos administrados por via oral a adultos, é pouco nesses casos. Freqüentemente eu utilizava uma grama por dose nas primeiras 24 a 48 horas. Descobri através da prática da medicina que isso fazia a diferença entre tratar de uma infecção de forma rápida e eficiente e ter que lidar com uma recuperação complicada e prolongada, ou uma infecção se alastrando devagar, o que é mais desagradável ainda. Certifique-se de sempre ungir com óleo e ordenar aos demônios que estão interferindo que partam, em nome de Jesus. Demônios são especialistas em anular as tentativas do corpo de combater a infecção.

          Se uma pessoa já tinha anteriormente uma fraqueza ou tendência para uma doença em particular, os demônios vão sempre atacar na­quela área. Por exemplo, se uma pessoa tem problemas de apoplexia, então os demônios tentarão dar-lhe apoplexias. Se ela tem pedras nos rins, é ali que os demônios atacarão. É mais fácil para os demônios criar doenças onde já houve doença antes. O mesmo ocorre com os que abandonaram a bruxaria. Geralmente os demônios atacam da mesma forma que faziam para disciplinar a pessoa quando ela estava na bruxaria. Devemos ter o cuidado de orar por proteção especial nessas áreas.

          Uma última área que precisa ser discutida é o problema do câncer. Os demônios são especialistas em causar câncer. Entretanto, tenho visto muitas pessoas terrivelmente desapontadas quando lhe foi pro­metido serem curadas do câncer por meio da libertação. Isto simples­mente não é assim. Quero enfatizar novamente que quando os demônios iniciam um processo físico, como o câncer, expelir o demônio não fará com que o câncer cesse.

          O processo já foi colocado em ação. A única forma pela qual o câncer pode ser curado é se ele puder ser inteira­mente removido cirurgicamente, tratado com radiação ou com quimio­terapia (apesar de poucos tratamentos de quimioterapia serem verdadeiramente eficazes para trazer a cura), ou se o Senhor decidir realizar um milagre, curando a pessoa diretamente.

          Todas essas são coisas que foram reveladas a mim mesma e a outros pelo Espírito Santo. Os médicos deveriam orar muito buscando direção em como tratar seus pacientes, especialmente aqueles afligidos por doenças demoníacas.

          Nosso Senhor é extremamente misericordioso. Eu tenho tido o privilégio de ver muitas curas milagrosas. Mas o problema de enfermidades e ferimentos causados por demônios é um problema muito real que irá, creio, tornar-se cada vez mais comum à medida em que nos aproximamos do fim.

          O mal está aumentando com uma velocidade surpreendente. O próprio Jesus profetizou que o mal nos últimos dias antes da sua volta seria muito pior do que jamais foi na terra, exceto nos dias de Noé. Creio firmemente que nós estamos vivendo esses dias. Nós, como cristãos, e especialmente como médicos cristãos, veremos coisas "mais estranhas que a ficção", à medida que o reino de Satanás cresça em poder e em força.

          Temos de caminhar intimamente com o Senhor, porque estamos entrando em dias em que somente a orientação do Espírito Santo nos manterá vivos.

 

Capítulo 7

O Espírito Santo     Versus     Espíritos-Guias Demoníacos

          Creio ser muito importante que os que abandonam o ocultismo obtenham uma boa compreensão da ação do Espírito Santo em sua vida. Eles estão acostumados a ter um ou mais guias espirituais demoníacos. Quando aceitam a Jesus Cristo como seu Senhor e Salvador, recebem o Espírito Santo para os ajudar e guiar. Entretanto, o Espírito Santo atua de forma muito diferente de um espírito-guia demoníaco.

          Cristãos que nunca estiveram envolvidos no ocultismo precisam sa­ber como os espíritos demoníacos agem como espíritos-guias. Por quê? Porque a triste verdade é que muitos cristãos hoje em dia estão aceitando um espírito-guia demoníaco pensando ser o Espírito Santo. A maioria desses erros poderia ser evitada se os cristãos tivessem um bom conhecimento básico de como as Escrituras descrevem as funções do Espírito Santo em nossa vida.

          Segue abaixo uma comparação entre o Espírito Santo e os espíritos-guias demoníacos.

 

1. O Espírito Santo É Deus Onipotente, com poder e conheci­mento ilimitados. Ele tem todos os atributos da divindade.

          Espíritos demoníacos são seres criados, limitados. Eles não têm ne­nhum dos atributos de Deus Pai. O seu conhecimento e inteligência, apesar de muito superiores à inteligência humana, são limitados.

 

2. O Espírito Santo valoriza a nossa individualidade. Ele não tenta usurpar a nossa personalidade individual de forma alguma.

          Os demônios odeiam os seres humanos! Eles tentam usurpar a per­sonalidade do indivíduo, substituindo-a pela sua.

 

3. O Espírito Santo quer que nós estejamos em controle e que sejamos responsáveis por nossas ações. Ele opera em cada um de nós "o querer" fazer "a boa vontade dele" (Filipenses 2:13 — NVI).

          Os demônios querem o controle total. Eles freqüentemente fazem a pessoa ficar inconsciente e, então, a utilizam da forma que desejam.

 

4. O Espírito Santo é gentil. Quando vem habitar numa pessoa, ele é tão gentil que, quando você olha para dentro de si mesmo, não sabe dizer o que vem do Espírito Santo e o que vem de você.

          Os demônios são rudes. Por causa do desejo que têm de dominar, a pessoa pôde sempre sentir uma diferença entre o espírito demoníaco e elas mesmas. Isso ocorre mesmo quando a pessoa pensa que o demônio é um "conselheiro", ou parte de sua própria mente subconsciente. Ele é sempre uma "entidade" separada da mente consciente da pessoa.

 

5. O Espírito Santo é santo e puro. Ele traz pureza à nossa vida. Ele nos dá poder para vencer o pecado.

          Os demônios são totalmente corruptos. Eles sempre conduzirão a pessoa a afundar-se cada vez mais no pecado. Mesmo os demônios no movimento da Nova Era, que tentam apresentar-se como "bons", rapidamente levam a pessoa ao pecado. Dentro do movimento da Nova Era as áreas de pecado que aparecem rapidamente são imora­lidade sexual, o desejo de mergulhar no ocultismo, e aumentar o con­tato com o mundo espiritual.

 

6. O Espírito Santo sempre exalta e glorifica a Jesus, e assim traz humildade à vida da pessoa em quem ele habita.

          Os demônios odeiam Jesus! Eles glorificam a pessoa em quem eles habitam, sempre voltando a atenção para a própria pessoa, ao invés de a Jesus. O orgulho é a marca registrada dos demônios e das pesso­as em que eles habitam.

 

7. O Espírito Santo nunca esvazia a nossa mente. Ele coloca pensamentos em nossa mente, mas não a esvazia.

          O seu alvo é que estejamos "levando cativo todo pensamento" (2 Coríntios 10:5) e que nos disponhamos a "querer... a boa vontade dele" (Filipenses 2:13).       Ele sempre quer que cooperemos ativamente consigo. Nós não temos que esvaziar a nossa mente para o Es­pírito Santo falar conosco. Ele é tão poderoso que pode falar em nossa mente ativa a qualquer momento. É neste ponto que os cristãos cometem mais erros e caem no engano, pensando que têm que esvaziar a mente para que o Espírito Santo opere atra­vés deles ou fale com eles.

          Os demônios freqüentemente procuram esvaziar a mente da pessoa.

          Eles operam melhor quando a pessoa permite passivamente que eles assumam o controle. É por isso que a meditação oriental e ocultista sem­pre envolve técnicas de relaxamento para esvaziar a mente. Os demônios têm dificuldade em prevalecer sobre uma mente ativa e forte. Eles sempre encorajam períodos de passividade mental.

 

8. O Espírito Santo convence-nos de nossos pecados. Mas a convicção que ele nos dá não é destrutiva. Ele sempre conduz a pessoa ao arrependimento, ao perdão, à redenção e à paz.

          Os demônios sempre fazem uma dentre duas coisas: ou ajudam a pessoa a justificar os seus pecados, ou trazem culpa esmagadora, destrutiva, sem esperança de perdão ou de redenção. A culpa demoníaca sempre traz consigo a mensagem: "Você não pode ser perdoado".

 

9. O Espírito Santo nunca nos dará alguma mensagem que contradiga a Palavra de Deus.

          Os demônios distorcem e adulteraram a Palavra de Deus e a usam fora de contexto para justificar o pecado.

 

10. NUNCA podemos controlar o Espírito Santo! Ele opera quando e como ele deseja. Nós somos servos. Ele é o Senhor. Por exemplo: Nós não podemos controlar quando o Espírito Santo falará conosco, ou quando nos dá uma visão do mundo espiritual ou quando nos fará conscientes da presença de Deus, ou quan­to nos curará, ou quando nos dará discernimento. O Espírito Santo nunca faz a mesma coisa duas vezes. Ele se recusa a permitir que dependamos de qualquer rotina ou ritual.

          "E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos. Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil... [segue-se a lista dos dons] ...Mas um só e o mesmo Espírito opera todas estas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer'' (1 Co 12:6-11 - SBTB).            "Também Deus testificou com eles, por meio de sinais, prodígios e vários milagres e dons do Espírito San­to, distribuídos segundo a sua vontade" (Hebreus 2:4).

          Os espíritos demoníacos enganam as pessoas em quem habitam para que elas pensem que podem controlá-los. Eles virão sempre que a pes­soa chamar, curarão quando a pessoa quiser, etc. Eles adoram rituais e rotinas. Eles capacitam a pessoa a ver cada vez mais o mundo espiritual. As imitações demoníacas dos dons do Espírito Santo estão em geral sob o controle da pessoa, isto é, ela pode curar, profetizar, ter "palavras de conhecimento", etc, sempre que ela desejar.

 

11. O Espírito Santo requer que andemos por fé e não por vista ou por emoções. Portanto, ele não nos dá, freqüente ou rotinei­ramente, visões ou emoções. O Espírito Santo não satisfaz nos­sos desejos carnais de obter recompensas emocionais. Como devemos andar por fé e não pelo que vemos, o Espírito Santo raramente nos permite ver o mundo espiritual, e certamente não de forma rotineira, ou na hora em que desejarmos.

          Os demônios adoram manipular as emoções humanas. Eles contro­lam muitas pessoas dando-lhes "picos" de euforia e recompensas emo­cionais. Os demônios também gostam de dar aos seres humanos ex­tremos emocionais. Os demônios com freqüência ajudam as pessoas a verem o mundo espiritual, diminuindo assim a sua necessidade de fé. As pessoas que têm espíritos-guias demoníacos freqüentemente têm visões e experiências sobrenaturais.

 

12. Podemos entristecer o Espírito Santo desobedecendo-o. Quando nós o desobedecemos, ele retira-se e não atua em nos­sa vida. O Espírito Santo nunca vai contra a nossa livre vonta­de. Deus não quer marionetes nem robôs.

          Os demônios punem qualquer um que lhes desobedeça. Eles são rápidos em dominar e controlar, sempre tentando usurpar a livre vontade da pessoa. Os demônios amam marionetes e robôs.

 

13.  O Espírito Santo nos ama e nos conduz à vida eterna na presença de Deus.

          Os demônios odeiam-nos e conduzem as pessoas à destruição eter­na, separadas de Deus para sempre no inferno.

 

14. Jesus amou-nos de tal forma que morreu por nós, e derra­mou o seu próprio sangue por nós, pagando ele mesmo o preço pela purificação dos nossos pecados.

          Os demônios nunca derramam nem um pouco do seu sangue pelas pessoas. Eles estão sempre exigindo que as pessoas derramem sangue por eles, ensinando que elas devem fazer isso para sua purificação, para que Satanás e seus demônios possam "abençoá-las". Ou, no caso de cristãos, os demônios trazem toda sorte de autopunição e/ou regras legalistas rígidas para que "Deus" os abençoe.

 

15. Jesus pagou o preço por nossos pecados uma única vez (1 Pedro 3:18).

          Os demônios sempre exigem mais e mais sacrifícios. Eles nunca estão satisfeitos.

 

16. O Espírito Santo dá às pessoas desejo de ler a Bíblia.

          Os demônios tentam impedir as pessoas de ler a Bíblia.

 

17. O Espírito Santo ajuda-nos a entender as Escrituras (João 14:26)

          Os demônios trazem confusão. Eles impedem que as pessoas entendam as Escrituras. "Deus não é de confusão" (1 Coríntios 14:33).

 

18. O Espírito Santo leva-nos a orar.

          Os demônios tudo fazem para impedir alguém de fazer uma oração verdadeira.

 

19. O Espírito Santo não é exibicionista.

          Os demônios adoram dar um "show".

 

20. Quando o Espírito Santo "transporta um cristão em espíri­to", ele toma conta do corpo físico (ver Apocalipse 4:1 -2; 2 Coríntios 12:2-3, etc.).

          Quando uma pessoa faz projeção astral, o espírito demoníaco, que fica em seu corpo físico para mantê-lo, não se importa em nada com o corpo dessa pessoa. É por isso que a projeção astral cria um desgaste físico terrível na pessoa que a faz. O cabelo da maioria das pessoas que fazem projeção astral fica grisalho rapidamente.

 

21. O Espírito Santo é um espírito da verdade. Ele nunca mente.

          Todos os demônios são mentirosos, e assim são as pessoas em quem eles habitam.

 

22. O Espírito Santo requer que utilizemos a nossa mente ativa­mente para aprender e guardar na memória o que aprendemos. Ele nunca deseja ser um banco independente de informações para a nossa mente.

          Os espíritos-guias demoníacos estão sempre dispostos a servir como bancos de informações, para que a pessoa em quem habitam não pre­cise realmente assimilar a informação com a mente. Por isso, quando uma pessoa aceita Jesus e despede o seu espírito-guia, qualquer infor­mação que ela permitia residir em seu espírito-guia é imediatamente perdida para sempre.

 

23. Muitos cristãos cometem o erro fatal de pensar que o Espírito Santo virá e "assumirá o controle deles", de forma a não ficarem sabendo o que estão fazendo, ou de forma a não terem controle de si mesmos. Somente os demônios fazem isso. O Espírito Santo sempre requer a nossa cooperação consciente com a sua vonta­de. Toda vez que renunciamos ao controle de nós mesmos, abri­mos uma porta para demônios entrarem e nos controlarem.

          Os demônios adoram assumir o controle e manipular as pessoas em quem habitam.

 

24.  O Espírito Santo não é um adivinhador da sorte. Nem tampouco nos dá a habilidade da adivinhação (Mt 6:34).

          Um dos enganos mais comuns dos espíritos-guias demoníacos é dar à pessoa muitas falsas "palavras de conhecimento" que são simples adivinhações. Os demônios também dão muitas "profecias" individuais que são na verdade adivinhações. A profecia, nas Escrituras é normalmente para todo o corpo de Cristo, raramente para indivíduos isoladamente, e, certamente, não de forma freqüente

 

Capítulo 8

A Natureza Pecaminosa

 

          Ao viajar pelos Estados Unidos e pelo mundo afora, tenho notado que os cristãos, em toda parte, parecem carecer de uma boa compre­ensão do que eu chamo de "nossa natureza pecaminosa". Esta guerra espiritual em que estamos envolvidos é muito real, mas devemos enca­rar a nossa própria responsabilidade diante de Deus. Nós não pode­mos colocar a culpa de todos os nossos pecados em Satanás ou nos demônios, Nós somos totalmente responsáveis diante de Deus por controlar a nós mesmos e por deixar de pecar.

          Quando Adão caiu em pecado, toda a sua descendência herdou dele a natureza decaída.

          "Portanto, assim, como por um só homem entrou o peca­do no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos peca­ram." (Romanos 5:12)

          "Pois assim como, por uma só ofensa, veio o juízo so­bre todos os homens para condenação, assim também, por um só ato de justiça, veio a graça sobre todos os homens, para a justificação que dá vida. Porque, como, pela desobediência de um só homem, muitos se torna­ram pecadores, assim também, por meio da obediência de um só, muitos se tornarão justos."(Romanos 5:18-19)

 

          O que é, exatamente, "natureza pecaminosa"? É o desejo quase contínuo de pecar que satura cada parte de nós. Andrew Murray descre­ve-a da seguinte maneira:

            "Todo o poder do pecado operando em nós nada mais é do que o seguinte: ao herdarmos a natureza decaída de Adão, nós herdamos a sua tendência à desobediência. Por nossa própria escolha tornamo-nos "filhos da deso­bediência". É claro que a única obra para a qual Cristo foi necessário foi a de remover essa desobediência - a sua maldição, o seu domínio, a sua natureza maligna e as suas obras más. A desobediência foi a raiz de todo o pecado e de toda a miséria. O primeiro objetivo de sua salvação foi cortar a raiz maligna e restaurar o homem ao seu destino original - uma vida em obediência ao seu Deus". (The Believer's Secret of Obedience [A Obediência, o Segre­do do Crente], por Andrew Murray, Bethany House Publishers,p.25.)

 

          Paulo a descreveu assim:

          "Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço. Mas, se eu faço o que não quero, já não sou eu quem. o faz, e sim o pecado que habita em mim. Então, ao querer fazer o bem, encontro a lei de que o mal reside em mim. Porque, no tocante ao homem interior, tenho prazer na lei de Deus; mas vejo, nos meus membros, outra lei que, guerreando contra a lei da mi­nha mente, me faz prisioneiro da lei do pecado que está nos meus membros." (Romanos 7:19-23)

          É claro que o desejo de pecar ainda está presente, enquanto a mente deseja obedecer a Deus. O pecado é uma parte integral de nós. Isso é o que eu chamo de nossa "natureza pecaminosa". As Escrituras refe­rem-se a esta natureza pecaminosa de diferentes maneiras. Algumas vezes ela é chamada de nosso "velho homem".

          ''Sabendo isto: que foi crucificado com ele o nosso ve­lho homem, para que o corpo do pecado seja destruído, e não sirvamos o pecado como escravos." (Romanos 6:6)

          "Agora, porém, despojai-vos, igualmente, de tudo isto: ira, indignação, maldade, maledicência, linguagem obs­cena do vosso falar. Não mintais uns aos outros, uma vez que vos despistes do velho homem com os seus feitos e vos revestistes do novo homem que se refaz para o pleno conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou." (Colossenses 3:8-10)

          Algumas vezes, as Escrituras chamam esta natureza pecaminosa de nossa "carne", ou nossa "natureza carnal".

          "Porque a lei do Espírito da vida, em Cristo Jesus, te li­vrou da lei do pecado e da morte. Porquanto o que fo­ra impossível à lei, no que estava enferma pela carne, isso fez Deus enviando o seu próprio Filho em seme­lhança de carne pecaminosa e no tocante ao pecado; e, com efeito, condenou Deus, na carne, o pecado, a fim de que o preceito da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espíri­to. Porque os que se inclinam para a carne cogitam das cousas da carne; mas os que se inclinam para o Espíri­to, das cousas do Espírito. Porque o pendor da carne dá para a morte, mas o do Espírito, para a vida e paz. Por isso, o pendor da carne é inimizade contra Deus, pois não está sujeito à lei de Deus, nem mesmo pode estar. Portanto, os que estão na carne não podem agra­dar a Deus" (Romanos 8:2-8)

          O pecado está entranhado intimamente em todo o nosso ser - cor­po, alma e espírito. Eis alguns versículos que mostram claramente a extensão com que o pecado se apossou de nós.

 

Corpo

          "Desventurado homem que sou! Quem me livrará do cor­po desta morte?" (Romanos 7:24)

 

Alma

          "Enganoso é o coração, mais do que todas as cousas, e de­sesperadamente corrupto; quem o conhecerá? Eu, o Senhor, esquadrinho o coração, eu provo os pensamen­tos; e isto para dar a cada um segundo o seu proceder, se­gundo o fruto das suas ações." (Jeremias 17:9-10) "Por isso, o pendor da carne é inimizade contra Deus, pois não está sujeito à lei de Deus, nem mesmo pode estará  (Romanos 8:7)

 

Espírito

          "Ou supondes que em vão afirma a Escritura: E com ciúme que por nós anseia o Espírito, que ele fez habitar em nós?" (Tiago 4:5)

          "Tendo, pois, ó amados, tais promessas, purifiquemo-nos de toda impureza, tanto da carne como do espírito, aperfeiçoando a nossa santidade no temor de Deus." (2 Coríntios 7:1)

 

E, finalmente:

          "O mesmo Deus da paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma e corpo sejam conservados íntegros e ir­repreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo." (1 Tessalonicenses 5:23)

 

          Estas passagens mostram claramente que as três áreas do nosso ser - corpo, alma e espírito - estão afetadas pelo pecado. Todas as três áreas têm de ser limpas por nosso Senhor Jesus Cristo. Mas nós lida­mos com o pecado dia a dia na maioria das vezes com a nossa mente consciente. Creio que não teremos um entendimento completo do ter­rível efeito que esta natureza pecaminosa teve sobre nós, até receber­mos os nosso corpos glorificados e sermos libertos do pecado para sempre!

          Sim, os demônios nos seduzem a pecar, mas, em última análise, a decisão é nossa. Nós optamos por pecar! Portanto, quer os demônios estejam dentro de nós ou nos afligindo do lado de fora, nós somos intei­ramente responsáveis diante de Deus por tudo o que fazemos. Você pode ter certeza que os demônios compreendem a nossa natureza peca­minosa muito bem. E por isso que podem manipular-nos tão bem. A Bíblia está cheia de versículos que nos conclamam enfaticamente a combater o nosso desejo natural de fazer as coisas que são erradas.

          "Portanto, também nós, visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas, desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos asse dia, corramos, com perseverança, a carreira que nos está pro­posta." (Hebreus 12:1)

          "Considerai, pois, atentamente, aquele que suportou tamanha oposição dos pecadores contra si mesmo, para que não vos fatigueis, desmaiando em vossas almas." (Hebreus 12:3-4)

         

          Você alguma vez já parou para pensar por que as Escrituras têm tantas passagens dizendo-nos para deixarmos de pecar? Bem, em pri­meiro lugar, Deus é completamente santo e justo. Ele não pode permi­tir que o pecado permaneça. É por isso que Jesus morreu na cruz -para pagar o preço de nossos pecados, para Deus não ter que nos dar ajusta punição e destruição que merecemos por eles. A punição defi­nitiva para o pecado é ser banido da presença de Deus para sempre.

          Entretanto, muitas pessoas caem na armadilha de pensar que, para o crente, uma vez salvo, os pecados não mais são importantes. Paulo abordou este assunto de forma bem direta:

          "Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que seja a graça mais abundante? De modo nenhum! Como vi­veremos ainda no pecado, nós os que para ele morremos?"  (Romanos 6:1-2)

 

          A verdadeira razão pela qual é tão importante retirarmos o pecado da nossa vida é porque o pecado nos separa de Deus. Você quer mais abundância em sua vida? Então ponha o pecado fora da sua vida!

          "Finalmente, irmãos, nós vos rogamos e exortamos no Se­nhor Jesus que, como de nós recebestes, quanto à maneira por que deveis viver e agradar a Deus, e efetivamente estais fazendo, continueis progredindo cada vez mais." (1 Tessalonicenses 4:1)

         

          "Pois esta é a vontade de Deus: a vossa santificação, que vos abstenhais da prostituição; que cada um de vós saiba possuir o próprio corpo em santificação e honra, não com o desejo de lascívia, como os gentios que não conhecem a Deus". (1 Tessalonicenses 4:3-5)

 

          As Escrituras são claras. A única forma de ter um relacionamento íntimo com Deus e viver uma vida de abundância em Cristo Jesus, é parar de pecar!

          De fato, há um conceito muito impopular, sobre o qual devemos pensar com muita seriedade. Nós temos de dar prova de nós mesmos diante de Deus. Temos de demonstrar obediência e fé. Jesus aprendeu a obediência através do sofrimento. Será que podemos fazer menos do que isso?

          "Embora sendo Filho, aprendeu a obediência pelas cousas que sofreu e, tendo sido aperfeiçoado, tornou-se o Autor da salvação eterna para todos os que lhe obedecem"  (Hebreus 5:8-9)

 

          Os fatos, nus e crus, são estes: nós não podemos progredir em nosso crescimento no Senhor sem primeiro darmos prova de que somos obedientes e fiéis, colocando o pecado fora da nossa vida. Este é um dos erros mais graves nos ensinos atuais sobre o Espírito Santo. Quantas pessoas prometem acesso instantâneo ao grande poder em Cristo. Nós recebemos este tipo de poder somente quando damos prova de que somos fiéis. Considero, de fato, surpreendente a quantidade de poder que Deus dá aos novos cristãos. Mas não há alternativas para o processo de refinamento e crescimento. Este processo continuará en­quanto vivermos, mas atingiremos um ponto em que muito caminho já foi percorrido. A parábola do homem que foi a um país distante para ser coroado rei aplica-se aqui. Vamos dar uma olhada nela.

          "Certo homem nobre partiu para uma terra distante, com o fim de tomar posse de um reino e voltar. Chamou dez servos seus, confiou-lhes dez minas e disse-lhes: Negociai até que eu volte. Mas os seus concidadãos o odiavam e enviaram após ele uma embaixada, dizendo: Não queremos que este reine sobre nós. Quando ele voltou, depois de haver tomado posse do reino, mandou chamar os servos a quem dera o dinheiro, a fim de saber que negócio cada Um teria conseguido. Compareceu o primeiro e disse: Senhor, a tua mina rendeu dez. Respondeu-lhe o senhor: Muito bem, servo bom; porque foste fiel no pouco, terás autoridade sobre dez cidades. Veio o segundo, dizendo: Senhor, a tua mina rendeu cinco. A este disse: Terás autoridade sobre cinco cidades. Veio, então outro, dizendo: Eis aqui, Senhor, a tua mina, que eu guardei embrulhada num lenço. Pois tive medo de ti, que és homem rigoroso; tiras o que não puseste e ceifas o que não semeaste. Respondeu-lhe: Servo mau, por tua própria boca te condenarei. Sabias que eu sou homem rigoroso, que tiro o que não pus e ceifo o que não semeei; por que não puseste o meu dinheiro no banco ? E, então, na minha vinda, o receberia com juros. E disse aos que o assistiam: Tirai-lhe a mina, e dai-a ao que tem as dez. Eles ponde­raram: Senhor, ele já tem dez. Pois eu vos declaro: a todo o que tem dar-se-lhe-á; mas ao que não tem, o que tem lhe será tirado. Quanto, porém a esses meus inimigos, que não quiseram que eu reinasse sobre eles, trazei-os aqui e executai-os na minha presença." (Lucas 19:12-27)

         

          Nesta parábola, o homem que partiu para ser coroado rei é Jesus. Nos somos seus servos, que ficaram, aguardando a sua volta. A per­gunta é esta: seremos servos fiéis e úteis ao nosso Rei? É somente na medida em que dermos prova de que somos fiéis que receberemos mais poder e autoridade de Cristo. Muitos cristãos pensam somente nos benefícios que podem receber de Deus. Nunca param para pen­sar que estão aqui para ser servos. O Senhor Jesus deixa bem claro que os servos têm de dar prova de si mesmos antes de receberem mais poder e autoridade. O mesmo se aplica hoje.

          Infelizmente, muito do ensino moderno tenta passar à margem des­se tempo de prova e de crescimento. Não é para tentarmos evitar o doloroso processo de aprendizado! Cada servo de Deus nas páginas das Escrituras passou por esse processo. Estou convencida de que esta é a razão por que tantos na liderança caem. São-lhes confiadas posições de liderança muito rapidamente. Foi por isso que Paulo escreveu a Timóteo que:

          "A ninguém imponhas precipitadamente as mãos. Não te tornes cúmplice de pecados de outrem. Conserva-te a ti mesmo puro." (1 Timóteo 5:22)

 

          "É necessário, portanto, que o bispo seja irrepreensível, esposo de uma só mulher, temperante, sóbrio, modesto, hospitaleiro...; não seja neófito (um crente novo), para não suceder que se ensoberbeça e incorra na condena­ção do diabo." (1 Timóteo 3:2-6)

 

          "Semelhantemente, quanto a diáconos, é necessário que sejam respeitáveis... Também sejam estes primeiramente experimentados (postos à prova); e, se se mostrarem ir­repreensíveis, exerçam o diaconato." (1 Timóteo 3:8-10)

 

          As Escrituras não poderiam ser mais claras. Quem quer que venha a ser colocado em posição de autoridade no reino de Deus tem de pri­meiro dar provas de ser fiel, obedecendo a Deus e colocando o peca­do fora de sua vida. Isso leva tempo. As Escrituras não especificam quanto tempo - é diferente para cada pessoa - mas leva algum tempo.

          Em minha própria vida, passei por cinco anos sendo provada pelo fogo antes do Senhor me chamar para começar a atuar neste ministé­rio, e então passei por mais cinco anos de provas ainda mais intensas antes que o meu primeiro livro fosse publicado. Isso totaliza dez anos de intensa preparação e de provas por que passei. Tive que dar pro­vas de que era fiel e obediente. Dou graças por esse período de pro­vas porque me deu uma profunda estabilidade no Senhor, que eu não poderia ter obtido de nenhuma outra maneira.

          A nossa autoridade sobre o reino de Satanás aumenta à medida em que dermos prova de sermos firmes e fiéis. Temos de ser fiéis no pouco antes de podermos ser fiéis no muito. Creio que cada novo crente rece­be autoridade em Cristo sobre os demônios que nele se encontram, mas não deve começar de imediato a lidar com os demônios em outros. Ele ainda não teve tempo de crescer ou de dar provas de si mesmo.

          O meu coração entristece-se, pois vejo isso acontecendo com os que saíram do Satanismo. Com grande freqüência, eles são logo levados a dar o seu testemunho público, etc. O orgulho espreita à porta! Eles passam por um ataque tão terrível que não têm condições de ficar firmes.

            O meu conselho é este: "Humilhai-vos na presença do Senhor, e ele vos exaltará." (Tiago 4:10). Caminhe em silêncio diante do Se­nhor e aprenda as lições que ele quer que você aprenda. Dê provas de ser fiel e obediente. Não importa quão grande seja a tentação, nunca permita que um novo cristão seja colocado num lugar em que seja alvo das atenções, publicamente. Você só irá contribuir para a destruição dele, se fizer isso.

          Nosso Senhor é muito bondoso. Ele permite que lhe façamos algum trabalho, especialmente compartilhando o evangelho, mesmo quando ain­da somos bebês em Cristo, quando estamos aprendendo a dar os primei­ros passos. Ele faz isso para nos encorajar. Mas temos de estar dispostos a passar pelo processo de treinamento e de provas. Se não estivermos, então ele nunca poderá nos usar plenamente, como deseja. Somente po­demos ensinar eficazmente as lições que nós mesmos já aprendemos!

          Você não crescerá nem será aprovado enquanto continuar a permitir o pecado em sua vida. Deus de tal maneira desejou que nós fôssemos limpos do pecado que deu a sua própria vida em favor da nossa puri­ficação. Nós também temos de desejar com o mesmo ardor ser livres do pecado, de maneira a estarmos dispostos a sacrificar qualquer coisa, não importa quão doloroso isso possa ser, para pôr o pecado fora de nossa vida!

          Muito bem, agora sabemos que devemos parar de pecar. Mas per­manece ainda em nós a terrível luta que Paulo descreveu (mencionada anteriormente neste capítulo), em Romanos, capítulo 7. Como é que, então, podemos ter vitória nessa luta contra a nossa natureza pecami­nosa? A resposta é simples. Temos de ter mais poder que nossa natu­reza pecaminosa, ou nunca a poderemos vencer. Onde conseguir tal poder? Eu creio que a resposta está nos seguintes versículos:

          "Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus. Porque a lei do Espírito da vida, em Cristo Jesus, te livrou da lei do pecado e da morte." (Romanos 8:1-2)

 

          Jesus nos libertou do poder do pecado quando morreu na cruz. Quan­do o recebemos como Senhor, Salvador e Mestre, essa libertação tor­na-se disponível para nós. Nós ainda não recebemos tudo o que Deus prometeu nos dar. Quando Cristo retornar, cada um de nós receberá o restante do que Deus prometeu em nossa redenção. Receberemos um novo corpo físico glorificado, exatamente como o que Jesus recebeu. E, o melhor de tudo - a nossa natureza pecaminosa será removida, de forma que nunca mais teremos que lutar novamente com ela!

          "Pois a nossa pátria está nos céus, de onde também aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, o qual transformará o nosso corpo de humilhação, para ser igual ao corpo da sua glória, segundo a eficácia do poder que ele tem de até subordinar a si todas as cousas."

(Filipenses 3:20-21)

 

          Esta é a nossa gloriosa esperança. Um dia nós nunca mais teremos desejo de pecar, e estaremos continuamente na presença do Senhor, e o conheceremos face a face! Como eu anseio por esse dia! Mas, en­quanto isso, devemos engajar-nos na batalha contra o pecado.

          O caminho para a vitória sobre o pecado em nossa vida tem, na verdade, dois aspectos. O primeiro e mais importante meio de alcan­çar a vitória é através da operação do Espírito Santo em nossa vida. O segundo aspecto é mencionado em Romanos. Primeiramente vou abor­dar a segunda parte da solução.

          "Porque os que se inclinam para a carne cogitam das cousas da carne; mas os que se inclinam para o Espí­rito, das cousas do Espírito." (Romanos 8:5)

 

          Posto de forma simples, quanto mais tempo estivermos, dia a dia, lendo a Bíblia, pensando na palavra de Deus (que é a Bíblia), e pen­sando em Deus, mais vitória teremos sobre a nossa natureza pecami­nosa. O rei Davi aprendeu esta lição, assim como Josué, antes dele.

          "De que maneira poderá o jovem guardar puro o seu caminho? Observando-o segundo a tua palavra. De todo o coração te busquei; não me deixes fugir aos teus man­damentos. Guardo no coração as tuas palavras, para não pecar contra ti." (Salmo 119:9-11)

 

          Deus ordenou a Josué:

          "Não cesses de falar deste livro da lei; antes, medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer segundo tudo quanto nele está escrito; então, farás prosperar o teu caminho e serás bem-sucedido." (Josué 1:8)

 

          Pois é, há uma coisa na Bíblia que a torna diferente de qualquer outro livro do mundo. Ela é, literalmente, viva! Ela é viva porque ela é Deus falando conosco.

          "Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortan­te do que qualquer espada de dois gumes..." (Hebreus 4:12)

 

          Nenhum outro livro ou página impressa em todo o mundo tem o poder que só a Bíblia tem. Quanto mais saturarmos toda a nossa vida e a nossa mente com as Escrituras, mais poder teremos para viver em obediência a elas, colocando assim o pecado fora da nossa vida. Entretanto, precisamos estudar a Bíblia para obedecê-la.

          "Se você se acostumar a estudar a Bíblia sem um sério e claro propósito de obedecê-la, você estará se firmando na desobediência. Nunca leia a Palavra de Deus concernente a qualquer aspecto da sua vida sem estar sinceramente decidido a obedecê-la imediatamente, pedin­do a Deus graça para fazê-lo. Deus nos deu a sua Palavra para nos dizer o que ele quer que façamos, e para nos mostrar a graça que ele proveu para nos capacitar para isso. Como é triste quando alguém pensa que é uma atitude piedosa simplesmente ler a Palavra, sem um sério esforço para obedecê-la! Que Deus nos guarde desse terrível pecado! Que tenhamos como um hábito sagrado dizer a Deus: 'Se­nhor, tudo o que eu sei ser a tua vontade, obedecerei imediatamente!' Sempre leia com um coração rendido à obediência voluntária." (The Believer's Secret of Obedience [A Obediência - O Segredo do Cren-te], por Andrew Murray, Bethany House Publishers, p. 46)

 

          Você já notou como é difícil pegar a Bíblia para lê-la se você deixou que se passassem alguns dias sem a ler? Oh, quão rapidamente a nossa  natureza pecaminosa ganha força se nós não a mantivermos sob controle! O apóstolo Paulo fez uma declaração profunda sobre isso, depois de muitos anos no ministério:

          "Mas esmurro o meu corpo e o reduzo à escravidão, para que, tendo pregado a outros, não venha eu mesmo a ser desqualificado'." (1 Coríntios 9:27)

 

          Sou muito grata ao Espírito Santo por ter feito com que Paulo escrevesse  isso! Tem-me sido de grande ajuda saber que até o apóstolo Paulo  teve uma luta com a sua natureza pecaminosa por toda a sua vida.

          Eis aqui um pequeno teste para você. Quantas vezes no dia você pensa em Deus, ou nas Escrituras, ou fala com Deus? Com que freqüência você pára, avaliando o que está acontecendo com você, ou o que você está fazendo, à luz das Escrituras? Você deveria fazer isso quase que continuamente.  Se você fizer isso, você verá que toda a sua vida mudará.

          Há uma pureza tão grande nas Escrituras! Sempre que estou trabalhando  com pessoas que abandonaram o Satanismo, ouço e vejo coisas  terríveis. O pecado e as perversões na vida dessas pessoas são incríveis. Vejo que preciso continuamente voltar a minha mente às Escrituras, e que, à medida em que faço isso, a Palavra de Deus traz uma pureza maravilhosa à minha mente. Aqueles de nós que foram chamados  por Deus para trabalhar em áreas onde têm de lidar com pessoas envolvidas com perversões assim tão terríveis têm que manter toda a atenção para continuamente limparem a mente com a Palavra de Deus. Se não o fizermos, estaremos prontos para cair.

          Assumir o controle da nossa mente é realmente um ponto "chave" para ter vitória sobre o pecado. Este é o significado daquela passagem em Romanos 8:5. Quanto mais estivermos com a nossa mente nas coisas de Deus, menos pecaremos.

          "E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente..." (Romanos 12:2)

          "... e levamos cativo todo pensamento à obediência de Cristo" (2 Coríntios 10:5 - EC)

 

          O normal para um cristão deveria ser viver de tal forma que pecasse muito raramente! Foi por isso que o apóstolo João escreveu assim:

                   "Filhinhos meus, estas cousas vos escrevo para que não pequeis. Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo." (1 João 2:1)

 

          Se você não tem agido assim, permita-me recomendar-lhe que leia com muito cuidado o capítulo intitulado "O Homem de Ânimo Dobre" em meu segundo livro, "Prepare-se para a Guerra", sobre a questão de levar cativo todo pensamento. Nós não podemos ter vitória  sobre o pecado em nossa vida a menos que disciplinemos a nossa mente e façamos cativo cada pensamento, para fazê-los obedientes à vontade de Cristo.

          Entretanto, saturar sua vida com a Palavra de Deus, embora seja útil e necessário, não é, por si só, a resposta completa. Nós também temos que ter poder. Esse poder provém do Espírito Santo.

          "Mas eu vos digo a verdade: Convém-nos que eu vá, por­que, se eu não for, o Consolador não virá para vós outros; se, porém, eu for, eu vo-lo enviarei." (João 16:7)

          "...porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade." (Filipenses 2:13)

         

          É somente com a ajuda do Espírito Santo que nós podemos vencer a nossa natureza pecaminosa e parar de pecar. Lembra-se de que eu acabei de dizer que havia duas partes na solução do problema de como controlar a nossa natureza pecaminosa? Controlar os nossos pensamentos  e saturar a nossa mente com a Palavra de Deus é a primeira parte; e o poder do Espírito Santo, que habita em nós, é a segunda. Temos de fazer as duas coisas. Quanto mais eu vivo nesta caminhada com o meu Senhor, mais percebo a minha total incapacidade de lutar com o pecado e de deter o pecado em minha vida!

          Mas, louvado seja Deus, o poder do Espírito Santo capacita-me para a vitória. Veja João 16:7, citado acima. Quando Jesus estava aqui na terra, em forma física, seus discípulos o seguiram fielmente e Jesus ministrou a cada um deles diariamente. Mas eles caíam várias vezes. Por quê? Porque, não importa quão fiéis ou diligentes eles fossem, eles não tinham, dentro de si mesmos, poder sobre sua natureza pecaminosa.

          Assim, apesar de estarem na presença do próprio Deus, eles caíam em falta de fé e em pecado, repetidas vezes! Por isso foi necessário que Jesus dei­xasse a terra. Quando Jesus não estava mais na terra em forma corpórea, ele pôde enviar o Espírito Santo para operar em seus discípulos, a partir do seu interior. Jesus tornou isso possível pagando o preço por nossos pecados na cruz.

          Quando somos purificados de nossos pecados, então o próprio Deus, na forma do Espírito Santo, pode entrar em nós e trazer o poder de que necessitamos para vencer o pecado!

          Se você nunca se pôs de joelhos e pediu ao Pai para enchê-lo completamente com o seu Espírito Santo, para dar-lhe poder para deixar de pecar, você precisa fazer isso. Mas trata-se de uma rua de mão dupla. Quanto mais você saturar a sua mente com a Palavra de Deus e puser o pecado para fora de sua vida, mais liberdade o Espírito Santo terá de operar em sua vida com poder. Por favor, não caia na armadi­lha de pensar que tudo o de que você precisa é do Espírito Santo, e de que não precisa fazer nada por si mesmo. Isso simplesmente não c verdade. Tiago resume tudo isso de uma forma bem simples:

          "Portanto, despojando-vos de toda impureza e acúmulo de maldade, acolhei, com mansidão, a palavra em vós implantada, a qual é poderosa para salvar a vossa alma. Tomai-vos, pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos. Porque, se al­guém é ouvinte da palavra e não praticante, assemelha-se ao homem que contempla, num espelho, o seu rosto natural; pois a si mesmo se contempla, e se retira, e para logo se esquece de como era a sua aparência. Mas aquele que considera, atentamente, na lei perfeita, lei da liber­dade, e nela persevera, não sendo ouvinte negligente, mas operoso praticante, esse será bem-aventurado no que realizar." (Tiago 1:21-25)

 

          "Assim, também a fé, se não tiver obras, por si só está morta. Mas alguém dirá: Tu tens fé, e eu tenho obras; mostra-me essa tua fé sem as obras, e eu, com as obras, te mostrarei a minha fé. Crês tu que Deus é um só? Fa­zes bem. Até os demônios crêem, e tremem. Queres, pois, ficar certo, ó homem insensato, de que a fé sem as obras é inoperante?'' (Tiago 2:17-20)

 

          Temos, hoje em dia, caído com muita freqüência na armadilha de buscarmos apenas sinais e prodígios. É por isso que há tantos livros nas prateleiras cristãs sobre "como curar", "como realizar milagres", etc. Deus está muito mais interessado em nossa obediência diária e em nosso andar fiel do que em realizar milagres, sinais e maravilhas! Com muita freqüência, os cristãos hoje em dia estão caindo em enga­no e aceitando contrafações demoníacas como sendo sinais e milagres de Deus.

          Você não pode ter verdadeiros sinais e maravilhas do Espírito Santo em sua vida sem andar por um caminho de obediência e disciplina, colocando o pecado fora da sua vida.

          O Espírito Santo é um auxílio maravilhoso para nós na luta contra o pecado. Peça ao Senhor para chamar sua atenção àqueles versículos das Escrituras que se aplicam particularmente aos pecados que você comete mais comumente. Então, memorize esses versículos e peça ao Espírito Santo para trazê-los à sua mente quando você estiver para cometer um pecado. O Espírito Santo sabe tudo o que iremos fazer, antes que o façamos. Ele monitora tudo o que fazemos. Ele pode aju­dar-nos a parar de pecar.

          Vou dar-lhe um exemplo da minha própria vida. Há uns dois anos, duas mulheres jovens vieram morar conosco (comigo e com Elaine) por uns poucos meses. Elas foram chamadas por Deus para ajudar-nos em nosso ministério, mas não estavam dispostas à rígida disciplina necessária em nossa vida. Elas acabaram voltando-se contra mim, e passaram a a espalhar mentiras a meu respeito para outras pessoas que me conheciam. Eu estava ficando um tanto irritada com toda essa situação. Um fim de semana, durante o meu tempo de devoção ao Senhor, comecei a ler as cartas escritas por Pedro. Cheguei a 1 Pedro 2:21-23. Enquanto eu lia esses versículos, o Espírito Santo falou-me muito claramente:

          "Memorize estes versículos!" - disse ele. "E, cada vez que estiver para pecar a esse respeito, eu os trarei de volta à sua mente consciente".

          Eis aqui os versículos que memorizei:

          "Porquanto para isto mesmo fostes chamados, pois que também Cristo sofreu em vosso lugar, deixando-vos exem­plo para seguirdes os seus passos, o qual não cometeu pecado, nem dolo algum se achou em sua boca; pois ele, quando ultrajado, não revidava com ultraje; quan­do maltratado, não fazia ameaças, mas entregava-se àquele que julga retamente." (1 Pedro 2:21-23)

 

          Como dá para ver, esta passagem disse-me que, mesmo que aque­las duas estivessem dizendo toda sorte de mentiras a meu respeito, eu não deveria defender-me, mas perdoá-las e entregar toda a questão nas mãos do Senhor.

          Bem, eu pedi a elas que saíssem de casa, mas o Senhor as impediu totalmente de fazer isso, por três longos meses. Você tem alguma idéia de quantas vezes o Espírito Santo teve que trazer de volta esses versículos à minha mente, durante aqueles três meses? Mas, por ter esses versículos em minha mente, isso impediu-me de pecar naquela situação. Louvado seja Deus! O Espírito Santo será um grande auxílio para você, se tão somente você o obedecer.

          Há um princípio muito importante que quero dar-lhe. A raiz de todo pecado é estar centrado em si mesmo. Oh, como amamos pensar em nós mesmos! A raiz de toda doença mental é o pecado de estar centrado em si mesmo. A característica de quem é "doente mental" ou que tem muitos problemas em sua vida é que se recusa a pensar em qualquer outra coisa ou pessoa que não em si mesmo. Note que eu disse que a pessoa "se recusa", e não que "é incapaz de".

          As pessoas mentalmente doentes optam por ser mentalmente doentes, na maior parte das vezes. Oh, elas usam a desculpa das rejeições e das feridas do passado. Mas pare para pensar por um minuto. Alguém já sofreu mais rejeição e dor do que Jesus? Não! Em que terrível situação estaríamos nós se Jesus deliberadamente tivesse gasto o seu tempo em autopiedade, e ficasse considerando e reagindo à dor e à rejeição que ele sofreu!

          As pessoas, em sua maioria, quer sejam classificadas como doentes mentais ou não, gastam a maior parte do seu tempo pensando em si mesmas. Isso é verdade principalmente com respeito às pessoas que têm o que se chama "complexo de inferioridade". Sei do que estou falando, pois fui culpada desse pecado por alguns anos. Foi uma das primeiras coisas que o Espírito Santo exigiu que eu confrontasse, quando aceitei Jesus como o Senhor de toda a minha vida.

          Eu sofri muita rejeição quando criança, enquanto crescia. Como con­seqüência disso, eu me achava sem valor, feia e repulsiva às outras pessoas. Eu tinha tamanho "complexo de inferioridade" que nunca me atrevia a entrar desacompanhada em um restaurante fast-food para comer. Eu não queria que as pessoas olhassem para mim. Nunca vou me esquecer daquela noite, alguns dias depois de eu ter aceito Jesus como o único Senhor da minha vida, em que o Espírito Santo tratou comigo com respeito àquele problema. Eu estava para entrar com o carro em direção à janela de atendimento a carros do McDonald's quando o Senhor falou comigo com profunda força e clareza:

          "Não vá por aí, entre, escolha uma mesa, sente-se e coma!"

          "Mas, Senhor", eu repliquei, "Tu sabes que eu não suporto isso. O que todas as pessoas vão pensar de mim, comendo sozinha?"

          A resposta do Senhor foi suave, clara e certeira:

          "Este é que é o problema. Você nunca pensa em nada além de em si mesma! Você tem de confessar o seu complexo de inferioridade como pecado! É o pecado do egocentrismo. O fato é que você não é assim tão importante para que as outras pessoas se importem com você. Todas elas estão pensando em si mesmas."

          Eu fiquei chocada! Mas imediatamente me convenci de que era ver­dade o que o Espírito Santo me dissera. Paranóia, complexos de infe­rioridade, pessoas reagindo por terem sofrido rejeição no passado, Tudo isso é o pecado do egocentrismo !

          É hora de pararmos de pen­sar em nós mesmos o tempo todo e tornarmo-nos os servos que deve­mos ser do nosso Rei. Alguém o feriu? Então, diante de Deus, você tem que perdoá-lo. Você sabe o que significa perdoar?

          "Sede misericordiosos, como também é misericordioso vosso Pai. Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai e sereis per­doados." (Lucas 6:36-37)

          "E não entristeçais o Espírito de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção. Longe de vós, toda a amargura, e cólera, e ira, e gritaria, e blasfêmias, e bem assim toda malícia. Antes, sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus, em Cristo, vos perdoou." (Efésios 4:30-32)

         

          Se nós nos recusarmos a perdoar aqueles que nos feriram, entristeceremos o Espírito Santo e, assim, ele não poderá atuar em nossa vida.

          Os que saem do Satanismo, em sua maioria, foram horrivelmente abusados durante o tempo em que estiveram na bruxaria. Isso aconte­ce especialmente com aqueles que foram criados por pais satanistas, ou que foram recrutados para a bruxaria quando ainda muito jovens. Os abusos que essas pessoas sofrem estão além da imaginação da maioria das pessoas.

          Entretanto, a Palavra de Deus aplica-se a eles e a você, da mesma forma que se aplica àqueles que, dentre nós, foram abusados dessa forma. Eles têm de perdoar aqueles que os feriram, para que o Pai possa perdoá-los de seus próprios pecados.

          Há quatro passos básicos nesta questão de perdoar alguém que o feriu.

 

1. Nós não perdoamos porque nos sentimos dispostos a perdoar. Per­doamos como um puro ato da nossa vontade, em obediência aos mandamentos de Deus.

 

2. Quando perdoamos alguém, reconhecemos que não temos mais nenhum direito de vingarmo-nos daquela pessoa.

          "Ora, nós conhecemos aquele que disse: A mim me per­tence a vingança; eu retribuirei.' E outra vez: O Senhor julgará o seu povo.' Horrível cousa é cair nas mãos do Deus vivo" (Hebreus 10:30-31)

          "Bendizei aos que vos maldizem, orai pelos que vos calu­niam." (Lucas 6:28)

 

3. Quando perdoamos alguém, devemos fazê-lo seguindo o exemplo de Deus. Uma vez que tenhamos perdoado alguém, não temos mais nenhum direito de permitir que permaneçam em nossa mente as lem­branças e os pensamentos quanto ao que tal pessoa fez para nos ferir. Temos de disciplinar a nossa mente e parar de pensar em nós mesmos!

          "Pois, para com as suas iniqüidades, usarei de miseri­córdia e dos seus pecados jamais me lembrarei." (Hebreus 8:12)

 

4. Uma vez que tenhamos dado estes passos em obediência a Deus, podemos pedir ao Pai que controle e mude as emoções que estiver­mos sentindo. Nós, seres humanos, podemos fazer muito pouco para controlar ou mudar as nossas emoções. Mas o Senhor pode, e irá fazê-lo, à medida em que o obedeçamos e perdoemos aqueles que nos feriram.

         

          Muitas vezes os cristãos evitam toda essa questão do perdão reprimindo  suas emoções. Sabemos que não devemos ficar com ressentimento nem irados quando alguém faz algo contra nós. É muito mais fácil lançar as emoções inaceitáveis para fora da nossa mente consciente em vez de enfrentarmos o necessário perdão ou a confrontação de toda a situação.

          Se um irmão pecar contra nós, não temos apenas o mandamento de perdoá-lo. A palavra também nos ordena a falar com ele e a mostrar-lhe o seu pecado. Então, quer ele se arrependa ou não, temos que perdoá-lo. Reprimir o ódio e a dor é uma forma de evitar toda essa situação. Essa não é a vontade de Deus, que sempre requer de nós plena sinceridade.

          Quando perdoamos alguém, devemos também falar sinceramente com o Senhor, reconhecendo e admitindo nossas verdadeiras emoções  na situação. Quando fazemos isso, temos então o direito de pedir ao Senhor que cure e modifique as nossas emoções. Ele o fará, à medida em que andarmos em obediência a ele.

          Eu sei que vou fazer muitos dos leitores ficarem irritados, mas tenho de lhe dizer o que o Senhor me ensinou.

          Você não tem o direito de viver a sua vida reagindo a feridas do passado. Deus exige que você perdoe, que esqueça, e que pare de pensar em si mesmo e sobre o quanto você foi ferido. Se você não fizer isso, você estará vivendo ativamente em pecado!

          Por fim, todos devemos chegar a uma maturidade em Cristo, onde faremos com que Tiago 4:17 se torne uma realidade em nossa vida. "Portanto, aquele que sabe que deve fazer o bem e não o faz nisso está pecando'' (Tiago 4:17)

          Para colocar isso em termos bem simples, nós devemos fazer a coisa certa simplesmente porque é a coisa certa a fazer, e não porque alguém exige isso de nós. Se tão somente alcançássemos este ponto, muitos, muitos dos problemas de relacionamento entre as pessoas sim­plesmente desapareceriam!

          O Senhor foi muito bondoso por nos ter dado um simples dispositi­vo, que existe em praticamente todos os lares, e que nos ajuda enten­der este princípio. Assemelha-se a isto (ver figura 8-1):

 

          Figura 8-1

 

          Quando não obedecemos este princípio em Tiago 4:17, então fica semelhante a isto (ver figura 8-2):

 

          Figura 8-2

 

          Vamos, seja honesto! Quantas vezes você discutiu com alguém sobre  de quem era a vez de levar o lixo para fora? A palavra de Deus diz que quando sabemos o que é certo e não o fazemos, estamos pecan­do. Se você vê que a lata de lixo está cheia, você sabe que a coisa certa a fazer é esvaziá-la! E, quando você a esvazia, você não vai ao seu pai ou ao seu cônjuge e diz algo como: "Amor, eu esvaziei o lixo para você." Não, não foi isso que você fez. Você está é à busca de um tapinha nas costas. A razão por que você fez o que fez teria que ser simplesmente porque isso era a coisa certa a fazer.

          Veja, quando você faz coisas apenas porque alguém espera que você as faça, você ficará bastante irado com essa pessoa. "Tenho que fazer assim e assim só porque minha esposa (ou marido) espera que seja assim'', ou:''Tenho que fazer assim e assim para que minha mãe não fique brava!" Quantas vezes você já ouviu tais afirmações? A parte triste é que tratamos Deus da mesma forma. Ficamos bravos com Deus porque sentimos que "temos que fazer" certas coisas porque o Senhor as exige.

          Não fazer a coisa certa é pecado. Creio que mais de 75% de todos os problemas entre os membros de uma igreja seriam resolvidos se as pessoas crescessem e começassem a atuar como este versículo nos diz. Faça o que é certo!

          Nunca deixo de me pasmar toda vez que vejo pessoas poderem pas­sar direto por uma coisa que sabem que precisa ser feita, e simplesmente não a fazer! Isso é um sinal de imaturidade. É por causa dessa atitude em nossa vida que o Senhor precisa castigar-nos com tanta freqüência. É aí que começa o problema do nosso relacionamento com ele!

          Lembro-me muito bem de um dia em que estava indo de carro para o trabalho, quando o Senhor me disse que eu tinha que começar a exercer alguma disciplina na vida de duas moças que tinham vindo morar em minha casa cerca de um mês atrás. Eu já havia falado com elas sobre o assunto várias vezes, estava cansada e não queria de novo passar por aquele aborrecimento. Eu disse:

          "Oh, Pai, eu simplesmente acho que isto não vale a pena o aborreci­mento! Sempre que tento fazer algo assim as pessoas jogam em mim todo tipo de culpa! Dizem coisas como: 'Quem você pensa que é? Quem fez de você Deus?"'

          A resposta do Senhor foi clara e firme:

          "Filha, você gostaria que eu lhe desse uma relação precisa do número de vezes que você tentou jogar culpa em mim? Por exemplo, 'Pai, se tu me amas, como foi que permitiste que isto acontecesse comigo?"'

          Não preciso dizer que eu não queria ver aquela relação! Quantas vezes você tentou jogar a culpa em Deus?

          "Deus, se tu me amas, por que permitiste que isso acontecesse co­migo? Deus, se tu me amas, terias me dado isso e aquilo! Como pode um Deus tão amoroso permitir que isso e aquilo aconteçam?"

          Todas essas perguntas são pecado e um sinal da nossa terrível ima­turidade. É tempo de nós, cristãos, crescermos! Paulo disse:

          "Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, pensava como menino; quando cheguei a ser homem, desisti das cousas próprias de menino." (1 Coríntios 13:11)       

           

          Temos de abandonar todas essas infantilidades. Encaremos nossas responsabilidades e compromissos e os cumpramos em retidão diante de Deus. Lutemos esta luta contra a nossa natureza pecaminosa e vençamos.

          Este é o caminho para uma vida abundante em Jesus Cristo, nosso Senhor.

          Se o leitor está convencido, ao ler este capítulo, de que deve levantar-se e assumir o controle da sua natureza pecaminosa, um bom começo é fazer a Deus uma minuciosa confissão de todos os seus peca­dos passados. Veja no Apêndice A algumas observações que lhe serão úteis para mostrar-lhe como fazer essa confissão.

 

Capítulo 9

A Profanação do Templo de Deus

 

          "Todavia o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são seus, e qualquer que profere o nome de Cristo aparte-se da iniqüidade. Ora, numa grande casa não somente há vasos de ouro e de prata, mas também de pau e de barro; uns para honra, outros, porém, para desonra. De sorte que, se alguém se purificar destas coisas, será vaso para honra, Santificado e idôneo para uso do Senhor, e preparado para toda a boa obra." (2 Timóteo 2:19-21 - SBTB)

          Vez após vez, em todo o Novo Testamento, somos exortados a nos purificarmos, a limparmos o nosso vaso - nós mesmos. Nosso Senhor Jesus Cristo pagou um terrível preço na cruz para que cada um de nós "aparte-se da iniqüidade", e torne-se um "vaso para honra".

          Há duas áreas em que essa "purificação" é necessária. A primeira é a área da nossa natureza pecaminosa. Temos de colocar a nossa natu­reza pecaminosa sob controle e eliminar todo pecado presente em nossa vida. Em segundo lugar, devemos eliminar toda profanação do templo de Deus (nós mesmos). Creio que o templo de Deus é profa­nado, não somente pela nossa ativa participação no pecado, mas tam­bém pela presença de demônios.

          Isso nos leva a essa questão que é discutida tão acaloradamente: "pode um cristão ter demônios habitando em si?" Creio que as Escri­turas nos mostram claramente que sim.

          Os demônios não podem, sem mais nem menos, pular para dentro de alguém, a seu bel prazer. Nós estamos cercados por um muro, de forma que eles não podem entrar a não ser que rompamos o muro, abrindo uma brecha na proteção (ver figura 9-1).

 

Figura 9-1 ("...quem rompe um muro, mordê-lo-á uma cobra." - Ec 10:8)

 

 

Figura 9-2

 

          Como abrimos uma brecha no muro protetor? Por meio do pecado. O pecado abre uma brecha na nossa proteção - abre uma porta de acesso em nossa vida (ver figura 9-2).

 

          Esse pecados, que permitem a entrada de demônios, eu os chamo de pecados de profanação do templo. Por quê? Porque esta questão de demônios em cristãos no fundo se resume nisto: "Pode o templo de Deus, que somos nós, ser profanado, e, se sim, como as Escrituras definem o termo profanação?"

          Para podermos responder a esta pergunta temos de primeiro examinar o Antigo Testamento.

          No Antigo Testamento, Deus deu ao seu povo - os filhos de Israel - muitas "ilustrações'', em sua vida, para que pudessem compreender a vinda de Cristo e a obra que ele realizaria.

          Por exemplo, através das ofertas pelo pecado, eles eram levados à compreensão da necessidade do derramamento de sangue inocente e da entrega de uma vida para pagar o preço de seus pecados. As ofertas pelo pecado deram uma visão pungente do que Jesus realizou de uma só vez e para sempre na cruz.

          Da mesma forma, o templo de Deus, construído pelo rei Salomão, foi uma ilustração de todos nós que entramos no novo pacto com Cristo. Nós somos o templo de Deus, com o Espírito Santo habitando em nós, assim como a presença de Deus habitou no templo de Salomão (ver figura 9-3).

 

Figura 9-3 - Templo de Salomão

 

          Voltemos agora ao passado e vejamos a profanação do templo de Salomão. Eis aí um esboço do templo.

          O templo estava voltado para o norte (Ezequiel 8:14). Ele era cercado por um muro com dois portões, um no muro do norte e outro no muro do leste. O altar de bronze, que era usado para as ofertas pelo pecado, e o mar, ficavam na frente do templo.

          O templo era dividido em duas partes. A parte da frente era chamada de átrio interior, e a parte de trás era chamada de "santo dos santos". A presença de Deus habitava no santo dos santos sobre o trono de misericórdias. O sumo sacerdote podia entrar nesta parte do templo somente uma vez por ano.

          Após a morte de Salomão, seu filho Roboão assumiu o trono. Mas Roboão recusou o conselho divino e oprimiu o povo, de forma que eles se rebelaram e a nação de Israel foi dividida em duas partes. A cidade de Jerusalém estava na parte chamada Judá, a outra metade da nação foi chamada Israel. O maligno rei Manassés levantou altares dentro do templo aos seus deuses demônios:

          "Também edificou altares a todo o exército dos céus nos dois átrios da casa do Senhor." (2 Crônicas 33:5)

 

          Depois disso, o Senhor suportou durante aproximadamente 100 anos os prolongados períodos de profanação de sua casa antes de retirar a sua presença do templo.

          A meia-nação de Israel foi levada ao cativeiro antes da meia-nação de Judá. Ezequiel profetizou no cativeiro em Babilônia, na mesma época em que Jeremias profetizou em Jerusalém. Em Ezequiel, capítulos 8-10, o Senhor transportou Ezequiel, em espírito, de Babilônia a Jerusalém, para mostrar-lhe a profanação do seu templo (ver figura 9-4). "Estendeu ela dali uma semelhança de mão e me tomou pelos cachos da cabeça; o Espírito me levantou entre a terra e o céu e me levou a Jerusalém em visões de Deus, até a entrada da porta do pátio de dentro, que olha para o norte, onde estava colocada a imagem dos ciúmes, que provoca o ciúme de Deus... Ele me disse: Filho do homem, - levanta agora os olhos para o norte. Levantei os olhos para lá, e eis que da banda do norte, à porta do altar, estava esta imagem dos ciúmes, à entrada!" (Ezequiel 8:3-5)

 

 

 

          Nós não sabemos exatamente como era a aparência daquele ídolo, mas sabemos que demônios estão associados com todos os ídolos, Paulo escreveu especificamente sobre isso:

          "Que digo, pois? que o sacrificado ao ídolo é alguma cousa? Ou que o próprio ídolo tem algum valor? Antes, digo que as cousas que eles sacrificam, é a demônios que as sacrificam.." (1 Coríntios 10:19-20)

 

          É claro, então, que demônios estavam presentes junto ao altar de bronze, com o ídolo. Em seguida, o Senhor mostrou a Ezequiel as paredes ao redor do templo. O versículo 10 diz:

          "Entrei, e vi; eis toda forma de répteis e de animais abo­mináveis, e de todos os ídolos da casa de Israel, pinta­dos na parede em todo o redor." (Ezequiel 8:10)

 

          Bem, qual é o propósito desses desenhos ocultistas que se parecem com as nossas "pichações" da atualidade? É um fato bem conhecido, em todas as formas de bruxaria, que no ponto central de um desenho ocultista são colocados demônios. Portanto, havia demônios colocados sobre os muros ao redor do templo. Agora, olhe novamente o desenho do templo. A próxima ação acontece bem no interior do portão norte (ver figura 9-5).

          "Levou-me à entrada da porta da Casa do Senhor, que está na banda do norte, e eis que estavam ali mulheres assentadas chorando a Tamuz" (Ezequiel 8:14)

 

 

          A maioria dos cristãos não percebe o significado desta afirmação. Antes de mais nada, você deve entender que o propósito de todos os rituais ocultistas é trazer demônios para estarem presentes com os seres humanos que realizam o ritual. Então por que as mulheres estavam "chorando  por Tamuz?''

          As mulheres estavam participando de uma forma comum de adoração a demônios, praticada pelos babilônios.

          Tamuz era um deus demoníaco que se supunha ser Nimrode reencarnado. Quem era Nimrode? Nimrode e a sua esposa Semíramis eram seres humanos que foram os líderes da adoração a demônios após o dilúvio.

          Nimrode é brevemente mencionado em Gênesis 10:9-10. A história antiga mostra-nos que Nimrode é o mesmo que Ninus, o primeiro rei Assírio, fundador e edificador da antiga Babilônia, onde a torre de Babel foi construída. Nimrode era adorado no Egito como Osíris. É nos registros egípcios que encontramos uma narrativa da morte de Nimrode, que foi uma morte violenta.

          Aparentemente ele foi morto por Sem, filho de Noé, em juízo por suas práticas abomináveis de adoração a demônios. "Se houve alguém que ficou profundamente entristecido com a morte trágica de Nimrode, mais do que qualquer outra pessoa, este alguém foi sua esposa Semíramis, que, vinda de uma posição humilde, tinha sido elevada para compartilhar com ele o trono da Babilônia.

          O que, nessa emergência, ela deveria fazer? Deveria ela silenciosamente abandonar a pom­pa e o orgulho ao qual tinha sido elevada? Não. Apesar da morte de seu marido ter causado um duro abalo ao seu poder, ainda assim sua determinação e ambição ilimitadas não fo­ram de forma alguma abaladas. Ao contrário, sua ambição alçou um vôo ainda mais alto.

          Em vida, seu marido havia sido honrado como herói; na morte ela lhe daria louvor como um deus, sim, como a semente prometida à mulher, "Zeroashta", que foi destinada a esmagar a cabeça da serpente, e que, fazendo isso, teria seu próprio calcanhar esmagado.

          Os pa­triarcas, e o mundo da antigüidade em geral, estavam perfei­tamente familiarizados com a grande promessa original do Éden, e eles sabiam muito bem que a ferida no calcanhar daquele que era a semente prometida implicava em sua mor­te, e que a maldição somente poderia ser removida do mundo pela morte do grande Salvador. Se a promessa acerca do esmagar da cabeça da serpente, registrada em Gênesis, con­forme feita aos nossos primeiros pais, ocorreu de fato, e se toda a humanidade descendeu deles, então seria de se espe­rar que algum vestígio dessa promessa fosse encontrado em todas as nações. E assim ocorre. Dificilmente se encontra um povo ou raça na terra em cuja mitologia isso não seja, de alguma forma, prenunciado." - The Two Babylons [Os Dois Babilônios], por Rev. Alexander Hislop, Loizeaus Brothers, New Jersey, 1916, pp. 58-60.

          Assim, Semíramis proclamou o morto Nimrode como sendo o "salvador" prometido por Deus a Adão e Eva no jardim do Éden. Pouco tempo depois da morte de seu marido, ela teve um filho, a quem deu o nome de Tamuz. Semíramis proclamou que Tamuz era Nimrode, que havia voltado à vida conforme prometido por Deus, na grande promessa  messiânica dada a Eva. Por todas as eras e em todos os lugares, ao redor do mundo, essa falsa mãe e esse falso filho têm sido adorados sob vários nomes. Semíramis tornou-se a "rainha dos céus"  e assim permanece até hoje.

          Portanto, "chorar por Tamuz" era chorar com a intenção de trazer Nimrode de volta à terra, e chorar para que o demônio adorado por aquele nome estivesse presente nas pessoas que realizavam aquela cerimônia. Portanto, vemos claramente que demônios estavam no in­terior do portão norte (ver figura 9-6).

          Então o Senhor disse a Ezequiel que iria mostrar-lhe a maior abomi­nação de todas.

          "Levou-me para o átrio de dentro da Casa do Senhor, e eis que estavam à entrada do templo do Senhor, entre o pórtico e o altar, cerca de vinte e cinco homens, de costas para o templo do Senhor e com o rosto para o oriente; adoravam o sol, virados para o oriente." (Ezequiel 8:16)

 

Figura 9-6 (Adorando "o sol, virados para o oriente")

 

          Adorar "o sol virados para o oriente" é uma forma egípcia de adora­ção a demônios, porque é louvor ao deus egípcio do sol, Osíris, que, como foi previamente exposto, era o nome egípcio de Nimrode.

          No­vamente, o propósito era chamar demônios para estarem presentes com as pessoas. Assim, demônios estavam bem no átrio interior do templo. 2 Crônicas 33:5, mencionado anteriormente neste capítulo com respeito a Manassés, também mostra claramente a presença de demônios dentro do templo de Deus, e mostra que a presença de Deus ainda não havia deixado o templo.

          Os demônios e a presença de Deus estavam juntos no mesmo tem­plo. Creio que esta é uma figura do que pode acontecer conosco. So­mente depois de Deus ter mostrado a Ezequiel todas essas abominações foi que Ezequiel viu então a glória de Deus elevar-se do templo e deixá-lo. Mas, queira lembrar-se, eu mostrei anteriormente como essa condi­ção de profanação pela presença de demônios no templo havia perma­necido, com períodos alternados de santificação e re-profanação, du­rante quase 100 anos. Finalmente, Deus trouxe juízo. Ele removeu sua presença do templo e então o templo foi totalmente destruído!

          Agora, vejamos o Novo Testamento:

          "Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espí­rito de Deus habita em vós? Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá; porque o templo de Deus, que sois vós, é santo." (1 Coríntios 3:16-17 - SBTB)

 

          Estes dois versículos são claramente dirigidos aos cristãos. Agora, se fosse impossível profanar o templo de Deus, estes versículos não estariam nas Escrituras. Estes versículos trazem uma advertência sole­ne. Não permita que o seu templo seja profanado. Se você fizer isso, acabará sendo destruído.

          É interessante que a palavra grega usada nestes versículos para "des-truir" pode também significar "profanar" - ela tem o sentido de danifi­car, corromper, destruir; levar a um estado pior; depravar (cf. A Critical Lexicon and Concordance to the English and Greek New Testament [Dicionário e Concordância Crítica do Novo Testamento em Inglês e Grego] por Ethelbert W. Bullinger, Zondervan Publishing, Grand Rapids, MI 1975, p. 213), podendo o versículo 17 ser traduzido "se alguém profanar o templo de Deus, Deus o destruirá", como ocorre na versão inglesa da Bíblia.

          Creio que o sentido aqui é que a profanação que uma pessoa permite no templo (em si mesma) resultará em sua destruição. Por exemplo, se uma pessoa sai e participa de uma relação homossexual, não somente ela irá receber a profanação de demônios, como poderá também receber AIDS. A AIDS destruirá o seu corpo físico, destruindo assim o templo. Um crente, nascido de novo, não pode esperar que Deus o proteja da AIDS se ele participar de um encontro homossexual, assim como não pode esperar que Deus o proteja de receber demônios!

          Muitas pessoas me têm perguntado se eu penso que a destruição mencionada aqui significa a perda eterna da salvação. Eu não tenho todas as respostas definitivas, mas, em minha opinião pessoal, não creio assim. Penso que o corpo físico será destruído, mas o espírito e alma partirão para estar com o Senhor. Entretanto, o crente irá sofrer a perda de recompensas no céu. Nos versículos imediatamente anteri­ores à declaração acima, Paulo aborda este assunto:

          "Manifesta se tornará a obra de cada um; pois o Dia a demonstrará, porque está sendo revelada pelo fogo; e qual seja a obra de cada um o próprio fogo o provará. Se permanecer a obra de alguém que sobre o fundamen­to edificou, esse receberá galardão; se a obra de alguém se queimar, sofrerá ele dano; mas esse mesmo será salvo, todavia, como que através do fogo." (1 Coríntios 3:13-15)

 

          Ouvimos muito poucos sermões sobre estes versículos. As pessoas não gostam de pensar em sofrer perdas no céu. Nós gostamos de pensar que iremos todos receber a mesma recompensa, não impor­tando o que tenhamos feito aqui na terra. Isso simplesmente não é verdade. Uma pessoa pode não perder a salvação, mas, se ela permi­tir que a profanação continue em sua vida, ela não irá receber as re­compensas que iria receber se tivesse tido uma vida em completa obe­diência ao Senhor.

          Um dos principais argumentos usados contra cristãos terem demônios é: "que comunhão pode ter as trevas com a luz?". Agora, examinemos este ensino bíblico em seu contexto:

          "Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça ? E que comunhão tem a luz com as trevas? E que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel? E que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois o templo do Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei, e entre eles andarei; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. Por isso saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor. E não toqueis nada imundo, e eu vos receberei; e eu serei para vós Pai, e vós sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-Pode­roso." (2 Coríntios 6:14-18 - SBTB)

 

          Esta passagem foi dirigida aos cristãos de Corinto, portanto alguns deles estavam obviamente sob jugo desigual. Paulo estava dizendo a eles para limparem a sua vida. Portanto, esta passagem não pode ser usada como uma prova de que os cristãos não podem ter demônios. Justamente o contrário. Paulo continua escrevendo, no capítulo 7:

          "Ora, amados, pois que temos tais promessas, purifiquemo-nos de toda a imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a santificação no temor de Deus?'' (2 Co­ríntios 7:1-SBTB)

          "...e qualquer que profere o nome de Cristo aparte-se da iniqüidade. Ora, numa grande casa não somente há vasos de ouro e de prata, mas também de pau e de barro; uns para honra, outros, porém, para desonra. De sorte que, se alguém se purificar destas coisas, será vaso para hon­ra, Santificado e idôneo para uso do Senhor, e preparado para toda a boa obra" (2 Timóteo 2:19-21 - SBTB)

 

          Temos que purificar o nosso vaso e limpar o templo de Deus, que somos nós. Está claro que o Espírito de Deus e os demônios habitaram dentro do mesmo templo, simultaneamente, no Antigo Testamento.

          Está claro, também, que as Escrituras nos advertem quanto a profa­nar o templo de Deus, que somos nós. Vez após vez somos exortados a purificar a nós mesmos!

          O restante deste livro foi escrito para ajudá-lo a obedecer a Deus e a purificar-se a si mesmo. Você está disposto a tolerar que uma situa­ção de profanação exista em você?

 

Capítulo 10

O Espírito e o Mundo Espiritual

 

          É interessante observar que provavelmente nunca tenha havido uma época em que os cristãos tenham acreditado menos na realidade da existência do mundo espiritual e de Satanás e seu reino do que nestes tempos atuais de crescimento do ocultismo e da maldade de forma sem precedentes!

          Nenhum dos escritores das Escrituras precisou ensinar acerca da realidade do mundo espiritual porque as pessoas, de maneira geral, já acreditavam nisso e tinham conhecimento do ocultismo.

          Durante a época de Moisés, por exemplo, o Senhor não teve necessidade de definir, ou descrever, as práticas ocultistas porque o povo em geral sabia muito bem sobre o que se estava falando. Os israelitas haviam acabado de passar 400 anos vivendo na cultura egípcia, mergulhada em ocultismo e na adoração a demônios. Mas, hoje, poucos cristãos têm alguma idéia do que é um mago, ou necromante, ou do que significa "adivinhar".

          "Quando entrares na terra que o Senhor, teu Deus, te der, não aprenderás a fazer conforme as abominações da­queles povos. Não se achará entre ti quem faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro; nem encantador, nem necromante, nem mágico, nem quem con­sulte os mortos; pois todo aquele que faz tal cousa é abominação ao Senhor; e por estas abominações o Senhor, teu Deus, os lança de diante de ti" (Deuteronômio 18:9-12)

 

          O Senhor não tinha que definir os termos usados nestes versículos porque o povo sabia do que ele estava falando. Assim como nos tempos de Jesus e de quando foi escrito o Novo Testamento, o conhe­cimento sobre demônios e sobre ocultismo era bastante difundido.

          De fato, era do conhecimento geral que os demônios podiam fazer toda sorte de coisas.

          "Tão comum, na época do Senhor, era a crença em demônios e na possibilidade de empregá-los, que até Josefo (Ant. viii 2,5) argumentou que o poder de invocá-los, de expulsá-los, e de curas mágicas, tinha sido derivado do Rei Ezequias, a quem Deus o havia dado.

          Josefo declara que ele mesmo foi uma testemunha ocular de uma cura maravilhosa alcançada pela repetição de uma fórmula mágica. Isso ilustra a con­tenda dos escribas, quando afirmaram que as curas mira­culosas de nosso Senhor eram devidas à atuação demonía­ca." (The Life and Times of Jesus the Messiah [A Vida e o Tempo de Jesus, o Messias], por Alfred Edersheim, vol. II, Eerdmans Pub. Co., © 1947, p.762)

          "Aqui temos que ter em mente que a prática da magia era estritamente proibida aos israelitas, e que - por questão de princípio, pelo menos - a feitiçaria, ou magia, supostamente não tinha poder sobre Israel, se eles reconhecessem o seu Deus como sendo deles e o servissem (Chull. 7b: Nedar. 32a). Mas nessa questão também - como vai ficar eviden­te - a teoria e a prática não estavam de acordo. Assim, sob certas circunstâncias, a repetição de fórmulas mágicas foi declarada legal mesmo no dia de sábado (Sanh. 101a). O Egito era visto como o lugar de origem da magia (Kidd. 49b: Shabb. 75a). Em relação a isso, merece nota o fato de que o Talmude [textos para os judeus, convertidos em leis pelos rabinos] atribui os milagres de Jesus à magia, que ele teria aprendido durante sua estadia no Egito, tendo tomado o cuidado de, quando partiu de lá, inserir sob sua pele suas regras e fórmulas, já que cada viajante, ao deixar o país, era examinado, para impedir que levasse a outras terras os mis­térios da magia". (Shabb. 104b)

          "Pode ser interessante mencionar aqui algumas das estra­nhas idéias que o rabinismo atribuiu aos primeiros cristãos, mostrando a relação entre os dois grupos, e que os judeus não negavam o dom de milagres na Igreja, somente atribu­indo sua operação à magia". (The Life and Times of Jesus the Messiah, p.172)

          Como é diferente com os cristãos de nossos dias! O cristão comum não tem idéia do que é o ocultismo! É por isso que tantos cristãos estão caindo nas armadilhas de Satanás. Por causa da ignorância!

          Hoje, precisamos obter uma compreensão básica do que é o ocultismo, para não cairmos na armadilha de aceitá-lo como vindo de Deus. Práticas ocultistas têm sido escandalosamente disseminadas em igre­jas cristãs! Muitos cristãos estão se voltando cada vez mais para for­mas alternativas ocultistas de medicina, formas de adivinhação, previ­sões do futuro e muitas outras abominações ocultistas.

          As Escrituras são claras. Todo aquele que tiver qualquer contato com o ocultismo, ficará contaminado! (Levítico 19:31).

          O profeta Oséias diz:

          "O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento. Porque tu, sacerdote, rejeitaste o conhe­cimento, também eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim; visto que te esqueceste da lei do teu Deus, também eu me esquecerei de teus filhos." (Oséias 4:6-7)

 

          Querido irmão em Cristo, vamos acordar e purificar-nos de toda essa contaminação! O propósito deste livro é ajudá-lo a entender o mundo do ocultismo, que está em rápida expansão, de forma que você possa, não somente purificar-se de qualquer envolvimento com ele, como também evitar as suas armadilhas.

          Para compreender o mundo do ocultismo é essencial que o cristão entenda o espírito humano e a existência do mundo espiritual. No plano espiritual, há somente dois senhores, duas fontes de poder - Jesus Cristo ou Satanás. O poder de Satanás é limitado. O poder de Jesus Cristo é o poder absoluto e ilimitado do Deus todo-poderoso.

          O propósito central de todo o ocultismo é alcançar e manter contato com o mundo espiritual e os espíritos que nele habitam. O ocultista man­tém esse contato com o mundo espiritual para conseguir poder. Cada ser humano sobre a face desta terra deseja poder. Isso está bem na raiz da nossa natureza pecaminosa. Satanás alegra-se muito por suprir as pessoas com um falso poder para fazerem o que querem. Ele faz isso para impedi-las de se voltarem para o único Deus verdadeiro, Jesus Cristo.

          Infelizmen­te os cristãos, sendo seres humanos, com natureza pecaminosa, também desejam poder. Satanás tem trazido engano maciço às igrejas cristãs, fa­zendo os cristãos pensarem que estão experimentando e usando o poder de Deus quando, em alguns casos, eles estão na verdade utilizando um poder demoníaco. Se o cristão pretende firmar-se na palavra de Deus contra este último grande ataque de Satanás, ele deve ter um entendimen­to bíblico do espírito humano e do mundo espiritual.

          Como podemos nós, sendo criaturas físicas, manter contato com o mundo espiritual, não-físico? A resposta encontra-se nas Escrituras. É porque Deus nos fez à sua imagem. Ele criou cada um de nós com três partes, assim como ele é uma Trindade. Nós temos um corpo físico, uma alma e um espírito. É através da nossa parte espiritual que podemos experimentar o mundo espiritual. Isto vale para cristãos e não-cristãos. "O mesmo Deus da paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma e corpo sejam conservados íntegros e ir­repreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo." (1 Tessalonicenses 5:23)

           Paulo nos ensina aqui que nós, humanos, somos seres que têm três partes - corpo, alma e espírito. Ele afirma expressamente que todas as três devem ser purificadas e consagradas a Jesus, e que o próprio Jesus deve nos capacitar a manter todas as três partes irrepreensíveis até a sua volta.

          Creio que no princípio, antes da queda, Deus criou o homem como uma trindade (três partes) em perfeita unidade, assim como o próprio  Deus está em perfeita unidade. Em outras palavras, corpo, alma e espírito eram perfeitamente unidos.

          "Então formou o Senhor Deus ao homem do pó da terra [corpo físico], e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida [espírito], e o homem passou a ser alma vivente [a indivi­dualidade, que se manifesta como nossa mente, vontade e emoções]." (Gênesis 2:7)

 

          Creio que Adão e Eva, antes da queda, tinham muitas habilidades que nós, humanos depois da queda, não temos hoje. Por quê? Por causa da perfeita unidade de seu corpo, alma e espírito. Onde pode­mos encontrar um exemplo de um outro homem perfeito? Em Jesus Cristo. Jesus Cristo foi sem pecado. Ele é chamado o "segundo, ou último, Adão" em muitos lugares nas Escrituras.

          Mesmo após a ressurreição, Jesus ainda tinha um corpo físico. Entretanto, era um corpo físico glorificado, como nós teremos um dia. As Escrituras nos dizem que um dia teremos um corpo como o que Jesus tem agora. Naquele dia, seremos restaurados ao estado anterior à queda e os seres humanos estarão novamente em perfeita unidade.

          Quais eram algumas das características do homem em seu estado anterior à queda, perfeita­mente unificado? Ele podia, com o seu corpo físico, fazer o que um espírito pode fazer, como passar através de paredes.

          Acredito que na queda houve uma terrível separação. Corpo, alma e espírito  não estavam mais em sua relação original, um com o outro. Pare para pensar por um momento. Qual é uma das primeiras características em que você pensa, com relação a alguém que está inteiramente possuído por demônios? Força sobrenatural. Esta força é o resultado do controle do corpo físico por um espírito - neste caso, um espírito demoníaco. Os que estão envolvidos com artes marciais esforçam-se para obter habilidades, que não são naturais, em seus corpos físicos - habilidades que vêm somente do controle do espírito sobre o físico.

          Desde a queda, nós, seres humanos, não temos naturalmente o controle consciente sobre o nosso espírito, mas o ocultista tem de alcançar esse controle para manter esse contato vital com o mundo espiritual, Há muitas mentiras em todas as áreas de atividades ocultistas. Satanás        e seus demônios não querem que os seres humanos compreendam o que eles estão fazendo. Assim, eles inventam mentiras e operam falsos milagres para respaldar essas mentiras. Uma dessas é o "terceiro olho"

          O "terceiro olho" remonta à antigüidade. A habilidade do "terceiro olho" é a habilidade de "ver" ou ganhar contato com espíritos.

          O nosso cérebro é como um computador com dois canais de entrada. Quando "vemos" algo no mundo físico, a imagem vai da retina do nosso olho físico, através de nervos especiais, até o nosso cérebro. A imagem do objeto físico é então criada em nosso cérebro e nós "vemos".

          O mesmo ocorre com objetos ou espíritos no mundo espiritual A diferença é que a informação não vem através dos nossos olhos físicos. Ela vem através do nosso espírito. Nosso cérebro é capaz de receber dois conjuntos de imagens de uma vez, imagens do mundo físico, e imagens do mundo espiritual (ver figura 10-1).

 

Figura 10-1

 

          Entretanto, os demônios não ensinam as pessoas sobre o seu espírito. Em vez disso, eles ensinam acerca de um "terceiro olho". Algumas vezes, os demônios chegam a criar um falso olho físico no centro da testa (ver figura 10-2).

          Os ocultistas acreditam que é esse terceiro olho que lhes dá a habi­lidade de ver o mundo espiritual. Eles não percebem que estão na verdade usando o seu espírito. Habilidades do terceiro olho são também chamadas "habilidades psíquicas".

          Agora ocorre uma enorme in­vasão de novas terminologias, feita pelo movimento da Nova Era. Como o terceiro olho é localizado no centro da testa, os adeptos da Nova Era chamam isto de "centralização", ao invés de "terceiro olho". "Centralização" é o termo da Nova Era que significa o processo de ganhar contato com o mundo espiritual.

 

Figura 10-2 (Terceiro olho)

 

          De fato, à medida que Satanás acrescenta engano sobre engano, os antigos termos ocultistas não são mais usados. Agora temos novas pala­vras que soam como se fossem científicas. Uma das coisas mais importantes que um cristão pode fazer é exigir a definição dos termos! Exatamente o que as palavras significam? Vejamos alguns exemplos.

          Lembre-se, há somente quatro tipos diferentes de espíritos:

. Espíritos de demônios

. Anjos a serviço de Deus

. Espíritos humanos; e

. O próprio Deus.

 

Terminologia da Nova Era

Palavras que se referem a um dos quatro tipos de espírito:

. Energia.

. Vibrações.

. Vibrações eletromagnéticas.

. Homem interior - espírito humano.

. Conselheiros - espíritos demoníacos que costumavam ser chamados "espíritos-guias", ou "espíritos familiares".

. Entidades.

. Força.

. Poderes superiores.

. Atman - termo específico do hinduísmo para o espírito humano.

. Prana - uma forma de respiração, usada na ioga, para fazer fluir o poder espiritual.

 

Palavras que se referem ao contato com o mundo espiritual:

. Auto-realização - a habilidade de controlar o próprio espírito de forma a conseguir contato com o mundo espiritual.

. Estado alterado de consciência - contato com espíritos e com o mun­do espiritual.

. Consciência de Deus - contato com o mundo espiritual, porque o adepto da Nova Era pensa que Deus é o mundo espiritual inteiro. Eles não fazem distinção alguma entre espíritos criados e o Deus criador.

. Nível alfa ou teta - usado no Método Silva de Controle Mental e em outros lugares. É um estado de transe onde é obtido contato com o mundo espiritual.           Em tal estado de transe, estas ondas cerebrais pre­dominam no eletroencefalograma, daí o termo pseudo-científico. . Cérebro esquerdo, cérebro direito - toda essa teoria de hemisférios ce­rebrais é usada para se derivar o contato com o mundo espiritual.

 

          Quando os termos começam a ser definidos, passamos a entender que se trata na verdade do contato com o mundo espiritual, proibido por Deus.

          Nota: Não existem vibrações ou energias impessoais que possam ser usadas e controladas! Toda energia espiritual é de fato pessoal. Ela reside em um espírito de um dos quatro grupos mencionados: num demônio, num anjo, num ser humano ou em Deus. Os seres humanos não podem controlar Deus, nem o poder de Deus, de forma alguma! Portanto, se você está controlando alguma "energia" do mundo espiritual, você está utilizando demônios.

          Escrevi com detalhes sobre o espírito humano e o seu uso ocultista no livro "Prepare-se para a Guerra", no Capítulo 16. Não vou repetir tais informações aqui.

          No decurso de todas as eras, Satanás tem sistematicamente usado três métodos para colocar as pessoas em contato com o mundo espiritual:

. Drogas

. Meditação, hipnose e estados de transe - todos envolvem esvaziar a mente

. Visualização e imaginação dirigida.

 

          As drogas que alteram a mente têm sido usadas em todo o mundo, em todas as culturas, pelos homens sábios, por xamãs ou por médicos feiticeiros para entrar em contato com espíritos.

          É interessante que os satanistas de alto grau do mundo ocidental não têm interesse de tomar drogas como o LSD. Por quê? Porque eles não viajam nelas. Eles já vêem o mundo espiritual a maior parte do tempo. Não necessitam de uma droga como o LSD para capacitá-los a fazer isso. As "viagens" feitas com tais drogas são experiências no mundo espiritual, nada mais nada menos do que isso.

          Os demônios são mestres no engano. Eles têm a habilidade no mundo espiritual de "mudar os cenários" da mesma forma que fazem os homens na indústria do cinema. Se você visitar os estúdios da Universal, onde são feitos muitos dos filmes nos Estados Unidos, você poderá andar por uma rua e estar no "Velho Oeste", virar a esquina e ver-se na Inglaterra do século 18, virar outra esquina e entrar numa outra época e num outro país. Os demônios podem fazer a mesma coisa no plano espiritual e criar toda sorte de ilusões para os seres humanos sob o seu controle.

          As religiões giram em torno de ganhar contato com o mundo espiri­tual. Para fazer isso, foram desenvolvidas formas de "meditação" que envolvem técnicas de relaxamento para esvaziar a mente. As Escritu­ras nos dizem que somos responsáveis por controlar a nossa mente todo o tempo (2 Coríntios 10:5).      Uma vez que a nossa mente esteja vazia, os demônios estão livres para assumir o controle sobre ela.

          Por último, a visualização e a imaginação dirigida é uma técnica muito antiga para obter contato com o mundo espiritual. Esta técnica, por si só, é responsável por levar milhares de cristãos a caírem na armadilha de utilizar técnicas ocultistas. (Ver Prepare-se Para a Guerra, Capítulo 16).

          Mas o que as pessoas estão realmente fazendo, quando conseguem contato com o mundo espiritual? Elas estão, na realidade, ganhando um controle consciente sobre o seu espírito. Não sei como chamar esse controle, então eu o defini como "estabelecer uma ligação entre a alma e o espírito".

          De alguma forma, a mente consciente ganha controle sobre o espírito de forma que a pessoa pode usar o seu espírito para "ver" o mundo espiritual e comunicar-se com espíritos no mundo espiritual. Lembre-se, o nosso corpo físico não pode "ver" ou comuni­car-se com o plano espiritual invisível, de forma alguma. Essa comuni­cação deve vir através do nosso espírito. Nós não podemos, normal­mente, comunicar-nos com o mundo espiritual. Essa união entre a alma e o espírito foi perdida na queda.

          As três técnicas aqui mencionadas são usadas pelos ocultistas no mundo todo para estabelecer esse controle sobre o seu espírito. E interessante que, tendo uma pessoa aceitado a Jesus Cristo, tendo saído do ocultismo, ela não perde essa habilidade até que peça especificamente ao Senhor para separar sua alma e seu espírito, conforme Hebreus 4:12.

          Também, com relação àqueles que não vieram a Cristo, eu tenho pedido ao Senhor, em raras ocasiões, para fazer a separação entre a sua alma e o seu espírito. Quando o Senhor me concede o meu pedido, a pessoa perde instantaneamente a habilidade de comunicar-se com o mundo espiritual.

          É claro que não é da vontade do Senhor que o seu povo tenha controle sobre o seu espírito. O nosso espírito deve estar diretamente sob o controle do Espírito Santo, e não sob o controle da nossa mente.

          Esta é a diferença básica entre o ocultismo e o cristianismo. Os ocultistas controlam o contato que têm com o mundo espiritual, e controlam em grande medida o poder que utilizam. Os cristãos, por outro lado, nunca estão em contato com o mundo espiritual exceto nas bre­ves ocasiões em que o Espírito Santo permite tal contato, e os cristãos não controlam o poder de seu Deus de nenhuma forma. Cristãos são servos, nada mais.         

          O Senhor opera através de seus servos como ele quer, e não como eles querem. Já os demônios cooperam com os seres humanos para lhes dar poder quando as pessoas o desejam, para levá-las ainda para mais longe do Senhor.

          Sejamos cuidadosos para que caminhemos em fé e em obediência a nosso Senhor. Não permitamos que um desejo pecaminoso de poder nos conduza às armadilhas de Satanás.

 

Capítulo 11

Portas de Entrada

         

          O que é uma porta de entrada? A Bíblia diz que somos o templo do Espírito Santo. Uso o termo "porta de entrada" referindo-me a um pecado que profana este templo. Através da porta de entrada do pecado, demônios podem entrar e causar confusão em nossa vida. Creio que há somente três áreas de pecado que se encaixam nesta categoria. Elas são:

. Herança.

. Pecados sexuais.

. Qualquer envolvimento com o ocultismo.

 

          Escrevi com detalhes sobre muitas das portas de entrada em meus dois primeiros livros. Não desejo repetir toda essa informação aqui, Em vez disso, vou relacionar resumidamente as portas de entrada mais comuns e descrever rapidamente aquelas sobre as quais não escrevi nos meus dois primeiros livros.

 

Herança

          Primeiro, herança. Demônios são herdados. Este fato é muito bem conhecido no mundo do ocultismo. É também conhecido dentro das religiões asiáticas. Queira reportar-se às páginas 172-173 de "Prepare-se para a Guerra", para uma discussão mais aprofundada desta porta de entrada.

 

Pecados Sexuais

          Demônios são passados de uma pessoa a outra através dos pecados sexuais. Esses pecados caem em oito categorias básicas:

. Ato sexual com o sexo oposto, fora do casamento.

. Ato sexual com pessoas do mesmo sexo.

. Incesto.

. Sexo com crianças.

. Sexo com animais.

. Sexo com demônios.

. Sadomasoquismo.

. Pornografia.

          Qualquer um desses pecados sexuais permitirá que demônios entrem na pessoa que o cometer. Abuso sexual é uma das portas de entrada mais comuns na infância. É sempre seguida por um ciclo de envolvimentos sexuais prematuros por parte da criança, com envolvimento crescente em pecados sexuais à medida em que cresce e amadurece. Isso acontece por causa dos demônios colocados na crianca numa tenra idade.

 

Qualquer Envolvimento Com o Ocultismo

          O ocultismo tem uma multidão de atividades através das quais as pessoas podem se envolver. Seriam necessárias muitas páginas para listá-las todas. Vou dividir o ocultismo em categorias e listar os problemas mais comuns.

As atividades ocultistas clássicas são mencionadas nas Escrituras como:

. Adivinhação.

. Astrologia (observar as estrelas).

. Magia, feitiçaria e bruxaria (formas de feitiçaria).

. Consultar-se com espíritos familiares (invocar os espíritos dos mor­tos ou realizar sessões espíritas são as formas mais comuns).

Adivinhação

Adivinhação é a arte de procurar prever ou predizer eventos futuros ou descobrir conhecimento oculto (Dicionário Webster).

          A maioria dos cristãos compreende que a adivinhação inclui prever o futuro, mas é na segunda metade da definição que faz com que as pessoas tenham problemas. Aqui está uma lista de formas comuns de adivinhação:

. Leitura de mãos.

. Bola de cristal.

. Bacia d'água.

. Pêndulo.

. Vareta mágica.

. Cartas de tarô ou qualquer outra forma de leitura de cartas.

. Leitura de folhas de chá.

. Numerologia.

. Estudo de vísceras de animais (como na religião do candomblé).

 

          Entretanto, há ainda formas modernas de adivinhação que são apre­sentadas como sendo científicas. Satanás toma vários procedimentos que dão uma pequena quantidade de conhecimento válido e então os amplia para dar grandes quantidades de conhecimento. É onde entra a adivinhação. Eis aqui uma lista delas:

 

Grafologia

          É a análise da escrita à mão. Alguns poucos fatos podem ser desco­bertos através da análise da escrita à mão, tais como se a pessoa é um homem ou mulher, ou se o texto é falsificado. Entretanto, quando eles começam a dizer coisas tais como: "você esteve envolvido num aci­dente doloroso aos 11 anos de idade, que faz com que você tenha dificuldade em relacionar-se com outras pessoas", esteja atento. Es­tão entrando na área da adivinhação. A maior parte das grandes em­presas está agora usando a grafologia com os candidatos a emprego. Infelizmente, muitas igrejas estão caindo nessa armadilha.

Iridologia

          A íris é a parte colorida do olho. Afirma-se que, simplesmente olhando a íris, pode-se diagnosticar qualquer doença do corpo.

 

Cinesiologia

          Por favor, note que há uma ciência chamada "Cinesiologia". A pala­vra vem do grego "cinesis", que significa movimento. Portanto, Ci­nesiologia é o estudo do movimento do ser humano. Lida com o estudo de quais músculos estão envolvidos nos vários movimentos do corpo. Não estou me referindo a esta ciência.

          Estou referindo-me a tipos alternativos de cinesiologia, tais como: cinesiologia aplicada e cine­siologia comportamental. Apesar de tais disciplinas oferecerem alguns esclarecimentos valiosos sobre as funções do nosso corpo, alguns pra­ticantes aventuram-se muito além do âmbito da ciência. Refiro-me a coisas tais como diagnosticar doenças por meio de testes musculares.

          Alguns praticantes afirmam ainda ser capazes de diagnosticar a doença à distância por substituição - testando a força muscular não do paciente, mas de alguém que simplesmente fica pensando no seu amigo doente, que mora a muitos quilômetros de distância.

          Você poderá observar que os livros relacionados a tipos alternativos de cinesiologia promovem o conceito de energia vital, de força vital, de pontos de pressão para a acupuntura, meridianos de acupuntura, etc.

 

Citotoxologia

          É o diagnóstico de qualquer doença a partir do suposto estudo de células do sangue. Muita informação pode ser legitimamente obtida estudando-se o sangue, mas é impossível diagnosticar todas as doen­ças estudando-se um tipo de célula sangüínea.

 

Reflexologia

          É o diagnóstico de doenças através dos reflexos.

 

Hipnotismo

          O hipnotismo é basicamente um transe demoníaco. Está em violação direta à Palavra de Deus. Somos conclamados a levar cativo todo pensamento (2 Coríntios 10:3-5), e a estar sóbrios e vigilantes (1 Pedro 5:8). Devemos estar sempre alertas. Deus nos considera diretamente responsáveis por nós mesmos e por nossa mente.

          O hipnotismo requer submissão da pessoa que está sendo hipnotizada. Demônios são sempre colocados numa pessoa através do hipnotismo. Quem usa essa técnica também tem demônios. O povo de Deus tem que ficar longe dessa armadilha

 

Acupuntura

          A acupuntura é originária da Ásia. É parte integral da religião asiáti­ca. As agulhas supostamente tocam no "chi" ou espírito. A acupuntura oferece uma cura demoníaca.

 

Acupressão

          A acupressão opera segundo o mesmo princípio da acupuntura.

 

Análise de Cores

          Não me refiro aqui à moda. Estou falando sobre o tipo de análise onde se diz que determinadas cores afetam o seu nível de energia, etc.

 

Análise do Cabelo

          É o diagnóstico de doenças analisando-se o cabelo. O cabelo tem proteínas muito similares às das unhas. Além da deficiência protéica, outras doenças não podem ser diagnosticadas pelo cabelo.

          Para uma discussão detalhada dessas técnicas, recomendo o livro Healing At Any Price ? The Hidden Dangers of Alternative Medicine [Cura a Qualquer Preço? Os Perigos Ocultos da Medicina Alternati­va], de Samuel Pfeifer, M.D., Word Publishing, © 1988.

 

Jogos e Brinquedos Ocultistas

          Jogos e brinquedos ocultistas saturaram as lojas. Jogos tais como Dungeons and Dragons (Calabouços e Dragões) são um curso de iniciação em feitiçaria, todos os jogos de RPG, em que a pessoa assume um papel, envolvem uma intensa visualização, que coloca rapidamente os jogadores em contato com o mundo espiritual.

          Os pais devem ser extremamente cuidadosos acerca dos brinquedos que compram para seus filhos. Os diversos brinquedos de monstros são na verdade réplicas de demônios, conforme estes se apresentam no mundo espiritual. As crianças passam naturalmente por um estágio de desenvolvimento em que utilizam muita imaginação e visualização. É um passo fácil para os demônios que se parecem com os brinquedos fazer contato com as crianças que brincam com eles.

          Quase todos os desenhos animados infantis contêm ensinos ocultistas. Há também em grande escala um movimento nas escolas públicas para treinar as crianças para se tornarem médiuns espiritualistas nos níveis mais básicos. Se você ainda não leu, recomendo enfaticamente que você adquira e leia "Like Lambs to the Slaughter" (Como Ovelhas para o Matadouro), de Johanna Michaelson. Este livro é uma excelen­te exposição do ocultismo que está sendo ensinado nas escolas. Todo pai que tem filhos na escola deveria ler este livro.

 

Artes Marciais

          É um fato bem conhecido no mundo ocultista que espíritos de demônios são o poder que é usado nas artes marciais. Entretanto, há muita confusão envolvendo a autodefesa. Como uma boa regra geral, se você atingir um ponto onde pode fazer coisas, sem ferir-se, que normalmente causariam danos à carne e aos ossos, então você está usando poder demoníaco.

 

Sessões Espíritas

          Sessão espírita é um encontro espiritualista para receber comunica­ções espirituais (Dicionário Webster).

          Há muitas formas de sessões espíritas, além das antigas sessões em torno de uma mesa em um quarto escuro. Lembre-se, uma sessão espírita é qualquer coisa que invoque um espírito para dele receber comunicação. Aqui estão algumas outras formas de sessões espíritas:

  • Tabuleiro de Ouija
  • “Blood Mary"

          É um jogo jogado pelas crianças em que um demônio aparece a elas num espelho.

  • Meditação

          É falar com um conselheiro ou espírito-guia, como no Método Silva de Controle da Mente, e em muitas outras técnicas.

  • Catolicismo Romano

          Na invocação dos "santos" e de Maria em busca de auxílio.

 

Outras Portas de Entrada Ocultistas

  • Ioga
  • Meditação Oriental
  • Visualização e Imaginação Dirigida
  • Música Rock
  • Uso de Cristais
  • Percepção Extra-sensorial
  • Projeção Astral
  • Pactos de Sangue

    Nos pactos de qualquer tipo, inclusive tornar-se "irmãos de sangue".

  • Sacrifícios - Qualquer tipo de sacrifícios.
  • Ídolos - De qualquer tipo.
  • Mantras - De qualquer tipo.

 

          A lista é quase interminável. Recomendo ao leitor o capítulo entitulado "Portas de Entrada" em "Prepare-se para a Guerra". Neste livro discuti minuciosamente essas portas de entrada, e assim não vou repetir aqui.

 

Capítulo 12

Libertação

 

          Este livro foi escrito para todos os filhos de Deus que têm fome e sede de um relacionamento pessoal, íntimo com ele. É para aqueles que anseiam "escutar" a sua voz no mais íntimo do seu ser, e que não se contentarão com nada menos do que a experiência da sua presença e da sua glória. É para aqueles que valorizam um relacionamento assim com o nosso maravilhoso Criador, o suficiente para estarem dispostos a pagar em sua própria vida o preço para obtê-lo - a dor de diaria­mente carregar a cruz. Este livro é para aqueles que estão dispostos a buscar a santidade em obediência ao nosso amado Senhor, Jesus.

          "Tendo, pois, ó amados, tais promessas, purifiquemo-nos de toda impureza, tanto da carne, como do espírito, aperfeiçoando a nossa santidade no temor de Deus?"  (2 Coríntios 7:1)

 

          Há uma necessidade desesperada de que o povo de Deus desperte e traga a santidade à sua vida! Os cristãos professos do mundo oci-dental hoje em dia se acomodaram a um evangelho que cede aos pre­ceitos deste mundo. Doutrinas de prosperidade e de satisfação dos desejos carnais estão em primeiro plano nas igrejas. Ninguém quer pagar o preço de viver uma vida realmente separada e santa.

          A conseqüente pobreza na relação pessoal do cristão comum com o Senhor é espantosa. A pergunta mais comum que ouço de pastores ao telefone tem sido: "é realmente possível o Senhor comunicar-se comigo diretamente?" Como isso é trágico! Verdadeiramente, estamos vivendo numa época em que a igreja tem as características da igreja de Laodicéia:

          "Ao anjo da igreja em Laodicéia escreve: Estas cousas diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus: Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente. Quem dera fosses frio, ou quente! Assim, porque és morno e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca; pois dizes: Estou rico e abastado e não preciso de cousa alguma, e nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu. Acon­selho-te que de mim compres ouro refinado pelo fogo para te enriqueceres, vestiduras brancas para te vestires, a fim de que não seja manifesta a vergonha da tua nudez, e colírio para ungires os teus olhos, a fim de que vejas. Eu repreendo e disciplino a quantos amo. Sê, pois, zeloso, e arrepende-te." (Apocalipse 3:14-19)

 

          O brilho das "estrelas cristãs" da televisão e do "entretenimento cristão" tem cegado os olhos do povo de Deus para a sua terrível pobreza. Os êxtases emocionais induzidos por refrães repetitivos nos cânticos de louvor e por uma música emocional em muitos cultos abafam completamente aquela voz suave do Espírito Santo que chama ao arrependimento e à santidade.

          A. W. Tozer sintetizou muito bem isso tudo em seu livro The Pursuit of God:

          "Vidas superficiais, filosofias religiosas sem conteúdo, a pre­ponderância do elemento da diversão nos encontros evangelísticos, a glorificação de homens, a confiança em demons­trações externas de religiosidade, comunidades aparentemente religiosas, técnicas de vendedores, a confusão de se tomar erradamente uma personalidade dinâmica em lugar do poder do Espírito. Essas coisas, e outras semelhantes a essas, são os sintomas de uma doença maligna, de uma doença séria e profunda da alma." (The Pursuit of God [À Procura de Deus], por A.W.Tozer, Christian Publications, Inc., 1982, p. 69)

 

            Aqueles que aceitaram a graciosa oferta do nosso Salvador para limpar os pecados com o seu precioso sangue derramado na rude cruz do Calvário têm de colocar o pecado e a profanação fora de sua vida. Purifiquemo-nos para que possamos nos tornar vasos para honra (2 Timóteo 2:21). A escolha é nossa. Você vai se tornar um vaso para honra ou para desonra?

          Há um pequeno livro de Phillip Keller que descreve com grande beleza sua visita à casa de um ceramista no Paquistão. Ele observou um ceramista experiente fazendo um vaso:

              "Mais uma vez, a pedra começou a girar. Mas de forma igualmente súbita ela parou uma terceira vez. Os ombros do oleiro descaíram numa expressão de desconsolo. Um olhar de desânimo de dar pena formou-se em seus olhos cansados. Em desespero, ele apontou para um profundo arranhão que formava um corte feio no corpo do lindo uten­sílio. Estava arruinado além da possibilidade de reparo.

              Com um gesto de frustração e indiferença, ele amassou o barro sobre a roda. Sob suas mãos, o barro era novamente uma massa disforme de lama, amontoada como um monte escuro sobre a pedra.

              'Como o vaso, que o oleiro fazia de barro, se lhe estra­gou na mão...' (Jeremias 18:4)

              O que fará o oleiro agora? ... Então o oleiro virou-se em seu banquinho cambaleante para olhar para mim. Seus olhos estavam embaçados, tristes, como poços profundos, cheios de remorso. Ele falou suavemente, hesitante. 'Vou apenas fazer uma rude lavanda de camponês com este barro!" (In the Master's Hands [Nas Mãos do Senhor], por Phillip Kellerm Vine Books, 1987, pp. 28-31.)

              "Qualquer que profere o nome de Cristo aparte-se da iniqüidade. Ora, numa grande casa não somente há vasos de ouro e de prata, mas também de pau e de bar­ro; uns para honra, outros, porém, para desonra. De sorte que, se alguém se purificar destas coisas, será vaso para honra, Santificado e idôneo para uso do Senhor, e preparado para toda a boa obra. "(2 Timóteo 2:19-21— SBTB)

 

          A escolha é nossa. Resistiremos ao Senhor, tornando-nos assim um vaso para desonra? Se endurecermos o nosso coração e resistirmos ao Espírito Santo quando ele nos convencer de que precisamos purificar-nos, então seguramente acabaremos tornando-nos um vaso para desonra.

          É da purificação de nós mesmos que este capítulo fala. Temos de nos purificar. A responsabilidade é nossa. Repetitivamente, nas Escrituras, somos exortados a purificar-nos.

          "Tendo, pois, ó amados, tais promessas, purifiquemo-nos de toda impureza, tanto da carne como do espírito, aper­feiçoando a nossa santidade no temor de Deus." (2 Co­ríntios 7:1)

          "Assim, pois, amados meus, como sempre obedecestes, não só na minha presença, porém, muito mais agora, na minha ausência, desenvolvei a vossa salvação com temor e tre­mor." (Filipenses 2:12)

 

          Jesus pagou o preço por nossos pecados na cruz, mas é nossa res­ponsabilidade apossarmo-nos do poder e da autoridade que nos fo­ram concedidos no nome de Jesus, para purificarmos o nosso templo, ou seja, nós mesmos.

          "Não sabeis que sois santuário de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? Se alguém destruir o santuário de Deus, Deus o destruirá; porque o santuário de Deus, que sois vós, é sagrado." (1 Coríntios 3:16-17)

 

          Porque o Espírito Santo habita em nós, que fizemos de Jesus Cristo nosso Senhor, Mestre e Salvador, temos de ter o cuidado de conser­var-nos puros. Isso significa não somente que temos de parar de pe­car, mas também que temos que remover toda impureza e imundície deste nosso templo, isto é, temos que remover demônios.

          Quanto mais conhecemos a Deus, mais conscientes tornamo-nos da nossa condição pecaminosa! Minha oração é que o Espírito Santo mostre a cada um de nós algo acerca da tremenda grandeza do nosso Deus.

          "O temor do Senhor é o princípio do saber, mas os loucos desprezam a sabedoria e o ensino." (Provérbios 1:7)

 

          Somente quando alcançarmos uma reverente compreensão da grandeza e da total santidade do nosso Deus, vamos nos quebrantar e clamar:

          "Ai de mim! Estou perdido! Porque sou homem de lábios impuros, habito no meio dum povo de impuros lábios, e os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos!" (Isaías 6:5)

         

          Humilhemo-nos e quebrantemo-nos diante do Senhor e arrependamo-nos de nossos pecados! Tenhamos o cuidado de nos purificar para que nos tornemos vasos que o nosso Senhor possa utilizar. Oh, como eu quero ser uma serva útil para o meu Senhor! Tudo o que quero em meu coração é agradá-lo. Não poderei fazer isso se me descuidar em relação ao pecado e em relação ao que profana este meu templo (eu).

          Dediquei vários capítulos anteriores deste livro a áreas de pecado que trazem a profanação, ou a habitação de demônios, em nós. Se você esteve envolvido em qualquer uma dessas áreas, então você precisa purificar-se. O cristão comum pode limpar-se a si mesmo por meio do poder e da autoridade que lhe foram dados pelo Senhor Jesus Cristo.

          Estou escrevendo este capítulo para que os cristãos façam isso.

          A menos que você tenha se envolvido profundamente no ocultismo, você não precisa de ninguém mais para ajudá-lo a purificar-se. Se você tem alguém que pode orar com você, isso será de ajuda, mas o que você tem que fazer é colocar-se prostrado diante de Deus e acertar-se diretamente com ele. Jesus é o nosso mediador. Não precisamos de nenhum outro. Eu o conclamo a purificar-se agora! Não adie mais. O tempo é curto. Estou convencida de que o retorno de nosso Senhor está próximo.

          Você vai "purificar seu vaso", em obediência ao mandamento do nosso Senhor? Ou vai continuar em rebelião e viver uma vida de con­forto e facilidades, e tornar-se um "vaso para desonra"?

          A escolha é sua.

 

          "Estes sinais hão de acompanhar aqueles que crêem: em meu nome, expelirão demônios...'" (Marcos 16:17)

          "Eis aí vos dei autoridade para pisardes serpentes e es­corpiões e sobre todo o poder do inimigo, e nada abso­lutamente vos causará dano." (Lucas 10:19)

 

          Jesus dá a seus servos autoridade sobre os demônios em seu nome, Infelizmente, a libertação adquiriu péssima fama nas igrejas cristãs por causa de práticas antibíblicas que muitos usam na libertação.

          Todos nós passamos por um processo de aprendizado. Lamento não ter feito uma afirmação suficientemente clara em meu primeiro livro, "Ele Veio Libertar os Cativos", de que a luta que eu tive com os demônios em Elaine foi porque eu era ignorante sobre como lidar com libertação. O Senhor ordenou-me que escrevesse os meus erros, assim como os meus acertos. Quero enfatizar que agora eu não falo com demônios nem permito mais as manifestações físicas de demônios que permitia nos dias iniciais do meu ministério. Se eu soubesse naquela época o que hoje sei, não teria levado tanto tempo para libertar Elaine.

          Logo que comecei a exercer a medicina, passei a ver diariamente pessoas abandonando o Satanismo. Obviamente, eu não podia gastar muitas e muitas horas com cada um em sua libertação. Rapidamente busquei uma resposta do Senhor. Minha oração foi mais ou menos assim:

          "Senhor, por que é que quando Jesus ordenava a um demônio que saísse ele imediatamente saía, e eu gasto uma hora argumentando e lutando para fazer com que apenas um demônio saia?"

          A resposta do Senhor foi curta e direta:

          "Exatamente por isso!"

          Dá para entender? O fato de que eu estava falando e discutindo com demônios era o problema. Não somente o problema era esse, como também isso era pecado. Por quê?

          Primeiro, porque eu estava permitindo que a pessoa sendo liberta ca­ísse no pecado de tornar-se um "médium". O que é um médium? Um médium é aquele que permite que espíritos falem através de si, como define qualquer dicionário. Deus proíbe isso estritamente! (Deuteronômio 18:10-12). Por muitas vezes, obreiros de libertação pedem à pessoa sendo liberta que apenas relaxe e deixe os demônios falarem através dela. Eles estão pedindo diretamente à pessoa para que peque!

          Em segundo lugar, as Escrituras proíbem rigorosamente a prática de buscar contato com "espíritos familiares" (ver Deuteronômio 18:10-12). O que significa consultar um espírito familiar? Significa falar com um demônio para obter alguma informação através dele. As bruxas têm demônios especiais, que elas usam o tempo todo para obter infor­mações. Quando o obreiro de libertação confia em obter informações dos próprios demônios sobre quem eles são e como entraram, etc, o próprio obreiro está caindo no pecado de ter um espírito familiar, ou consultar-se com um espírito demoníaco!

          Por último, nós, cristãos, somos templos do Espírito Santo.

          "Que harmonia há entre Cristo e Belial?" (2 Coríntios 6:15-IBB)

 

          O Espírito Santo de Jesus Cristo não tem nenhum acordo, relaciona­mento ou trato com Belial ou com qualquer espírito demoníaco. Por­tanto, qualquer cristão que permite que um demônio se apodere e con­trole o seu corpo de qualquer forma está pecando! O livro de Tiago, especialmente os capítulos 3 e 4, ensina-nos que somos responsáveis por controlar o nosso corpo.

          "Porque todos tropeçamos em muitas cousas. Se alguém não tropeça no falar, é perfeito varão, capaz de refrear [controlar] também todo o seu corpo." (Tiago 3:2)

 

          Tiago 4:8 nos diz para purificarmos as nossas mãos e o nosso cora­ção. Há muitos trechos bíblicos que fazem referência à nossa respon­sabilidade de controlar o nosso corpo.

          O principal impedimento para a libertação é o pecado! Não deve­mos absolutamente pecar, obtendo informações de demônios, nem devemos permitir que a pessoa com quem estamos lidando peque, tornando-se um médium ou um canal pelo qual os demônios possam falar. Essas práticas são condenadas pela Palavra de Deus.

          O Senhor então me mostrou que a libertação deve ser um passo de fé. Toda a nossa caminhada cristã é baseada na fé. Tudo que recebe­mos do Senhor, recebemos por fé. A libertação não é diferente.

          Como a fé opera na libertação? É assim:

          Fé é a aceitação absoluta, como fato consumado, de que Deus sem­pre cumpre sua palavra. Portanto, a libertação é baseada na Palavra de Deus. É aceitar como sendo um fato real que, quando obedecemos aos mandamentos de Deus, ele sempre cumpre as suas promessas. A libertação é baseada nas seguintes passagens bíblicas:

          "Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça." (1 João 1:9)

          "Eis aí vos dei autoridade para pisardes serpentes e escorpiões e sobre todo o poder do inimigo, e nada absolutamente vos causará dano." (Lucas 10:19)

 

          Se nos arrependermos e confessarmos os nossos pecados, Deus nos purificará. É simples assim. A única condição para a libertação é o verdadeiro arrependimento.

          Arrependimento é:

  • Abandonar o pecado e dedicar-se a corrigir a sua vida.
  • Sentir dor, pesar ou contrição (Dicionário Webster).

 

          Não se pode libertar alguém que continua com pecados presentes em sua vida, ou que não quer ser liberto.

          Há quatro passos bem simples, na libertação:

 

Passo 1: Identifique as portas de entrada ou pecados que profanam o templo.

Passo 2: Arrependa-se e confesse esses pecados, pedindo a Deus perdão e purificação.

Passo 3: Ordene aos demônios que entraram por meio desses peca­dos que saiam de você para sempre.

Passo 4: Deixe de pecar! Sature a sua vida com a Palavra de Deus.

 

Quando a libertação é feita como um passo de fé, a manifesta­ção demoníaca não será permitida.

          Este foi um ponto chave muito importante para ajudar-me a entender como o Senhor quer que a libertação seja realizada. Não era de sur­preender que eu tivesse tantas dificuldades ao tentar expulsar os demônios de alguém. Quando eu permitia que os demônios falassem através da pessoa, eu estava, na realidade, pedindo que a pessoa pe­casse, e estava pecando também! É muito difícil fazer um demônio sair de alguém quando a pessoa está engajada ativamente num pecado.

          Uma vez que entendi isso e comecei a lidar com a libertação como um passo em fé, não houve mais lutas com demônios! A libertação tomou-se muito simples. Nós, seres humanos, tomamos as coisas muito complicadas. Deus faz tudo simples. A libertação, então, é assim:

  • Arrependa-se do pecado que permitiu que os demônios entrassem.
  • Ordene aos demônios que entraram por meio desse pecado que saiam.
  • Aceite pela fé que Deus sempre cumpre a sua palavra. Se uma pes­soa realmente se arrepender do seu pecado, Deus a purificará, e os de­mônios terão que sair. Uma vez que tenha ocorrido a confissão dos pecados e os demônios tenham sido comandados a sair, a pessoa aceita pela fé que eles foram embora.

          Agora, examinemos cada um destes quatro passos da libertação, um a um.

 

Passo 1: Identifique as portas de entrada ou pecados que profanam o templo.

          Como afirmei no capítulo 11, eu não creio que os demônios possam entrar em uma pessoa por meio de qualquer pecado. Eu acredito que os pecados que denomino "de profanação do templo" caem numa destas três categorias:

  • Herança.
  • Qualquer envolvimento com o ocultismo.
  • Pecados sexuais.

          Escrevi nos capítulos anteriores sobre muitos pecados específicos destas três áreas.

          O primeiro passo é sentar-se com uma caneta e papel nas mãos e cuidadosamente examinar a sua vida, do nascimento até o momento presente.   

          Peça ao Espírito Santo para trazer à sua memória quaisquer pecados de que você possa ter se esquecido. Faça uma lista desses pecados no papel. Tenho observado que é útil fazer essa lista de pecados em ordem cronológica - isso é, comece no nas­cimento, e liste-os à medida em que os cometeu, ao longo dos anos, até chegar ao momento presente.

          Se você estiver aconselhando alguém, peça-lhe para falar sobre sua vida, desde suas primeiras lembranças. Atente aos pecados que caem nessas três áreas. Não caia na armadilha de confundir sintomas com portas de entrada.

          As pessoas que chegam até o obreiro de libertação normalmente se queixam de depressão, ira, gênio violento, etc. Estes são apenas sinto­mas. A verdadeira causa é o pecado que abriu a brecha para os demônios. Todos os demônios causam depressão, ira, rebelião, ódio, etc. Procure sempre a raiz do problema.

          Em seguida, seja metódico. Para mim, uma das razões mais comuns para uma libertação incompleta é que as pessoas não foram metódi­cas. È por isso que tudo deve ser escrito numa folha de papel. Se você não escrever, os demônios poderão confundir a sua mente e fazer com que você se esqueça.

          Não é necessário que o obreiro de libertação peça à pessoa que dê os detalhes, especialmente na área de pecados sexuais. Se você fizer isso, estará abrindo uma porta para toda espécie de tentações por meio da lascívia. Por exemplo, há oito áreas no pecado sexual. Eu simplesmente pergunto à pessoa se ela esteve envolvida em uma ou mais dessas áreas. Se sim, então eu lhe peço que escreva o nome das pessoas com quem esteve envolvida, para que possa confessar cada contato sexual individualmente. Mas eu não lhe peço nenhum detalhe. Aqui estão as oito categorias de pecados sexuais:

  • Ato sexual com o sexo oposto, fora do casamento.
  • Ato sexual com alguém do mesmo sexo.
  • Incesto.
  • Sexo com crianças.
  • Sexo com animais.
  • Sexo com demônios.
  • Sadomasoquismo.
  • Pornografia.

 

          Quando você ajuda alguém a fazer uma lista das portas de entrada na vida dessa pessoa, é importante tentar entender quanta passividade há nela. Pessoas que foram envolvidas no ocultismo, e especialmente com problemas de depressão e suicídio, geralmente têm a mente muito passiva e preguiçosa. Os que se envolveram com o ocultismo torna­ram-se acostumadas a esvaziar a mente, cedendo assim o controle de sua mente e de todo o seu corpo aos demônios. Essas pessoas devem ser cuidadosamente ensinadas a reconquistar o controle da mente an­tes que uma libertação possa ter sucesso, e também para que estejam capacitadas a manter os demônios fora, depois da libertação.

          Tenho também observado que é muito útil interrogar a pessoa para ver quanto controle os demônios têm sobre ela. Ao longo dos anos, o Senhor constantemente me tem mostrado que, quanto menos passiva uma pessoa for em sua libertação, mais chance tem de se ver livre dos demônios após a libertação.

          Também é útil descobrir quanto controle a pessoa tem exercido so­bre o seu espírito, e/ou quanto controle uma outra pessoa conseguiu exercer controle sobre o espírito dela.

          Você deve fazer duas listas de pecados. Uma lista é para os pecados que permitiram que demônios entrassem na pessoa (pecados de pro­fanação do templo), e outra lista com os pecados que não são portas de entrada para demônios, mas que ainda assim são pecados que ne­cessitam ser confessados.  

          Veja o Apêndice B, que poderá ajudá-lo a fazer a segunda lista.

          O obreiro de libertação deve estar sempre em oração. Se o Espírito Santo não lhe dá paz de que a pessoa a quem você está ajudando foi completamente honesta com você na elaboração da lista de portas de entrada, não prossiga além desse ponto.

          Estou sempre me surpreen­dendo pelo modo como as pessoas mentem. Vez após vez, já me acon­teceu de a pessoa olhar para mim com um ar tão inocente e me dizer que me contou tudo acerca das suas portas de entrada, quando deli­beradamente ocultou áreas importantes de pecado! Não tenha receio de esperar. Nunca inicie uma libertação a menos que o Senhor lhe diga especificamente para fazer isso.

 

Passo 2: Arrependa-se e confesse esses pecados, pedindo a Deus perdão e purificação.

          Infelizmente acontece de se pregar tão pouco sobre o arrependi­mento nestes dias. Raramente os cristãos param para fazer uma lista de todos os pecados de que se lembram terem cometido, e daí con­fessarem esses pecados a Deus, um a um. Tenho observado que as pessoas que fazem isso na ocasião de sua salvação inicial têm pouca dificuldade em crer que são salvas. Muitos cristãos lutam com a certe­za da salvação. Se os cristãos fossem mais diligentes em confessar seus pecados, creio que poucos estariam travando essa luta.

          Ao confessar seus pecados, a pessoa deve mencionar todo pecado que puder perceber em sua vida. Mas só precisará ordenar que os demônios saiam quando estiver confessando aqueles pecados que permitiram que demônios entrassem nela (veja Apêndice A).

          Creio que fazer uma lista específica de pecados e fazer uma confissão, tal como estou apresentando, é uma forma de cumprir Tiago 5:16:

          " Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros, e orai uns pelos outros, para serdes curados. Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo." (Tiago 5:16)

          Os pecados são cometidos um a um. Eles devem ser confessados um a um, na medida do possível. Quando uma pessoa se arrepende de seus pecados e pede ao Senhor que a perdoe e a purifique, ela remove toda a base legal à qual os demônios poderiam apegar-se. É por isso que a libertação feita desta forma é muito mais rápida e fácil.

          Levei dez horas para libertar Elaine completamente. Desde que o Senhor me ensinou esta abordagem na libertação, agora leva apenas duas horas para ajudar a alcançar a libertação de alguém que esteja tão profunda­mente infestado por demônios quanto esteve Elaine.

          Se você sente que a pessoa não está realmente arrependida de seus pecados, então não vá adiante. Espere que o Espírito Santo traga con­vicção à vida da pessoa. Isso pode levar dias, semanas, meses ou anos. Repito: você tem que estar bastante sensível à direção do Espí­rito Santo em cada caso.

 

Passo 3: Ordene aos demônios que entraram por meio desses peca­dos ("de profanação do templo") que saiam de você para sempre.

          Muitas pessoas perguntam por que elas mesmas devem ordenar aos demônios que saiam, quando foi Jesus que claramente ordenou aos demônios que saíssem das pessoas. E porque nós dispomos do Espí­rito Santo agora. O Espírito Santo não estava disponível àquelas pes­soas durante o tempo em que Jesus andou e ensinou neste mundo. Depois que Jesus subiu para o Pai, deixando esta terra, nós entramos em uma dispensação inteiramente nova.

          As Escrituras agora exortam a nós, cristãos, que nos purifiquemos e desenvolvamos a nossa salvação (ver Filipenses 2:12). Nós temos uma responsabilidade, agora, que aquelas pessoas não tiveram nos dias anteriores ao Espírito Santo ter sido dado.

          Tenho descoberto ainda que, quando a pessoa estabelece autorida­de sobre os demônios que habitam em si, os demônios terão que ir embora. Isso é particularmente verdadeiro para aqueles que estiveram envolvidos no ocultismo. As pessoas no ocultismo estão acostumadas a obedecer os demônios e deixá-los fazer o que bem desejam.

           É um grande passo para elas perceber que, quando passam a servir a Jesus Cristo, agora têm mais poder em Jesus do que os demônios. É abso­lutamente necessário que, em nome de Jesus, a pessoa exerça autori­dade sobre os demônios que nela estão. Se não o fizer, não será capaz de manter os demônios fora, após a libertação.

          Não é necessário saber o nome de cada um dos demônios. Não é necessário ordenar aos demônios que saiam um por um. Ordene aos demônios que saiam, por área de pecado que os permitiu entrar. A única ocasião em que você deve lidar com nomes de demônios específicos é com pessoas envolvidas no ocultismo que trabalharam com espíritos familiares. Estes devem ser repreendidos individualmente, ordenando-lhes que saiam, citando seus nomes. Mas neste caso a pes­soa sabe os nomes desses demônios. Se ela lhe disser que não sabe, estará mentindo.

          Nunca é necessário permitir que um demônio se manifeste ou fale através da pessoa. Quanto mais a pessoa sendo liberta controlar os demônios que nela habitam, mais rápida e fácil será a libertação.

          A pergunta mais comum é:

 

          - Se os demônios não se manifestarem, como sabemos que eles saíram?

          A resposta é simples:

          - Porque o Espírito Santo diz a você.

 

          Lembre-se, os demônios são espíritos, e, como tais, nós não pode­mos vê-los. Se você estiver dependendo de manifestações físicas para poder saber que os demônios foram embora, você será enganado porque os demônios podem facilmente falsificar sintomas físicos de que foram embora. Somente o Espírito Santo pode ver os demônios. Você deve depender da direção dele.

          Além disso, se a pessoa tiver realmente se arrependido e confessado os seus pecados, os demônios terão que ir embora. Assim, você aceita por fé que eles foram embora porque Deus sempre cumpre a sua Palavra.

         

Passo 4: Deixe de pecar! Sature a sua vida com a Palavra de Deus. Eis aqui um ponto muito importante nisso tudo, que muitas pessoas não percebem. Este é o passo 4 na libertação: deixe de pecar!

          Você tem de ser um verdadeiro crente em Jesus Cristo para ter autoridade sobre os demônios. Mas você não pode ser crente sem ser também obediente.

          "Se me amais, guardareis os meus mandamentos.... Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama; e aquele que me ama, será amado por meu Pai, e eu também o amarei e me manifestarei a ele!' (João 14:15,21)

          "Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus." (Mateus 7:21)

          Nada substitui a obediência. Se você pensa que crê em Jesus e que o está servindo, mas não está obedecendo aos seus mandamentos, conforme dados na Bíblia, você está mentindo para si mesmo. Você não é crente, a menos que seja obediente.

          "Sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós." (Tiago 4:7)

          Infelizmente, em geral apenas a segunda parte deste versículo é cita­da. Não dá para enfatizar suficientemente a real necessidade da pri­meira parte. Se não estivermos sendo submissos ao Senhor, e obede­cendo aos seus mandamentos, não poderemos esperar ter qualquer poder sobre os demônios. Não é raro eu parar de aconselhar alguém por não estar disposta a deixar um pecado presente em sua vida.

          É simplesmente uma perda de tempo tentar libertar alguém que esteja vivendo em pecado. Muitas vezes eu simplesmente oro e peço ao Espí­rito Santo que convença a pessoa de seus pecados. E também peço ao Senhor que opere em sua vida da maneira que seja necessária para fazer com que ela venha a se dispor a abandonar os seus pecados. Muitas vezes as pessoas buscam libertação somente para obter alívio de seus problemas, e não por quererem servir ao Senhor e viver uma vida agradável a ele.

 

Problemas Posteriores à Libertação

          Descobri que em geral há cinco áreas de problemas que as pessoas enfrentam após a libertação:

  • Medo de que os demônios tenham voltado.
  • Exigências de recompensas emocionais.
  • Mente passiva.
  • Indisposição de suportar o assédio demoníaco que faz parte do perí­odo de colheita.
  • Disciplina da "carne" ou da natureza pecaminosa.

 

Medo de Que os Demônios Tenham Voltado

          Este é o problema mais comum. As pessoas ficam continuamente com receio de que os demônios tenham voltado para elas de novo. Há somente duas formas de os demônios entrarem novamente em alguém, após sua libertação:

  • Se a pessoa cometer um pecado de "profanação do templo".
  • Se a pessoa pedir diretamente aos demônios que voltem a entrar nela.

          Lembre-se, os demônios podem causar, do lado de fora, os mesmos sintomas físicos que causariam do lado de dentro. Sintomas físicos, ou pensamentos, não são provas de que os demônios tenham entrado na pessoa. A pessoa deve permanecer firme em fé, com a certeza de que eles foram embora.

          Se a pessoa cometer um pecado de profanação do templo, abriu do assim uma porta de entrada, todos os demônios retornarão, e muitos mais virão com eles. Os que estiveram no ocultismo são particular mente tentados a fazer "só mais um encantamento" para darem um jeito nas coisas, a seu modo. Se agirem assim, eles simplesmente terão pedido aos demônios para que entrem novamente neles.

          Lembre-se, também, que as Escrituras dizem que a rebelião é o mesmo que o pecado da feitiçaria. Você não pode rebelar-se contra os mandamentos  do Senhor. Se você persistir em andar em desobediência e rebelião, você será incapaz de impedir que os demônios retornem.

          Freqüentemente ouço pessoas me dizerem que não se sentem nem um pouco "diferentes" após a libertação. Sem problemas. Não há sen­timento na fé. Os frutos de sua vida vão mostrar que elas estão limpas. Você não pode confiar em sentimentos quando estiver lidando com o mundo espiritual.

 

Exigências de Recompensas Emocionais

          Oh, como nós, seres humanos, gostamos de recompensas emocionais! As pessoas sempre querem sentir algo. Elas querem sentir os demônios indo embora. Elas querem sentir o amor de Deus. Elas querem sentir-se bem.

          Esse nosso caminhar é por fé. Não há sentimentos na fé. Uma das primeiras coisas que o Senhor faz é nos afastar das recompensas emo­cionais. Você obedece, independentemente de como se sinta. Você vai também agir, não importando como se sinta.

          Os demônios têm o maior prazer em nos dar êxtases emocionais para nos escravizar a eles. As pessoas, após a libertação, não devem buscar êxtases emocionais pensando que são "experiências espirituais".

          Uma das queixas mais comuns que recebo das pessoas é que elas não acham que estão livres dos demônios porque não sentem vontade de ler a Bíblia ou de orar. A nossa natureza pecaminosa nos impedirá de "sentir vontade" de fazer as coisas que Deus espera de nós. Nós não podemos usar isso como uma indicação de que os demônios este­jam dentro ou fora de nós.

          As pessoas que tiveram demônios habitando em si por longos perío­dos de tempo tornam-se muito viciadas nas recompensas emocionais que os demônios lhes dão. É uma questão de autodisciplina começar a andar em obediência e fé ao nosso Senhor, sem os êxtases emocionais que desejamos.

 

Mente Passiva

          Esta é uma área de grande dificuldade. A mente é como um músculo. Se você não a usa por um certo período de tempo, ela se torna fraca e flácida. É doloroso reconstruir um músculo que não foi utilizado. É uma centena de vezes mais doloroso e difícil voltar a usar uma mente passiva.

          Quem se acostumou a esvaziar a mente, tenderá a fazer isso após a libertação. Cada vez que alguém permite que a sua mente se esvazie, abre diretamente uma porta de entrada para que demônios voltem para dentro de si. Ao se perceber que se permitiu que a mente tenha ficado vazia, deve-se imediatamente confessar esse pecado e ordenar então a todos os demônios que entraram, enquanto a mente esteve vazia, que saiam imediatamente.

          Tenho visto que a melhor forma de restaurar uma mente passiva é através da memorização intensa das Escrituras, e do uso das antigas tabuadas de aritmética. Uma das razões por que a maioria das pessoas odeia a matemática é devido à disciplina mental necessária para memorizar as tabelas de soma, subtração, multiplicação e divisão.

          É por isso que as companhias que fabricam calculadoras ganham tanto dinheiro! É porque as pessoas são basicamente preguiçosas. Com freqüência faço com que as pessoas que estiveram envolvidas com formas orientais de meditação ocultista exercitem-se com tabelas ma­temáticas, além da memorização das Escrituras. Isso é muito útil para vencer uma mente passiva.

 

Indisposição de Suportar o Assédio Demoníaco Que Faz Parte do Período de Colheita

          Jesus nos disse em uma parábola que, quando um demônio é expulso, ele traz outros sete, mais fortes do que ele, e volta, querendo entrar novamente (Lucas 11:24-26).

          Sempre digo às pessoas que a batalha para manter-se limpo após a libertação é sempre sete vezes pior do que foi a batalha para ser liberto.

          Muitas pessoas simplesmente não estão dispostas a passar por ne­nhum desconforto. Elas exigem que seus problemas sejam resolvidos, de forma que não tenham absolutamente nenhuma dificuldade. Isso simplesmente não é possível.

          Gálatas 6:7-8 nos diz que colheremos o que semearmos. Se tiver­mos semeado em pecado, permitindo que demônios entrassem em nós, parte do que vamos colher será o tormento demoníaco que ocor­re quando os demônios tentarem voltar, após a libertação.

          Sintomas físicos são comuns. Lembre-se, os demônios podem cau­sar, do lado de fora, os mesmos sintomas físicos que causariam do lado de dentro.

          Uma das formas comuns de tormento demoníaco após a libertação é um zumbido nos ouvidos. As pessoas não estão dispostas a passar por isso, preferindo dizer que não foram libertas. Recusam-se a acei­tar o processo de colheita e a lutar com os demônios. Cansam-se se tiverem que repreender os demônios ou pensamentos demoníacos mais do que duas ou três vezes. Na batalha para permanecerem limpas após a libertação, terão que repreender os demônios milhares de vezes! Terão que permanecer consistentes e firmes no Senhor.

          Os demônios nunca se cansam com a repetição. As pessoas cansam-se muito rapidamente. No caso de pensamentos demoníacos, repreen­da os demônios uma ou duas vezes, e então force a sua mente a voltar-se para as Escrituras, e ignore os demônios. A coisa mais comum que os demônios farão é lançar pensamentos na mente da pessoa, dizendo-lhe que ela não está liberta, que os demônios estão nela de novo. A pessoa tem que permanecer firme, na fé de que isso não ocorreu!

          No caso de tormento físico, repreenda os demônios, e então perma­neça firme...

          "Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis." (Efésios 6:13)

 

Disciplina da "Carne" ou da Natureza Pecaminosa

          Aqueles que permitiram que demônios habitassem em si disciplinam a sua natureza pecaminosa raramente. Isso ocorre especialmente com quem esteve envolvido no ocultismo.

          Veja o capítulo 10 deste livro para uma discussão da natureza peca­minosa. É imperativo colocar o pecado fora de sua vida após a liber­tação. Ninguém permanecerá limpo se não fizer isso.

 

Casos Reais de Libertação 

          Vou dar uma série de exemplos para ajudar a demonstrar como de­tectar portas de entrada. Todas estas histórias são casos reais, mas modifiquei os nomes das pessoas para protegê-las.

          Abordarei posteriormente a libertação de pessoas anteriormente envolvidas no Satanismo, como um assunto separado.

 

Caso Número 1: Susan

          Susan (não é este o seu nome real), de 33 anos de idade, não sabia nada sobre o seu pai porque, quando ela nasceu, ele deixou a sua mãe. Porém havia uma longa linhagem de pessoas com doenças mentais na família de sua mãe e muitos dos parentes de sua mãe tinham um pro­fundo envolvimento na Maçonaria e na Ordem dos Templários.

          (Portas de entrada: herança, maçons, templários, do­enças mentais.)

 

          Susan foi educada como católica não praticante. Ela raramente ia à igreja, mas foi batizada na igreja, foi crismada e recebia a comunhão ocasionalmente.

          (Portas de entrada: Catolicismo Romano, batismo, crisma, comunhão.)

 

           Quando Susan tinha três anos de idade, sua mãe casou-se novamen­te. Seu padrasto começou a abusar dela quando ela estava com qua­tro. Ele a forçou a ter relações sexuais e a praticar a bestialidade.

          (Portas de entrada: incesto, bestialidade.)

 

          Como é comum com crianças que sofreram abusos sexuais, Susan envolveu-se com múltiplos contatos sexuais em seus primeiros anos da adolescência.

          (Portas de entrada: múltiplos parceiros sexuais.)

 

          Susan, com toda a habilidade que tinha, rapidamente aprendeu a ler cartas de tarô, a jogar com o tabuleiro de ouija, e tornou-se médium espírita. Ela também participou de hipnose, de vodu, e, finalmente, da projeção astral.

          (Portas de entrada: feitiçaria - cartas de taro, tabulei­ro de ouija, hipnose, vodu, projeção astral.)

 

          Entretanto, aos dezesseis anos, ela teve uma horrível experiência ao fazer projeção astral. Por causa do que passou, ela decidiu abandonar a bruxaria formal. Mas, procurando uma atividade substituta, ela bateu em todas as portas erradas.

          Susan deixou o seu lar de criação e envolveu-se com a Meditação Trans­cendental, com drogas e com álcool. Ao freqüentar diferentes bares, sentiu-se atraída pelos bares de gays e começou a ter um estilo de vida lésbico.

          (Portas de entrada: Meditação Transcendental, dro­gas, álcool, lesbianismo.)

 

          Susan era uma estudante inteligente e continuou seus estudos. Gra­duou-se em psicologia e sociologia e tornou-se conselheira de um pro­grama governamental. Entretanto, os demônios de perversão sexual parecem ter um gêmeo que anda de mãos dadas com eles. É o demônio da violência. Susan descobriu que estava cada vez mais violenta. Ela teve muitas brigas com suas várias parceiras sexuais, pois o ciúme doentio é comum em todas as relações lésbicas e homossexuais.

          (Portas de entrada: violência, múltiplas parceiras lés­bicas.)

 

          Em 1982 Susan teve uma terrível discussão com sua parceira lésbica e a matou. Foi presa. O assassinato foi julgado como homicídio involuntário, de forma que ela ficou presa apenas 25 meses.

          (Porta de entrada: assassinato.)

         

          Enquanto Susan esteve na prisão, pensou seriamente sobre a sua vida. Decidiu que a sua vida tinha que mudar. Afastou-se de todos. Colocou o álcool e as drogas inteiramente fora de sua vida e saiu do estilo de vida de lésbica, também. Ela foi liberada em pouco tempo por causa do seu bom comportamento. Mas a junta que lhe deu liber­dade condicional exigiu que, nessa situação, ela freqüentasse regular­mente a Associação de Homossexuais Anônimos e se unisse à Igreja Comunitária Metropolitana. Essa Igreja não é uma igreja evangélica, porque eles não aceitam a palavra completa de Deus, conforme escri­ta na Bíblia. É uma igreja somente de gays.

          Devido à sua associação forçada com os gays, Susan rapidamente caiu de novo em relações lésbicas e em lutas violentas. Foi com uma de suas parceiras que finalmente ela conseguiu romper o que a prendia naquela vida. Uma noite, enquanto discutia com sua parceira, Susan viu um demônio apresentar-se e manifestar-se através dela.

          Devido à sua experiência em feitiçaria, de anos anteriores, ela reconheceu que se tratava de um demônio. Isso a assustou. Disse então à sua parceira que ela "precisava de ajuda". Susan não sabia onde procurar ajuda com relação a um demônio, mas alguns dias depois viu, na TV, o anún­cio de um encontro cristão que seria realizado numa tenda, na área em que morava. Susan falou com sua parceira em ir àquele encontro, para ver se alguém poderia ajudá-las a se libertarem do demônio.

          As duas foram à reunião naquela tenda, mas a parceira de Susan não quis ficar e saiu cinco minutos depois do culto ter começado. Susan ficou, interessada em ver o que aconteceria, pois ela nunca havia estado num culto evangélico, de qualquer tipo. Ela me disse que a única coisa que passou por sua mente durante aquele culto foi a afirmação do pastor de que "estreito é o caminho e são poucos os que o encontram". Ela não sabia que caminho estreito seria aquele, mas resolveu descobrir.

          Após o culto ela foi à frente para receber oração, buscando a oportunidade de perguntar a alguém sobre esse "caminho estreito". O prega­dor foi orando de pessoa a pessoa, e parou diante de Susan para orar. Ele não deu a ela a chance de fazer nenhuma pergunta, mas estendeu a mão e tocou na testa dela. As pessoas que estavam ali disseram-lhe depois que, no instante em que a mão do pregador a tocou, seu corpo agitou-se e foi arremessado ao ar, dando duas cambalhotas e caindo ao chão a mais de seis metros de onde ela estava. Susan não sentiu o impacto porque estava inconsciente.

          Essa era uma reunião pentecostal, e, assim, várias pessoas reuniram-se em torno de Susan, impuseram as mãos sobre ela e oraram em línguas. Susan voltou à consciência falando em línguas. As pessoas alegraram-se e disseram a Susan que ela estava salva, liberta e cheia do Espírito Santo.

           Infelizmente, Susan não tinha absolutamente ne­nhuma idéia de como ser salva ou do que significa ser salva. Ela não sabia quem é Jesus ou o que ele tinha feito por ela. As pessoas daquele trabalho evangelístico cometeram um erro muito sério. Elas pensaram que o Espírito Santo opera de alguma forma mágica, fazendo as pes­soas caírem inconscientes e resolvendo tudo enquanto a pessoa está desacordada. Não é assim! Os demônios derrubaram Susan, e ela muito provavelmente não estava salva nem liberta!

          (Portas de entrada: falsas línguas.)

 

          A única coisa boa que veio através dessa experiência foi que Susan decidiu que, agora que estava "salva e cheia do Espírito Santo", deveria obter uma Bíblia e encontrar uma igreja. Ela conseguiu uma Bíblia, mas nunca despendeu tempo algum lendo-a, pois não conseguia entendê-la.

          Uniu-se então a uma Igreja Episcopal avivada e decidiu andar "certo". Freqüentou a igreja durante menos de três meses, quando foi convidada a unir-se ao seu quadro de aconselhamento. Susan não era nem mesmo salva! Mas, por causa de sua experiência com meditação transcendental e hipnose, ela rapidamente tornou-se especialista em técnicas de aconselhamento e cura interior através da visualização e da auto-hipnose.

          (Portas de entrada: meditação transcendental, cura interior pela visualização e pela auto-hipnose.)

 

          Como Susan tinha tomado a decisão de andar "certo", ela foi encorajada a casar-se, como uma solução para o seu problema de lesbianismo.

          Ela casou-se com um jovem que também atuava no quadro de aconselhamento da igreja. O casamento durou somente seis meses, porque Susan logo descobriu que o seu marido era um satanista profundamente envolvido e ela chegou a entrar em pânico, de medo das coisas que ele fazia.

          (Portas de entrada: demônios do marido, que era sa­tanista.)

 

          Após o divórcio, ela deixou a igreja e rapidamente voltou à sua anti­ga prática de relações lésbicas e brigas violentas. Seis meses antes de eu conhecê-la, Susan descobriu e leu o meu primeiro livro. Foi então, ao ler este livro, que ela aceitou Jesus Cristo como seu Senhor e Sal­vador, e cortou relações com a sua parceira lésbica. Ela procurou-me, seis meses depois, em busca de ajuda. Foi então que Susan foi final e completamente liberta.

          Talvez você pense que esta história é incomum, mas permita-me di­zer-lhe que histórias como esta são bastante comuns! Eu não seria ca­paz de contar o número de pessoas a quem tenho dado aconselhamento, que têm histórias muito semelhantes.

          Da história de Susan, não somente obtive uma lista de portas de entrada, mas fiquei sabendo também que ela havia estabelecido uma ligação entre a sua alma e o seu espírito, por causa do seu contato com o mundo espiritual.

          Essa ligação foi estabelecida aos quatorze anos, quando ela começou a treinar-se em bruxaria, em mediunidade e em projeção astral. Susan teve um sério problema com a sua mente passi­va, por causa de sua extensa prática de meditação transcendental e de auto-hipnose.

          Quando eu a vi posteriormente, ela ainda estava tendo dificuldade de ter um emprego estável, porque não estava conseguindo controlar a sua mente, que simplesmente de repente ficava "em branco''. Ela tinha esses "brancos" em momentos cruciais e, como resultado, per­dia seu emprego. O problema de uma mente passiva foi, na prática, a pior coisa com que Susan teve de lidar depois da sua libertação.

          Eis aqui uma lista de suas portas de entrada, e como foi conduzida a sua libertação.

 

Portas de Entrada

Herança- maçonaria, templários, doenças mentais e herança de pai desconhecido. Por causa de sua história, certamente haveria alguma herança de seu pai, e assim esta foi quebrada, também.

  • Catolicismo Romano - batismo, crisma, comunhão.
  • Incesto.
  • Bestialidade.
  • Múltiplos contatos sexuais em sua adolescência.
  • Bruxaria.
  • Mediunidade.
  • Cartas de tarô.
  • Vodu.
  • Hipnose.
  • Tabuleiro de ouija.
  • Projeção astral.
  • Meditação Transcendental.
  • Drogas.
  • Alcoolismo.
  • Lesbianismo - múltiplas parceiras.
  • Violência e assassinato.
  • Demônio de falsas línguas.
  • Visualização.
  • Práticas de cura interior malignas, incluindo auto-hipnose.
  • Demônios do marido, que era satanista.

 

Procedimentos na sua Libertação

Passo 1

          Susan reafirmou a sua entrega a Jesus Cristo como seu Senhor e Salvador. Ela também orou pedindo especificamente que o Senhor Jesus Cristo se tornasse o dono total da sua vida.

          Então ela declarou, em voz alta, para Satanás e seus demônios, que agora ela era uma serva de Jesus Cristo e que nunca mais voltaria a servi-los.

 

Passo 2

          Susan percorreu toda a lista de portas de entrada. Ela pôs um risco em cada uma, à medida em que a fechava. Fechar as portas de entra­da é um processo de dois passos. Eis aqui um exemplo:

          Oração: Pai, em nome de Jesus, humildemente te peço que me purifi­ques de tudo o que herdei de meu pai e de minha mãe. Recuso-me a ter qualquer coisa de Satanás em minha vida. Quebra estas linhas de herança para sempre. Eu te agradeço, em nome de Jesus.

          Declaração: Em nome de Jesus Cristo, meu Senhor, eu agora ordeno a todo demônio que chegou até mim por herança que vá embora definiti­vamente! Em nome de Jesus Cristo, eu quebro todo e qualquer jura­mento ou pacto professado por meus parentes na Maçonaria ou nos Templários, que estejam sendo cobrados de seus descendentes. Orde­no a todos os demônios associados à Maçonaria e aos Templários que saiam de mim imediatamente, em nome de Jesus Cristo, meu Senhor!

 

          Oração: Pai Celeste, em nome de Jesus Cristo, eu te peço que me perdoes por todo o meu envolvimento no Catolicismo Romano. Purifica-me de todos esses pecados. Eu te peço isso e te agradeço, em nome de Jesus.

          Declaração: Em nome de Jesus Cristo, meu Senhor, eu renuncio a todo o meu envolvimento no Catolicismo Romano. Em nome de Jesus ordeno a todo demônio que veio a mim por meio do batismo católico, por eu ter sido crismada, por meio da comunhão e através de quais­quer outras práticas de que eu participei, que vá embora agora!

         

          Oração: Pai, no precioso nome de Jesus Cristo, teu Filho, eu te peço que me perdoes e que me purifiques do pecado de incesto com o meu padrasto. Eu te agradeço pelo teu perdão, em nome de Jesus.

          Declaração: Em nome de Jesus Cristo, ordeno a todo demônio, que veio até mim através de todas as relações sexuais que eu tive com o meu padrasto, que saia de mim agora!

 

          Oração: Pai, em nome de Jesus, humildemente te peço que me per­does por ter-me envolvido com a bestialidade. Purifica-me completa­mente desse terrível pecado. Muito obrigada por me purificar, em nome de Jesus.

          Declaração: Em nome de Jesus Cristo, meu Senhor, eu agora ordeno a todo demônio, que entrou em minha vida através da prática da bestialidade, que vá embora agora mesmo!

 

          Oração: Pai, em nome de Jesus, eu te peço que me purifiques dos muitos pecados que cometi, nos muitos contatos sexuais que tive du­rante a minha adolescência. Agora reconheço que tudo aquilo foi uma abominação para ti e arrependo-me desses pecados. Obrigada por purificar-me, em nome de Jesus Cristo. (Ela também fez confissões de arrependimento de relações específicas, mencionando o nome da pes­soa, tanto quanto conseguiu lembrar-se).

          Declaração: Em nome de Jesus Cristo, eu agora ordeno a todo demônio, que entrou através dos muitos contatos sexuais que tive du­rante a minha adolescência, que vá embora já!

 

          Oração: Pai, no precioso nome de Jesus, humildemente eu peço o teu perdão por todo o meu envolvimento na feitiçaria. Eu renuncio a tudo isso e arrependo-me de tudo isso, e nunca mais farei isso de novo. Pai, purifica-me de todo esse pecado. Eu te agradeço, em nome de Jesus Cristo.

          Declaração: Em nome de Jesus Cristo, eu renuncio completamente a todo o meu envolvimento com a feitiçaria Ordeno a cada demônio que

entrou em mim por meio da prática da feitiçaria que vá embora agora, em nome de Jesus!

 

          Oração: Pai, em nome de Jesus, peço o teu perdão por eu ter permitido que o meu corpo fosse usado como um meio para os demônios falarem. Humildemente te peço que me purifiques de meus pecados de funcionar como médium espírita. Eu te agradeço, no precioso nome de Jesus.

          Declaração: Em nome de Jesus Cristo, meu Senhor, eu renuncio, daqui em diante, a todo envolvimento com a condição de médium espírita. E ordeno a todo demônio que entrou em mim como resultado de minha atuação como médium que me deixe imediatamente! Etc. etc.

 

          Desse modo, Susan foi fechando cada uma das portas de entrada que ela tinha aberto. Ela confessava cada pecado e arrependia-se dele, pedindo a Deus Pai que a purificasse. Então ela ordenava aos demônios, que nela tinham entrado por meio daquele pecado, que saíssem.

 

Passo 3

          Como Susan havia se envolvido com feitiçaria, mediunidade, projeção astral, hipnose, meditação transcendental e visualização, sabemos que ela estava tendo contato intenso com o mundo espiritual. Ela tinha apren­dido a controlar o seu corpo espiritual, estabelecendo assim uma liga­ção demoníaca entre a sua alma e o seu espírito. Num caso assim, em que a pessoa desenvolveu a comunicação com o mundo espiritual, eu faço com que a pessoa realize uma limpeza geral final, após fechar todas as portas de entrada.

Limpeza Geral:

. No espírito.

. Cortar a ligação entre a alma e o espírito.

. Na mente.

. Na vontade.

. Nas emoções.

. No corpo físico.

 

          Oração (espírito): Pai, em nome de Jesus, eu te peço que me perdo­es pelo uso pecaminoso do meu espírito e que me purifiques completamente de quaisquer demônios que ainda restem. Eu te peço que seles o meu espírito de forma que nunca mais ninguém possa controlá-lo, exceto tu mesmo. Eu te dou graças por isso, em nome de Jesus.

          Declaração: Agora, em nome de Jesus Cristo, meu Senhor, eu orde­no a cada demônio que ainda reste, ou que ainda esteja afligindo o meu espírito, que vá embora, agora! Nunca mais o meu espírito será usado para servir a Satanás ou a qualquer um de vocês, demônios.

 

          Oração (cortar ligação entre alma e espírito): Pai, em nome de Jesus, eu te peço que retires completamente, para sempre, a capacidade de comunicar-me com o mundo espiritual de qualquer forma, exceto a que me for dada pelo Espírito Santo. Portanto, estou te pedindo que cortes definitivamente a ligação entre a minha alma e o meu espírito, conforme Hebreus 4:12, e removas todos os demônios que me deram a condição de poder controlar o meu espírito e de poder comunicar-me com o mundo espiritual.

          Declaração: Em nome de Jesus Cristo, eu ordeno a todos os demônios que estejam ligando a minha alma com o meu espírito, que me deram a capacidade de comunicar-me com o mundo espiritual e fazer projeção astral, que me deixem imediatamente!

 

          Oração (mente): Pai, em nome de Jesus Cristo, eu te peço que me purifiques completamente, que me cures e que faças uma renovação em minha mente. E peço o teu perdão por todas as vezes em que deliberadamente abri mão do controle da minha mente. Eu quero de agora em diante usar a minha mente para servir-te e honrar-te. Dá-me o poder de ganhar novamente todo o controle da minha mente. Eu te agradeço por isso, em nome de Jesus Cristo.          Declaração: Em nome de Jesus Cristo, eu ordeno a todo demônio em minha mente, ou que esteja afligindo a minha mente, que vá embora agora mesmo!

 

          Oração (vontade): Pai, em nome de Jesus Cristo, eu te peço que me perdoes por ter, com a minha vontade, participado de tantos pecados. Também te peço que me perdoes por deixar que a minha vontade se tornasse tão passiva, de forma a permitir que demônios me controlassem. Pela tua graça, purifica a minha vontade e envia o teu Espírito Santo para nela operar, para ajudar-me a desejar fazer a tua boa von­tade. (Filipenses 2:13.)

          Declaração: Em nome de Jesus Cristo, meu Senhor, ordeno a todo de­mônio em minha vontade, ou que a esteja afligindo, que vá embora, agora!

 

          Oração (emoções): Pai, em nome de Jesus, eu te peço que me perdo­es por todo o meu ódio, amargura e lascívia, e qualquer outra emoção pecaminosa. Perdoa-me por ter vivido para agradar as minhas próprias emoções. Pela tua graça, purifica as minhas emoções e cura-as, para que elas sejam agradáveis a Ti.

          Declaração: Em nome de Jesus Cristo, meu Senhor, ordeno a todo demônio em minhas emoções, ou afligindo as minhas emoções, que vá embora agora mesmo!

 

          Oração (corpo físico): Pai Celeste, humilde e sinceramente arrepen­do-me de todas as coisas terríveis que fiz com o meu corpo, pecando contra ti. Em nome de Jesus, peço-te que purifiques completamente o meu corpo e que o cures. Senhor, ajuda-me a usar o meu corpo físico para glorificar-te e honrar-te em tudo que eu fizer. Eu te agradeço por isto, no precioso nome de Jesus.

          Declaração: Em nome de Jesus Cristo, ordeno a todo demônio dei­xado em meu corpo que saia, agora mesmo!

 

Comentários

          Susan teve grande dificuldade em expulsar os demônios que nela entraram por meio da meditação transcendental, da hipnose e da visualização. Ela tinha passado muitas horas esvaziando a mente em seu intenso uso da meditação transcendental. Quando ela tentava or­denar a esses demônios que saíssem, perdia a consciência ou ficava muito confusa. Ela lutou durante uma hora ou mais, amarrando esses demônios novamente a cada tentativa, até que, finalmente, estabeleceu autoridade sobre eles. Ela orou e pediu ao Senhor que a ajudasse e fortalecesse, para que, pela primeira vez na vida, ela firmasse a sua vontade para não esvaziar a mente.

 

Acompanhamento Pós-libertação

          Depois da libertação, Susan continuou a ter uma luta com a mente. Ela havia permitido que a sua mente se tornasse extremamente passi­va. Ela impôs a si mesma um programa de memorização das Escritu­ras. Durante as semanas iniciais, chegou a cair várias vezes, permitindo que sua mente se esvaziasse.

          Cada vez que percebia que sua mente havia ficado em branco por um certo período de tempo, ela imediata­mente confessava aquilo como pecado e ordenava aos demônios que haviam voltado a ela, durante o tempo em que havia esvaziado a men­te, que fossem embora imediatamente, em nome de Jesus Cristo. A luta foi intensa, mas ao longo de um período de alguns meses, Susan gradualmente foi reconquistando o controle de sua mente. Assim fa­zendo, conseguiu de novo manter um emprego estável.

          Susan também teve uma luta para aprender a caminhar por fé, ao invés de pelas emoções. Ela estava acostumada a viver em freqüentes extremos emocionais. Êxtases emocionais, lascívia e muitos momentos de recesso emocional, também. Ela queria sentir o amor de Deus, e experimentar êxtases emocionais sentindo o amor de Deus.

          Ela queria ter a alegria e o desejo de ler as Escrituras, ao invés de fazer isso apenas por obediência, quando não sentia vontade alguma de fazê-lo. Com o passar dos meses, à medida em que se firmava em andar em obediência aos mandamentos de Deus na Bíblia, apesar de seus senti­mentos, suas emoções começaram a tornar-se mais regulares, deixan­do de ocorrer aquelas enormes flutuações emocionais.

          Quem quer que tenha estado infestado por demônios por tantos anos, como Susan, deve entender que leva pelo menos um ano para estabi­lizar-se, após a libertação. É necessário tempo, persistência e  obediência à Palavra de Deus, para desenvolver um caminhar com o Se­nhor em fé. Seja paciente. O Senhor fará grandes mudanças em sua vida, mas isso leva algum tempo.

 

Caso Número 2: Ron

          Ron (não é este o seu nome real), de 30 anos, veio procurar-me apre­sentando, como queixa principal, não estar mais conseguindo ler a Bíblia ou orar, exceto em línguas. Ele tinha dores abdominais quase contínuas, dificuldade em dormir e profunda depressão. Tinha buscado ajuda em várias igrejas no ano anterior, sem sucesso.

          Sua mãe, tendo se deparado com os meus livros, pediu a Ron que os lesse. Depois de lê-los, ele telefo­nou e pediu para me ver pessoalmente. Eu concordei, e prestei acon­selhamento a Ron juntamente com um pastor que trabalha comigo. Eu gostaria de enfatizar de novo que nunca ministro homens sozinha. Sempre trabalho com outro irmão em Cristo, que conduz a entrevista.

          Eis aqui a história de Ron, tal como nos contou quando o entrevista­mos sobre a sua vida.

 

A história de Ron

          Ron nasceu de pais cristãos, que eram missionários no México. Ele não tinha conhecimento de quaisquer problemas de herança, pois seu pai e sua mãe vinham de uma longa linhagem de famílias cristãs.

          Tudo correu bem até Ron completar dezesseis anos. Naquela épo­ca, seus familiares voltaram aos Estados Unidos por um ano. Durante aquele período, sua mãe caiu em adultério e, como resultado, o casa­mento se desfez. Na luta emocional por que passou com o divórcio de seus pais, Ron buscou ao Senhor pessoalmente pela primeira vez.

          Ele aceitou Jesus Cristo como seu Senhor e Salvador. Teve uma experiên­cia profunda com o Senhor e passou a servi-lo com muito entusiasmo. Sua alegria era ler a Bíblia e orar.

          Cerca de seis meses depois da sua salvação, Ron foi convidado a participar de um reavivamento de jovens num retiro cristão. Ele foi, e gostou muito do fim de semana. O retiro foi bom, exceto por uma coisa. Eles ensinaram errado sobre o batismo no Espírito Santo. Ao final do último culto no retiro, que foi um culto muito emocional, foi feito um convite a todos os que queriam receber o batismo no Espírito Santo. Naturalmente, Ron queria, e assim ele foi ao altar receber ora­ção.

          Infelizmente, as pessoas que foram ao altar foram orientadas a fechar os olhos e manter os braços e mãos levantados. Então lhes dis­seram para sacudir os braços e as mãos, relaxando-os, e daí parar completamente de controlar os braços e as mãos, esvaziando a mente e abandonando o controle da mente e do corpo ao "Espírito Santo". Disseram a eles que, quando fizessem isso, o Espírito Santo estaria então livre para entrar e assumir completamente o controle deles. Ron era um cristão muito jovem e inexperiente para perceber o erro de tal ensino, e assim procurou seguir as instruções completamente.

          Ron disse que, quando começou a relaxar os braços e as mãos, e esva­ziar a mente de todos os pensamentos, subitamente sentiu algo apanhar suas mãos. Então sentiu uma carga de energia percorrer seus braços até o estômago, com uma força tal que o lançou de costas. Ele sentia como se uma bola de fogo estivesse em seu estômago, irradiando-se para o peito à medida em que ele começava a falar em línguas. Ele sentiu regozijo e foi para casa pensando que havia sido batizado no Espírito Santo. Infelizmente, Ron havia cumprido as condições para receber um demônio, esvaziando a mente e abandonando o controle sobre o seu corpo.

          Pouco depois do retiro, alguém deu a Ron um livro sobre como ouvir o Senhor falar. Este livro ensinava que o cristão tem que esvaziar a mente, desvencilhando-a de todos os pensamentos, e esperar silen­ciosamente no Senhor, para que o Espírito Santo pudesse lhe falar. Isso está, é claro, completamente errado, mas Ron aceitou isso como verdade, porque foi assim que ele começou a falar em línguas no culto do retiro.

          Agindo assim, Ron aprendeu a esvaziar a mente rapidamente e experimentou muitos momentos de êxtase emocional, que inter­pretou como sendo a presença do Senhor. Através desses momentos de meditação, Ron recebeu três espíritos-guias. Como você supõe que eles se auto-denominavam? "Pai, Filho e Espírito Santo", natural­mente. De que mais os espíritos-guias chamariam a si próprios, para um cristão?

          Naturalmente, Ron não percebeu que eram espíritos-guias demoníacos. Pensou que estava ouvindo o Senhor. Ele teve longas conversas com o "Senhor" e recebeu muitas direções desses espíritos. Porém, Ron devia ter percebido que ele não estava ouvindo o verda­deiro Senhor, quando os espíritos começaram a conduzi-lo ao peca­do. Eles disseram a Ron que ele era "especial" e torceram e modifica­ram as Escrituras para possibilitar toda sorte de pecados que vão diretamente contra os mandamentos de Deus.

          Ron foi a um colégio cristão e então prosseguiu entrando em um seminário. Enquanto estava no colégio, seus três espíritos-guias rapidamenente o levaram à pornografia, a múltiplas relações sexuais e, finalmente, ao homossexualismo.

          Ron terminou seus estudos e tornou-se pastor associado em uma grande igreja avivada no Texas. Ele era o pastor da mocidade. No tempo em que esteve nessa igreja, envolveu-se em cura interior utilizando  visualização e imaginação dirigida. Por causa de sua habilidade de esvaziar a mente e contatar o mundo espiritual, tornou-se especialista nessas técnicas e era muito procurado, no quadro de aconselhamento da igreja.

          Paulatinamente foi atraindo mais e mais jovens a uma experi­ência homossexual, sentindo-se justificado diante de seus pecados em todo o tempo por seus três espíritos-guias demoníacos.

          Após cerca de três anos trabalhando como pastor da mocidade, Deus, em sua misericórdia, começou a operar na vida de Ron. Um irmão cristão veio à igreja de Ron e o desafiou, dizendo-lhe que suas experiências no mundo espiritual não eram de Deus.

          Ron ficou chocado e não podia aceitar a possibilidade de estar sendo enganado. En­tão, como resultado do desafio daquele irmão, Ron começou a convencer-se de que seus encontros homossexuais eram pecado. Decidiu corrigir-se e casar-se. Ron começou a sair com uma moça que também fazia parte do quadro de aconselhamento da igreja. Entretanto, ela era uma feiticeira.

          Ela queria casar-se com Ron, e começou a colocá-lo sob o seu controle. Ron ficou apavorado quando percebeu que ela estava controlando toda a sua vida. Ron tentou interromper o seu relacionamento com ela e foi então que o problema começou.

          Quando ele não estava fisicamente na presença da moça, sentia fortes dores abdominais. Rapidamente chegou ao ponto em que não podia mais ler a Bíblia nem orar, exceto em línguas. Assustado e deprimido, Ron fugiu.

          Largou o emprego como pastor associado daquela igreja e foi para outro estado, ao norte, em busca de ajuda para libertar-se dos encantamentos que a feiticeira havia colocado nele. Ele foi de igreja em igreja durante um ano, sem conseguir nenhuma ajuda. Foi então que ele veio nos procurar.

          Conversamos por um longo tempo com Ron, fazendo uma lista de portas de entrada. Ron teve grande dificuldade de aceitar o fato de que os três espíritos-guias que ele ouvia tão regularmente eram, na verdade, espíritos-guias demoníacos. Mostrei a ele, pelas Escrituras, que esses espíritos davam provas da sua natureza pelo fato de que o haviam conduzido a toda sorte de pecados sexuais. Pela primeira vez, Ron teve que encarar de frente o fato de que Deus não fez nenhuma exceção especial em seus mandamentos, como os espíritos-guias lhe haviam dito.

          Ron ficou particularmente hesitante em abrir mão de suas línguas. Ele argumentou que a única forma em que podia orar era em línguas. Isso, por si só, era prova de que suas línguas não eram do Espírito Santo, Os demônios tinham levado Ron a tal escravidão que ele, literalmente, não podia orar em sua própria língua. Ele podia orar somente sob o controle do demônio, em uma língua demoníaca.

          Passamos várias horas com Ron, ajudando-o a orar com relação a todas as portas de entrada, arrependendo-se, fechando-as e ordenando aos demônios que fossem embora. Enquanto orava, o Senhor fez uma obra notável, revelando-lhe continuamente outros pecados que ele tinha esquecido de nos contar.

          Depois de Ron haver fechado, uma a uma, cada porta de entrada, ele também fez uma limpeza geral do espírito, cortando a ligação entre alma e espírito, e entre alma e corpo,. como descrevi no caso número 1. Depois de concluir tudo isso, estávamos exaustos.

          Demos um grande suspiro de alívio e assentamo-nos no chão, onde estivéramos ajoelhados.

          - Uau!, Ron, - comentei - o Espírito Santo realmente fez uma obra poderosa em você. Não foi maravilhoso como ele lhe foi mostrando aquelas áreas que você tinha se esquecido de nos dizer?

          Ron sacudiu a cabeça, dizendo:

          - Sim, creio que sim, mas acho que não aconteceu nada.

          - O que você quer dizer com isso? - perguntei.

          - Quero dizer que acho que nenhum dos demônios foi embora, pois eu não senti nada.

          Foi somente a graça do Senhor que me impediu de agarrar o pescoço de Ron ali mesmo. Já estava muito tarde e havíamos gasto cerca de cinco horas exaustivas com ele, e ele achava que nada havia acontecido porque ele não sentia nada! Esta é uma demonstração muito boa da armadilha em que muitos milhares de cristãos têm caído. Se eles não sentem algo, acham que nada aconteceu!

          Mas na fé não há sentimentos!

 

Acompanhamento

          Ron teve um ano muito difícil depois da sua libertação. Ele exigia continuamente recompensas emocionais, e sentia que o Senhor não estava interessado em um relacionamento com ele, porque não havia lhe dado os sentimentos que ele desejava. Ron também continuou a sentir dor abdominal, embora não tão aguda. Eu lhe disse que os demônios podiam criar e criariam, fora dele, os mesmos sintomas que tinham criado quando estavam nele. Mas Ron recusava-se a aceitar qualquer desconforto. Aconselhei-o a realizar um exame médico com­pleto, e ele o fez.

          Os médicos não foram capazes de identificar nenhum problema físico. O pastor que me ajudou na libertação de Ron continuou a aconselhá-lo e, por fim, Ron firmou-se em uma boa igreja cristã. Estimulei Ron a passar bastante tempo estudando a Bíblia e memorizando as Escrituras. Também o aconselhei a pedir ao Senhor para falar com ele somente através das Escrituras por algum tempo, porque Ron estava acostumado a ter comunicação com os demônios.

          Foi um ano muito difícil, mas Ron começou a crescer espiritualmente e a aceitar andar pela fé. Ele sentiu facilidade imediata para orar, após  a libertação, e pôde ler a Bíblia sem dificuldade. Conseguiu um emprego secular e disciplinou a sua vida. Perdi o contato com ele depois de passado um ano, mas a essa altura a sua dor abdominal tinha cessado e ele estava crescendo ativamente no Senhor.

          O que entristece o meu coração é ver terríveis danos como esse sendo feitos a tantos jovens, que se dispõem a servir ao Senhor com tanto fervor, causados por um ensino errado.

          Quantos Rons haverá em nossas igrejas hoje? Acho que ficaríamos espantados se soubéssemos. Como essas coisas devem entristecer o coração do nosso Senhor. Eu louvo muito ao Senhor por sua paciência e por sua maravilhosa graça na vida de cada um de nós, e na vida de pessoas como Ron. Verdadeiramente, Jesus veio para libertar os cativos!

 

Caso Número 3: Sam

          Sam (não é este o seu nome real) tinha 18 anos de idade quando o vi pela primeira vez. Ele tinha ouvido falar de meus livros num estudo bíblico que estava freqüentando, mas ainda não os havia lido quando veio procurar-me. Ele veio à minha procura por causa de uma experi­ência horrível por que passara duas semanas antes. Ele buscava uma explicação para o que lhe tinha acontecido.

          Sam estava em seu quarto uma determinada noite quando, subita­mente, sentiu um terrível odor como de enxofre queimado. De repente dois enormes demônios entraram através do chão do seu quarto e apareceram a ele. Os demônios lhe disseram que ele não era o cristão que pensava ser. Disseram que ele estava, na verdade, servindo a Sa­tanás e que Satanás estava exigindo que ele assinasse um contrato com o seu próprio sangue, vendendo o seu corpo, a sua alma e o seu espírito. Chegaram até mesmo a dizer-lhe que tinha que demonstrar a sua absoluta fidelidade e submissão a Satanás, matando a professora do seu estudo bíblico.

          Depois de dizerem tudo isso a Sam, os demônios desapareceram da mesma forma súbita como haviam aparecido. Sam perguntou a si mes­mo, a princípio, se tinha sonhado tudo isso, mas a experiência toda era muito real para ser um sonho. Falou então com a professora do estudo bíblico acerca do episódio e ela recomendou que ele me procurasse, em busca de aconselhamento.

          Dizer que Sam estava extremamente abalado seria pouco. Antes daquela visita dos demônios, Sam nem mesmo acreditava que eles existiam e, certamente, nunca acreditou que eles poderiam visitá-lo!

          É óbvio, deveria haver algo bem mais abrangente nessa história de Sam do que simplesmente essa visita de demônios. Quero enfatizar novamente que não devemos nos deixar ser levados a olhar para os sintomas ou para uma única ocorrência. Há sempre uma causa funda­mental para o problema.

          Pedi a Sam que me falasse sobre a sua vida tão detalhadamente quanto conseguisse lembrar-se. Esta foi a sua história:

 

A História de Sam

          Sam nasceu de pais cristãos. Cresceu num lar cristão e freqüentou somente escolas cristãs. Aos cinco anos, Sam recebeu uma visita de Jesus e foi chamado a pregar o evangelho. Como resultado, durante toda a sua vida, Sam planejou tornar-se pastor.

          Tudo ia bem até Sam completar treze anos. Subitamente, para seu horror, passou a sentir desejos homossexuais muito fortes! Sam nunca havia sido molestado sexualmente nem participado de pornografia ou de homossexualismo de nenhum tipo.

          Ele não escutava música rock, nem ia ao cinema, nem mesmo assistia à televisão exceto em raras ocasiões. Sam sabia, pela palavra de Deus, que o homossexualismo é uma abominação para o Senhor.

          Ele não ousava falar com ninguém sobre o problema porque não conhecia ninguém que pudesse enten­der a situação. Sam lutava sozinho contra os desejos homossexuais. Ele não se deixou levar a praticar nenhum ato homossexual de ne­nhum tipo. Quanto mais ele se esforçava para colocar as ânsias e os desejos para fora de sua mente, piores eles pareciam ficar.

          Com a idade de quinze anos, Sam ingressoou numa escola cristã. Os desejos homossexuais cresciam rapidamente, com intensidade tal que Sam caiu em profunda depressão por causa do problema, que parecia não ter solução.

          Suas notas começaram a ser afetadas - ele sempre tinha tirado notas muito altas. Ao fim do primeiro ano na escola, Sam estava tão deprimido que tentou cometer suicídio  tomando uma dose excessiva de pílulas. Ele foi levado inconsciente às pressas, para um hospital, mas a sua vida foi salva.

          Sam procurou o pastor de sua igreja para aconselhar-se, mas não conseguia contar ao pastor o seu verdadeiro problema. A tentativa de suicídio foi considerada uma reação ao estresse de uma nova escola, e ao fato de ser aquele o primeiro ano do nível médio.

          Quando ingressou no segundo ano, começou a beber álcool, para tentar superar a depressão. Por perder suas inibições em decorrência do álcool, começou a ter contatos homossexuais. Ele odiava o que estava fazendo, e sabia que era errado, mas não conseguia parar. Sua vida tomou-se um ciclo interminável de arrependimento e clamor para que Deus o ajudasse: vinha a depressão por não encontrar nenhum auxílio, então bebia para superar a depressão, e então tinha desejos homossexuais, e de volta vinha-lhe o sentimento de culpa, seguindo-se o arrependimento.

          Vez após vez, esse ciclo continuou durante os seus últimos três anos na escola. Sam notou que, imediatamente após o seu primeiro encontro homossexual, ele subitamente passou a ter um tem­peramento violento e tinha dificuldades de controlar-se, quando se enfurecia cegamente. Sam nunca havia tido problemas de tempera­mento violento antes. Descobriu que pensamentos de matar alguém enchiam a sua mente durante grande parte do tempo. Isso era algo por que Sam nunca tinha passado antes. Isso aumentava a sua culpa, a sua depressão, o seu alcoolismo, e todo esse seu ciclo vicioso.

          Ao graduar-se na escola, Sam inscreveu-se num seminário cristão em que planejava estudar para tornar-se pastor. Cortou seus contatos com seus parceiros homossexuais durante o verão, antes do seminário, e começou a freqüentar um grupo de estudo bíblico, num esforço adicional para dar um fim a seu problema. Foi em agosto, um mês antes de ter que sair para ir ao seminário, que os demônios apareceram a ele.

 

A Libertação de Sam

          Depois de ouvir a história de Sam, eu sabia que estávamos nos de­parando com dois problemas principais. Demônios tinham entrado em Sam através da tentativa de suicídio, do alcoolismo, e dos atos ho­mossexuais, naturalmente. Mas o primeiro problema que enfrentáva­mos era: de onde tinham vindo os seus desejos homossexuais? É claro que foi por meio de um demônio que estava em Sam, mas qual teria sido a porta de entrada?

          O segundo problema era o seguinte: Sam claramente tinha um chamado especial de Deus. Mas, por tudo que Sam disse, eu não estava convencida nem mesmo de que ele era salvo. É incontável o número de pessoas que vêm me procurar em busca de aconselhamento, que foram criadas em lares cristãos e freqüentaram igrejas cristãs durante toda a sua vida e que não estão salvas. Elas simplesmente presumem que estão!

          Comecemos pelo começo. Eu desafiei Sam:

          - Sam, se você caísse morto neste exato momento, para onde você iria: para o céu ou para o inferno?

          Ele parou por um momento e disse, sério:

          - Bem, espero que seja para o céu.

          Eis aí a minha resposta. Sam não era salvo, exatamente como eu suspeitava. Prossegui então questionando-o:

          - Diga-me, Sam, você deu uma resposta àqueles demônios?

          Sam sacudiu a cabeça, negativamente.

          - Não, eu queria dizer a eles que desistissem, pois eu jamais serviria Satanás, mas eu simplesmente não pude. Eu não entendo por quê.

          Era óbvio que Sam estava amarrado pelos demônios. O irmão cris­tão com quem eu estava trabalhando nessa ocasião nunca tinha visto um caso de aprisionamento demoníaco impedindo a salvação, e assim eu conduzi Sam a prosseguir, para mostrar claramente àquele irmão o que estava acontecendo.

          - Sam - disse-lhe - decida agora a quem você vai servir. Você quer servir a Satanás, ou a Jesus Cristo?

          Sam moveu-se inquieto.

          - Rebecca, eu quero decidir, mas simplesmente não consigo tomar tal decisão. Realmente não consigo.

          Levantei-me e entreguei a Sam um pedaço de giz para escrever no quadro-negro que havia no escritório. Fui ao quadro e desenhei uma linha vertical bem no centro. Eu escrevi "Satanás" de um lado, e "Je­sus" do outro. Então perguntei a Sam:

          - Você conhece as Escrituras melhor que qualquer rapaz de dezoito anos que eu já tenha visto. Quero que você escreva os prós e os con­tras de servir a Satanás e de servir a Jesus. Então tome a sua decisão.

          Sam foi ao quadro e escreveu versículo após versículo. Ele não levou muito tempo para encher todo o quadro. Quando terminou, virou se para nós e disse:

          - A resposta é óbvia. Não há nenhum benefício em servir a Satanás.

          - Muito bem, - disse - então, decida, Sam. A quem você vai servir? Sam sentou-se, em postura de derrota.

          - Eu quero decidir-me por Jesus, mas simplesmente não consigo. Oh, é inútil. Eu sou incapaz de tomar uma decisão.

          - Não é não, Sam. O que você não percebe é que os demônios que estão em você literalmente o estão impedindo de aceitar a Cristo. Na verdade, eles o têm aprisionado desde a infância. Você sabe que foi chamado por Jesus Cristo para um ministério, mas nunca foi capaz de realmente tornar Jesus seu Senhor e Salvador, não é?

          Sam acenou afirmativamente.

          - Sim, é verdade. Eu não podia dizer a ninguém em minha família, ou na igreja. Todos sabiam que eu tinha recebido uma visita de Jesus com a idade de cinco anos. Todos sabiam que eu era chamado para pregar. Como poderia dizer a eles que eu não era sequer salvo? Eu simples­mente não podia!

          Pastores, quantas pessoas há em suas congregações com este terrí­vel problema? Eu os conclamo a colocar-se de rosto em terra diante do Senhor e descobrir. Então falem com as pessoas. Façam com que saibam que problemas deste tipo existem, e assim não terão receio de falar com vocês sobre isso.

          Pedi então ao irmão que me assistia na ministração de Sam que o ungis­se com óleo e tomasse toda a autoridade sobre os demônios que estavam em Sam, e que os amarrasse, em nome de Jesus. E assim ele fez.

          Antes de Jack terminar completamente a sua oração, Sam saltou da sua cadeira e caiu de joelhos no chão, com lágrimas escorrendo em sua face. Ele chorava, chorava e orava, pedindo a Jesus que o per­doasse e lavasse seus pecados com o seu precioso sangue. Pediu a Jesus Cristo para tornar-se seu Senhor, Salvador e dono da sua vida, e entregou completamente a sua vida a Cristo. Sam ficou algum tempo chorando diante do Senhor e confessando seus pecados. Levantou-se então do chão sendo agora um rapaz diferente, isso eu posso garantir.

          Agora que Sam estava realmente salvo, começamos a procurar a raiz do problema. Minha experiência tem sido que demônios de natu­reza sexual que são herdados, ou que foram colocados numa criança numa idade muito pequena, vêm à tona na puberdade.

          Quando os hormônios começam a fluir, à medida em que os jovens atingem a idade entre 12 e 14 anos, os demônios sexuais vêm à tona para assu­mir o controle. Foi isso o que aconteceu com Sam.

          Não conseguimos descobrir em Sam nenhuma porta de entrada em sua infância. Então voltamos a nossa atenção para a possibilidade de herança. A mãe de Sam tinha antecedentes cristãos. Mas a história de seu pai era diferente.

           Antes de casar-se com aquela que foi a mãe de Sam, seu pai tinha sido um homem muito promíscuo sexualmente, ape­sar de Sam não saber de nenhuma homossexualidade nele. A mãe de Sam ficou noiva de seu pai sabendo que ele não era cristão. Finalmente, na noite antes do casamento, a mãe de Sam disse ao seu futuro marido que se ele não aceitasse a Cristo naquela noite não haveria casamento no dia seguinte. O pai de Sam fez uma declaração de fé naquela noite, mas é de se questionar o grau de sinceridade de tal declaração.

          Sam disse que o casamento deles não foi um casamento particularmente feliz, mas, até onde ele sabia, seu pai nunca havia tido encontros sexuais fora do casamento. Ele freqüentava a igreja regularmente, apesar de não com muito entusiasmo. Eis aí a fonte da herança de Sam: seu pai.

          Sam então enumerou e confessou todas as portas de entrada e ex­pulsou os demônios que haviam entrado nele através dessas portas de entrada. Para recapitular, suas portas de entrada tinham sido:

  • Herança.
  • Tentativa de suicídio.
  • Embriaguez.
  • Práticas homossexuais.
  • Violência.

 

          Como observei anteriormente, tenho visto que a violência e o assassinato andam de mãos dadas com demônios do homossexualismo. Não sei por que isso ocorre, é apenas um fato que tenho constatado.

          Depois que Sam terminou de expulsar todos os demônios, eu lhe disse

          - Sam, você ainda tem algo pendente que precisa concluir.

          Ele me olhou com aquela cara demonstrando uma grande interrogação

          - O quê?

          - Você ainda não deu a Satanás e àqueles demônios uma resposta direta quanto à exigência que eles lhe fizeram quanto a servi-los.

          Um grande sorriso despontou na face de Sam. Ele pulou, colocando-se de pé.

          - Você está certa! - exclamou, e continuou:

          - Satanás e vocês, demônios, agora eu sou servo de Jesus Cristo e o servirei para sempre. No precioso nome de Jesus Cristo, meu Se­nhor, eu ordeno a vocês que saiam de mim para todo o sempre!

          Mantive contato com Sam durante dois anos, depois da sua libertação. Ele continuou a lutar com desejos homossexuais em seus pensamentos. Os demônios colocavam esses pensamentos em sua mente, agindo de fora. Ele dedicou-se a um programa de memorização das Escrituras e disciplinou vigorosamente a sua mente para trazer todo pensamento cativo em obediência a Cristo (2 Coríntios 10:5).

          A bata­lha não tem sido fácil, mas Sam está crescendo no Senhor e não caiu novamente na embriaguez ou no homossexualismo, desde a sua liber­tação. Louvo a Deus por sua obra maravilhosa na vida de Sam!

          Eu poderia escrever um livro exclusivamente contando histórias e mais histórias, reais, de casos de libertação. Entretanto, creio que es­tes três casos lhe darão um bom exemplo de como conduzir uma liber­tação. Escrevi um capítulo separado sobre a libertação dos que estiveram envolvidos no Satanismo. Antes, porém, vou abordar breve­mente mais algumas situações específicas com respeito à libertação.

 

Libertação de Pessoas que Tiveram Envolvimento com Religiões Asiáticas

          Esta é uma área de libertação na qual admitirei francamente que te­nho mais perguntas do que respostas. Os que se envolveram com re­ligiões asiáticas e formas orientais de meditação desenvolveram uma mente extremamente passiva.

          Um outro problema sério é o uso inten­so de técnicas de lavagem cerebral e hipnose. Há "ganchos" demoní­acos profundos colocados na mente dessas pessoas. Esses "ganchos", diante de uma visão, de uma palavra, de um gesto, ou apenas de um odor, fazem com que se desencadeie um transe e o controle demonía­co completo.

          Eu não sei, até este momento, como fazer para remover esses "ganchos" demoníacos. Uma pessoa que teve esse envolvimento pode parecer estar completamente liberta, mas subitamente entra em estado de transe (um estado em que a sua mente fica vazia e ela perde o controle), sem nenhum motivo aparente. Este estado, naturalmente, permite que os demônios voltem a entrar nelas. Tenho visto isso ocor­rer muitas vezes com pessoas oriundas dos diversos segmentos dentro do movimento da Nova Era.

          As pessoas que ficam sob o controle de gurus dão ainda mais um passo muito perigoso. Como sabemos, os satanistas ocidentais sabem que estão fazendo o mal, mas estão dispostos a isso para obter poder. As pessoas que ficam sob o controle de um guru perdem a capacidade de distinguir entre o certo e o errado e aceitam o mal como sendo bem. Eu ainda não vi ninguém nesse estado ser liberto.

          O problema principal com todos os que saem de uma forma oriental de meditação e das religiões asiáticas é superar a mente passiva! Cui­dado. A única coisa que impede que os demônios operem livremente através de um ser humano é o seu livre arbítrio.

          Deus deu a cada um de nós o precioso dom de uma vontade livre. O objetivo de todas as religiões asiáticas é levar o ser humano a abrir mão totalmente de seu livre arbítrio. Isso permite que os demônios assumam o controle des­sas pessoas e as usem para fazer o que desejarem.

          Renunciar ao nosso livre arbítrio é um pecado muito sério. O próprio Deus não controla a nossa livre vontade. As Escrituras nos dizem que o Espírito Santo opera em nós para nos capacitar a fazer a vontade de Deus (Filipenses 2:13).

          Freqüentemente eu oriento essas pessoas a pedirem perdão a Deus por abrirem mão do seu livre arbítrio, pedindo ao Senhor que lhes restitua a sua livre vontade. Este parece ser um ponto chave para ajudá-las a estabelecer controle sobre os demônios que estão nelas.

 

Libertação de Crianças

          É extremamente importante libertar as crianças numa idade bem pe­quena. Pais, se vocês tiveram que fechar as portas de entrada na vida de vocês, então vocês devem cortar as linhas de herança em seus filhos e ordenar aos demônios que eles herdaram para irem embora.

          Escrevi sobre a libertação de crianças em Prepare-se para a Guerra e, assim, não repetirei aqui o que já disse. Vou apenas fazer algumas observações adicionais.

          A libertação de crianças que foram criadas por pais envolvidos no ocultismo é muito difícil. Esta é uma outra área em que eu tenho mais perguntas do que respostas.

          Quando uma criança atinge a idade de apro­ximadamente quatro anos, rapidamente aprende a controlar os demônios dentro de si. É nesse ponto que o terrível problema começa! Crianças pequenas têm grande dificuldade em ser consistentes. Mas, mais do que isso, é muito difícil persuadir uma criança pequena de que ela não deve fazer algo que a beneficie.

          Tendo sido expulsos os demônios, na primei­ra vez em que a criança quiser alguma coisa que não puder ter, pedirá aos demônios para que entrem nela, de forma a poder usá-los para obter o que quiser! O ciclo parece ser interminável!

          Nunca subestime a força demoníaca que as crianças podem mani­festar. Um menino de seis anos esteve morando em minha casa por quatro meses. Ele tinha sido criado em um grupo local satânico. O menino era tão poderoso no uso da feitiçaria que matou um de nossos animais de estimação apenas olhando para ele, quebrou um de meus ossos com um de seus encantamentos, e quase matou duas outras pessoas.

          Essa criança tinha sido especialmente gerada para uma alta posição na bruxaria e foram-lhe dados demônios muito poderosos ao nascer. Tentamos levá-lo a Cristo, mas cada vez ele se recusava a manter os demônios fora de si mesmo por mais de um dia, porque sempre queria usá-los em seu benefício. Ele controlava todos os garo­tos de sua classe na escola e os professores também.

          Quando come­çou o primeiro ano, em dois dias estava lendo como um menino do terceiro ano. Naturalmente, seu espírito-guia demoníaco realizava a leitura para ele. Dava sempre para saber os poucos dias em que ele não estava com os seus demônios, porque ele fazia errado todos os deveres da escola daquele dia. Nos outros dias, ele tirava a nota má­xima em tudo.

          Pais, estejam alertas para os sintomas de demonização em seus fi­lhos. Quaisquer sinais de maturidade, funcionamento ou interesse na área do sexo numa criança, além do que é normal em sua idade, deve ser considerado um sinal de alerta muito forte. Tentativas de matar seres humanos ou animais são um sinal seguro. Pesadelos freqüentes com conteúdo demoníaco e os diversos sintomas que mencionei no capítulo "O Abuso de Crianças em Rituais", em "Prepare-se para a Guerra", nunca deverão passar desapercebidos.

          Recomendo enfaticamente o livro do Dr. Dobson, "The Strong Willed Child" (A Criança Voluntariosa). Este livro não trata do assunto de crianças possuídas por demônios, mas os princípios expostos no livro serão muito úteis a qualquer pai com uma criança assim. Os pais têm de ser absolutamente consistentes na disciplina de tais crianças. A cri­ança deve aprender que a vida é muito mais agradável quando ela mantém os demônios fora de si, do que quando os deixa entrar.

          Os pais devem ordenar que os demônios que estão na criança sejam amarrados, antes de punir a criança, ou a criança usará os demônios para não sentir nenhuma dor. (Veja no próximo capítulo informações adicionais sobre libertação em casos de abuso em rituais.)

          Pais, estejam alertas com relação aos brinquedos de seus filhos e com relação aos desenhos animados que assistem. Um dos espíritos-guias mais comuns que tenho encontrado em crianças é She-Ra, princesa das trevas, do desenho animado do He-Man. Quando pergunto à criança como ela soube que She-Ra é um espírito, a resposta é, sempre, "enquanto eu brin­cava com ela e assistia o desenho, ela apareceu e me disse isso".

 

Libertação de Pessoas que Foram Católicas

          O problema básico do catolicismo romano é a idolatria praticada. Conclamo o leitor a ver o capítulo sobre o catolicismo em "Prepare-se para a Guerra". São quatro os sintomas comuns em pessoas que saíram do catolicismo romano e que aceitaram a Cristo, mas que nun­ca foram libertas:

  • Uma luta quase contínua para obter a certeza da salvação.
  • Um forte e atormentador desejo ou compulsão para voltar a partici­par da comunhão católica.
  • Uma tendência à automutilação, por causa da penitência que é co­mumente praticada nessa igreja.
  • Alguns têm visões freqüentes no mundo espiritual. Isso advém da comunicação ocultista e orações aos espíritos de pessoas mortas, como a Maria e aos santos.

 

O estabelecimento da ligação entre a alma e o espírito é comum.

 

Sintomas que Ocorrem Quando Há Ligação entre a Alma e o Espírito

São os seguintes:

  • Visões freqüentes ou comunicações com o mundo espiritual.
  • A pessoa tem como controlar quando receberá uma visão ou comu­nicação do mundo espiritual.
  • Habilidade de ver auras. Auras são luzes de vários tipos e cores, em torno de pessoas e objetos.
  • Habilidade de "ver" demônios freqüentemente.

 

          A ligação entre alma e espírito pode ocorrer quando houve envolvimento com qualquer uma das seguintes práticas:

  • Projeção astral ou experiências fora do corpo.
  • Visualização e imaginação dirigida.
  • Qualquer forma de meditação oriental ou qualquer coisa que esvazie a mente.
  • Habilidade de ver espíritos no espelho, ou mudanças na imagem do espelho.
  • Habilidade em "ver" o jogo em Calabouços & Dragões e em outros jogos de fantasia tipo RPG.
  • Contatos sexuais com espíritos - esteja sempre alerta a isso, são comuns!
  • Habilidade de levitar objetos.
  • Habilidade de ver ou ouvir espíritos demoníacos.
  • Ter servido como médium espírita.
  • Envolvimento em artes marciais.
  • Envolvimento em terapia corporal (biofeedback).
  • Hipnose - especialmente a habilidade de hipnotizar uma outra pessoa.
  • Contato com UFO's ou com extraterrestres.

 

Sexo com Demônios

          Esta é uma área sobre a qual bem poucas pessoas estão dispostas e escrever porque têm receio de ser ridicularizadas. A maioria dos cristãos ri só de ouvir falar nisso e diz que isso é impossível. Mas os ocultistas sabem a realidade disso, e o mundo também sabe.

          Apenas dois meses antes da publicação deste livro a CBS apresen­tou um filme de duas horas de duração pela primeira vez na TV, cha­mado "The Entity" (A Entidade). Este filme conta a verdadeira história  sobre o que aconteceu em Los Angeles em 1976, e foi pesquisada por pessoas na UCLA (Universidade da Califórnia - Los Angeles). É a história de uma mãe jovem, divorciada, que tem três filhos, e que os cria sozinha. De repente, numa noite ela é atacada e estuprada por um ser invisível. Os ataques continuaram e envolveram as crianças e, finalmente,  os pesquisadores.

          Esse filme partiu o meu coração! Quão acuradamente ele ilustrou a total impotência de uma pessoa à mercê de um poder demoníaco! Se tão somente aquela mulher fosse cristã e conhecesse o poder que es­tava à sua disposição em nome de Jesus Cristo! No final do filme, foi informado que ela havia se mudado para o Texas, mas agora, já tendo se passado mais de dez anos, ela ainda vinha sofrendo esses ataques, apesar de não com tanta freqüência.

          Como eu oro para que o nosso Senhor faça essa mulher cruzar o caminho de algum cristão que não se ria dela nem diga ser impossível isso por que ela diz estar passando, mas que lhe compartilhe a solução - o poder que existe em nosso maravilhoso Senhor Jesus Cristo!

          Se você quiser ler um outro livro que aborda brevemente esses pro­blemas, leia Earth's Earliest Ages (As Épocas Mais Antigas da Ter­ra), de G. H. Pember (Kregel Publications, Grand Rapids, Michigan).

          Gênesis 6:8 e outras passagens nos deixam muito pouca dúvida acerca da validade das experiências dessas pessoas. Tal pecado sexual é uma abominação ao nosso Senhor! Mas nós, cristãos, temos que ser ca­pazes de ajudar as pessoas a se libertarem da escravidão dessa forma de pecado.

          Todas as pessoas em todas as formas de feitiçaria, de Satanismo e de religiões orientais têm relações sexuais com vários tipos de espíri­tos. Em países asiáticos, isso é chamado "sexo astral". Como isso ocorre?

          A pessoa sente todas as sensações físicas do ato sexual, ape­sar de o parceiro ser um espírito e não um parceiro físico.

          Pessoas envolvidas com o Satanismo têm comumente sexo com demônios. O problema é que, uma vez que elas se entreguem a Cristo, os demônios não estão dispostos a desistir delas. Há uma luta muito real após a libertação, para derrotar os demônios que periodicamente voltam para tentar estuprar a pessoa.

          A única opção é lutar! Recordo-me de uma jovem com trinta e poucos anos de idade, a quem aconselhei, que havia sido sexualmente muito usada e abusada, na feitiçaria. Após sua salvação e libertação, ela passou por um período terrível, em que os demônios vinham de noite para estuprá-la.

          A princípio, ela cedia, devido à terrível dor física que sentia quando tentava resistir a eles. Cada vez que ela cedia, mui­tos demônios eram colocados nela através do encontro sexual.

          Conversamos bastante sobre o problema e, finalmente, mostrei a ela a seguinte passagem em Hebreus:

          "Ora, na vossa luta contra o pecado, ainda não tendes re­sistido até ao sangue." (Hebreus 12:4)

 

          Eu lhe disse que ela deveria pedir ao Senhor uma dose extra de graça para suportar até o fim toda a dor por resistir ao ataque demo­níaco, custasse o que custasse. Ela finalmente o fez. Na ocasião se­guinte em que um demônio veio para ter sexo com ela, começou a repreendê-lo no nome de Jesus, ordenando-lhe que fosse amarrado e que fosse embora imediatamente.

          Os demônios provocaram nela do­res muito fortes, mas ela ficou firme e continuou a repreendê-los e a ordenar-lhes que fossem embora, em nome de Jesus. Não importando quanta dor os demônios infligissem, essa mulher havia se decidido a resistir até o fim. Ela fez isso, e o demônio finalmente a deixou sem conseguir completar o ato sexual. Houve somente três batalhas como essa, para obter uma vitória completa.

          Outra tática comum dos demônios é vir estuprar e espancar uma pessoa enquanto está dormindo. Se a pessoa orar antes de dormir, e pedir ao Espírito Santo que a acorde e alerte imediatamente antes de qualquer ataque demoníaco, ela terá como repreender e ordenar que o demônio pare e vá embora antes de ser atingida por ele. Dessa forma, é possível ter a vitória.

          Muitas vezes os atos sexuais com demônios são interpretados como "sonhos", mas a pessoa acorda sexualmente excita­da. Isso pode ser a causa de freqüentes "sonhos molhados" em homens.

          O pecado da masturbação freqüentemente conduz ao sexo com espíri­tos demoníacos por causa da intensa visualização envolvida. Jesus ensi­nou que se uma pessoa olhar com intenção impura em sua mente, já cometeu o pecado sexual. Isto aplica-se também à masturbação.

          Esses problemas são muito reais, meu irmão ou irmã em Cristo.

          Nós, como obreiros cristãos, devemos ter paciência e amor para ajudar as pessoas a ter vitória nessas áreas.

          Por várias vezes tenho enfatizado a necessidade de que o cristão se purifique e se limpe. Na ocasião em que este livro estava sendo prepa­rado para impressão, recebi uma carta maravilhosa de uma jovem senhora que leu as informações contidas em "Prepare-se para a Guer­ra" e que se purificou completamente através do poder de Jesus Cris­to. Publico aqui uma parte de sua carta para encorajar o leitor, para dizer-lhe que você pode purificar-se a si mesmo.

              "Quando eu li o seu livro, havia tanta informação valiosa que eu li o livro todo, uma primeira vez, e então o li nova­mente para fazer anotações. O Espírito Santo realmente abriu os meus olhos e o meu coração para lidar com certas coisas. Eu vinha tentando expulsar os demônios de mim mesma por cerca de um ano, antes de ler o seu livro. Uma coisa que o Espírito Santo me mostrou foi que eu estava na verdade tentando expulsá-los um a um, nome por nome... Ufa! Seu livro ajudou-me a expulsar o demônio principal e seus comandados, e a fechar todas as portas de entrada. Natu­ralmente, foi muito mais fácil.

              Todo o tempo eu procurava expulsar os demônios "mais evidentes" - pelo menos aqueles que eu conhecia. Muitas vezes, o Senhor chamou a minha atenção para mais alguma coisa que eu deveria mandar embora. Não foi nada fácil; foi terrível. Mas eles realmente iam embora e então havia ou­tros piores e mais escondidos para expulsar.

              O Senhor foi muito gracioso para comigo durante todo esse tempo, não me sobrecarregando com muitas coisas e dando-me sempre pe­ríodos de descanso. E ainda ele me deu um maravilhoso marido cristão que se fez presente, com a Bíblia e com orações, sem­pre que foi necessário (e isso com grande freqüência).

              Per­manecemos indo cada vez mais a fundo contra os demônios com que podíamos lidar. (Parece fácil nesta carta, não é? Mas não foi nada fácil!). Tinha chegado a um determinado ponto e ali parei, mas eu sabia que não estava ainda com­pletamente liberta. Então eu li o seu livro "Prepare-se para a Guerra" e fiz o que você me disse para fazer. Depois, fiz tudo o que você explicou no capítulo 17.

              Como nunca estive envolvida com o ocultismo, como Elaine, eu pensava que não podia ter um espírito-guia, ou um de­mônio que me conectasse com o mundo espiritual. Mas o Senhor continuou chamando a minha atenção para aquela seção do seu livro e diversas coisas aconteceram.

              Uma noi­te, vi uma moça "cristã" indo a uma igreja que nós tínhamos freqüentado durante algum tempo, mas da qual não tínhamos gostado. Insisti com o meu marido que não era um sonho, que tinha visto realmente aquela moça, e que ela devia ser uma bruxa. Isso não conferia com sua declaração de que o Senhor não quer que vejamos o mundo espiritual (somente Jesus nos permite ver, quando é da sua vontade). E assim percebi que eu devia ter um demônio que me colocava em contato com o mundo espiritual.

              Finalmente, uma tarde, adormeci profundamente e tive um sonho. Nesse sonho havia um homem que era 'escuro' e que eu o conhecia havia muito tempo, eu 'confiava nele e o amava'. Ele tinha me protegido durante toda a minha vida!

              Nós estávamos num prédio e ele me colocou em um barco; ele estava conduzindo o barco de volta ao Egito, quando entramos numa neblina e batemos numa rocha e o barco quebrou-se em pedaços. Então eu o vi deitado, como se estivesse morto, com velas em redor e outras pessoas (pes­soas? - eu não podia ver seus rostos) estavam chorando e dizendo que, se eu não quisesse que ele partisse, ele não partiria, e que eu era responsável pela sua morte.

              Ufa! Quando acordei e contei o sonho ao meu marido, ele disse que isso parecia com algo que ele tinha aprendido numa aula de história. Como a água em que nós estávamos não era um lago ou oceano, mas parecia-se mais com um rio, meu marido identificou as práticas de sepultamento dos faraós no Egito.       

              Ele disse que eles realmente construíam um barco para a jornada da pessoa morta no rio, até o outro lado da vida. Percebi então que eu tinha, de fato, um espíri­to-guia, porque ele conduziu o barco e me manteve ocupa­da o tempo todo fazendo alguma coisa. Eu nunca fazia nada por mim mesma, ele sempre dirigia tudo! E o demônio de conexão era o rio para o barco deslocar-se para a frente e para trás.

              Eu sabia que tinha de expulsá-los. Por algum tempo não fiz nada, porque estava com muito medo. Orei e orei. Então, no dia em que ia expulsá-los, su­bitamente começaram a aparecer lágrimas em minha car­ne, que começaram a sangrar. Foi apavorante. Meu marido disse que seria melhor eu colocar mãos à obra e expulsá-los porque eu nunca tinha estado numa situação tão ruim. E assim nós os expulsamos, e em seguida expulsamos todos os seus subalternos.

              Isso não foi nada fácil, e no dia seguinte eu estava exausta. Eu não conseguia parar de chorar e depois fiquei vomitan­do - estava em petição de miséria. Permanecemos em ora­ção e lendo a Bíblia, e então compreendi o que ocorrera. Um de meus demônios principais era o que eu chamarei de "Surrupiador".

              Ele tinha sido colocado em mim quando eu era ainda bebê e ficou surrupiando coisas de mim durante toda a minha vida. Lembranças, percepções, coisas que o Senhor Jesus me dizia - tudo. Simplesmente 'puf.' e tudo desaparecia. Era por isso que eu não podia lembrar-me de nada e era por isso que outras pessoas, como conselheiros cristãos, tinham tanto controle sobre mim.

              Eles simplesmen­te contavam com o fato de que Surrupiador dava sumiço nas coisas e assim eu não me lembrava mais delas. Ele também surrupiava qualquer som que eu ouvisse e, muitas vezes, eu ficava confusa, como se as coisas que eu escuta­va estivessem somente em minha imaginação, sei lá. Depois de expulsá-lo, repentinamente vi um demônio ao qual eu havia na verdade me curvado e entregue a minha alma!

              Nós o expulsamos e imediatamente eu adormeci, mas os sonhos e visões foram horríveis, e então orei e o Senhor me ordenou que eu renunciasse às visões e a todos os demônios associados a elas, e à Imaginação e a todos os demônios que lhe são associados, e a todas as portas de entrada.

              Fiquei exausta. Mas, finalmente, tenho lágrimas que são de verdadeira alegria. Até que, enfim, eu posso ter conversas com Jesus sem que me sejam surrupiadas. Finalmente, pos­so memorizar as Escrituras! Ler a Bíblia é agora uma grande alegria. Durante o tempo em que eu expulsava os demônios, vivi um terrível tormento. Mas pedi uma mente sóbria porque Jesus a prometeu, e pedi ao Espírito Santo que restringisse a atuação dos demônios para que eu pudesse expulsá-los.

              Dois dias antes de o Senhor me revelar que de fato eu tinha esses demônios, tive que tomar uma decisão. Eu podia permanecer daquela forma pelo resto da minha vida, ou podia deixar que o Senhor me purificasse de todos eles. Decidi permitir que Deus me purificasse, pondo-os para fora da minha vida, porque eles estavam interferindo em meu caminhar com Jesus. Compreendi também que não seria nada fácil. É como se o nosso caminhar com Jesus fosse uma série de 'sins', porque ele não nos obriga nem nos força a nada.

              Rebecca, é importante que as pessoas entendam que, se você nasceu no ocultismo, e mesmo que você não tenha tido nada a ver com eles e sempre foi forçado a fazer tudo, você ainda assim recebe demônios. Por causa de meus pais, eles tinham direito legal. E expulsar os demônios não é uma experiência agradável, mas vale a pena! Vale a pena mil vezes, e assim podemos ter a certeza de que Jesus é real. Agora, eu tenho a certeza de uma vida abundante - seja o que for que ele tenha reservado para mim."

 

          Meus agradecimentos, de coração, à escritora desta carta! E oro para que muitos cristãos sigam o seu exemplo e avancem ousadamente, em fé, para se purificar. Que todos nós tenhamos o propósito de nos tornarmos um vaso para honra!

 

Capítulo 13

Libertação de Pessoas Envolvidas no Satanismo

 

          O Satanismo é um problema que não irá simplesmente "desapare­cer". É muito maior do que tudo que já foi noticiado pela imprensa.

          Cada cidade e vilarejo tem grupos locais, ou grupos de pessoas que adoram e servem diretamente a Satanás. Muitas das escolas de nível médio ou superior têm seu próprio grupo local, até mesmo algumas escolas cristãs. Além disso, temos sido inundados por religiões asiáti­cas que são uma outra forma de Satanismo, e cultos egípcios e caribenhos (tal como a Santeria), todos sendo formas de Satanismo.

          Toda religião que adora e serve a demônios - tais como a Umbanda e o Candomblé no Brasil - é uma forma de Satanismo, não importa como os demônios sejam chamados: energias, vibrações, deuses pagãos, entidades espirituais, etc.

          Em uma conferência da polícia, em fevereiro de 1986, em Las Vegas, estimou-se ter havido de 40.000 a 60.000 "homicídios rituais" (sacri­fícios humanos) nos Estados Unidos no ano anterior. Considero essa estimativa extremamente conservadora.

          A cobertura, por parte da imprensa, dos sacrifícios humanos rea­lizados em Matamoros, no México, logo tornou-se notícia diária na mídia. Em todo lugar, os departamentos de polícia estão tentando educar os policiais no campo dos crimes relacionados ao ocultismo. Psicólogos e psiquiatras estão realizando conferências médicas para tentar instruir-se sobre como lidar com pessoas envolvidas no Satanismo.

          Abuso ritual de crianças está tornando-se palavra comum nestes dias. Astros da música rock e seus álbuns estão pregando o Satanismo de forma escancarada em suas apresentações, em todas as lojas de discos e na popular MTV, todos os dias. Um clamor público está sendo suscitado mais e mais a cada dia; é necessário deter a difusão do Satanismo entre nossos jovens. Infelizmente o mundo, e muitos cristãos, estão se voltando para os psiquiatras e psicólogos em busca de respostas. A maioria não percebe que o campo da psiquiatria e psicologia tem provavelmente a mais alta saturação de satanistas praticantes, dentre todos os ramos de atividade. Os primeiros fundadores do campo da psicologia foram, eles próprios, profundamente envolvidos com o ocultismo!

          Temos de voltar a nossa atenção para a Palavra de Deus em busca de respostas. Jesus predisse que isso aconteceria, assim como Paulo e mui­tos outros. Estamos vivendo nos "últimos dias". Paulo escreveu na segun­da carta a Timóteo uma descrição precisa dos dias em que vivemos:

          "Sabe, porém, isto: Nos últimos dias sobrevirão tempos difíceis, pois os homens serão egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes, desafeiçoados, implacáveis, calu­niadores, sem domínio de si, cruéis, inimigos do bem, trai­dores, atrevidos, enfatuados, mais amigos dos prazeres que amigos de Deus, tendo forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder. Foge também destes."(2 Timóteo 3:1-5)

 

          Este simples parágrafo dá uma descrição sucinta de toda pessoa que adora e serve Satanás. Paulo então continua, dizendo:

          "Ora, todos quantos querem viver piedosamente em Cris­to Jesus serão perseguidos. Mas os homens perversos e impostores irão de mal a pior, enganando e sendo enganados. Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste e de que foste inteirado, sabendo de quem o aprendeste. E que, desde a infância, sabes as sagradas le­tras, que podem tornar-te sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus. Toda a Escritura é inspirada por Deus é útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra." (2 Timóteo 3:12-17)

 

          Creio que um ano após a publicação deste livro em inglês, as igrejas cristãs já estarão sob ataque direto e aberto dos satanistas.

          Recente­mente, estávamos na Carolina do Sul e pegamos um jornal local. Na primeira página havia uma foto duma pequena igreja cristã daquela cidade. Na parede da frente da igreja, com spray de tinta preta, esta­vam escritas as palavras "Satanás é Deus!" Não demorará muito, e aqueles que servem a Jesus Cristo terão que se deparar diretamente com os que servem a Satanás, em confrontações face a face.

          No mês de maio de 1989 estive com um pastor evangelista itinerante. Ele falou-me de seis igrejas que conhecia pessoalmente nos estados de Texas e Oklahoma, cujas portas tinham sido fechadas por causa de ameaças dos satanistas locais. Nem os pastores nem os membros da­quela igreja se dispuseram a resistir face às ameaças satânicas de mor­te.

          Esse mesmo evangelista também me falou de uma igreja no Texas em que o pastor foi abordado pelo sumo sacerdote do grupo satânico local, o qual exigiu o uso do prédio da igreja. Neste caso o pastor disse ao sumo sacerdote que ele não poderia fazer uso do prédio. A pronta resposta foi uma ameaça de morte. O pastor respondeu:

          - Na vida ou na morte, eu servirei a Jesus. Eu não tenho medo da morte. Você não pode usar este prédio!

          Cerca de duas semanas depois, os satanistas invadiram a igreja e sa­crificaram um bebê no altar à frente da igreja e o profanaram, deixan­do o bebê morto ali para que fosse encontrado pelos membros da igreja. Mesmo assim, o pastor e parte da igreja permaneceram fiéis a Cristo.

          Como resultado, cerca de três semanas depois, um reaviva­mento ocorreu naquela cidade, e muitos vieram a Jesus. Soube também de uma igreja na Carolina do Sul que foi fechada e várias pessoas dessa igreja foram mortas em estranhos acidentes. Tinham recebido ameaças dos satanistas locais. Isto, creio, vai se tornar um acontecimento muito comum nos próximos anos.

          Desde que o meu primeiro livro foi publicado, no outono de 1986, cartas me têm chegado, em grande quantidade, enviadas por pessoas que sofreram todo tipo de atrocidade imaginável nas mãos dos servos de Satanás.

          Meu coração parte-se quando leio essas histórias. Um ser humano não pode tratar do sofrimento de outra pessoa. Somente o Senhor pode ajudar uma pessoa a suportar todo o terrível sofrimento por que passa em sua vida. Mas, em meio a tudo isso, temos de lem­brar-nos de que Jesus amou e morreu até mesmo por gente assim.

          Já há vários anos tenho tido o hábito de clamar ao Senhor pela alma de cada servo que Satanás envia para me ferir. Penso que, se Satanás usar seus servos contra mim, pelo menos vou ter a oportunidade de compartilhar o evangelho a eles. O que tenho visto é que muitos sata­nistas, endurecidos de coração, que foram enviados para nos fazer mal, ficaram completamente quebrantados e se voltaram para Jesus! Este deve ser sempre o nosso objetivo.

          Recentemente comecei a receber muitas críticas pelo fato de não dar os nomes específicos das pessoas e dos lugares em meus livros e por não relatar os incidentes a autoridades seculares. Uma coisa precisa ficar bem clara. Meu chamado do Senhor é para retirar pessoas, do cativeiro de Satanás, para o reino de Jesus Cristo. Foi de propósito que deixei de lado esses detalhes em meus livros. Se eu quisesse que eles fossem conhecidos, eu os teria publicado. Satanás é um espírito e o seu reino está no mundo espiritual. Minha batalha não é contra "o sangue e a carne" (Efésios 6:12). Mas, mais do que isso, fui chama­da especificamente pelo Senhor para usar somente armas com poder divino, não armas deste mundo.

          "Pois embora andando na carne, não milhamos segun­do a carne. As armas da nossa milícia não são carnais, mas sim poderosas em Deus para destruição das forta­lezas." (2 Coríntios 10:3-4 - EC)

 

          A única resposta ao Satanismo e aos crimes que lhe são associados está no poder do evangelho de Jesus Cristo e na sua obra consumada na cruz do Calvário. Meu chamado é para retirar pessoas do Satanismo e libertá-las por meio de um compromisso total com Jesus Cristo.

          Dou meus aplausos aos esforços da polícia, mas eles têm sérias limitações, em virtude de duas coisas. Primeiro, eles não acreditam na realidade do mundo espiritual, nem que os satanistas tenham qualquer poder real.

          Segundo, eles não terão a menor condição de lidar com o que está ocorrendo, sem o poder de Jesus Cristo e sem o discernimento do Espírito Santo. As prisões estão cheias de satanistas.

          Segundo um recente documentário que passou na TV, aqui na Califórnia as prisões estão tão cheias que a maioria dos criminosos volta às ruas em poucos dias porque simplesmente não há espaço suficiente para acomodá-los. Qual será a solução para esse terrível estado de coisas? É hora de nós, cristãos, levantarmo-nos e começarmos a obedecer ao mandamento de Cristo: compartilhar com poder o evangelho a todos os homens.

          Esta é toda a razão de ser do Satanismo: poder. Cada um que nele se envolve o faz por um só propósito central: conseguir poder. Isso é tão antigo quanto o jardim do Éden. Por que Adão e Eva desobedeceram a Deus? Porque pensaram que obteriam um conhecimento especial e, portanto, poder para tornar-se como o próprio Deus.

          A rebelião está no âmago da vida de todas as pessoas envolvidas com o Satanismo. Isso também ocorre na vida daqueles que sofreram abusos no Satanismo. Não importa o quanto tenham sido abusados, ou quão passivos pareçam, cada um deles tem em si uma rebelião tão forte e profunda que cada vez mais fico surpreendida por isso.

          "Porque a rebelião é como o pecado de feitiçaria, e a obstinação é como a iniqüidade de idolatria." (1 Samuel 15:23-EC)

 

          Essa tendência à rebelião é algo que todos nós temos que enfrentar, mas especialmente as pessoas que foram envolvidas no Satanismo. Lembre-se sempre, a passividade é a pior forma de rebelião possível. Deus odeia a passividade, mais do que qualquer outra coisa. Ele tor­nou isso bem claro em Apocalipse 3, na carta à igreja de Laodicéia. Como os laodicenses eram mornos, isto é, passivos, o Senhor disse que estava a ponto de vomitá-los de sua boca (Ap 3:15-16).

          As procriadoras são algumas das pessoas que, no Satanismo, são mais difíceis para se trabalhar. São mulheres que geram bebês para serem usados em sacrifícios. É muito difícil trabalhar com elas porque optaram por rebelar-se, por meio da passividade. Elas se recusaram a fazer qualquer coisa contra os terríveis pecados que lhes pedem para cometer.

          Uma das primeiras coisas que tenho de fazer, sempre que alguém me procura dizendo que quer sair do Satanismo, é orar! Tenho de buscar o Senhor em oração para ter a certeza de que é da vontade dele eu trabalhar com tal pessoa. Tenho também de conversar com a pessoa, não somente para ver se ela está disposta a aceitar Jesus como o Se­nhor total da sua vida, mas também para ver se está disposta a pagar o preço envolvido no compromisso total com Jesus.

          A maioria das pes­soas envolvidas no Satanismo não está disposta a pagar o preço de um compromisso total com Jesus. Elas apenas buscam um alívio para o problema que as atormenta. Elas são tal como todos os seres huma­nos, incluindo nós, os cristãos.

          Praticamente a única coisa que nos faz virar as costas para o pecado em nossa vida é o fato de que, por fim, tornamo-nos tão miseráveis que nos dispomos a abandonar o pecado para obter algo melhor. O filho pródigo na parábola ensinada por Je­sus é um exemplo típico disso. Ele teve que descer até ao ponto de comer com os porcos que ele alimentava, antes de se dispor a aban­donar a sua vida de pecado.

          Muitas vezes, em situações de aconselhamento, tenho que chegar ao ponto de simplesmente orar com a pessoa e pedir ao Senhor que trate dela da forma que julgar necessário para trazê-la ao ponto de se dis­por a desistir completamente do Satanismo. Enquanto sente que o Satanismo vai beneficiá-la mais do que prejudicá-la, a pessoa não se disporá a abandoná-lo. Talvez isso soe duro, mas é verdade.

          A maio­ria das pessoas sai do Satanismo somente quando percebe que, muito provavelmente, perderá a vida se continuar. Nos casos verídicos con­tidos neste capítulo, você verá que este é, quase sempre, o ponto em que ocorre a mudança.

          Trabalhar com pessoas que saem do ocultismo não é fácil. Eu mes­ma já cometi todos os erros possíveis. Tenho de alertar os obreiros cristãos que atuam nesta área com respeito a dois aspectos problemá­ticos bastante sérios. Primeiro, a dura verdade é que a maioria das pessoas está em busca de uma "carona grátis". Isto é, elas querem que uma outra pessoa lute por elas e resolva tudo para elas.

          A maioria das pessoas que ingressa no ocultismo, em primeiro lugar, o faz porque pensa que poderá ganhar muito sem ter que trabalhar. Tenho aprendi­do, a duras penas, que é necessário estabelecer um prazo definido durante o qual se vai ajudar e dar apoio a alguém. Você não pode ficar ajudando e dando até apoio financeiro às pessoas indefinidamente. E, enquanto você estiver ajudando alguém, em geral a pessoa não faz nenhum esforço para dar conta de si mesma. Paulo abordou esta ques­tão de forma bem direta em 2 Tessalonicenses:

          "Porque, quando ainda conosco, vos ordenamos isto: se alguém não quer trabalhar, também não coma. Pois, de fato, estamos informados de que, entre vós, há pes­soas que andam desordenadamente, não trabalhando; antes, se intrometem na vida alheia. A elas, porém, de­terminamos e exortamos, no Senhor Jesus Cristo, que, trabalhando tranqüilamente, comam o seu próprio pão."

(2 Tessalonicenses 3:10-12)

         

          Em segundo lugar, há um número crescente de pessoas que fingem ser ex-satanistas, ou que fingem terem sido abusadas em rituais satâni­cos quando crianças. Este é um problema que, sem dúvida, crescerá à medida em que o Satanismo for sendo mais exposto pela imprensa. Essas pessoas vêm até nós, pedindo ajuda e atenção. Algumas vezes fico surpresa sobre quanta informação elas podem obter simplesmente mediante a leitura e por meio dos demônios que permitiram entrar ne­las, quando afirmam que estão endemoninhadas e que foram satanistas.

          Algumas vezes o Senhor parece deliberadamente impedir o discer­nimento nesses casos. Só posso imaginar que ele age dessa forma para que a pessoa tenha uma chance incondicional de receber a salvação. Entretanto, a longo prazo elas acabam revelando o seu embuste, recu­sando-se a trabalhar, e por contínuas tentativas de chamar a nossa atenção, a maioria das vezes fingindo doenças e ataques demoníacos. Nenhum ministério está livre desses problemas.

          Qualquer um pode infiltrar se, Posso atestar que essas pessoas trazem tristeza e problemas incontáveis. Mas não ouso dar a mim mesma a permissão para ficar ressentida. Tenho que me lembrar sempre de que Cristo as ama, mesmo assim.

 

Medo

          O obreiro cristão deve sempre entender que as pessoas que estão verdadeiramente saindo do Satanismo são governadas pelo medo. O medo é o instrumento número um de Satanás.

          O reino de Satanás é governado sob o princípio da competição absoluta. Os satanistas não podem confiar em ninguém - é cada um por si. Eles cooperam uns com os outros somente por serem forçados a isso pelos demônios, através do medo. O mundo do Satanismo é também um mundo de mentiras.

          Satanistas são mentirosos e atores consumados. É a única forma de sobreviver. Quando saem do Satanismo, são extremamente temerosos, e mentirosos habituais. Leva tempo para que vejam que o poder do Senhor é maior do que qualquer coisa que Satanás e os demônios tenham. Leva tempo, igualmente, para que percam o hábito de mentir por qualquer coisa. É necessário muito amor, paciência e perseverança da parte do obreiro cristão que os estiver ajudando.

          Os satanistas rejeitam tudo e, conseqüentemente, sentem-se rejeita­dos por tudo e por todos. Nos nove anos em que tive um fluxo cons­tante de pessoas que saíram do Satanismo e que vieram morar em minha casa, pude notar continuamente que elas interpretam tudo como rejeição.

          Se eu peço a uma dessas pessoas para matar uma mosca na parede, ela interpretará isso como rejeição. É necessário muito amor e paciência para ajudá-las a reconhecer e a superar isso.

 

Convicção

          A convicção do pecado não vem imediatamente àqueles que estão saindo do Satanismo. Nosso Senhor é tão misericordioso e gracioso! Ele sabe muito bem que, se trouxesse sobre eles, de uma só vez, toda a convicção da terrível natureza de suas ações, eles ficariam fora de si.

          À medida em que a pessoa se fortalece no Senhor, o Espírito Santo lhe traz a convicção do erro de seus atos. Nós, obreiros cristãos, temos de entender que essas pessoas ex-satanistas passaram por situações tão terríveis que não podem se lembrar de todas essas coisas de uma vez. É normal que pessoas recém-saídas do Satanismo tenham uma amnésia significativa.

          A libertação total geralmente não é possível ime­diatamente, porque haverá muitas coisas de que elas não se lembra­rão. Isso ocorre especialmente no caso de inserções subcutâneas e de episódios de sexo ritual. Nós somos seres humanos frágeis. Nossa mente só pode lidar com um pouco de cada vez. Nosso Senhor sabe disso. Ele não força de nós além do que possamos suportar. E, à me­dida em que elas se tornam mais fortes e seguras em Cristo, então ele gradualmente vai liberando mais um pouco da sua memória.

          Tenho visto que é necessário pelo menos um ano para que uma pessoa que deixou o Satanismo se estabilize. Durante esse ano, o Senhor trará à memória dessa pessoa mais e mais dos rituais e contratos com que ela se envolveu. A maioria de seus demônios poderá ser expulsa no início, mas outros mais serão revelados à medida em que a pessoa for se lembrando de outras coisas de que participaram.

          É importante que, à medida em que essas coisas forem sendo lembradas, a pessoa se arrependa delas, confesse-as como pecado e peça ao Senhor o perdão e a sua purificação.

          Uma grande cura ocorre quando nos arrependemos e confessamos os nossos pecados. Os que vieram do ocultismo são cordeiros feridos no rebanho do Senhor, e devem ser cuidados com uma terna firmeza e com muito amor.

          Vou apresentar dois casos reais completos neste capítulo, objetivando mostrar com maior clareza como abordo tais situações. Não só expul­so os demônios, mencionando os pecados pelos quais eles entraram, mas, no caso de uma pessoa que teve envolvimento com qualquer forma de adoração a demônios, temos também que lidar diretamente com seus "espíritos familiares", ou demônios com os quais ela traba­lhava intimamente. As pessoas que tiveram tal envolvimento sempre sabem os nomes dos demônios com que trabalhavam.

          Se lhe disserem que não sabem, estarão mentindo. Você terá que perguntar a elas os nomes de seus espíritos familiares. Com freqüência, como você verá nos casos verídicos que estarei relatando, haverá vários, e não apenas um ou dois espíritos familiares.

          Não é necessário saber os nomes de nenhum dos demais demônios em tais pessoas. Você não deve perguntar aos próprios demônios o seu nome. Converse com a pessoa sobre a vida dela, em busca das portas de entrada.

          Nos casos que relato a seguir, apresento primeiro as histórias e indico as portas de entrada. Em seguida menciono os espíritos familiares. Então, por último, apresento como conduzimos a libertação da pessoa.

          Considere, numa libertação, os cinco pontos seguintes:

  • Espíritos familiares.
  • Contratos de sangue
  • Episódios de sexo ritual
  • Inserções
  • Portas de entrada

 

Caso Número 1: Marie

          Marie (não é este o seu nome real) tinha 21 anos de idade quando abandonou a feitiçaria e voltou a sua vida para Jesus Cristo. Esta é sua história:

          A mãe de Marie estava no Satanismo, e, de fato, havia atingido uma alta posição. Casou-se com um satanista, mas os dois separaram-se e divorciaram-se um mês antes do nascimento de Marie.

          O pai de Marie era considerado mentalmente retardado, apesar de ser capaz de trabalhar. Ele nunca alcançou qualquer posição de im­portância na feitiçaria. Ele deixou a mãe de Marie por causa de uma outra bruxa do grupo. Na época do nascimento de Marie, Satanás disse à mãe dela que a menina seria mentalmente retardada, como o pai. Infelizmente, a mãe de Marie aceitou essa mentira de Satanás sem questionar.

          O interessante é que Marie foi não somente dedicada a Satanás, quando ainda nenê, mas também a Jesus Cristo. Isso ocorreu porque, na época do seu nascimento, sua mãe tinha uma posição significativa na igreja cristã em que havia se infiltrado. Não tenho dúvida de que o Senhor levou aquela dedicação a sério, e, 21 anos mais tarde, concre­tizou-a trazendo Marie para Si.

          Com a idade de quatro anos, Marie foi levada por sua mãe a um encontro especial do grupo satânico, onde ela assinou o seu primeiro pacto de sangue, vendendo-se a Satanás. Marie lembra-se muito clara­mente de que, no momento de assinar o pacto, Satanás apareceu e lhe deu um demônio chamado Komaer.

          Satanás disse a ela que Komaer lhe daria a habilidade de fingir-se mentalmente retardada, o que lhe per­mitiria fazer com que sua mãe fizesse tudo o que ela quisesse. Infelizmen­te, Marie usou esse demônio com perfeição nos dezessete anos seguin­tes. Ela é na verdade uma moça muito inteligente.

          Mas ela continuamen­te fracassava em tudo na escola; era considerada mentalmente retarda­da em todas as avaliações psiquiátricas e convencia a todos de que de fato era mentalmente retardada. Agora ela está diante da vida sem ne­nhuma instrução e com poucas chances de conseguir um emprego.

          A mãe de Marie levou-a a alguns encontros do grupo satânico, mas a mantinha geralmente longe deles, sempre temendo que Satanás exi­gisse o sacrifício dela. Marie era uma criança incrivelmente mimada. Ninguém jamais dizia "não" a ela, nem mesmo seus avós. Ela tinha tudo o que o dinheiro podia comprar. Seus avós tentaram compensar Marie pelo abuso que tinham cometido com a mãe dela quando crian­ça. Ela foi criada quase que sem nenhuma disciplina.

          Quando Marie estava com 11 anos de idade, sua mãe deixou a feiti­çaria e aceitou Jesus Cristo. Foi aí que os problemas começaram. Como é comum com pessoas que saem da feitiçaria, a mãe de Marie perdeu tudo. Acabou mudando-se para um outro estado, deixando para trás os avós. Subitamente, Marie descobriu que não era mais adorada por sua mãe, mas que uma outra pessoa tinha tomado aquele lugar que era dela - Jesus. E Marie passou a odiar Jesus e os cristãos que ajudavam sua mãe, de todo o seu coração! Ela rebelava-se contra tudo e contra todos permanentemente.

          Quando elas se mudaram de um estado para outro, Marie manteve contato com a suma sacerdotisa que assumiu o lugar de sua mãe. Tra­balhou com aquela mulher até seus 21 anos de idade.

          Marie associou-se com as crianças que estavam envolvidas em Satanismo nas diversas escolas públicas que freqüentou. Participava freqüentemente de sacrifícios de animais, e, com mais idade, de sacrifíci­os humanos também - galgando os degraus dentro da feitiçaria, assim como sua mãe havia feito, antes dela.

          Marie também se adestrou na leitura de mãos, na leitura de cartas de tarô, e recrutou muitos jovens para a feitiçaria, mostrando-lhes como jogar com o tabuleiro de ouija. Ela tornou-se fascinada pelos horósco­pos e seguia o seu fielmente.

          Com a idade de 17 anos envolveu-se com uma gangue que rapida­mente a levou a tomar drogas, a beber e a ter múltiplos contatos sexu­ais. Ela se exibia aos outros jovens praguejando contra Deus em cada oportunidade que tinha. Com dezessete anos, teve um bebê, sendo solteira. Sua mãe não lhe permitiu abortar e, como ela era menor de idade, forçou-a a entregar o bebê para adoção. Ainda bem que sua mãe fez isso, porque Marie provavelmente teria sacrificado a criança se tivesse ficado com ela.

          Apesar de não ter permissão para escutar música rock em casa, Marie a ouvia constantemente quando estava fora de casa. Com 18 anos, após o nascimento do bebê, Marie voltou à sua cidade natal pa­ra visitar os avós, e também seu pai. Foi então que ela e seu pai tive­ram uma relação sexual.

          Marie mentia quanto a tudo o que fazia. Ela se deleitava em assistir a todos os filmes sobre ocultismo ou terror que pudesse. E envolveu-se ainda com o jogo Calabouços e Dragões (Dungeons and Dragons), e com outros videogames ocultistas.

          Finalmente, aos 19 anos, depois de ter terminado o nível médio em um programa especial para os mentalmente retardados, sua mãe a mandou de volta aos avós, pois não tinha mais condições de ficar com Marie em casa.

          Marie repetidas vezes tentou matar sua mãe, tanto por bruxaria, como fisicamente. Ela persistia em acreditar que Satanás era mais forte do que Jesus Cristo, apesar de tudo o que sua mãe dizia ou tentava fazer para persuadi-la de outra forma. Marie odiava todo o mundo, e sentia que todo o mundo a odiava. Ela odiava sua mãe com muita ira, principalmente por ter deixado a bruxaria e pela mudança que isso acarretou nas circunstâncias de sua vida.

          Quando Marie voltou ao seu estado natal, começou a ter um treinamento formal no grupo satânico. Ela recebeu um novo e poderoso espirito chamado Malaquias, e um demônio "porteiro", ou "demônio de poder", que atendia por Gosser. Foi a própria Marie que deu a este demônio o nome Gosser.

          Ela resolveu tomar-se o que se conhece como "caçadora", que vem a ser uma assassina profissional. Ensinaram-lhe como usar toda sorte de armas, estrelas, dardos envenenados, lanças, espadas, etc. Começou a aprender artes marciais - Kung Fu e Caratê. Entretanto, ela era excessivamente preguiçosa para perseverar em qualquer tipo de treinamento físico realmente rigoroso, e assim o que fez foi principalmente receber mais esses outros demônios. Passou ainda a usar e vender drogas.

          Marie recusou-se a trabalhar, e foi colocada em um programa do governo pelo bem-estar dos mentalmente retardados. Foi colocada sob os cuidados de dois psiquiatras que trabalhavam para o governo, os quais eram satanistas.

          Esses homens lhe ensinaram muita coisa so­bre as artes do ocultismo, especialmente na área da hipnose, da projeção astral e da ioga. Ela morava em uma casa comunitária mantida pelo governo. Isso não deteve suas atividades, pois a maior parte das pes­soas que trabalhava nos programas de serviços sociais naquela locali­dade era constituída de satanistas do seu próprio grupo satânico local, que era muito grande.

          Foi durante esse período de dois anos que ela entrou mais fundo nos sacrifícios humanos e no canibalismo, ao lado de freqüentes sacrifícios de animais. Finalmente, com 21 anos, foi-lhe dada uma grande incum­bência. Foi-lhe prometida a posição de suma sacerdotisa (de um gru­po local) se ela tivesse êxito numa missão, e a morte, se falhasse. Na realidade, Marie era uma perdedora, tanto dentro da bruxaria como fora dela. Ela nunca completou o seu treinamento na feitiçaria, por causa da sua preguiça. Ela ficava sempre procurando o caminho mais fácil e como pegar uma "carona" de alguém. A missão que lhe deram: ela foi enviada à Califórnia para se infiltrar e matar-me.

          Eu tenho há anos, como norma, sempre pedir ao Pai pela alma de cada servo que Satanás envia para nos fazer mal. Penso que se Satanás tem o propósito de enviar tais pessoas para nos ferir, então eu devo ter pelo menos a mesma oportunidade para compartilhar o evan­gelho de Jesus Cristo com elas. O Pai parece estar de acordo com este meu ponto de vista, pois ele quase sempre me permite comparti­lhar o evangelho com tais pessoas. Satanás tem que enviar seus servos contra nós a seu próprio risco: o risco de perdê-los para Jesus Cristo, o meu Senhor! Afinal, isto me parece mais do que justo.

          Por ordem do Senhor, levei Marie a nossa casa. Ela ficou conosco durante duas semanas sem quebrantar-se e confessar todo o esquema para nós. Mas ela percebeu que o poder de Jesus Cristo era forte demais, e viu que ela nunca teria sucesso em me matar. Então ela te­meu por sua vida - e com boas razões.

          Um pouco antes de ser envia­da para cá, ela tinha sido forçada a assistir ao brutal assassinato de um rapaz de 17 anos de idade que havia fracassado em uma incumbência semelhante para o seu grupo satânico. Disseram a ela que, se ela fa­lhasse em nos matar, ela também seria sacrificada da mesma forma.

          Temendo por sua vida, Marie dispôs-se a entregar-se a Jesus Cristo e abrir mão de seus demônios. Entretanto, seu caminhar tem sido mui­to difícil. Ela continua a ser preguiçosa e rebelde. Marie simplesmente não quer trabalhar ou assumir responsabilidades por si mesma.

          Ela não quer servir a Jesus nos termos dele. Ela quer tudo à sua maneira. Marie morou comigo durante seis semanas. Então eu a forcei a mudar-se e procurar trabalho. A luta pela alma de Marie continua no momento em que este livro está sendo escrito. Mas, eis como conduzimos a sua libertação inicial.

 

O envolvimento de Marie

          Adicionalmente às portas de entrada dadas abaixo, eu pedi a Marie que fizesse uma lista dos demônios que ela conhecia bem e com quem trabalhava freqüentemente. O Senhor mostrou-me que pessoas envol­vidas profundamente na feitiçaria têm de repreender pelo nome e ex­pulsar esses demônios com que trabalharam de perto.

          Esses demônios estão listados abaixo, com a função que tinham. Alguns desses nomes podem estar escritos de forma incorreta, pois Marie nunca se preocu­pou com a grafia desses nomes; apenas sabia como eles eram pronun­ciados. Como é comum na feitiçaria, a muitos dos demônios ela mesma foi quem deu o nome. Os demônios não ligam muito para o nome pelo qual são chamados. Eles querem apenas entrar e controlar as pessoas.

 

Malaquias: Espírito-guia.

Gosser: "Porteiro" ou "demônio do poder", que lhe dava a habilidade da projeção astral.

Dozzer: "Mestre de chaves". Este demônio abria qualquer porta de casas, carros, ou cofres. Ele também o enviava para confundir e cegar motoristas para provocar acidentes de carros e de caminhões.

Morte: Um demônio colocado em cada pessoa que assina um pacto com Satanás. A função deste demônio é trazer a morte física da pessoa em que habita, no caso de a pessoa voltar-se de Satanás para Jesus Cristo.

Konee: Dava a Marie a habilidade de "desmaiar", mas continuar percebendo o que acontecia ao seu redor.

Kefflay: Recebido através do primeiro contato sexual. Atuava grande­mente em lascívia e na sedução de parceiros sexuais.

Symuse: Dava-lhe a habilidade de beber tanto quanto quisesse sem perder a consciência. Este demônio também podia afetar o instrumen­to de detecção alcoólica de forma que ela podia ter altos níveis de álcool e ainda assim passar nos testes de análise do hálito.

Keumma: Usado para influenciar vendedores de drogas, de forma que ela conseguia baixar o preço. Assim, obtinha drogas a um preço muito abaixo do valor normal e então conseguia um lucro maior.

Susky: Recebido do psiquiatra na primeira vez em que ele a hipnoti­zou. Este demônio colocava "luz rosa" em torno dela para proteger seu cordão de prata quando ela realizava projeções astrais.

Selumea: Entrou por meio de uma tentativa de suicídio. Seu propósito era permanecer nela de forma que, se ela decidisse cometer suicídio novamente, ele faria o seguinte: (1) Manteria afastados todos os outros demônios, para que não a impedissem de tirar a sua vida. (2) Notificaria outros satanistas, de forma que seu suicídio tornar-se-ia um sacrifício ao estilo "Ninja". Um suicídio em "estilo Ninja" consiste em dependurar-se de cabeça para baixo, pegar uma espada ou punhal e retirar o coração e as entranhas. Se ela no último momento não quisesse fazer isso, os outros satanistas o fariam por ela. Uma vez que Selumea se pusesse em ação, nada poderia detê-lo, nem mesmo a própria Marie. Foi prometido a ela que, se ela se sacrificasse dessa maneira a Satanás, ela teria uma posição mais alta no inferno, no reino de Satanás.

Lanerker: Usado em todas as formas de previsão do futuro. Um de­mônio de adivinhação.

Desae: Recebido na primeira vez em que ela blasfemou contra Deus. Este demônio fez um mantra com palavras de praguejamento, e lhe deu algum conhecimento de espanhol para que pudesse praguejar em espanhol na frente de outros que não entendiam este idioma. Assim ela não ficaria em "situação difícil" por praguejar. Este demônio a fazia usar linguagem extremamente baixa de forma quase contínua.

Demee: Entrou através do primeiro filme que ela assistiu, "Nightmare on Elm Street - Assassinato da Rua Elm". Ele e outros demônios davam a ela a habilidade de assistir a toda sorte de horror e tortura sem sentir emoção nenhuma exceto uma espécie de "êxtase". Esses filmes também se tornaram filmes de treinamento à medida em que ela aprendia as ha­bilidades de um assassino.

Kimlumlu: Demônio de música rock. Demônio-chefe que entrou ao escutar música rock. Este demônio, e seus subalternos, permitiam-lhe entender as letras, a mensagem subliminar, e escutar a música em níveis muito altos sem nenhum dano auditivo.

Labue: Recebido numa cerimônia especial para dar-lhe força e guiar suas mãos em assassinatos em rituais. (Muitas pessoas recebem o que é chamado "luxúria por sangue", através de sacrifícios. Uma vez que tenham matado, elas sentem um desejo impulsivo de derramar sangue de novo e de novo.)

Conveno: Demônio vampiro de energia. Marie podia, com este demô­nio, drenar a força de qualquer pessoa que quisesse. A menos que eu amarrasse esse demônio nela, sentando-se Marie a meu lado, em menos de 10 minutos eu ficava tão fraca que não podia levantar-me. Ela recebeu este demônio aos quatro anos de idade e o utilizava cons­tantemente para afligir outros por toda a sua vida.

Silenciador: Demônio de silêncio usado em treinamento de artes marciais. Ele poderia ter capacitado Marie a mover-se com absoluto silêncio se ela tivesse continuado seu treinamento em artes marciais.

Keaseme: Demônio de fuga. Ela o conseguiu de algum outro jovem em seu lar comunitário. Ele a ajudava a fugir e correr para longe do lar comunitário sempre que ela quisesse, e podia usá-lo para afligir outros jovens e fazê-los desejar fugir da casa de seus pais.

Komaer: Demônio de retardamento mental. Marie agia como uma pessoa mentalmente retardada com grande habilidade. Ela é na verda­de muito inteligente e tem habilidade normal de leitura.

Keelma: Marie freqüentemente enviava este demônio para destruir o emprego de uma pessoa. Qualquer um que a aborrecesse normalmen­te terminava perdendo o emprego em poucos meses por causa desse demônio. Ela o recebeu com a idade de seis anos e o usou regularmente dali em diante.

Dova: Demônio de doença. Entrou em Marie aos seis anos. Ela o usa­va com muita freqüência para afligir outras pessoas e animais com toda a sorte de doenças.

Jermona: Recebido como parte de seu treinamento para tornar-se caçadora. Dava a ela habilidades com toda sorte de armas. Mais uma vez, por causa de sua indolência, ela não progrediu muito em seu trei­namento e não aprendeu a utilizar bem este demônio.

Ouka: Demônio de controle emocional. Entrou através da prática de posições de ioga. Ela lhe deu entrada porque tinha um temperamento violento. Este demônio a ajudava a controlar o seu emocional quando precisasse, em seu próprio benefício, de forma a manter a cabeça fria em situações em que, de outra forma, não teria mantido.

Kafa: Marie pediu a este demônio para ter a habilidade de ganhar em qualquer jogo, especialmente em videogames. Depois que se libertou, ela é incapaz de jogar esses jogos com destreza.

Legião: Marie convidou este demônio a entrar nela num dos rituais da gangue, quando era membro do grupo "demônios de Satanás", no ensino médio. A figura do demônio, conforme ele aparece no mundo espiritual, está nas costas das jaquetas usadas pelos membros dessa gangue. Ele é uma espécie de mascote da gangue e habita em todos os membros.

 

Resumo da libertação de Marie

          A libertação de Marie foi conduzida da seguinte forma:

 

  • Ela pôs-se de joelhos e pediu a Jesus Cristo para perdoar os seus pecados e tornar-se o seu Senhor e Salvador.
  • Ela renunciou todo o seu envolvimento com o Satanismo e fez uma clara declaração a Satanás e seus demônios de que nunca mais os serviria novamente e que agora ela era serva de Jesus Cristo.
  • Ela pediu perdão ao Pai por utilizar um espírito-guia. Então ordenou a Malaquias que a deixasse imediatamente, em nome de Jesus. Esse demônio causou-lhe grande dor, apesar de todas as ordens para que fosse amarrado. Marie teve que se dispor a sofrer essa dor para libertar-se.
  • Ela repreendeu esse demônio e ordenou-lhe que saísse por várias vezes durante cinco minutos até que finalmente ele saiu.
  • Marie pediu perdão por seu contato com o mundo espiritual e então expulsou Gosser, o porteiro.
  • Marie expulsou o demônio de morte para que ele não interferisse no restante da libertação. Na libertação de alguém que tenha se envolvido com o Satanismo normalmente procedo assim. O demônio de morte deve sair logo no  início da libertação ou causará muito dano físico e situações desagradáveis.

 

          Depois de expulsar Malaquias, seu espírito guia, e Gosser, seu por­teiro, e o demônio da morte, Marie ficou em condições de lidar com todos os outros demônios de espíritos familiares com os quais ela ha­via trabalhado tantas vezes.

          Cada demônio específico de sua lista de espíritos familiares foi repreendido individualmente e expulso. Marie orava primeiro, pedindo ao Senhor que a perdoasse por ter permitido àquele demônio em particular morar nela e trabalhar com ela. Então ela ordenava ao demônio que saísse.

          O demônio que lhe deu mais trabalho foi Komaer. Isso ocorreu por­que ela permitiu que Komaer tivesse muito controle sobre sua mente, de forma a agir como uma pessoa mentalmente retardada. Komaer a pôs inconsciente duas vezes, e a fez ficar muito confusa algumas vezes. Cada vez, nós a ajudávamos a restabelecer o controle, e então reque­ríamos que ela controlasse aquele demônio com o poder e a autorida­de que lhe haviam sido dados por Jesus Cristo. Quando Marie conse­guiu amarrar Komaer, em nome de Jesus, e conseguiu impedi-lo de controlar a sua mente, então ele teve que sair.

          Então, depois que cada um desses demônios foi expulso, voltamos atrás e começamos a lidar com as portas de entrada. Novamente, Marie orou primeiro pedindo perdão, e então ordenou a cada demônio que entrou através de cada porta de entrada que a deixasse imediatamente.

 

As portas de entrada tinham sido:

  • Herança
  • Incesto
  • Jogo Calabouços e Dragões
  • Leitura de mãos
  • Jogos de ocultismo em geral
  • Ioga
  • Sacrifícios de animais
  • Música rock
  • Filmes de ocultismo e de terror
  • Assassinato
  • Horóscopos
  • Rebelião
  • Contratos de sangue
  • Embriaguez
  • Relações sexuais múltiplas
  • Feitiçaria
  • Drogas
  • Canibalismo
  • Kung Fu
  • Projeção astral
  • Caratê
  • Blasfêmia
  • Sacrifícios humanos
  • Cartas de tarô
  • Beber sangue (de animais e humano)
  • Hipnose
  • Sexo ritual

 

          Por fim, com as orações abaixo, fizemos uma limpeza geral final nas seguintes áreas:

  • No espírito.
  • Cortando a ligação entre a alma e o espírito.
  • Na mente.
  • Na vontade.
  • Nas emoções
  • No corpo físico.

 

No Espírito

          Oração: Pai, em nome de Jesus, eu te peço perdão pelo uso pecami­noso do meu espírito e peço que o purifiques completamente de quais­quer demônios que ainda restem. Peço-te que seles o meu espírito de forma que, além de ti, de agora em diante ninguém mais possa ter controle sobre ele. Eu te agradeço, em nome de Jesus.

          Declaração: Agora, em nome de Jesus Cristo meu Senhor, eu ordeno a cada demônio que ainda esteja no meu espírito, ou afligindo o meu espírito, que vá embora imediatamente! Nunca mais o meu espírito será usado para servir a Satanás ou qualquer um de vocês, demônios.

 

Cortando a Ligação Entre a Alma e o Espírito

          Oração: Pai, em nome de Jesus, eu te peço que removas completa­mente e para sempre a minha habilidade de comunicar-me com o mundo espiritual de qualquer forma, exceto o que o Espírito Santo queira que eu receba. Assim, peço-te que cortes de uma vez e para sempre a ligação entre a minha alma e o meu espírito, conforme Hebreus 4:12, e que removas todos os demônios que me davam a habilidade de con­trolar o meu espírito e de comunicar-me com o mundo espiritual.

          Declaração: Agora, em nome de Jesus Cristo, eu ordeno a todos os demônios que ligam a minha alma e o meu espírito, que me davam a capacidade de comunicar-me com o mundo espiritual e realizar projeção astral, que vão embora imediatamente!

 

Na Mente

          Oração: Pai, em nome de Jesus Cristo, eu te peço que purifiques, cures e renoves completamente a minha mente. Eu quero usar minha mente para servir e honrar a ti. Perdoa-me por viver a mentira do retardamento mental e por usar a minha mente para servir a Satanás.

          Declaração: Em nome de Jesus Cristo, ordeno a todo demônio remanes­cente em minha mente, ou afligindo a minha mente, que vá embora, agora!

 

Na Vontade

          Oração: Pai, em nome de Jesus Cristo, eu te peço que me perdoes por ter me rebelado contra ti por tantos anos. Purifica a minha vontade e envia o teu Santo Espírito para operar na minha vontade para que eu deseje agradar-te (Filipenses 2:13).

          Declaração: Em nome de Jesus Cristo, eu ordeno a cada demônio atuando em minha vontade, ou afligindo a minha vontade, que vá em­bora, agora!

 

Nas Emoções

          Oração: Pai, em nome de Jesus Cristo, eu te peço que me perdoes por todo ódio, amargura, lascívia e qualquer outra emoção pecamino­sa. Purifica as minhas emoções e cura-as de forma que elas sejam agradáveis a ti.

          Declaração: Em nome de Jesus Cristo, meu Senhor, eu ordeno a todo demônio em minhas emoções, ou que esteja afligindo minhas emoções, que vá embora imediatamente!

 

No Corpo Físico

          Oração: Pai, em nome de Jesus Cristo, arrependo-me sinceramente de todas as coisas terríveis que fiz com o meu corpo, pecando contra ti. Perdoa-me, e purifica e cura o meu corpo físico.

          Declaração: Em nome de Jesus Cristo, ordeno a cada demônio que ainda esteja em meu corpo físico que vá embora, imediatamente!

 

          Quando Marie foi finalmente liberta, nós a levamos a orar e pedir a Deus Pai que a enchesse com o Espírito Santo. Ela foi colocada num programa de estudo intensivo da Bíblia e de memorização.

          Infelizmen­te logo ela recusou-se a continuar o estudo porque ela não queria dis­ciplinar-se.

          Marie morou conosco durante seis semanas e então se mudou. Nós ainda temos contato com ela, mas Marie ainda não deci­diu de uma vez por todas servir a Jesus Cristo totalmente. Ela está numa posição muito perigosa. Não se pode sentar em cima do muro com Deus por muito tempo. As Escrituras dizem: "Horrível cousa é cair nas mãos do Deus vivo" (Hebreus 10:31).

 

Caso Número 2 : Jane

          Jane (não é este o seu nome real) tinha quatorze anos de idade quan­do eu a conheci. Sua história é muito impressionante, e demonstra claramente o poder do tabuleiro de ouija, que a maioria das pessoas considera apenas um jogo. É ainda mais espantoso quando você pára para pensar que quase todas as escolas nos Estados Unidos têm um clube de prática com o tabuleiro de ouija. De fato, o tabuleiro de ouija tornou-se o "jogo" mais vendido aqui Estados Unidos.

          Tenho conversado com muitos, muitos adolescentes que estão envolvi­dos com o tabuleiro de ouija. Freqüentemente eu lhes pergunto se alguma vez eles já quiseram parar de jogar, mas os espíritos querem continuar. Vez após vez eles me dizem que sim, mas que, se desobedecem os espíritos, eles ficam muito bravos e lançam o tabuleiro pelo quarto ou ferem os jovens de alguma forma. A pergunta que faço em seguida é:

          - Então, por que você mexe com esses espíritos?

          Eles sempre me dizem que eles têm "espíritos bons" para protegê-los dos espíritos "baixos e maus". Que tragédia!

          Jane foi trazida a mim por sua tia que era, felizmente, uma cristã verdadeira. Sua tia, a quem eu chamarei Débora (não é este o seu nome real), encontrou Jane e sua amiga de quatorze anos tentando sacrificar a filha dela, que tinha apenas 10 meses.

          Louvado seja Deus, pois em vez de correr para a polícia, Débora correu para o Senhor e levou Jane a um compromisso com Jesus Cristo! Ela então me trouxe Jane para que eu ajudasse na expulsão dos demônios.

 

A História de Jane

          Jane sabia muito pouco sobre a sua herança. Seu pai e sua mãe divorci­aram-se quando Jane era bem pequena. Como é muito comum, Jane foi educada num lar em que só havia um dos pais; foi educada por sua mãe.

          Sua mãe não era cristã, mas esporadicamente ia a uma igreja da Ciência Cristã (que não é uma igreja evangélica). Até onde Jane sabia, sua mãe não estava diretamente envolvida com ocultismo.

          (Porta de entrada: herança - pai: desconhecido; mãe, cientista cristã.)

 

          Jane escutou música rock heavy metal em casa desde a sua primeira infância. Ela e sua mãe iam aos concertos de rock e assistiam à MTV. Jane demonstrava o padrão típico de uma jovem cuja vida esteja saturada com a música rock. Quando Jane atingiu entre dez e onze anos de idade, ela já era sexualmente ativa com diversos parceiros, todos meninos.

          (Porta de entrada: múltiplos parceiros sexuais.)

 

          Com onze anos, Jane começou a usar drogas. Naquele ano, ela experimentou PCP (cristal), e LSD (ácido), anfetaminas, drogas esti­mulantes, maconha, e cocaína. Perguntei-lhe como ela conseguia es­sas drogas. Sua resposta foi:

          - Ora, isso foi fácil. Eu as conseguia na escola. Todas as escolas têm vendedores de drogas. Você pode obter tudo o que desejar.

          (Portas de entrada: drogas de rua.)

 

          Aos treze anos teve um namorado de dezesseis anos de idade. Seu nome era Bobby. Jane e Bobby estavam muito "enamorados". Entre­tanto, Bobby era um satanista de quarta geração. Mas, por alguma razão, Bobby não queria envolver-se com o Satanismo. Ele advertiu enfaticamente Jane para que nunca se envolvesse com o Satanismo. Ele também a advertiu para que tomasse muito cuidado de nunca invo­car demônios, pois os demônios podem ser muito perigosos. Seis meses depois de se conhecerem, Bobby foi assassinado pelos satanistas lo­cais. Jane ficou arrasada.

          (Porta de entrada: demônios de ocultismo em Bobby.)

 

          Nessa época Jane estava na escola de nível médio. Devido ao seu sofrimento por Bobby, ela não se envolveu mais sexualmente com ou­tros rapazes, e decidiu "acertar a vida" e parar de usar drogas, porque Bobby lhe havia dito que lhe faziam mal. Porém, como é muito comum nos Estados Unidos, a professora da escola de Jane era uma ocultista. Ela mandou os estudantes fazerem trabalhos de pesquisa sobre bruxa­ria, sob o pretexto de estudar a "cultura medieval".

          Jane foi à bibliote­ca da escola e encontrou muitos livros de ocultismo. Ela sentiu um grande impulso dentro de si para estudar o ocultismo. (Esse impulso vinha dos demônios que ela havia recebido ao ter sexo com Bobby). Ela encontrou livros com toda sorte de encantamentos na biblioteca da escola. Mas também encontrou muita informação sobre os tabuleiros de ouija. Isso realmente despertou o seu interesse, ao cogitar quanto à possibilidade de poder contatar Bobby através do tabuleiro de ouija. Os livros que ela leu lhe disseram que os tabuleiros de ouija são freqüentemente usados para contatar espíritos de pessoas mortas.

          (Portas de entrada: tabuleiro de ouija, espírito guia, Bobby.)

 

          Jane pediu a sua mãe para comprar-lhe um tabuleiro de ouija. Sua mãe o comprou, pensando que fosse simplesmente um jogo!

          Graças aos demônios que já estavam nela, Jane aprendeu a usar o tabuleiro de ouija muito rapidamente. Ela contatava espíritos diretamente através do tabuleiro. Logo ela contatou um espírito que dizia ser Bobby. Entretanto, em poucos meses, Jane percebeu que esse espírito não era o Bobby que ela tinha conhecido, mas simplesmente um demônio fin­gindo ser Bobby. Ela aceitou esse espírito como espírito-guia. Então obteve mais dois espíritos, cujos nomes eram Preto e Caa. Ficou tão entusiasmada com o tabuleiro de ouija que levou sua amiga Susan (não é este o seu nome real), que também tinha quatorze anos de idade, a também utilizar o tabuleiro de ouija.

          (Portas de entrada: tabuleiro de ouija, espírito guia, Bobby, espíritos-guias Preto e Caa)

 

          Caa era o mais poderoso de seus espíritos-guias demoníacos. Ele deu a Jane o nome satânico de "Enna". Ele fez isso quando Jane assi­nou um pacto vendendo-se a Satanás. Em apenas três meses, a partir do primeiro momento em que começou a utilizar o tabuleiro, esses demônios a tinham levado a assinar um pacto com o seu próprio san­gue, vendendo-se a Satanás, de corpo, alma e espírito. Daí, a automutilação, beber o próprio sangue e o sangue de sua amiga Susan, a blas­fêmia contra Deus, a profanação de igrejas cristãs, os sacrifícios de animais, a projeção astral, toda sorte de feitiços e, finalmente, a tentativa de sacrifício humano que Caa disse ser necessário para que Jane pudesse tornar-se uma "noiva de Satanás". Saiba que tudo isso aconteceu em apenas três meses! Jane nunca, em qualquer momento, teve contato com outros satanistas ou qualquer tipo de grupo satânico! Tudo isso aconteceu através do seu contato com o mundo espiri­tual por meio do tabuleiro de ouija!

          (Portas de entrada: nome satânico de Enna; contrato de sangue com Satanás; automutilação; beber sangue; blasfêmia contra Deus; profanação de igrejas; sacrifí­cios de animais; projeção astral; sacrifício humano; feitiços.)

 

          Jane e sua amiga haviam se tornado muito impopulares na escola, porque seus colegas ficaram sabendo que Jane tinha a capacidade de infligir doenças e toda sorte de acidentes a qualquer um que a aborre­cesse. Jane e Susan tornaram-se amigas íntimas e se afastaram dos outros meninos e meninas na escola.

          Uma semana antes de as duas tentarem sacrificar o bebê de Débora, aconteceu algo com Jane que a assustou muito. Ela estava sentada na sala de aula quando Caa apareceu a ela e disse-lhe que ela ganharia muito mais poder se permitisse que ele entrasse nela. Jane concordou, e seguiu as instruções de Caa, para chamá-lo para dentro de si. Ele entrou com tal força que Jane foi derrubada de sua cadeira, ao chão da sala de aula. Ela foi envolvida com um calor muito intenso e gritou de dor. E ela teve uma convulsão.

          Perguntei a ela o que aconteceu então. Ela disse que a professora pensou apenas que ela havia tomado uma overdose de drogas e pediu a Susan que ajudasse a levar Jane à enfermaria, para deitar-se por algum tempo. A convulsão teve curta duração, e embora Jane tenha ficado tonta depois, conseguiu andar. Susan ajudou-a a descer até a enfermaria. Ela ficou deitada ali por uma hora ou duas e então voltou à sala de aula.

          - Mas Jane, - exclamei, horrorizada! - a professora não quis man­dar você ao hospital e relatar às autoridades que ela achava que você tinha tomado drogas?

          - Oh, não - foi a resposta de Jane. - Há tantos jovens na escola que tomam drogas que os professores apenas fingem não notar. Se eles denunciassem todos os que tomam drogas, não sobraria ninguém na classe. Além disso, muitos dos professores também usam algum tipo de drogas.

          Essa é a terrível situação a que se chegou!

          Não somente Jane ficou terrivelmente assustada com a dolorosa en­trada de Caa, mas também Caa foi muito cruel com ela. Jane come­çou a lembrar-se de todas as advertências que Bobby havia lhe dado. Mas ela estava presa numa armadilha. Ela não sabia o que fazer. Caa era obviamente muito mais poderoso do que ela. Ele disse a ela que nunca poderia se livrar dele. Foi porque Caa a ameaçou com tormen­tos e com a morte que ela tentou sacrificar o bebê de sua tia, para agradá-lo.

          Jane prontamente aceitou Jesus Cristo, quando descobriu que ele a podia libertar do tormento e da escravidão demoníaca por que passa­va. Sua amiga não estava tão disposta e a última notícia que tive foi a de que havia voltado ao Satanismo.

 

A Ministração de Jane

          Eu tinha pedido a Jane que fizesse uma lista das portas de entrada em sua vida, antes de a receber para ser ministrada. Ela o fez, de forma muito precisa, devo acrescentar, e ainda acrescentou desenhos muito bem feitos da aparência de seus três espíritos-guias. Ela é uma desenhista talentosa, para alguém tão jovem.

          Os três demônios familiares com quem Jane trabalhava eram:

  • Bobby.
  • Preto.
  • Caa.

 

As portas de entrada de Jane eram:

  • Herança.
  • Música rock e MTV.
  • Contatos sexuais múltiplos.
  • Drogas.
  • Demônios de ocultismo através de sexo com Bobby (o satanista).
  • Tabuleiro de ouija.
  • Contrato de sangue com Satanás.
  • Automutilação.
  • Beber sangue humano e de animais.
  • Sacrifício de animais.
  • Blasfêmia contra Deus.
  • Profanação de igrejas cristãs.
  • Encantamentos de toda sorte.
  • Projeção astral.
  • Tentativa de sacrifício humano.

 

          Perguntei a Jane se ela sabia o que significa blasfemar contra Deus. Ela definiu a palavra corretamente.

          Então perguntei-lhe como ela sabia a forma correta de escrever essa palavra, já que esta não é uma palavra comum no vocabulário de alguém com quatorze anos. Sua resposta foi:

          - Bem, Preto soletrou-a para mim no tabuleiro de ouija.

          Devido ao seu envolvimento com o tabuleiro de ouija, com projeção astral, e como Jane havia ganho a habilidade de comunicar-se com os demônios diretamente, sem o auxílio do tabuleiro de ouija, estava cla­ro que a ligação entre sua alma e seu espírito havia sido feita.

          A medida em que conversava com Jane, notei que ela era uma moça muito inteligente. Disse-lhe que ela agora tinha mais poder, em nome de Jesus, que os demônios.

          - Que bom! - exclamou ela - Quer dizer que eu posso me livrar destes demônios?

          -Sim - disse-lhe.

          - Quando? - foi sua pergunta imediata.

          Foi enorme a satisfação que eu senti por poder responder-lhe:

          - Agora mesmo!

          Em sua libertação, Jane primeiro fez uma declaração a Satanás e aos demônios de que não mais os serviria, pois agora era uma serva do Senhor Jesus Cristo.

          Então ela expulsou os três demônios (espíritos familiares) que havi­am se tornado seus guias espirituais. (Veja as orações de exemplo e as declarações no caso número 1.)

          Em seguida ela expulsou um demônio de morte que a estava afligindo fisicamente. Ela teve uma luta realmen­te difícil para expulsar Caa. Esse demônio tentou controlar a sua voz para grunhir através dela e tentou fazê-la perder os sentidos. Esta me­nina estava tão determinada a livrar-se dele que eu não tive de orientá-la ou instruí-la sobre o que fazer. Ela batia com sua mão na boca para cessar o grunhido, engolia em seco e dizia:

          - Não! Em nome de Jesus, eu ordeno que você seja amarrado, Caa. Você nunca mais me controlará novamente!

          A luta foi intensa, mas Jane nunca desistiu por nenhum momento. Oh, que fé aquela garota tinha! Como é maravilhoso e simples!

          Após livrar-se dos quatro demônios, Jane então arrependeu-se e confessou cada pecado, fechando todas as portas de entrada. Eu ha­via conversado com ela muito seriamente antes de começar a liberta­ção e lhe disse que, se ela decidisse fazer de Jesus Cristo o seu Se­nhor, isso significava que ela nunca mais poderia fazer sexo até casar-se e que nunca mais poderia usar drogas ou obter poder através de demônios.

          Ela disse que compreendia isso e estava disposta a concor­dar. Essa menina demonstrou ser inteligente. Ela percebeu quantos problemas esses pecados tinham trazido à sua vida e estava disposta a realizar uma mudança completa.

          Depois de fechar as portas de entrada, Jane então fez uma limpeza geral:

  • No espírito
  • Cortando a ligação entre a alma e o espírito
  • Na mente
  • Na vontade
  • Nas emoções
  • No corpo físico

 

          Observe os exemplos de orações e declarações dados no caso nú­mero 1.

          Por fim, ela orou e pediu ao Senhor que a enchesse com o Espírito Santo, em todos os lugares onde os demônios haviam estado.

          Acompanhei Jane por meio de sua tia e do pastor local, por cerca de um ano, após sua libertação. Jane deixou a casa de sua mãe e mudou-se para a de sua tia. Ela teve problemas com pesadelos, e os demônios a atacaram de dia e de noite durante meses com pensamentos de que ela não era realmente salva, ou de que não estava liberta. Jane perseverou. Sua tia foi-lhe um grande auxílio. Na última vez em que ouvi notícias dela, Jane ainda estava servindo a Jesus e crescendo no Senhor.

          Ela teve, entretanto, que cortar sua amizade com Susan, porque Susan se recusou a abandonar suas atividades sexuais e ocultistas. A ambas as jovens foi oferecido o mesmo evangelho, e a mesma oportunidade de libertação. Uma escolheu a vida eterna, a outra a morte eterna.

          Satanás está atrás de nossos filhos! Jane era apenas uma criança na idade biológica, mas uma mulher no pecado. Quantas Janes haverá por aí, eu me pergunto? Oh, como eu oro para que o nosso Senhor alcance a vida desses jovens e os torne cristãos comprometidos, dis­postos a pagar o preço para serem libertos! Não há muitos cristãos dispostos a ajudar, tal como a tia de Jane o fez, ao deparar-se com ela bem no ato de tentar matar o seu próprio bebê! Verdadeiramente, é isto que Jesus quis dizer quando ele nos ordenou a amar os nossos inimigos!

 

Abuso Satânico em Rituais

          Um número crescente de psiquiatras, psicólogos e obreiros cristãos está se deparando com o problema de ajudar pessoas que foram abu­sadas em rituais satânicos. Algumas dessas pessoas ainda são muito jovens, mas a maioria é de adultos que sobreviveram ao abuso. Esta é uma área extremamente difícil de se lidar.

          Muitas vezes os adultos te­rão uma perda quase completa de memória de sua infância. Mais uma vez, tenho que dizer que esta é uma área em que ainda tenho mais perguntas do que respostas. Cada pessoa que atendo me ajuda a apren­der um pouco mais. Vou dar como exemplo uma jovem a quem minis­trei recentemente, para ilustrar alguns dos problemas com que nos deparamos, e para mostrar a minha abordagem em sua libertação.

 

A História de Lyn

          Lyn (não é este o seu verdadeiro nome) cresceu como uma mulher muito problemática, mas somente depois de completar 25 anos é que começou a descobrir por quê. No tempo de sua escola de nível médio, tomava drogas continuamente e também bebia muito. Finalmente, com 19 anos, alguns jovens de sua idade compartilharam com ela o evangelho. Ela aceitou a Jesus Cristo com 19 anos, mas continuou a ter lutas terríveis. Ela deixou de tomar tudo, exceto maconha. Quando fez 21 anos, o Senhor a convenceu de que ela não havia deixado Jesus Cristo ser de fato o rei de sua vida. Foi nessa época que ela largou a maconha.

          Simplesmente abandonar as drogas não foi a solução de seus pro­blemas. Lyn continuou a ter lutas com depressão profunda e tinha gran­des dificuldades em seu caminhar espiritual. Ela tentou cometer suicí­dio vinte vezes antes de fazer 25 anos. Tinha problemas contínuos e muito dolorosos, fisicamente, em seu aparelho reprodutor. Quando finalmente se casou, as relações sexuais eram extremamente doloro­sas. Ela tinha extensas feridas vaginais e uterinas, para as quais não encontrava explicação.

          Aos 25 anos, foi a um psicólogo cristão. Durante o aconselhamento, abruptamente percebeu que não tinha lembrança de toda a sua infân­cia. Durante os sete dolorosos anos seguintes, começou a recuperar a memória do que se passara na sua infância, até que por fim ela teve uma imagem completa do que lhe havia acontecido. Ela foi a diversos conselheiros, mas apenas voltar a lembrar não era suficiente. De algu­ma forma ela tinha que pôr um fim ao tormento e às dificuldades que havia em seu caminhar com o Senhor.

          Então um dia meus livros vieram parar em suas mãos. Pela sua leitura, ela veio a entender que tinha necessidade de libertação. Eu a conheci quando ela estava com 34 anos de idade. Lyn tinha sido abusada em rituais satânicos quando criança, e também em seus primeiros anos de adolescência. Como a história de Lyn é muito longa e complexa, vou apenas resumi-la aqui, e depois darei a lista das suas portas de entrada.

          Lyn nasceu numa família em que o pai era satanista, associado a um dos grupos bem conhecidos nos Estados Unidos. Lyn ainda não sabe até que ponto sua mãe também se envolveu. Sua mãe passou muito tempo no hospital, durante a infância de Lyn.

          Lyn foi dedicada a Satanás quando bebê, mais especificamente a Príncipe Set e a Pai Eterno (Satanás). Numa de suas primeiras ceri­mônias, uma "coisa assustadora" foi colocada nela, quando bebê. Essa "coisa assustadora" deve ter sido um demônio.

          Ela passou por várias cerimônias de "purificação", que foram rituais sexuais. Foi forçada a ter relações sexuais com pessoas, com animais e com demônios. Foi também usada em filmes de pornografia infantil. Foi abusada em toda espécie de perversão sexual possível. Durante um dos rituais, foi colocado sal em sua vagina. Esse é um ritual comum. O sal é sempre usado no ocultismo para colocar demônios de destrui­ção. Sem dúvida, todos os frutos do seu ventre foram dedicados a ser sacrifícios a Satanás. Esses rituais de sal são algumas vezes chamados de "rituais de proteção com sal".

          Lyn tinha muitas lembranças de sacrifícios humanos, tanto de crian­ças como de adultos. Ela foi forçada a cometer canibalismo e a beber

sangue. Alguns desses sacrifícios envolviam um ritual em que ela lava­va as mãos no sangue das vítimas.

          Ela recebeu um "nome secreto", que era na verdade um nome de bruxaria. Esse nome lhe foi dado quando passou pela "cerimônia de renascimento", como diziam. Na cerimônia de renascimento ela foi colocada dentro da cavidade abdominal de um ser humano e de um animal, após o sacrifício dos mesmos. Ela também foi colocada em um caixão e enterrada por um certo tempo, e supostamente renasceu ao ser retirada do chão. O terror por que passou durante esses rituais não dá para se descrever.

          Com a idade de quatro anos, Lyn foi abusada com tamanha severi­dade, que quase morreu. Eis aqui a experiência por que passou, con­forme ela mesma descreveu em seu diário:

              "Lembro-me de estar deitada em uma mesa fria, com luzes brilhantes que feriam os meus olhos. Devo ter percebido o que estava acontecendo, porque eu sabia que podia morrer, e eu realmente desejava morrer. Posso lembrar-me de ter deixado a escuridão apoderar-se de mim. A escuridão me dava uma sensação maravilhosa. Não havia dor, nem angústia, nem lágrimas; nada além de calor e um sentimento de paciência eterna. (Entendi isso completamente). Era como: 'Temos todo o tempo na eternidade, acalme-se, não se apresse. Relaxe, deixa-me entrar ao respirar.' Então vi o Senhor em pé à distância, à minha esquerda, com seus braços ao lado do seu corpo. Oh, que alegria senti quando olhei para a sua face. Quanto amor, quanta paciência e tristeza. Imediatamente me senti como se esti­vesse correndo, abrindo caminho, lutando para chegar mais perto dele, para lançar-me em seus braços. Mas era como um pai forte segurando sua filha de três anos, man­tendo-a acima do chão enquanto seus pés continuam se movendo. Fiquei frustrada e gritei:

              - Senhor, quero ir para a minha casa celestial!

              Foi então que eu realmente reparei na tristeza que rapidamente tinha notado antes. Subitamente um grande terror e pânico apoderou-se do meu coração, ao sentir que eu não poderia ficar. Eu teria que voltar. Oh, a menininha gritou de terror e de dor:

              - Por favor, Jesus, por favor, irmão mais velho, não me mandes de volta! Eu não posso! Isto dói muito. Eu quero ficar!

              E assim continuei clamando, sem parar. Supliquei e então irrompi em soluços, sabendo que teria de voltar porque era isso o que ele queria. Ele não se moveu em nenhum momento, apenas olhou para dentro do meu coração e da minha mente, sacudiu a cabeça e disse:

              - Ainda não, minha pequenina. Um dia você vai enten­der. Eu a amo.

              Ele falou mais comigo, mas eu não consigo lembrar-me de nada. E de repente me senti sendo esbofeteada no rosto, e vi as luzes brilhantes novamente, quando abri os olhos. Eu estava brava porque tinha voltado. Desde então eu tenho estado em conflito, querendo voltar para a casa celestial, e sabendo que há algo a ser feito aqui." 

         

          Lyn continua:

              "Depois disso por que passei, quando quase morri, eu soube, no meu íntimo, que a seita vinha mentindo para mim e, apesar de eu estar aborrecida por não ter podido ir para o meu lar celestial, eu me apoiei naquela experiên­cia. Eu passava pelos rituais e fazia o que me diziam para fazer, mas eu declarava que eles nunca me teriam comple­tamente. Eu sabia que "a Luz" era mais forte do que o Príncipe Set e o Pai Eterno.

               Por que outro motivo esta­riam eles tão visivelmente perturbados por uma criança de três ou quatro anos falar com "a Luz"? Eles me tinham ensinado a usar a telepatia e, naquela época, eu me voltei contra eles. Bloqueei parte da minha mente e eles nunca souberam o que havia acontecido durante aquela experiên­cia em que quase morri. Eles me haviam perdido - eu per­tencia a Jesus e eles não podiam fazer nada em contrário."

 

          Apesar de Lyn nunca ter contado a ninguém a sua experiência, os que estavam à sua volta de alguma forma sabiam que ela havia tido uma experiência com Jesus Cristo. Eles continuaram a dizer a ela para não ter nada com Jesus. Eles a acusaram de trazer "a luz" ao encontro, e até mesmo mataram um pequeno menino de idade próxima à dela para puni-la por "trazer a luz aos encontros".

          Então eles fizeram um ritual especial para "colocar um muro" em sua mente, para que ela não pudesse "atra­vessar o muro" e falar com Jesus. Mas a vitória foi ganha. Não importa o quanto Lyn tenha sido atormentada depois daquele dia, os satanistas nunca ganharam controle completo da sua mente. Parte dela pertencia a Jesus, daquele dia em diante. Entretanto, mais tarde, em sua vida adulta, quando Lyn aceitou Jesus Cristo, aquele muro em seu cérebro ainda permanecia.

          Ela não conseguia ler as Escrituras, era completamente in­capaz de memorizá-las, e tinha grande dificuldade em orar. Somente quando esse muro foi removido, na sua libertação, é que ela foi liberta, para poder ler, memorizar as Escrituras e orar.

          Lyn rapidamente aprendeu a "voar", conforme ela dizia. Isso era, de fato, projeção astral. Ela também aprendeu rapidamente a dissociar-se, esvaziando a mente e saindo de seu corpo para evitar a dor física que sentia.

          Ela foi colocada em Jaulas junto com outras crianças. Foi hipnotiza­da e aprendeu ela mesma a hipnotizar. Ela foi forçada a aprender a usar demônios para andar sobre o fogo e para "respirar debaixo d'água". Pior de tudo, fizeram-na participar da "cerimônia do buraco negro".

          Essa é uma prática que está rapidamente crescendo nos Esta­dos Unidos. Conheço bem poucos sobreviventes dessa prática. O buraco fica no chão; ninguém que tenha saído do Satanismo sabe se esse buraco é cavado por seres humanos ou aberto por demônios. Suspeito ser verdadeira a segunda opção, porque ninguém com quem eu tenha conversado jamais conheceu um ser humano que tenha aju­dado a cavar essas "fossas de Satanás", como são chamadas.

          Crianças são atravessadas com ganchos de metal, usualmente colocados em suas pernas ou na região da virilha. São cortadas na área genital, para que sangrem livremente. Então elas são suspensas de cabeça para baixo dentro desses buracos aparentemente sem fundo, onde demônios vêm para molestá-las de toda forma que desejem. O sangue fluindo livremente atrai os demônios para cima muito mais rapidamente.

          Geralmente as crianças morrem, mas umas poucas sobrevivem. Lyn foi uma das poucas sobreviventes. Ela sofreu grave dano físico, cujas cicatrizes ainda permanecem até hoje.

          Durante uma das cerimônias, ela se recorda de um "bastão de aço" ter sido colocado em suas costas, que lhe veio causar muitas dores daí em diante, até o dia em que os demônios que formavam o bastão foram expulsos, quando ela foi liberta.

          Lyn rapidamente aprendeu diversas habilidades demoníacas, tais como a arte de levitação, invocar espíritos em visões, jogar com o tabuleiro de ouija, provocar fogo sem usar fósforos, adivinhar com vara e com pêndulo. Ela assinou diversos pactos de sangue e recebeu diversos selos e jugos.

          Ela aprendeu a usar a visualização e a percepção extra-sensorial. Recebeu um "número secreto", em acréscimo ao seu nome secreto. Estabeleceu um relacionamento muito íntimo com um jovem, a quem ela chamava de Michael. Este exercia um controle mental muito pode­roso sobre ela.

          Diversas "compulsões" foram colocadas em Lyn. Essas compulsões eram coisas tais como determinadas cores. Seu pai enviara-lhe um cartão de aniversário recentemente, que era quase totalmente verde. Tão logo ela viu aquela tonalidade particular de verde, imediatamente se sentiu tremendamente compelida a voltar ao seu pai, para que ele pudesse levá-la de volta aos membros da feitiçaria. Após a libertação, as "compulsões" não mais a afetavam.

          Ela recebeu um espírito-guia demoníaco muito poderoso, chamado Tal, aos seis anos. Seus desenhos na escola mostram uma diferença notável entre os cinco anos de idade, antes de receber aquele espírito-guia demoníaco, e os sete anos, com o espírito-guia.

          Lyn foi levada a cerimônias em Festus, Corpus Christi, Califórnia e Egito. Enquanto crescia, envolveu-se intensamente com música rock e com drogas. Ela aprendeu os nomes de vários demônios e os utilizava em vários encantamentos.

          Ao sentir-se inundada pelas lembranças que voltavam à sua mente, os satanistas a contataram novamente e ela teve que lutar com um desejo extremamente forte de retornar à bruxaria. Perto de seus vinte anos, casou-se com um cristão, que a ajudou a resistir aos impulsos de voltar ao Satanismo. Quando tinha 34 anos, nós nos conhecemos e conversamos. Eu senti o Senhor me conduzindo a ajudá-la a livrar-se dos muitos demônios que haviam entrado nela naqueles anos de abuso e de participação em rituais satânicos.

          Lyn veio até nós e ficou com meu marido e comigo por uma semana. A luta foi intensa, mas ela foi completamente liberta por fim!

          Veja a seguir uma lista das portas de entrada da vida dela, e depois a abordagem que usamos para expulsar os demônios.

  • Herança.
  • Dedicação do bebê a Set e a Satanás, com o nome de "Pai Eterno'".
  • A "coisa assustadora" colocada nela quando bebê.
  • Catolicismo Romano: batismo, comunhão, crisma, orar aos santos, falsas línguas, novena e rosário.
  • Sexo: molestação sexual, sexo grupai, sexo ritual, lesbianismo, pornografia, filmes, sexo com demônios, sexo com animais, sexo com outras crianças.
  • Ritual de proteção com sal, cerimônias de renascimento.
  • Sacrifícios humanos, canibalismo.
  • Beber sangue, pactos de sangue.
  • Nome e número secretos.
  • Andar sobre o fogo.
  • Levitação.
  • Visões.
  • Tabuleiro de ouija.
  • Respirar debaixo d'água.
  • Muro no cérebro, contra Jesus.
  • Bastão de aço nas costas.
  • Cerimônia do buraco negro (fossa de Satanás).
  • Missa negra.
  • Sacrifícios de animais.
  • Tortura na jaula.
  • Projeção astral.
  • Dissociação.
  • Esvaziar a mente, percepção extra-sensorial e telepatia.
  • Vara e pêndulo.
  • Cerimônias em Festus, Corpus Christi, Califórnia e Egito.
  • Selos, jugos, pactos, escravidão a "Michael".
  • Diversas cerimônias de "poder".
  • Telecinese.

 

          Cada uma dessas portas de entrada foi objeto de oração, confes­sando cada uma delas, e então fechando-as, e os demônios que entraram por meio delas foram comandados a sair, em nome de Jesus. Levou-nos cerca de três dias para lidar com a lista inteira de portas de entrada. A luta foi intensa porque Lyn estava muito acostumada a escapar do sofrimento simplesmente esvaziando a mente, ou projetando-se para fora do seu cor­po.

          Vez após vez, Lyn não conseguia lembrar-se sobre o que deveria orar, e então não podia orar repreendendo os demônios e ordenando-íhes que saíssem em nome de Jesus. Os demônios esvaziavam a sua mente ou a estimulavam a projetar-se para fora de seu corpo.

          Os demônios também provocaram um tremendo esgotamento em mim. Batalhamos até a exaustão e a sonolência. Tivemos que nos le­vantar e andar em boa parte da libertação de Lyn, para que pudésse­mos conseguir nos manter acordadas e despertas.

          Logo no início da libertação, eu disse a Lyn que expulsasse o seu demônio espírito-guia, Tal. Àquela altura, ela ainda estava tendo algu­ma dificuldade em reconhecer o que era ela e o que era o demônio. Ela estava tão acostumada a ter espíritos demoníacos habitando em si que tinha dificuldade em reconhecer a diferença entre eles e ela mesma.

          Enquanto eu falava com ela sobre livrar-se de Tal, ela subitamente disse:

          - Por que devo mandá-lo embora? Ele nunca me feriu.

          Discerni imediatamente que aquele pensamento era do demônio. Com a direção do Espírito Santo, respondi:

          - Você pode me dizer honestamente que você pensa que Tal jamais teve ciúmes do seu relacionamento com o seu marido, e que nunca tentou impedi-la de desenvolver um íntimo relacionamento com ele?"

          Lyn mostrou-se surpresa, e então sonolenta. Ela admitiu que perce­bia que Tal havia sido um grande obstáculo para que ela estabelecesse um relacionamento íntimo com o seu marido.

          Comecei a falar que Tal era um perdedor nato e que havia escolhido servir a um senhor que era um perdedor, e que Tal ia perder a sua morada em Lyn para sempre. Lyn ficou sentada por uns dois minutos sem dizer nada. Então ela disse:

          - É apenas a minha livre vontade que me impede a deixar que Tal fale através de mim, praguejando maldições sobre você, não é?

          - Eu ri e respondi que sim; de fato era isso mesmo.

          Como o demônio ficou bravo comigo pelas coisas que eu estava dizendo, Lyn começou a reconhecer, pela primeira vez com alguma clareza, a diferença entre o demônio e ela. Lyn por si mesma não esta­va brava por eu dizer que o demônio era um perdedor, mas ela come­çou a sentir uma intensa ira contra mim. Esse foi um passo realmente importante em sua libertação.

          Uma vez tendo reconhecido a diferença entre o demônio e ela, ficou em melhores condições para lutar contra o demônio e expulsá-lo.

          Eis aqui como Lyn descreveu esse incidente:

          "Em diferentes ocasiões da minha vida, pensei sentir uma presença estranha dentro de mim, mas imediatamente vi­nha à minha mente o pensamento de que era apenas eu mesma, de que simplesmente eu era uma pessoa má, e de que esses pensamentos me diziam respeito, sendo inteira­mente meus. No segundo dia, em minha libertação com Rebecca, ela e o Senhor finalmente conseguiram fazer entrar em minha cabeça que esses pensamentos não eram meus, mas dos demônios dentro de mim. Este foi um grande passo para mim. Então comecei a ver o engano e as men­tiras de Satanás que me mantinham cativa. O propósito era manter-me derrotada, com sentimentos de autodesprezo e de ódio de mim mesma, para que eu nunca me sentisse suficientemente digna para crer que Jesus Cristo me amava e que me perdoaria."

          A libertação de Lyn começou a avançar mais facilmente depois que ela aprendeu a reconhecer a diferença entre ela e os demônios.

          A área seguinte com que tivemos de lidar foi o problema da mente passiva de Lyn. Ela usava a técnica da dissociação, esvaziando a men­te e deixando o corpo para não sentir o tremendo tormento físico du­rante os abusos que sofria. Parecia não haver vitória nessa área.

          Luta­mos durante um dia inteiro com esse problema. Vez após vez, quando Lyn tentava dirigir-se aos demônios que tinham entrado nela pelo es­vaziamento da mente e pela projeção astral, ela perdia a consciência. Cheguei a fazê-la escrever aquelas simples orações e declarações numa grande folha de papel. Inicialmente ela não conseguia escrever as pa­lavras, e depois não conseguia ler ou entendê-las, tendo-as escrito.

          Finalmente, depois de muita oração, percebi que ela tinha que con­fessar, como pecado, o fato de que ela havia aberto mão, quase com­pletamente, da sua livre vontade; e então pedir ao Senhor que lhe de­volvesse a sua livre vontade. A luta para fazer esta confissão e então orar aquela oração foi uma das mais intensas de sua libertação. Mas, por fim, Lyn conseguiu, e a vitória foi ganha. Quando isso foi feito, ela foi então capaz de dirigir-se aos demônios que haviam entrado nela por meio dessas coisas e então expulsá-los, em nome de Jesus.

          Felizmente, Lyn reteve controle suficiente para não se tomar alguém de "personalidade múltipla", como acontece com muitas crianças que foram abusadas. Eu ainda tenho muitas questões nesta área de múlti­plas personalidades. Creio firmemente que uma grande percentagem dos casos de personalidade múltipla são simplesmente demônios que assumem e controlam a pessoa. Mas também me pergunto se a renúncia à vontade livre não permite que a personalidade se fracione.

          A confissão disso como pecado e a oração pedindo ao Senhor para restaurar a livre vontade seriam a chave para se "reintegrar" uma pessoa? Admito since­ramente que não tenho uma compreensão completa de todo esse com­plexo problema, nem das soluções. Mas acredito que o Espírito Santo dará aos obreiros cristãos a orientação de que necessitam.

          Outra área difícil foi o controle que Michael exercia em sua vida. Uma vez, dois anos antes, um terapeuta havia tentado fazer com que Lyn regressasse até cerca de seis anos de idade, e então declarar rom­pida a ligação entre ela e Michael. Lyn não foi capaz de fazê-lo.

          En­quanto eu e Lyn discutíamos o incidente, percebi a tolice de tal abor­dagem. Uma criança pequena não teria a habilidade de se posicionar contra um adulto forte, especialmente contra quem fazia uso de abuso físico para puni-la. Naturalmente, Lyn não podia romper tal controle. Ela precisava da força de Jesus Cristo para fazê-lo, e ela não tinha aquela força na idade de seis anos!

          Mas, como adulta, ela tinha poder em Jesus Cristo para cortar aquele laço. Esta é uma grande armadilha em que muitos psicólogos e psiquiatras caem. Eles pedem à pessoa que se lembre de um incidente que ocorreu com elas quando crianças, e, então, que lide, como criança, com aquela situação. Que ridículo. Se a criança tivesse força para fazer isso, ela o teria feito quando a situação ocorreu pela primeira vez.

          Seja cuidadoso, muito da terapia de "regressão" que vem sendo feita é demoníaca! Nunca permita que usem hipnose! Toda hipnose é demoníaca. O Espírito Santo é capaz de ajudar um cristão a lembrar-se do que lhe ocorreu na infância. E, além disso, o Espírito Santo trará de volta somente as lembranças necessárias para a purificação da pessoa.

          Passo a passo, as portas de entrada foram fechadas. Os contratos de sangue foram cancelados, e as inserções renunciadas, pedindo-se ao Senhor que as removesse. Lyn não sabia que inserções havia rece­bido, mas tivemos que presumir que teriam sido muitas. Grandes mu­danças ocorreram quando pedimos ao Senhor que as removesse.

          O último passo foi expulsar especificamente, por nome, todos os de­mônios que Lyn conhecia pessoalmente. Ela tinha uma lista de cerca de cinqüenta nomes. Ao percorrer a lista e ordenar a cada demônio que saísse, subitamente ela começou a chorar.

          - Eu não posso continuar. Se eu continuar, não restará mais nada de mim. Eu estou desaparecendo e tornando-me um nada.

          Paramos e eu a assegurei de que esse sentimento de vazio era nor­mal. Depois que os demônios saíssem, nós oraríamos e pediríamos ao Espírito Santo que a enchesse e que removesse todo o vazio.

          Lyn precisou dar um passo de fé e de obediência para terminar de ordenar a todos os demônios que fossem embora, apesar da dor que sentia. Ela tinha demônios que habitavam em si desde o seu nascimen­to. Ela nunca havia experimentado estar sem eles. Esse sentimento de vazio é muito comum em tais situações.

          Depois que ela concluiu a lista de espíritos familiares, então passou pela limpeza geral de corpo, alma e espírito, que eu relacionei nos casos anteriores.

          Ao concluir tudo isso, nós a ungimos com óleo e unimo-nos a ela em oração, pedindo ao Espírito Santo que a enchesse completamente. Também oramos pedindo ao Senhor que apagasse de sua memória as lembranças dolorosas e que curasse todo dano demoníaco feito em seu corpo físico, em suas emoções e no seu espírito.

          Ela disse que o sentimento de vazio foi diminuindo, à medida em que ela passava a maior parte do seu tempo lendo a Bíblia e orando, durante a semana que se seguiu. Ela podia sentir que literalmente se enchia com a Palavra de Deus.

 

Mudanças que Lyn Teve Após a sua Libertação

          Por algumas semanas ela tornou-se muito desajeitada e sentia-se como se não soubesse controlar o seu corpo. Isso ocorreu porque, desde o nascimento, ela estava acostumada a ter demônios operando através do seu corpo.

          Agora Lyn pode ler e entender as Escrituras, o que nunca antes lhe acontecera. Ela também é capaz de orar e memorizar as Escrituras.

          Ela sentiu um grande alívio, como se um pesado fardo tivesse sido retirado de cima de si. Agora pode rir e usufruir de todas as emoções humanas. Antes ela estava bloqueada em relação a sentir emoções.

          Lyn agora consegue escrever e tocar música. Ela sabia que tinha um dom nessa área, mas somente conseguia escrever por breves perío­dos, depois de aceitar a Cristo em 1974. Desde então pode escrever livremente.

          Lyn teve uma grande melhoria em seu relacionamento com o seu marido, tanto emocional como fisicamente. Ela não tem mais dores durante a relação sexual.

          Todos os seus cinco sentidos agora funcionam com muito mais cla­reza, especialmente sua visão. Isso é comum. Os demônios impedem a pessoa de sentir o mundo físico de uma forma normal. Isso é particu­larmente verdade em pessoas que estiveram envolvidas com religiões orientais, em que o objetivo é alienar-se completamente do mundo físico, de forma a ter consciência apenas do mundo espiritual.

          Agora é muito mais fácil combater os demônios, porque atualmente eles estão fora dela, ao invés de dentro.

          Lyn não tem mais o desejo de retornar à feitiçaria. Ela também não sente mais aqueles impulsos para cometer suicídio.

          A área de maior luta é impedir que sua mente se esvazie, especial­mente na proximidade dos dias cerimoniais satânicos. Ela ainda tem que lutar ocasionalmente, quando membros da feitiçaria vêm e tentam forçá-la a realizar projeção astral. Ela sente um toque em seu espírito, quando eles tentam fazer seu espírito sair do seu corpo. Entretanto, agora ela pode repreendê-los em nome de Jesus e impedi-los comple­tamente de conseguir levá-la em espírito aos rituais.

          Ela perdeu a habilidade de ver o mundo espiritual.

          Lyn ainda tem pesadelos, mas pode lidar com eles agora, por meio do poder de Jesus Cristo.

          Ela não pode levitar agora e perdeu a sua habilidade mental de telepatia

          Ela não é mais afetada pelas "compulsões". Por exemplo, uma das compulsões que tinha era a de afogar-se, o que fez com que ela ficasse com muito medo de água. Aquele medo foi embora. Outra compulsão lhe vinha quando ouvia sinos tocando, como os de uma igreja. Quando ela ouvia sinos tocando, via-se compelida a projetar-se para fora de seu corpo. Essa compulsão não tem mais efeito sobre ela.

          A luta de Lyn tem sido difícil, mas ela está finalmente livre do tormen­to demoníaco, dos irresistíveis desejos de cometer suicídio, da depres­são profunda, e de tudo o mais. Lyn está finalmente livre para crescer no Senhor. A barreira em sua mente para mantê-la longe do Senhor foi removida.

          A estrada para a liberdade é longa e difícil para os que sofreram abusos em rituais, mas a vitória pode ser ganha!

 

Capítulo 14

Aos Satanistas... com Amor

 

          A todo aquele que ainda está a serviço de Satanás:

          Escrevi este livro porque eu o amo. Mas, mais importante ainda é que o Senhor Jesus Cristo, que é o Deus Onipotente, o ama ainda mais do que eu.

          Talvez você não saiba o nome de quem o domina. Você pode chamá-lo de "Senhor". Ou, quem sabe, você usa outros nomes. Entretanto, esse senhor a quem você serve é cruel. Ele exige dor, sofrimento e sacrifícios para que você o sirva e obtenha dele poder.

          Quero dizer-lhe que há um outro Deus.

          É um Deus que pode ser servido com amor e com pureza. Este Deus verdadeiro chama o seu senhor de Satanás. Satanás não é o deus que ele diz ser. Satanás é mentiroso. Ele é ape­nas um ser criado, não o criador.

          Pare por um momento e pense. Quantas vezes você já viu Satanás e seus espíritos demoníacos traírem seus servos? Por que os demônios constantemente exigem que você derrame sangue - especialmente o seu próprio? Satanás, ou qualquer um de seus demônios, já derramou, alguma vez, alguma porção do sangue deles por você? Você sabe que não!

          Diga-me, por que o seu senhor Satanás exige que vocês façam as coisas que mais horrorizam os seres humanos? Por que exige ele que vocês se torturem e matem uns aos outros? Por que exige a tortura e o abuso de criancinhas indefesas? Por que Satanás lhe diz que essa é a única forma de conseguir poder? Por quê? Você já parou para pensar nisso?

          A maioria de vocês nunca experimentou o amor verdadeiro. Você não sabe o que é o amor. Como o meu coração anseia por dizer-lhe que o verdadeiro amor existe!

          O que é o verdadeiro amor? Aqui está a resposta:

          "Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos." (João 15:13)

 

          O Senhor Jesus Cristo fez isso por nós! Jesus Cristo É Deus todo-poderoso! Como Jesus é diferente de Satanás! Satanás exige que você derrame sangue, e realize sacrifícios por ele. Jesus, por outro lado, sacrificou a si mesmo por nós!

          Este Jesus, que não é outro senão o verdadeiro Deus Criador, optou por descer à terra e vestir-se com a carne humana. Ele nasceu de uma virgem e andou sobre a terra como homem, sem pecado. Ele morreu cruelmente numa cruz e levou nosso castigo sobre si mesmo. Mas a morte não pôde contê-lo, porque ele é o próprio Deus. Jesus levantou-se do túmulo no terceiro dia. Ele não está preso no inferno, como lhe disseram. Ele está bem vivo e agora assenta-se no céu, à mão direita de Deus Pai.

          "Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de mui­tas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as cousas, pelo qual também fez o universo. Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser, sus­tentando todas as cousas pela palavra do seu poder, de­pois de ter feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da Majestade, nas alturas." (Hebreus 1:1-3)

 

          Oh, eu lhe suplico, por favor continue a ler um pouco mais! Você pode sair do Satanismo e viver! Irmã Coragem, Irmã Fortaleza, o Cavaleiro Negro e muitos, muitos outros, são testemunhas vivas disto. Jesus é mais forte do que Satanás. É por isso que todas essas pessoas abandonaram a bruxaria e ainda estão vivas.

          A que amo cruel você serve! Quantas vezes você já viu os servos de Satanás serem mortos por terem falhado ou cometido algum erro?

          Ah, mas eu sirvo a um amo que não mata os seus servos se eles falham. Na verdade, ele morreu em meu lugar, tomando o meu castigo sobre si mesmo! Satanás nunca faria isso! Você sabe que o preço e justo castigo por todo o mal que você já fez foi inteiramente pago? Jesus o pagou na cruz, cerca de 2.000 anos atrás.

          Tudo o que você fez pode ser perdoado e esquecido! Toda a sua amargura, todo o seu ódio, toda a sua inveja, todo o seu orgulho, todo o seu medo e toda a sua maldade podem ser removidos e então substituídos por ternura, por amor, por paz, por compaixão e por pureza. Tudo isso é possível se você tão somente deixar de servir a Satanás e fizer de Jesus Cristo o seu Senhor, Salvador e Mestre.

          Por favor, escute-me. Por que continuar nessa escravidão? Por que caminhar cada dia em temor? Você está numa escravidão tão terrível - para manter o seu poder, você deve continuamente realizar sacrifícios e rituais intermináveis. Você não ousa perder um dia cerimonial satâni­co, ou será severamente punido. Se você errar em qualquer coisa, por pequena que seja, você será castigado. Algumas vezes você não fez nada de errado e mesmo assim acabou sendo punido! Praticamente todos os que são servos de Satanás sofrem de alguma espécie de doença demoníaca. Por quê?

          Por favor, pense! Por que os demônios o punem e o atormentam tantas vezes, já que eles cuidam de você, como dizem? Oh, quão diferen­te é servir a meu amo, Jesus Cristo. O que o meu Senhor tem a dizer é:

          "Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarre­gados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de cora­ção; e achareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve." (Mateus 11:28-30)

 

          A verdade é que Satanás e os demônios odeiam a todos os seres humanos. Eles sabem que Jesus está vivo e são. Eles sabem que Jesus oferece o perdão dos pecados e a vida eterna. O objetivo deles é que não aceitem a Jesus Cristo tantos quantos eles possam impedir de fazer isso. Eles querem que o maior número possível de pessoas venha a sofrer por toda a eternidade no inferno. Satanás odeia você! Satanás é mentiroso. As promessas que ele lhe fez são mentiras. Ele lhe prometeu poder, dinheiro e fama? O meu Senhor diz:

          "Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Que daria um homem em troca de sua alma?" (Marcos 8:36-37)

 

          Você pode até conseguir riqueza, mas você não conseguirá a paz ou a vida eterna. A única maneira de ter amor, paz e vida eterna é por meio de Jesus.

          "Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim." (João 14:6)

 

          Eu lhe conclamo a colocar-se de joelhos e pedir a Jesus para que seja seu Senhor, Salvador e o dono da sua vida.

          "Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo." (Apocalipse 3:20)

 

          Você não quer abrir a porta do seu coração? Como é que se faz isso? Simplesmente coloque-se de joelhos, aí mesmo onde você está, e peça a Jesus para perdoá-lo e purificá-lo de todos os seus pecados. Peça a ele para tornar-se o seu Senhor e o dono da sua vida. Então peça ao Senhor que coloque o seu precioso Espírito Santo em você.

          Se você tornou Jesus o seu Senhor, então diga a Satanás e a seus demônios que você nunca mais os servirá. Ordene-lhes que saiam de sua vida para sempre, em nome de Jesus.

          Há pessoas que se importarão com você, pessoas que são verda­deiras servas de Jesus Cristo, que o ajudarão. Ore e peça ao Senhor que o conduza a elas. Você aceitará a Jesus hoje, antes que seja tarde demais? Lembre-se, você é objeto de minhas orações e também das orações de muitos outros.

          "Querido Pai Celestial:

          Venho agora diante do teu trono, no precioso nome de Jesus Cristo. Venho diante do teu trono para pedir-te por toda alma preciosa que foi agarrada pelas mãos cruéis de Satanás. Pai, peço-te que amarres os demônios de forma que cada uma dessas pessoas possa ter ao menos uma chance de escutar a respeito de Jesus e recebê-lo.

          Deus Pai, rogo-te por todo aquele que recebeu Jesus. Peço-te que envies os teus anjos para rodeá-lo e protegê-lo. Peço-te que os guies ate que verdadeiros cristãos venham ajudá-los.

          Agora, Pai, em nome de Jesus, venho diante do teu trono para inter­por uma petição contrária à petição de Satanás, por toda alma que abandonar a feitiçaria por ti. Peço-te que não permitas que Satanás sacrifique essas pessoas ou que as oprima ou que as conduza a falsos cristãos. Peço-te, ó Deus Pai, que toda alma que saia do Satanismo seja levantada, por sua vez, para retirar muitos outros do Satanismo trazendo-os para o reino maravilhoso de Jesus Cristo.

          Eu te agradeço e te louvo, ó Pai, por tudo isso, no maravilhoso nome de Jesus!

          Amém.

         

Epílogo  

Surpreendida pela Alegria

 

          Este livro contém algumas de minhas aventuras a serviço do meu Senhor, ao longo dos últimos quatro anos. Quanta coisa aconteceu, quanto eu aprendi nestes últimos dez anos, desde que comecei com este ministério. Este andar tem sido muito solitário e a guerra tem sido intensa. Mas...

          Depois de alcançar meus quarenta e um anos, quinze dos quais an­dando bem perto do Senhor, ele trouxe uma bênção maravilhosa à minha vida. Ele me deu um homem de Deus como marido! Que sur­presa e que alegria foi este acontecimento! A bênção e o aumento de forças, tanto física quanto espiritualmente, que esta união trouxe à mi­nha vida, é mais do que eu possa descrever.

          Agora Daniel e eu estamos unidos como um para continuar esta luta como servos de nosso amado Senhor, Jesus Cristo. Estamos próxi­mos do fim. O retorno de nosso Senhor está próximo. É nossa oração que cada um de vocês, ao ler este livro, seja fortalecido nos dias difí­ceis que virão.

          Que todo louvor e honra sejam dados ao nosso maravilhoso Deus, para todo o sempre!

 

Apêndice A

Arando o Campo de Pousio

 

          "Semeai para vós outros em justiça, ceifai segundo a misericórdia; arai o campo de pousio; porque é tempo de buscar ao Senhor, até que ele venha, e chova a justi­ça sobre vós." (Oséias 10:12)

 

          Você sente um distanciamento em seu relacionamento com o Se­nhor? Você sente que não está onde deveria estar, com ele? Você tem dificuldade em orar? Sugiro que você se sente e faça um exame cuida­doso, em oração, da sua vida. Se você está nesta condição, é prová­vel que haja pecado em sua vida, que você precisa confessar.

 

          "Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mes­mos nos enganamos, e a verdade não está em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injusti­ça ." (1 João 1:8-9)

 

          "Filhinhos meus, estas cousas vos escrevo para que não pequeis. Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo." (1 João 2:1)

 

          Não dá para enfatizar suficientemente a importância de manter as suas contas em dia com Deus. Não permita que o pecado não confes­sado se acumule em sua vida. Nada destrói mais rapidamente o seu relacionamento com o Senhor do que o pecado não confessado.

          O que significa "arar o campo de pousio"?

          Campo de pousio é uma terra dura que não foi arada por vários anos. A terra dura deve ser arada e transformada em terra mole para que as plantas possam cres­cer nela.

          À medida em que permitimos que pecados não confessados se acumulem em nossa vida, o nosso coração se endurece para com o Senhor. Nesta seção, quero apresentar algum material que não é origi­nal meu. Muitos dos pensamentos vêm de um livro de Charles Finney, chamado Lectures on Revival [Pregações Sobre o Avivamento]. Re­comendo enfaticamente que você obtenha esse livro e o leia. Vou apre­sentar um sumário dos pecados que são comuns a toda a espécie hu­mana. Combinei alguns dos pensamentos de Finney com as coisas que o Senhor me ensinou em minha própria vida.

          "Examine o estado da sua mente para ver onde você está neste exato momento. Muitos nunca pensam nisso! Eles não prestam atenção em seu próprio coração, e nunca sa­bem se vão bem ou não, espiritualmente, se estão ganhando terreno ou retrocedendo, frutificando ou desperdiçando. Desvie a sua atenção de todas as outras coisas e volte-a para isso. Não tenha pressa.

          Examine atentamente o esta­do do seu coração e veja onde você está... O auto-exame consiste em olhar para a sua própria vida, considerando suas ações, lembrando-se do passado e descobrindo a sua ver­dadeira natureza... Confissões gerais de pecado nunca re­solverão. Seus pecados foram cometidos um a um e, tanto quanto possível, você deve repassá-los e deles arrepender-se, um de cada vez". (Lectures on Revival, por Charles Finney, Bethany House Publishers, 1988, pp. 30-31.)

          Agora, antes de começar a ler o resto desta seção, você tem papel e caneta à mão, para que possa escrever os pecados que o Espírito Santo venha trazer à sua mente?

          "Querido Pai Celestial, em nome de Jesus eu te peço que venhas a operar, por meio do teu Espírito Santo, na vida de cada pessoa que ler o que escrevo. Traze à lembrança des­sa pessoa os pecados não confessados em sua vida. Faze brilhar a tua luz de pureza e de santidade sobre a sua vida. Ajuda-nos todos a estarmos dispostos a suportar a dor de olhar para os nossos pecados, para que possam ser limpos diante de ti. Opera em nós, para que cada um de nós possa tornar-se um vaso para honra em teu serviço. Eu te agra­deço por isto, no precioso nome de Jesus Cristo."

 

Pecados por Ação

Posses materiais: Qual é a sua atitude em relação a suas posses materiais? Você as antepõe a Deus e aos outros? Você pensa que pode fazer com elas o que quer? Você está disposto a perder tudo pelo Senhor? Se você não está, então você precisa confessar isso como pecado. Muitos cristãos estão completamente sem condições de ouvir o Senhor ao dizer-lhes para dar um passo, por exemplo, por­que estão presos demais à segurança dada por sua presente situação de vida, e por seu emprego. Muitos cristãos têm sido advertidos pelo Senhor para que se preparem para o tempo vindouro de dificuldades e de perseguição, mas eles não se dispõem a diminuir o seu padrão de vida para isso. Querem continuar a viver tão bem quanto puderem até o último momento possível. Você é um desses?

 

Orgulho: Quantas vezes você tem sido vaidoso quanto à sua aparência? Quantas vezes você tem se magoado porque outros não lhe dão aten­ção, nem o cumprimentam, nem lhe agradecem por algo que você fez? Quantas vezes você fez algo para ser o centro das atenções? Você olha para os outros de cima, como sendo inferiores a você? Isto é pecado.

 

Inveja: Quantas vezes você tem tido inveja de outros, de sua aparência, de suas posses, ou mesmo de suas posições e funções dentro do cor­po de Cristo? Quantas vezes você tem comentado ou se apoiado nas falhas de outros para fazer com que você mesmo pareça melhor? Es­creva essas circunstâncias específicas de pecado.

 

Crítica: Ser crítico com relação aos outros permite que cresça em você uma raiz de amargura e depois, de ódio. A amargura e o ódio o destruirão. Considere atentamente suas conversas e pensamentos diários. Você é crítico para com os outros? Será que há amargura em sua vida? Lembre-se, o coração é muito enganoso. Uma boa maneira de medir a amargura é esta: Quão facilmente as outras pessoas o tornam irado? Quão freqüentemente você tem pensamentos de ira de alguém? A ira muito freqüentemente é um sintoma da amargura.

 

Difamação: Você alguma vez já passou adiante uma fofoca? O Senhor odeia calúnia e fofocas! Quantas vezes você já falou pelas costas de alguém, desnecessariamente ou sem ter uma boa razão, sobre as faltas dessa pessoa, reais ou imaginárias? Quantas vezes você presumiu que sabia o que ia no coração de alguém? Somente Deus conhece o nosso coração! Tenho me surpreendido com a disposição dos cristãos em acei­tar acusações contra mim sem nunca, sequer uma vez, procurar ver se há um outro lado da história. Esses cristãos também estão mais do que dispostos a passar adiante acusações contra mim, sem nunca terem feito qualquer esforço para verificar se são verdadeiras ou não. E com relação às várias organizações de "Informação Cristã" que dão informações acerca de pessoas? Você já parou para pensar se a informação que é dada é correta? Sei, de minha experiência, que as pessoas que têm passado adiante acusações falsas contra mim jamais me contataram. O que me faz pensar que eles também não contataram outros. Se você passar adiante tal "informação" e for realmente uma difamação, você está pecando. Você é, de fato, culpado de derramar sangue inocente -o que eqüivale a um assassinato.

 

Falta de seriedade adequada: Quantas vezes você tem tratado Deus levianamente, ou falado de Deus levianamente? As Escrituras nos ad­vertem que o "temor do Senhor é o princípio da sabedoria". Você carece do respeito adequado por este nosso Deus? Se sim, isto é pecado!

 

Mentira: Mentir é enganar deliberadamente. Examine a sua vida diária. Com que freqüência você mente, apresentando o fato como "apenas uma mentira inocente"? Com que freqüência você exagera? Todas as mentiras são pecado.

 

Trapacear: Você já passou pelo caixa em um mercado e não disse nada quando o caixa por engano lhe cobrou menos do que a quantia que você devia? Se sim, você trapaceou. Trapacear é qualquer ocasião em que você fez a alguém algo que não gostaria que tivessem feito com você. Escreva as circunstâncias em que você fez isso.

 

Hipocrisia: Quantas vezes você confessou pecados que realmente não tinha a intenção de abandonar? Quantas vezes você fingiu ser alguém que você não era?

 

Roubar a Deus: Relacione todas as vezes em que Deus quis que você ajudasse alguém ou que compartilhasse o evangelho com alguém e você não o fez. Você tem perdido tempo em recreação ou noutras atividades, quando Deus quer enviá-lo à seara para trazer almas a Jesus? Você tem tempo para assistir TV, mas não para um tempo a sós com Deus todo dia?

 

Mau gênio: As Escrituras dizem-nos: "irai-vos e não pequeis" (Ef. 4:26). Nós, como cristãos, devemos disciplinar-nos. Se tivermos mau gênio, então estaremos pecando. Podemos escolher não nos ofender com o que a outra pessoa faz.

 

Impedir que outros sejam úteis: Você já debilitou alguém críticando-o, de forma que ele fique receoso de avançar em fé e atuar como Deus quer? Você é um queixoso? Você gasta o tempo de outras pessoas queixando-se de seus problemas? Você está desperdiçando o tempo de seu pastor exigindo intermináveis sessões de aconselhamento com ele? Tudo isso é pecado.

 

Rebelião: Quão freqüentemente você tem se recusado a obedecer a alguém que tem autoridade sobre você? Quão freqüentemente você tem lido a Palavra de Deus sem nenhuma intenção de obedecer o que descobre nela? Quão freqüentemente você tem tomado conhecimento de algo que deveria ter feito mas que não fez? Quão freqüentemente o Senhor tem dito a você para fazer algo e você não fez? Lembre-se, Deus leva a rebelião muito a sério.

 

          "Seis cousas o Senhor aborrece, e a sétima a sua alma abomina: olhos altivos, língua mentirosa, mãos que der­ramam sangue inocente, coração que trama projetos iníquos, pés que se apressam a correr para o mal, teste­munha falsa que profere mentiras e o que semeia con­tendas entre irmãos" (Provérbios 6:16-19)

          "E o vencedor herdará estas cousas, e eu lhe serei Deus e ele me será filho. Quanto, porém, aos covardes, aos incrédulos, aos abomináveis, aos assassinos, aos impuros, aos feiticeiros, aos idólatras e a todos os mentirosos, a parte que lhes cabe será no lago que arde com fogo e enxofre, a saber, a segunda morte.''' (Apocalipse 21:7-8)

         

           Veja a lista de pecados que são mencionados nestes poucos ver­sículos:

  • Mentira.
  • Orgulho.
  • Derramar sangue inocente - isto é feito de forma muito eficaz através da fofoca.
  • Falso testemunho.
  • Semear discórdia entre irmãos.
  • Assassinato.
  • Envolvimento no ocultismo.
  • Imoralidade sexual.
  • Incredulidade.
  • Covardia.
  • Idolatria.
  • Feitiçaria ou bruxaria.
  • Rebelião.

 

Pecados de Omissão

"Portanto, aquele que sabe que deve fazer o bem e não o faz nisso está pecando." (Tiago 4:17)

 

Ingratidão: Quantas vezes Deus o ajudou e você nunca agradeceu a ele? As roupas em seu corpo, a comida em sua mesa, sua saúde, sua família, seu emprego, tudo lhe é dado pelo Senhor. Com que freqüência você lhe agradece por essas bênçãos? Você come sem antes parar para agradecer sinceramente a Deus por sua provisão a você? Se sim, você está pecando. Você viaja a trabalho e retorna sem ter sofrido acidentes? Você deveria agradecer a Deus por sua proteção. Escreva toda situação em que puder pensar, na qual você não tem agradecido a Deus por suas provisões a você.

 

Falta de amor a Deus: Se você ama alguém, você conversa com ele e gasta tempo com ele. Você tem negligenciado amar a Deus? Isto é pecado.

 

Negligência para com a Bíblia: Relacione as vezes em que, por dias, ou até mesmo semanas ou meses, você menosprezou a Palavra de Deus. Quando você lê a Palavra de Deus, você o faz de uma maneira agradável a ele? Nós temos de ler a Bíblia com a disposição de que vamos obedecer imediatamente cada mandamento que encontrarmos!

 

Incredulidade: Quantas vezes você virtualmente acusou a Deus de mentir? Você crê em sua Palavra? Se não, isso é pecado.

 

Negligência na oração: Quantas vezes você tem deixado de ter mo­mentos de oração pessoal ou familiar? Nós ofendemos grandemente a Deus, não orando.

 

Negligência nos meios de receber a graça de Deus: Somos con­clamados a ter comunhão uns com os outros. Se você não tem feito isso, você tem pecado.

 

Como você realiza os seus deveres: Você faz tudo para o Senhor? Ou você é preguiçoso e indolente em seu trabalho e na vida diária? Isso é pecado. Você faz, no trabalho, apenas as coisas que o seu chefe exige? Jesus espera que você "ande a segunda milha". Você é indolente em fazer a obra de Deus?

           Quantas vezes você tem tido conhecimento de coisas que você deveria fazer e não as tem feito? Quantas vezes, sabendo que devia fazer alguma coisa, tal como colo­car o lixo do lado de fora, ou lavar pratos, você não fez isso? Escreva esses casos e confesse-os como pecado.

 

Falta de amor pela alma do próximo: É sua responsabilidade compartilhar as boas novas de Jesus Cristo com cada um ao seu redor. Quantas pessoas você conhece e com quem se relaciona, com as quais você ainda não compartilhou o evangelho? Relacione-as. Isso é pecado. Deus ordenou a cada cristão que compartilhe o evangelho com os outros. Se você não está fazendo isso, você está pecando.

          À medida em que você faz a sua lista de pecados, você deve, de fato, fazer três listas:

  • Uma lista de todos os pecados que permitiram que demônios entrassem em sua vida.
  • Uma lista de todos os seus outros pecados.
  • Uma lista de todos os que o feriram ou pecaram contra você de alguma forma.

 

          Você tem de perdoar todas essas pessoas para rece­ber o perdão de seus próprios pecados.

          Depois de você ter confessado cada um de seus pecados, arrependendo-se deles, tendo expulsado todos os demônios que entraram em você através desses pecados, e perdoando a todo aquele que o tiver ferido, pegue a sua lista e queime-a! Você agora está numa situação completamente limpa diante de Deus. Você estará totalmente liberto da escravidão a Satanás.

 

Apêndice B

Datas Festivas Satânicas

 

          Muitos cristãos, desejosos de saber quais são as principais datas festivas satânicas, com freqüência me têm perguntado a respeito. Es­sas são as datas em que os satanistas realizam rituais e sacrifícios es­peciais. É muito importante que os cristãos em toda a parte comecem a ir diante do trono de Deus para interceder contra os sacrifícios que Satanás faz. Conclamo-o a orar fervorosamente, pedindo ao Senhor que pare com os sacrifícios humanos e que também tenha misericórdia dos pequenos animais que estão sendo sacrificados, permitindo-lhes morrer antes de serem tão terrivelmente torturados.

          As orações dos cristãos são eficazes. Tenho ouvido muitas e muitas histórias de pessoas que saíram do Satanismo que me contaram sobre sacrifícios humanos que foram interrompidos. Não é incomum um gru­po satânico estar reunido em torno de um altar para fazer um sacrifício humano quando, subitamente, um facho brilhante de luz desce, surgido do nada, e ilumina todo o altar e a área em redor. Quando isso acon­tece, a vítima não é sacrificada e os satanistas fogem do local. Sei de algumas pessoas que ficaram tão abaladas, ao verem esse facho de luz, que saíram em busca de um outro deus que não Satanás, e termi­naram aceitando a Jesus Cristo como seu Senhor e Salvador.

          Os dias festivos satânicos ocorrem em diferentes datas ao redor do mundo, para compor uma rede de sacrifícios de 365 dias por ano. Eles variam de um grupo para outro, de localidade a localidade. Para relacioná-los todos seria necessário o volume de um livro. Vou menci­onar aqui apenas os dias festivos principais.

 

Toda Lua Cheia

          Sacrifícios são feitos em cada noite de lua cheia, em muitos grupos. Os demônios dão às pessoas poder máximo durante o período da lua cheia. É também o momento em que os encantamentos feitos ao longo do mês se cumprem.

 

Halloween

          O ponto mais alto do ano é Halloween. Este é considerado o dia de aniversário de Satanás. Freqüentemente é chamado de "Festa da Co­lheita". Os rituais e sacrifícios em celebração a essa data não ocorrem apenas na noite de Halloween; vão de 15 de outubro até 15 de no­vembro.

 

Páscoa e Natal

          Os satanistas profanam todos os feriados cristãos. No Natal crian­ças são sacrificadas, principalmente do sexo masculino, para ridicula­rizar Jesus Cristo. Na Páscoa, e especialmente na quarta-feira de cin­zas, rapazes são sacrificados, e também outras pessoas, como des­crevi em Ele Veio Libertar os Cativos.

 

Solstícios

          Todo solstício é celebrado: da primavera, do verão, do outono e do inverno. Você encontra as datas dos mesmos na maioria dos calendários.

 

Ano Novo

          Sacrifícios são feitos na véspera de Ano Novo, mas o sacrifício mais importante é realizado à meia-noite, isso é feito para dedicar o Ano Novo a Satanás.

 

          Estive recentemente em contato com uma pessoa que abandonou uma posição muito alta do Satanismo. Ela me disse que, a partir do ano de 1990, Satanás decretou que todos os grupos satânicos teriam que realizar sacrifícios diariamente. O objetivo de Satanás é ter um sacrifício realizado em alguma parte do mundo a cada segundo!

          Satanás também está conduzindo todas as suas organizações a se unirem. Ele sabe que o seu tempo é curto! O retorno do nosso Senhor está próxi­mo. Nós, como cristãos, temos de permanecer firmes contra Satanás e contra suas atividades, em nossas orações.